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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Desemprego diante da pandemia tem alta de 27,6% em quatro meses no país, aponta IBGE

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País encerrou o mês de agosto com 12,9 milhões de desempregados, quase 3 milhões a mais que o registrado no começo de maio. Informalidade voltou a ter alta após dois meses seguidos em queda.  
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Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro  
23/09/2020 09h07 Atualizado há 4 horas
Postado em 23 de setembro de 2020 às 13h10m


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Flexibilização do isolamento social fez com que mais pessoas voltassem a procurar por trabalho, o que elevou os números do desemprego — Foto: Jornal NacionalFlexibilização do isolamento social fez com que mais pessoas voltassem a procurar por trabalho, o que elevou os números do desemprego — Foto: Jornal Nacional

O Brasil encerrou o mês de agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados, 2,9 milhões a mais que o registrado em maio, o que corresponde a uma alta de 27,6% no período. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a população ocupada no mercado de trabalho foi estimada em 82,1 milhões de pessoas, acumulando redução de 2,7% em relação a maio, quando este contingente somava cerca de 84,4 milhões de pessoas.

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País encerrou agosto com o maior número de desempregados desde que o IBGE começou a analisar o desemprego na pandemia — Foto: Economia/G1
País encerrou agosto com o maior número de desempregados desde que o IBGE começou a analisar o desemprego na pandemia — Foto: Economia/G1

Com isso, a taxa de desocupação ficou em 13,6%, a maior no acumulado mensal desde então.

Entre as cinco regiões do país, as maiores taxas foram observadas no Nordeste (15,7%), no Norte (14,2%) e no Sudeste (14,0%). Já as regiões Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10,0%) tiveram taxa inferior à média nacional.

O IBGE destacou que a Região Sul foi a única a apresentar queda da população desempregada na passagem de julho para agosto.

Desemprego na pandemia sobe 27,6% desde maio e atinge 12,9 milhões, aponta IBGEDesemprego na pandemia sobe 27,6% desde maio e atinge 12,9 milhões, aponta IBGE

Os números do desemprego acumulados ao longo de agosto ficaram abaixo do registrado no fechamento da quarta semana do mês, terminada no dia 29. Até aquela data, o país havia registrado recorde no número de desempregados durante a pandemia, com este contingente somando cerca de 13,7 milhões de pessoas, o que deixou a taxa em 14,3%.
Sudeste concentra o maior número de desempregados no país, seguido pelo Nordeste. — Foto: Economia/G1
Sudeste concentra o maior número de desempregados no país, seguido pelo Nordeste. — Foto: Economia/G1

O IBGE destacou que a taxa de desocupação entre as mulheres foi maior que a dos homens - 16,2% e 11,7%, respectivamente - o que foi observado em todas as Grandes Regiões.

Por cor ou raça, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (15,4%) do que para brancos (11,5%).

Já por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas maiores (23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade). Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas (6,8%).

Flexibilização promove maior busca por emprego

O levantamento do IBGE mostrou que ao final de agosto, 27,2 milhões de brasileiros disseram que gostariam de trabalhar, mas que não buscou trabalho ao longo do mês. Destes, 17,5 milhões (64,4%) alegaram que deixaram de buscar uma colocação no mercado de trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostaria de trabalhar.

Em maio, quando teve início da pesquisa, somava 70,2% o total de pessoas que apontou o isolamento social promovido pela pandemia como o principal motivo para não procurar por emprego. Isso indicaria que a flexibilização do isolamento social, que avança por todo o país, faz com que mais pessoas pressionem o mercado de trabalho em busca de uma oportunidade de ocupação.

Além disso, a pesquisa mostrou que, em agosto, cerca de 4,1 milhões de trabalhadores permaneciam afastados do local de trabalho devido às medidas de isolamento social. Esse contingente teve queda de 73,6% na comparação com maio, quando somavam mais de 15,7 milhões o número de trabalhadores afastados por este motivo.

"Um reflexo do avanço no processo de retomada gradual das atividades foi o segundo aumento consecutivo, tanto no âmbito nacional quanto em todas as Grandes Regiões, do número de horas efetivamente trabalhadas para as pessoas ocupadas", enfatizou o IBGE.De acordo com o levantamento, em agosto, 21,7% das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho disseram ter trabalhado efetivamente menos horas que as habituais. Apenas 3,9% das pessoas ocupadas e não afastadas disseram ter trabalhado mais horas que o habitual.
Cai a cada mês o número de trabalhadores afastados do local de trabalho devido ao distanciamento social. — Foto: Economia/G1

Cai a cada mês o número de trabalhadores afastados do local de trabalho devido ao distanciamento social. — Foto: Economia/G1 

Informalidade volta a ter alta

De acordo com a pesquisa, o país encerrou agosto com 27,9 milhões de pessoas trabalhando na informalidade. Na comparação com maio, quando esse contingente era de 29,3 milhões, houve queda de aproximadamente 5% no número de trabalhadores informais.

No entanto, na comparação com julho (27,4 milhões), esse contingente teve alta de cerca de 2% - foi a primeira alta mensal desde então, já que de junho para julho também houve queda, de 6%, desse contingente.

