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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Endividamento das famílias brasileiras atinge o maior nível em 11 anos

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Estudo nacional feito pela Federação do Comércio de São Paulo mostra que, antes da pandemia, 64% das famílias brasileiras estavam endividadas. Hoje, são 71%.
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Por Jornal Nacional

Postado em 23 de novembro de 2021 às 22h05m

Post. N. =  0.375

Endividamento das famílias brasileiras atinge o maior nível em 11 anos
Endividamento das famílias brasileiras atinge o maior nível em 11 anos

O endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior nível em 11 anos. Foi a consequência do uso de crédito para compensar a queda de renda.

A pandemia deixou uma conta que nem todo mundo pode pagar; R$ 2 mil no cartão de crédito, no caso da dona Fátima Costa Silva, que fazia faxina antes da pandemia.

A patroa não quis mais, ninguém quis mais, mandou todo mundo embora e eu fui.

O aposentado Antonio José da Silva parou de fazer bicos, por causa de problema de saúde, e a dívida cresceu.

Vai pagar um aluguel, pagar uma luz e a água, e aí o salário mínimo não dá para nada.

O país tem o maior número de famílias com dívidas dos últimos 11 anos, segundo um estudo nacional feito pela Federação do Comércio de São Paulo.

Hoje você paga uma e daqui dois, 10 dias, paga outra, afirma o autônomo Marcio Frutuoso.

Cortando dali, cortando acolá, economizando os gastos, mas superando, né? Todo dia a gente supera uma barreira, conta o técnico de refrigeração Manoel de Oliveira.

Manoel e Márcio moram em Rio Branco, a capital com mais famílias endividadas, seguida por Curitiba e Natal, bem acima da média histórica, que é de 61,8%. Antes da pandemia, 64% das famílias brasileiras estavam endividadas. Hoje, são muito mais: 71%.

Endividamento de famílias no Brasil em 2021 — Foto: Reprodução/TV Globo
Endividamento de famílias no Brasil em 2021 — Foto: Reprodução/TV Globo

O endividamento em si não é uma coisa negativa, mas as circunstâncias da capacidade de pagar as dívidas sim. O que a gente tem que avaliar é: se essas famílias terão condições, no futuro, de arcar com esses compromissos. Aí nós temos alguns desafios pela frente. Primeiro: a taxa de desemprego extremamente elevada, que ameaça a massa de rendimento das famílias; e, o fator mais importante: a inflação, que corrói, diariamente, o poder de compra, explica Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.

As famílias brasileiras empobreceram. Em 16 das 27 capitais do país, a renda ainda não voltou ao que era antes da pandemia. Na média, o recuo foi 0,7%. Mas em algumas cidades, como em Vitória, Boa Vista e Fortaleza, o orçamento das famílias encolheu muito mais.

Os economistas dizem que esse raio X das contas das famílias ajuda a explicar porque a economia segue travada. Com o orçamento cada vez mais apertado por causa das dívidas e dos preços subindo, sobra menos para gastar. E sobra menos ainda para tomar crédito, que é um oxigênio da economia. O estudo mostra que é preciso aliviar a pressão sobre as contas do consumidor, para que ele volte a comprar, e a indústria, o varejo e os serviços reajam.

Você tendo seu nome limpo, você mesmo vai lá, faz a compra que você quer, afirma o funcionário público Reinaldo Augusto

O crédito é fundamental para qualquer tipo de economia. Ao se elevar e ficar caro, esse crédito cria o risco da inadimplência. O que seria ruim para todos os segmentos: seja para o governo, seja para as empresas, seja para as famílias, diz Altamiro Carvalho.

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Queda das expectativas pioram o clima econômico na América Latina, diz FGV

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Falta de confiança na política econômica é o principal problema nos países da região, com percentual de 67,4%, seguido por instabilidade política (36,9%) e corrupção (25,2%).
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TOPO
Por Valor Online

Postado em 23 de novembro de 2021 às 1440m

Post. N. =  0.374

Falta de confiança na política econômica é o principal problema nos países da América Latina com percentual de 67,4%, seguido por instabilidade política (36,9%) e corrupção (25,2%), segundo a Sondagem da América Latina divulgada nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Nesse cenário, as incertezas quanto à retomada de um crescimento econômico da região levam a expectativas pela falta de confiança nas diretrizes da política econômica. Soma-se ainda problemas estruturais como: falta de inovação, infraestrutura inadequada e aumento na desigualdade de renda são destacados como questões relevantes para o crescimento econômico dos países.

