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quinta-feira, 31 de março de 2022

Petrobras em números: veja evolução do lucro, produção, dividendos, nº de funcionários e valor de mercado

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Estatal registrou lucro recorde em 2021 e distribuiu valor bilionário em dividendos para acionistas. Produção e número de empregados caiu no ano passado, enquanto investimentos e uso da capacidade das refinarias tiveram leve alta.
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Por Darlan Alvarenga, g1

Postado em 31 de março de 2022 às 09h10m

Post. N. =  0.453

Fachada do prédio da Petrobras, no Centro do Rio — Foto: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
Fachada do prédio da Petrobras, no Centro do Rio — Foto: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo

Em meio à disparada nos preços dos combustíveis, a Petrobras registrou um lucro recorde em 2021 e também distribuiu aos acionistas um valor bilionário em dividendos. Os indicadores da estatal mostram também que a produção de óleo e gás caiu no ano passado, enquanto que o uso da capacidade das refinarias e os investimentos tiveram leve alta. Já o número de funcionários manteve a trajetória de enxugamento.

Prestes a completar 1 ano à frente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna foi demitido da cadeira a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Para a vaga, o governo decidiu indicar Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). A mudança precisa ser confirmada pela assembleia-geral dos acionistas da estatal, marcada para 13 de abril.

Veja abaixo a evolução dos principais números financeiros e indicadores de produção da Petrobras:

Valor de mercado

Evolução do valor de mercado na Bolsa — Foto: Economia g1
Evolução do valor de mercado na Bolsa — Foto: Economia g1

O valor de mercado da Petrobras atingiu R$ 437,7 bilhões no fechamento do 29 de março, após o anúncio oficial da mudança na presidência da companhia, de acordo com dados da provedora de informações financeiras Economatica.

As ações da Petrobras acumulam alta de quase 15% em 2022, após terem saltado mais de 30% em 2021, na esteira da elevação dos preços internacionais do petróleo.

No início do governo Bolsonaro, a petroleira valia na bolsa R$ 316 bilhões. Em maio de 2008, porém, chegou a valer R$ 510 bilhões.

A Petrobras é atualmente a segunda companhia brasileira de maior valor de mercado na B3, atrás da Vale, que no fechamento do dia 20 estava avaliada na bolsa em R$ 457,4 bilhões, segundo dados da Economatica.

Quem é Adriano Pires e o que ele já disse sobre a Petrobras
Quem é Adriano Pires e o que ele já disse sobre a Petrobras

Lucro

Evolução do lucro anual da Petrobras — Foto: Economia g1
Evolução do lucro anual da Petrobras — Foto: Economia g1

O lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões da Petrobras em 2021 foi o maior já registrado por empresas de capital aberto no Brasil, superando recorde anterior de 2019, que também era da petroleira (R$ 40,1 bilhões, em valores nominais).

Já a receita líquida da Petrobras atingiu R$ 452,7 bilhões em 2021, com um salto de 66% frente ao ano anterior.

Dividendos

Valor distribuído em dividendos para acionistas — Foto: Economia g1
Valor distribuído em dividendos para acionistas — Foto: Economia g1

A Petrobras distribuiu em 2021 aos seus acionistas o valor recorde de R$ 72,7 bilhões em dividendos. Até então, o maior valor pago pela companhia tinha sido o registrado 2009, quando foram distribuídos R$ 15,4 bilhões, segundo a Economatica.

Importante lembrar que o governo federal é o maior acionista da Petrobras. A União detém 36,6% do capital total da companhia.

A alta do preço dos combustíveis 'engordou' os cofres da União em 2021. Além do valor repassado aos cofres públicos em dividendos, a Petrobras pagou no ano passado R$ 54,5 bilhões em royalties do petróleo e participações especiais, o maior valor anual já pago pela companhia.

Produção

Produção total de óleo e gás — Foto: Economia g1
Produção total de óleo e gás — Foto: Economia g1

A produção total de óleo e gás da Petrobras caiu 2,2% em 2021, na comparação com 2020.

Para 2022, a companhia projeta uma produção na faixa entre 2,6 e 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com meta de chegar a 3,2 milhões de barris/dia em 2026, com o pré-sal respondendo por 79% do volume total.

