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Por Redação g1 — São Paulo
Postado em 23 de Maio de 2.025 às 09h35m
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Haddad sobre medidas econômicas do governo: ‘Na direção correta’
O dólar opera em alta nesta sexta-feira (23), com o mercado financeiro analisando, principalmente, os impactos do recuo do governo no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos no exterior.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira (B3), oscila entre altas e baixas. Nesta semana, o índice chegou a bater um recorde, fechando aos 140 mil pontos pela primeira vez.
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento anunciaram nesta quinta-feira (22) um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. Também foi determinado um aumento do IOF, inicialmente com o objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.
O governo brasileiro vive o desafio de manter o crescimento do país e a população empregada, mas sem que a inflação dispare. O mercado considerou o bloqueio positivo, mas o relatório divulgado no mesmo dia mostrou que as despesas foram revisadas para cima e a alta do IOF foi considerada apenas mais uma medida paliativa.
Além disso, investidores interpretaram o aumento do IOF para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior como uma forma discreta de controle de capital, com o objetivo de conter a saída de dólares do país e, indiretamente, controlar o câmbio.
Por isso, horas depois, o governo recuou desse imposto específico sobre fundos de investimento, mantendo a alíquota zero nestes casos.
Na manhã desta sexta (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida foi revista após alertas de agentes do mercado financeiro, que apontaram que ela poderia "passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda".
No entanto, mesmo após o recuo, o humor dos investidores não melhorou. A mudança foi lida mais como sinal de improviso e fragilidade política do que como correção de rota, o que aumentou ainda mais a incerteza sobre os rumos da economia.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 13h13, o dólar operava em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,6741. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7446. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
- recuo de 0,13% na semana;
- queda de 0,27% no mês; e
- perda de 8,39% no ano.
Na véspera, a moeda americana fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,6614.
- queda de 1,38% na semana;
- avanço de 1,63% no mês; e
- ganho de 14,12% no ano.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,44%, aos 132.273 pontos.
No Brasil, as atenções do mercado financeiro estão voltadas para a decisão do governo de aumentar o IOF, um tributo federal cobrado sobre diversas operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio.
A medida foi divulgada nesta quinta-feira (22) junto com o anúncio de um bloqueio de 31,3 bilhões no orçamento deste ano, após a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo.
A expectativa é que os ajustes no IOF gerem uma arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025, ajudando o governo a cumprir a meta fiscal, de zerar o déficit das contas.
O que causou a reação negativa do mercado, no entanto, foi a forma como o governo apresentou o pacote fiscal:
- de um lado, o anúncio do bloqueio de R$ 31,3 bilhões em despesas, que é visto como um sinal positivo de responsabilidade;
- de outro, o aumento do IOF, que causou desconforto por ter sido mal comunicado, afetar investimentos e ser interpretado como uma tentativa de arrecadar mais em vez de cortar gastos, segundo analistas.
Além disso, gerou o ruído sobre um possível controle de capital, por causa da alta da alíquota para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior — o que levou o governo a recuar sobre a medida horas depois.
Todo esse movimento ocorre em um contexto de aumento expressivo nas despesas, evidenciado, por exemplo, pelos pedidos de reembolso dos aposentados e pensionistas vítimas da fraude dos descontos associativos do INSS. Segundo o instituto, mais de 1,9 milhões de pessoas já haviam solicitado a devolução até quinta-feira (22).
O mercado também avalia os impactos da nova medida provisória do governo que altera regras do setor elétrico e amplia descontos na tarifa de energia. Segundo dados do governo, cerca 55 milhões de brasileiros serão beneficiados com desconto e 60 milhões com a isenção da conta de luz.
Para Vladimir Fernandes Maciel, coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (MackLiber), "ao optar por um bloqueio significativo de despesas e pela elevação de receitas, ainda que por meio de aumento tributário, o Ministério da Fazenda demonstra disposição de conter o avanço dos gastos públicos".
Mesmo assim, o valor anunciado "ainda é insuficiente para assegurar o cumprimento integral da meta fiscal, dada a aceleração dos dispêndios no primeiro semestre do ano".
E, com a revogação parcial do aumento IOF, "a estimativa de arrecadação já caiu, sem qualquer contrapartida na despesa. O déficit permanece aberto", ressalta João Arthur Almeida, CIO da Suno Wealth.
Na coletiva desta sexta (22), Haddad não descartou a necessidade de aumentar o bloqueio no orçamento por causa do recuo.
"Pode ser que tenhamos que ampliar o contingenciamento, fazer um ajuste nessa faixa. O importante é que foi revisto e nós temos uma semana para enviar o decreto", disse.
Pelo fato de o governo ter uma política fiscal expansionista (gasta em excesso), o Banco Central do Brasil (BC) tem mantido a taxa de juros básica da economia brasileira em patamar elevado (14,75%).
- 🔎 A lógica é que juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
Na última segunda-feira (19), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que, diante do cenário atual, faz sentido manter os juros em patamar alto por mais tempo.
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
Nesta sexta (23), Galípolo vai participar de um seminário do FGV IBRE às 14h e pode trazer novas pistas sobre a condução da política monetária brasileira.
Cenário fiscal dos EUA
Já para os mercados globais, a notícia da semana foi a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA do "One Big Beautiful Bill Act" ("Um projeto grande e bonito", na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao presidente Donald Trump.
O pacote, que agora segue para o Senado, busca tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados no primeiro mandato de Trump, em 2017, além de promulgar promessas que ele fez na campanha de 2024 de não tributar gorjetas, horas extras e juros de alguns empréstimos para automóveis.
Para compensar parcialmente a perda de receita, a legislação propõe cancelar incentivos à energia verde aprovados pelo ex-presidente democrata Joe Biden e restringe a elegibilidade para programas de saúde e alimentação para os pobres.
Mesmo assim, as medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida americana, que já corresponde a 124% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Segundo o presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, apesar de o projeto sobre impostos e gastos ter potencial para ajudar a trazer estabilidade para o país, ele não é propício para a redução do déficit público.
"Acho que eles deveriam fazer a lei tributária. Acho que isso estabilizará um pouco as coisas, mas provavelmente aumentará o déficit", afirmou o executivo na Cúpula Global da China do JPMorgan em Xangai.
A preocupação com a situação fiscal dos EUA foi, inclusive, um dos argumentos usados pela agência Moody's para rebaixar a nota de crédito dos EUA.
Segundo a companhia, "as sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros".
Incomodados com essa situação, e também com as medidas tarifárias de Trump, os investidores estão vendendo cada vez mais o dólar e outros ativos americanos que constituem a base do sistema financeiro global.