"Em todas as crises que a gente atravessou até agora, o mercado formal teve sempre uma baixa muito grande, que também é observada entre os trabalhadores informais. Com a recuperação do mercado, é esperado que a primeira reação se dê pela informalidade, com os trabalhadores informais retomando as suas atividades", apontou o diretor-adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
Número de trabalhadores informais voltou a subir em agosto — Foto: Economia/G1Número de trabalhadores informais voltou a subir em agosto — Foto: Economia/G1

São considerados como trabalhadores informais pelo IBGE aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.

Com a alta na passagem de julho para agosto, a taxa de informalidade subiu de 33,6% para 33.9%, o que, no entanto, é considerado pelo IBGE como estabilidade estatística.

Pnad Covid X Pnad Contínua

O levantamento foi feito durante o mês de agosto por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, e apontaram uma alta do desemprego para 13,3%, com queda recorde no número de ocupados.

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IPCA-15: prévia da inflação oficial sobe a 0,45% e tem maior taxa para setembro desde 2012

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Indicador mostrou aceleração em relação ao índice de agosto, quando ficou em 0,23%.  
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Por Laura Naime, G1 — São Paulo  
23/09/2020 09h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 23 de setembro de 2020 às 12h00

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), ficou em 0,45% em setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – a maior para o mês desde 2012, quando ficou em 0,48%.

A alta foi pressionada pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 1,48% no período, impactados pelas altas das carnes, tomate, óleo de soja e arroz. Os transportes, com alta de 3,19%, também pesaram, puxados pela gasolina, que ficou 3,19% mais cara.

O indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país – mostrou aceleração em relação ao índice de agosto, quando ficou em 0,23%.

No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 1,35% e, em 12 meses, atingiu 2,65%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado no trimestre, foi para 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019.
IPCA-15, setembro/2020 — Foto: Economia G1
IPCA-15, setembro/2020 — Foto: Economia G1

Alimentos pesam no bolso

A pesquisa aponta que os alimentos e bebidas foram o grupo que mais contribuiu para a aceleração do IPCA-15 em setembro. No período, as carnes ficaram 3,42% mais caras, e tiveram o maior impacto dentro do grupo.

Também ficaram mais caros o tomate (22,53%), o óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%). Os três últimos itens acumularam altas de 34,94%, 28,05% e 27,33% no ano, respectivamente.

Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE

  • Alimentação e bebidas: 1,48%
  • Habitação: 0,34%
  • Artigos de residência: 0,79%
  • Vestuário: -0,27%
  • Transportes: 0,83%
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,69%
  • Despesas pessoais: 0,09%
  • Educação: -0,11%
  • Comunicação: 0,15%
Nos transportes, gasolina é a 'vilã', e passagens aéreas sobem

Os transportes tiveram a segunda maior variação em setembro, de 0,83%. A "vilã" mais uma vez foi a gasolina, que subiu 3,19%, na terceira alta consecutiva.

O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular registrou queda de 2,58%.

Ainda em transportes, as passagens aéreas apresentaram alta de 6,11%, após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta no mês, a queda acumulada no ano é de 55,18%.

Plano de saúde puxa recuo nos gastos com saúde

Os gastos com saúde e cuidados pessoais foram destaque de queda no mês, segundo o IBGE, recuando 0,69%.

O movimento foi puxado pelos planos de saúde, que ficaram em média 2,31% mais baratos, em função da decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender reajuste dos contratos de planos de saúde até o fim de 2020. Como o reajuste normalmente é retroativo a maio, os valores antecipados naquele mês foram descontados no IPCA-15 de setembro.

Houve recuo também em produtos farmacêuticos (-0,07%) e higiene pessoal (-0,02%).

Itens de vestuário e educação têm nova queda

O IBGE apontou que os grupos itens de vestuário e educação registraram nova queda em setembro. No primeiro, o recuo de 0,27% foi resultado de quedas de 0,31% em roupas masculinas; 0,52% em roupas femininas, e 0,59% em roupas infantis.

Já em educação, o recuo foi de 0,11%. Tiveram queda apenas os itens de papelaria (-0,35%) e cursos diversos (-0,81%).

Alta em todas as regiões

Todas as regiões pesquisadas tiveram alta de preços em setembro. O maior resultado foi registrado em Goiânia (1,10%), devido às altas nos preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%).

Já a menor variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (0,18%), onde a queda nos preços da gasolina (-2,66%) contribuiu com -0,12 p.p. no resultado do mês.

  • Goiânia: 1,10%
  • Brasília: 0,08%
  • Fortaleza: 0,57%
  • Curitiba: 0,17%
  • Recife: 0,28%
  • São Paulo: 0,25%
  • Belo Horizonte: 0,37%
  • Porto Alegre: 0,30%
  • Belém: 0,15%
  • Rio de Janeiro: 0,20%
  • Salvador: 0,18%
Perspectivas e meta de inflação

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central do governo para o IPCA, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano.

Segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estimam uma inflação de 1,99% em 2020.

O menor menor patamar da inflação desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já registrado foi em 1998 (1,65%).

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano.

Para o fim de 2021, a expectativa do mercado é que a Selic vá a 2,5% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alguma alta dos juros no ano que vem. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Já para o Produto Interno Bruto (PIB), a projeção dos analistas é de um tombo de 5,05% em 2020.

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