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De maio a outubro, país viu o número de desempregados aumentar em cerca de 3,6 milhões, uma alta de 35,9% no período. = =---____------- === ---- -----________::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::________ --------- ==== -----------____---= =
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
01/12/2020 09h02 Atualizado há 6 horas
Postado em 01 de dezembro de 2020 às 15h05m
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Brasil registra 13,8 milhões de desempregados durante a pandemia em outubro, diz IBGE
O desemprego diante da pandemia do coronavírus bateu novo recorde em outubro, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, o Brasil encerrou o décimo mês do ano com um contingente de 13,8 milhões, cerca de 3,6 milhões a mais que o registrado em maio, o que corresponde a uma alta de 35,9% no período. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 14,1%, a maior da série.
Em seis meses de pandemia, número de desempregados no Brasil teve salto de 35,9%, segundo o IBGE. — Foto: Economia/G1
O IBGE destacou que a taxa de desemprego em outubro cresceu, na comparação com maio, nas regiões Norte e Nordeste, manteve-se inalterada no Sudeste e Centro-Oeste, e caiu no Sul.
A maior taxa em outubro foi registrada no Nordeste (17,3%), seguida por Norte (15,1%), Sudeste (14,2%). Somente Centro-Oeste (12,1%) e Sul (9,4%) registraram taxa inferior à média nacional.
O IBGE destacou, ainda, que a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 17,1%, maior que a dos homens, de 11,7%.
Na análise por cor ou raça, a taxa foi maior entre as pessoas de cor preta ou parda (16,2%) do que para brancos (11,5%) - foi o segundo mês seguido em que a taxa para brancos ficou inalterada, enquanto entre pretos e pardos registrou aumento de 0,1 ponto percentual na passagem de setembro para outubro.
Já entre grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores (23,7% para aqueles de 14 a 29 anos de idade), enquanto por nível de escolaridade a menor taxa foi observada entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas (6,8%).
O levantamento foi feito por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.
Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes ao trimestre terminado em setembro, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 14,6%, com cerca de 14,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
13 estados têm taxa de desemprego superior à média nacional
De acordo com o levantamento, das 27 Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, 13 tiveram taxa de desemprego superior à média nacional.
A maior taxa foi observada no Maranhão (19,9%), enquanto a menor em Santa Catarina (7,7%).
Em outubro, 13 estados tiveram taxa de desemprego superior à média nacional. — Foto: Economia/G1
Flexibilização do isolamento pressiona o mercado de trabalho
De acordo com o IBGE, o aumento do desemprego diante da pandemia está diretamente relacionado à flexibilização das medidas de distanciamento social impostas para conter a disseminação do coronavírus.
“Com o retorno das atividades ao redor do país, mais pessoas estão, mês a mês, pressionando o mercado de trabalho em busca de uma ocupação”, afirmou a coordenadora da pesquisa Maria Lúcia Vieira.
Segundo a pesquisa, em outubro, 12,4% de toda a população do país se dizia rigorosamente isolada, em distanciamento social. Em julho, esse percentual era de 23,3%.
Outro dado que indica a queda do distanciamento social é o percentual de trabalhadores ocupados que estavam afastados do local de trabalho. Em outubro, eles representavam 2,8%, enquanto em maio esse percentual era de 18,6%.
Afastamentos do trabalho devido ao distanciamento social tiveram quedas mensalmente — Foto: Economia/G1
Enquanto o número de desempregados aumentou em 35,9% na comparação com maio, o número de trabalhadores ocupados teve queda de 0,3% no mesmo período, o que corresponde a uma redução de 270 mil pessoas.
Já na comparação com setembro, porém, a ocupação teve alta de 1,4%, o que equivale a cerca de 1,2 milhão de trabalhadores a mais que ingressaram no mercado de trabalho.
"O nível da ocupação era de 49,7% em maio, passou para 48,6% em setembro e chegou em 49,3% em outubro, configurando uma trajetória em 'U', com seu valor mínimo em julho (47,9%)", destacou o IBGE.
900 mil trabalhadores ficaram sem remuneração
O levantamento do IBGE mostrou, também, que cerca de 900 mil pessoas ficaram sem a remuneração do trabalho em outubro, o representava 19,2% do total de pessoas afastadas do trabalho. "Em setembro este percentual era de 19,8%, e vem caindo consistentemente ao longo da pandemia", enfatizou o órgão.
A Região Sul teve o menor percentual, 16,3% e a Norte, o maior, 26,8%. Frente a setembro, houve redução do percentual de pessoas nestas condições no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, com estabilidade no Sudeste e aumento no Norte.
Informalidade tem terceira alta seguida
O número de trabalhadores informais no país teve a terceira alta seguida em outubro. Apontada pelo IBGE como a via de mais fácil acesso ao mercado de trabalho, a informalidade tende a ser a primeira a reagir diante de uma crise como a imposta pela pandemia.
O país encerrou outubro com 29 milhões de trabalhadores informais, cerca de 200 mil a menos que em maio. Em julho, esse contingente somava 27,3 milhões.
Com isso, a taxa de informalidade ficou em 34,5% em outubro, próxima à observada.
Informalidade apresentou terceira alta seguida em outubro. — Foto: Economia/G1
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