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País encerrou o mês de agosto com 12,9 milhões de desempregados, quase 3 milhões a mais que o registrado no começo de maio. Informalidade voltou a ter alta após dois meses seguidos em queda. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
23/09/2020 09h07 Atualizado há 4 horas
Postado em 23 de setembro de 2020 às 13h10m
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Flexibilização do isolamento social fez com que mais pessoas voltassem a
procurar por trabalho, o que elevou os números do desemprego — Foto:
Jornal Nacional
O Brasil encerrou o mês de agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados, 2,9 milhões a mais que o registrado em maio, o que corresponde a uma alta de 27,6% no período. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a população ocupada no mercado de trabalho foi estimada em 82,1 milhões de pessoas, acumulando redução de 2,7% em relação a maio, quando este contingente somava cerca de 84,4 milhões de pessoas.
País encerrou agosto com o maior número de desempregados desde que o IBGE começou a analisar o desemprego na pandemia — Foto: Economia/G1
Com isso, a taxa de desocupação ficou em 13,6%, a maior no acumulado mensal desde então.
O IBGE destacou que a Região Sul foi a única a apresentar queda da população desempregada na passagem de julho para agosto.
Os números do desemprego acumulados ao longo de agosto ficaram abaixo
do registrado no fechamento da quarta semana do mês, terminada no dia
29. Até aquela data, o país havia registrado recorde no número de desempregados durante a pandemia, com este contingente somando cerca de 13,7 milhões de pessoas, o que deixou a taxa em 14,3%.
Sudeste concentra o maior número de desempregados no país, seguido pelo Nordeste. — Foto: Economia/G1
O IBGE destacou que a taxa de desocupação entre as mulheres foi maior que a dos homens - 16,2% e 11,7%, respectivamente - o que foi observado em todas as Grandes Regiões.
Por cor ou raça, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (15,4%) do que para brancos (11,5%).
Já por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas maiores (23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade). Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas (6,8%).
Flexibilização promove maior busca por emprego
O levantamento do IBGE mostrou que ao final de agosto, 27,2 milhões de brasileiros disseram que gostariam de trabalhar, mas que não buscou trabalho ao longo do mês. Destes, 17,5 milhões (64,4%) alegaram que deixaram de buscar uma colocação no mercado de trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostaria de trabalhar.
Em maio, quando teve início da pesquisa, somava 70,2% o total de pessoas que apontou o isolamento social promovido pela pandemia como o principal motivo para não procurar por emprego. Isso indicaria que a flexibilização do isolamento social, que avança por todo o país, faz com que mais pessoas pressionem o mercado de trabalho em busca de uma oportunidade de ocupação.
Além disso, a pesquisa mostrou que, em agosto, cerca de 4,1 milhões de trabalhadores permaneciam afastados do local de trabalho devido às medidas de isolamento social. Esse contingente teve queda de 73,6% na comparação com maio, quando somavam mais de 15,7 milhões o número de trabalhadores afastados por este motivo.
"Um reflexo do avanço no processo de retomada gradual das atividades foi o segundo aumento consecutivo, tanto no âmbito nacional quanto em todas as Grandes Regiões, do número de horas efetivamente trabalhadas para as pessoas ocupadas", enfatizou o IBGE.De acordo com o levantamento, em agosto, 21,7% das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho disseram ter trabalhado efetivamente menos horas que as habituais. Apenas 3,9% das pessoas ocupadas e não afastadas disseram ter trabalhado mais horas que o habitual.
Cai a cada mês o número de trabalhadores afastados do local de trabalho devido ao distanciamento social. — Foto: Economia/G1
Informalidade volta a ter alta
De acordo com a pesquisa, o país encerrou agosto com 27,9 milhões de pessoas trabalhando na informalidade. Na comparação com maio, quando esse contingente era de 29,3 milhões, houve queda de aproximadamente 5% no número de trabalhadores informais.
No entanto, na comparação com julho (27,4 milhões), esse contingente teve alta de cerca de 2% - foi a primeira alta mensal desde então, já que de junho para julho também houve queda, de 6%, desse contingente.
"Em todas as crises que a gente atravessou até agora, o mercado formal teve sempre uma baixa muito grande, que também é observada entre os trabalhadores informais. Com a recuperação do mercado, é esperado que a primeira reação se dê pela informalidade, com os trabalhadores informais retomando as suas atividades", apontou o diretor-adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
Número de trabalhadores informais voltou a subir em agosto — Foto: Economia/G1
São considerados como trabalhadores informais pelo IBGE aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
Com a alta na passagem de julho para agosto, a taxa de informalidade subiu de 33,6% para 33.9%, o que, no entanto, é considerado pelo IBGE como estabilidade estatística.
Pnad Covid X Pnad Contínua
O levantamento foi feito durante o mês de agosto por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, e apontaram uma alta do desemprego para 13,3%, com queda recorde no número de ocupados.
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