Projeção para o recuo do PIB neste ano passou de 6,10% para 5,95%. Analistas também mantiveram estimativa de inflação para este ano em 1,72%. Dados são do Boletim Focus, do Banco Central.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
20/07/2020 08h32 Atualizado há 4 horas
Postado em 20 de julho de 2020 às 12h35m
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Os economistas do mercado financeiro melhoraram a estimativa para o
nível de atividade e passaram a prever um tombo para a economia
brasileira abaixo de 6% neste ano.
A projeção faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Para o do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, a previsão de queda passou de 6,10% para 5,95%. Para 2021, a expectativa de crescimento foi mantida em 3,50%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.
PREVISÕES DO MERCADO PARA O PIB DE 2020
(EM %)
- Na última semana, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020.
- O Banco Mundial prevê uma queda de 8% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 9,1% em 2020.
- Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira.
- Entenda os impactos do avanço do coronavírus nas economias global e brasileira
- Inflação abaixo de 2%
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro mantiveram em 1,72% a estimativa de inflação para 2020.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta
central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5%
neste ano.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta
seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de
escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Taxa básica de juros
O mercado segue prevendo nova queda da taxa básica de juros da economia brasileira em agosto deste ano. Atualmente, a Selic está em 2,25% ao ano. A previsão dos analistas é de que a taxa recue para 2% no início do mês que vem.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado permaneceu estável em 3%
ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros
no ano que vem.
Outras estimativas
- Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar.
- Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 subiu de US$ 54 bilhões para US$ 55,15 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado recuou de US$ 55,25 bilhões para US$ 53,40 bilhões de superávit.
- Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, caiu de US$ 55 bilhões para US$ 53,95 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 64,10 bilhões.
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