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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Mercado reduz estimativa de inflação para 6,61% em 2022 e vê alta maior do PIB

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Informação consta do relatório 'Focus', divulgado pelo Banco Central; esta é a décima queda consecutiva. Meta fixada pelo CMN é de 3,5%; BC já admitiu que vai estourar teto da meta (5%).
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 05 de setembro de 2022 às 10h35m

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Os economistas do mercado financeiro reduziram de 6,70% para 6,61% a estimativa de inflação para este ano e também elevaram a previsão de crescimento da economia.

A informação consta do relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada.

Esta foi a décima queda seguida da estimativa do mercado financeiro para a inflação deste ano.

Inflação
Expectativa do mercado para o IPCA de 2022

Em %31/12/202114/01/202228/02/202211/02/202225/02/202211/03/202225/03/202208/04/202222/04/202206/05/202220/05/202203/06/202217/06/202201/07/202215/07/202229/07/202212/08/202226/08/202245678910

31/12/2021
: 5,03
Fonte: Banco Central

A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No entanto, o Banco Central já admitiu que vai estourar o teto da meta, assim como aconteceu em 2021.

Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente as que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.

Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos.

Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 passou de 5,30% para 5,27%.

ICMS sobre itens essenciais

A nova redução da estimativa de inflação em 2022 coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens.

Por exemplo, se o preço do diesel aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro. O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item.

A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso. No entanto, apesar de segurarem a inflação em 2022, essas medidas pressionam os preços para 2023, conforme já alertaram diversos economistas.

Diante disso, o Banco Central já tem admitido que o foco é controlar a inflação em 2024.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.

A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 2,26% em 2022, contra 2,10% previsto anteriormente.

Já para 2023, a previsão de alta avançou de 0,37% para 0,47%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do orçamento de 2023, o governo informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022.

Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic avançou de 11% para 11,25% ao ano. Mesmo assim, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20. Para 2023, continuou inalterada também em R$ 5,20.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção permaneceu em US$ 68 bilhões de resultado positivo em 2022. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado ficou estável em US$ 60 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 58 bilhões para US$ 60 bilhões. Para 2023, a estimativa avançou de US$ 65,5 bilhões para US$ 66 bilhões de ingresso.
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