Indicador de clima econômico da América Latina — Foto: Economia g1
Indicador de clima econômico da América Latina — Foto: Economia g1

O resultado do quarto trimestre de 2021 interrompe a recuperação que vinha sendo observada desde o segundo trimestre de 2020. O Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE), que havia passado para a zona de clima econômico favorável (101,4 pontos) na Sondagem do terceiro trimestre, recuou 20,8 pontos no quarto trimestre.

O clima econômico da América Latina piorou e passou para a zona de avaliação desfavorável liderado pela piora das expectativas que se aproximaram da zona limite entre avaliações favoráveis e desfavoráveis. O ICE é medido pela média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE).

O ISA registrou uma pequena queda de 1,1 ponto, ao passar de 59,1 pontos para 58,0 pontos e continua na zona desfavorável. O que influenciou a queda desse trimestre foi o resultado do IE que despencou 45,5 pontos, ao passar de 150,6 pontos no 3º trimestre para 105,1 pontos no quarto trimestre.

Observa-se que essa é a segunda maior queda entre duas Sondagens consecutivas desde o início da série histórica, em janeiro de 1989. Antes, a maior queda no valor de 58,8 pontos foi entre o 1º e o 2º trimestre de 2020 associada às expectativas pessimistas e incertezas trazidas pela covid-19.

Nesse último trimestre do ano de 2021, a questão da pandemia, embora ainda causadora de incertezas e com resultados distintos em termos de imunização entre os países da região, não pode ser destacada como a principal razão para a reversão das expectativas. Essa questão será analisada na seção sobre os principais problemas que os países enfrentam em relação ao crescimento econômico.

No terceiro trimestre, todos os países registraram melhora no ICE em relação ao trimestre anterior, e o Brasil liderou a lista da maior variação do ICE, conforme reportado na última Sondagem. Agora, na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre, o Brasil liderou a queda na variação do ICE, 55,1 pontos. Em seguida com registros de queda estão os seguintes países: Argentina, Chile, Peru e México.

As quedas observadas no ICE coincidem para esse grupo de países com recuos nas expectativas e na avaliação da situação atual. O Chile é a exceção quanto ao resultado do ISA que melhorou. O Brasil lidera a deterioração das expectativas, 104,2 pontos, com o IE passando de 176,9 pontos para 72,7 pontos.

A magnitude da reversão das expectativas levou o país para uma zona desfavorável do clima econômico. No caso, da situação atual, os recuos foram menores para os países com queda no ICE, no caso do Brasil foi de 14,7 pontos.

Paises

Dos dez países analisados, cinco melhoram na avaliação do clima econômico: Equador; Uruguai; Colômbia; Bolívia; e Paraguai. Todos apresentam ICE na zona favorável, exceto a Bolívia. A melhora no ICE é explicada em todos os países pelos ganhos no Indicador da Situação Atual que atingiu variações superiores a 40 pontos em todos os países desse grupo. Por outro lado, todos registraram piora nas expectativas, exceto a Colômbia.

Cinco países com queda no ICE registraram piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas, exceção do Chile para a situação atual. No entanto, a principal contribuição para a piora do ICE veio do recuo nas expectativas. Em adição enquanto o resultado do ISA indica melhora para seis países e piora para quatro, o das expectativas mostra piora em todos os países, exceto a Colômbia.

O quarto trimestre analisado pelos indicadores da Sondagem aponta a possibilidade de uma piora no clima econômico para a América Latina para os próximos seis meses, embora com intensidades distintas entre os países. O pior ICE e ISA são os da Argentina e o menor IE, do Chile. No entanto, a liderança do Brasil na queda das expectativas sugere um quadro pouco promissor para a economia do país.

Em relação à última consulta no terceiro trimestre para todos os países, o crescimento para 2021 foi revisto para cima. A única exceção foi o Brasil, mas a diferença é de 0,1 ponto.

A desaceleração para 2022 é esperada considerando a base de comparação sobre 2021, um ano de recessão em todos os países em função da pandemia. Na opinião dos especialistas, o Brasil registra o menor crescimento em 2022, o que é compatível com o cenário de expectativas desfavoráveis da sondagem.

Principais problemas

Uma outra leitura realizada foi analisar quais são os três principais problemas que os países enfrentam. Para a América Latina, falta de confiança na política do governo, seguido de instabilidade política e corrupção são os três principais problemas da região.

Observa-se o elevado percentual de 67,4% da falta de confiança na política do governo. No Brasil, falta de confiança na política econômica e instabilidade política receberam o mesmo percentual de 66,7%, seguido de infraestrutura inadequada e aumento da desigualdade de renda.

Os resultados da sondagem mostram um quadro que remete às expectativas desfavoráveis em quase todos os países. Não confiar na política econômica do governo e a instabilidade política como principais problemas são fatores que dificultam a perspectiva de um cenário favorável para o crescimento econômico.

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