<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses, e chega ao teto da meta. Resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro (0,35%).<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Raphael Martins, g1
Postado em 09 de agosto de 2024 às 11h00m
Postagem - Nº 0.866
O maior impacto do mês veio do grupo Transportes, com alta de 1,82% e peso de 0,37 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Quem mais influenciou foi a gasolina, que teve alta de 3,15% no mês e impacto de 0,16 p.p. A passagem aérea subiu 19,39% em julho, e peso de 0,11 p.p. no IPCA cheio.
O resultado geral de julho também representa uma aceleração contra o mês anterior, já que o IPCA havia fechado de junho teve alta de 0,21%. Em julho de 2023, os preços haviam subido 0,12%.
Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses, e chega ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,87%.
O resultado de julho veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperavam aumento de 0,35% dos preços. No acumulado, era esperada uma alta de 4,47%.
Entre os nove principais grupos do IPCA, sete apresentaram altas em julho. Além dos Transportes, houve alta relevante em Habitação, com aumento de 0,77% no mês, representando 0,12 p.p. do índice.
Já o grupo Alimentação e bebidas apresentou deflação de 1%, além de contribuição negativa de 0,22 p.p. Foi a primeira queda do grupo em nove meses.
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
- Alimentação e bebidas: -1,00%;
- Habitação: 0,77%;
- Artigos de residência: 0,48%;
- Vestuário: -0,02%;
- Transportes: 1,82%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,22%;
- Despesas pessoais: 0,52%;
- Educação: 0,08%;
- Comunicação: 0,18%.
A queda de 1% no grupo Alimentação e bebidas teve um papel importante de segurar o choque de preços causados pelo grupo Transportes. Segundo o IBGE, houve melhora de oferta de alimentos in natura com as safras de inverno.
"É a maior queda mensal desde agosto de 2017, quando havia caído 1,07%. Os alimentos vinham puxando as altas nos últimos meses, mas ajudaram a controlar os preços neste mês", diz André Almeida, gerente de pesquisa de IPCA.
De outubro de 2023 a junho de 2024, a alta acumulada do grupo havia sido de 6,87%. Os meses de calor já são de dificuldade com as safras de alimentos, mas houve um agravamento dos problemas por conta do fenômeno climático El Niño.
As principais quedas em julho foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). Assim, o subgrupo de Alimentação no domicílio, que engloba esses produtos, caiu 1,51% em julho, após alta de 0,47% em junho.
Já a Alimentação fora do domicílio teve resultado próximo a do mês anterior, passando de 0,37% para 0,39%. O subitem lanche acelerou de 0,39% para 0,74%, mas a refeição desacelerou de 0,34% para 0,24%.
Gasolina sobe forte
No dia 8 de julho, a Petrobras anunciou um aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. O litro da gasolina terá uma alta de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01.
O último reajuste da gasolina feito pela Petrobras havia sido em outubro de 2023, um redução. A petroleira anunciou em maio de 2023 uma mudança em sua política de preços. Desde então, a estatal não segue mais a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.
Os valores praticados pela petroleira não são os mesmos dos postos de combustíveis. Os preços nas bombas também levam em conta os impostos e a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz a sondagem nas bombas e mostra que o valor médio para o consumidor passa dos R$ 6.
Assim, o IPCA mostra a gasolina com alta de 3,15% no mês e impacto de 0,16 p.p. O etanol sobe 5,90% no mês, e o óleo diesel, 1,03%. O gás veicular registrou queda 0,20%. O subgrupo combustíveis, que reúne os produtos, subiu 3,31%.
Gasolina, combustível — Foto: Reuters
Serviços e monitorados
Os dois puxadores da inflação neste mês, a gasolina e passagem aérea, trouxeram impacto forte para a inflação de serviços e nos monitorados.
Na janela de 12 meses, a inflação de serviços passou de 4,49% em junho para 5,01% em julho. A aceleração tem relação com o mês de férias escolares, que pressiona os preços do setor de turismo.
"As famílias costumam viajar mais. Nas demais atividades de serviços relacionadas ao turismo também tivemos altas, como hospedagem, aluguel de veículos, entre outros", diz André Almeida, do IBGE.
Pelo lado dos monitorados, itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, a gasolina puxou a alta junto com a energia elétrica.
Pela primeira vez desde abril de 2022, o governo acionou a bandeira amarela para tarifas de energia elétrica para este mês de julho. Houve cobrança adicional de R$ 1,88 a cada 100 kilowatt-hora (kWh), deixando o preço da energia elétrica mais caro para famílias e empresas.
Nos últimos 26 meses, a bandeira permaneceu verde. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a previsão de chuvas abaixo da média no segundo semestre (cerca de 50% menos que o normal) e de temperaturas acima da média no inverno foram os motivos para a cobrança extra.
Por isso, o IPCA mediu aumento da energia elétrica residencial neste mês, de 1,93%. O impacto no índice geral foi de 0,08 p.p.
Assim, na janela de 12 meses, o acumulado dos monitorados passou de 6,38% em junho para 7,04% em julho.
INPC tem alta de 0,26% em julho
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,26% em julho. Em junho, a alta foi de 0,25%.
Assim, o INPC acumula alta de 2,95% no ano e de 4,06% nos últimos 12 meses. Em junho de 2023, a taxa foi de -0,09%.Banco Central do Brasil