"A curva de produção de óleo e gás estimada no período 2022-2026 indica uma trajetória de crescimento contínuo focado no desenvolvimento de projetos que geram valor", informou a Petrobras em seu último relatório de administração, citando previsão de entrada em operação de 15 novos sistemas de produção, todos alocados em projetos em águas profundas e ultraprofundas.

Refinarias

Uso da capacidade de produção das refinarias — Foto: Economia g1
Uso da capacidade de produção das refinarias — Foto: Economia g1

O volume da produção de derivados nas refinarias da Petrobras teve alta de 1,3%, na comparação com 2020. Já o uso da capacidade das refinarias atingiu 81% em 2021, contra 79% no ano anterior.

A Petrobras informou que em fevereiro o fator de utilização total de suas refinarias chegou próximo a 90%.

A participação do petróleo nacional no processo de refino representou 92% do processamento feito nas unidades da Petrobras no país em 2021.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a participação do petróleo importado no processo de refino brasileiro é atualmente de 6%.

"A presença do produto nacional poderia chegar a até 100%, atendendo às necessidades de derivados do país. Isso só não ocorre porque algumas refinarias utilizam o óleo importado, não por insuficiência da produção ou da oferta nacional, mas como opção para otimizar processo industrial", afirmou a entidade, em nota divulgada neste mês, na qual critica a atual política de preços da Petrobras.

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Investimentos
Evolução do investimentos da Petrobras — Foto: Economia g1
Evolução do investimentos da Petrobras — Foto: Economia g1

Em 2021, os investimentos da empresa totalizaram US$ 8,8 bilhões, uma alta de 9% em relação a 2020, mas bem abaixo dos US$ 27 bilhões de 2019.

O plano estratégico anunciado em novembro pela Petrobras prevê US$ 68 bilhões em investimentos entre 2022 e 2026, o que representa um aumento de 23,6% em relação ao plano de negócios plurianual anterior. O montante, porém, segue menor que os US$ 84 bilhões anunciados para o período de 2019 a 2023.

A Petrobras também pretende realizar desinvestimentos (venda de ativos) entre entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões até 2026.

Segundo relatório da companhia, entre janeiro de 2021 até fevereiro de 2022, a Petrobras levantou US$ 5,6 bilhões com a venda de 21 ativos, incluindo a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, a BR Distribuidora e de 10% da NTS, o que também contribuiu para impulsionar o lucro recorde de 2021.

Levantamento divulgado em dezembro pelo Observatório Social da Petrobrás (OSP) mostrou que desde 2015, já foram vendidos mais de 60 ativos, subsidiárias e participações acionárias da estatal, somando um montante de mais de R$ 243 bilhões.

Nos últimos anos, a direção da empresa tem justificado as "privatizações" dizendo que a política de desinvestimentos tem o objetivo de reduzir o endividamento da empresa e maximizar o valor para o acionista.

Dívida

Evolução da dívida bruta — Foto: Economia g1
Evolução da dívida bruta — Foto: Economia g1

Ao final de 2021, a dívida bruta da companhia alcançou R$ 327,8 bilhões, contra R$ 392,5 bilhões em 2020, com a companhia cumprindo antecipadamente a meta de redução do endividamento para o patamar de US$ 60 bilhões estabelecida originalmente para 2022.

No 3º trimestre de 2015, a dívida bruta da Petrobras atingiu no 3º trimestre de 2015 o nível recorde de R$ 506,5 bilhões, o que levou a companhia a ganhar o título de petroleira mais endividada do mundo.

Trabalhadores

Evolução do quadro de empregados da Petrobras — Foto: Economia g1
Evolução do quadro de empregados da Petrobras — Foto: Economia g1

Em meio à venda de ativos e à saída da Petrobras de vários negócios, o quadro de funcionários continuou encolhendo em 2021.

A estatal encerrou 2021 com 45.532 empregados, uma redução de 7,2% em relação ao ano de 2020, sendo 7.692 mulheres (17%) e 37.840 homens (83%). Em 2018, eram mais de 63 mil funcionários.

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