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Em 12 meses, índice dispara para 7,27%, bem acima do teto da meta do governo para a inflação no ano, que é de 5,25%. Maior pressão no mês veio da alta da energia elétrica (2,31%).--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Darlan Alvarenga, G1
25/05/2021 09h00
Postado em 25 de 2021 às 13h00m
.* Post. N. = 0.277 *.
Alta do preço da energia elétrica (2,31%) foi o item que mais pressionou a inflação em maio, segundo IBGE. — Foto: Reprodução
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,44% em maio, 0,16 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,60%), conforme divulgou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da desaceleração, foi o maior resultado para um mês de maio desde 2016 (0,86%), pressionado principalmente pela alta na energia elétrica (2,31%).
No ano, o indicador acumula alta de 3,27%. Em 12 meses, atingiu 7,27%, se mantendo acima do teto da meta do governo para a inflação no ano, que é de 5,25%. Em abril, o indicador acumulado em 12 meses estava em 6,17%.
Prévia da inflação de maio ficou em 0,44% — Foto: Economia/G1
Apesar das preocupações com a inflação em 2021, o resultado de maio veio abaixo do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,55% para o período.
Veja o resultado do IPCA-15 para cada um dos grupos:
- Alimentação e bebidas: 0,48%
- Habitação: 0,79%
- Artigos de residência: 0,89%
- Vestuário: 1,42%
- Transportes: -0,23%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,23%
- Despesas pessoais: 0,09%
- Educação: 0,08%
- Comunicação: 0,03%
Indicador acumulado em 12 meses já supera o teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano — Foto: Economia/G1
Oito dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em maio, com destaque para "Saúde e cuidados pessoais" (1,23%), que acelerou em relação a abril (0,44%). Os grupos Habitação (0,79%) e Alimentação e bebidas (0,48%) também tiveram variações superiores às de abril (0,45% e 0,36%, respectivamente).
Entre os itens, a alta da energia elétrica (2,31%) teve o maior impacto individual, respondendo sozinha por 0,10 ponto percentual do IPCA-15. Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, houve reajustes nas contas de luz em capitais como Fortaleza, Salvador e Recife.
Já o gás de botijão (1,45%) subiu pelo 12º mês consecutivo, embora a alta tenha sido menor que a observada no mês de abril (2,49%).
O grupo "Saúde e cuidados pessoais" foi o que registrou o maior impacto sobre o indicador de maio, muito por conta do reajuste de 10,08% nos medicamentos, no início de abril. Segundo o IBGE, houve aumentos expressivos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).
O único grupo com deflação em maio foi "Transportes" (-0,23%), influenciado pela queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas. Já a gasolina teve alta de 0,29%, passando a acumular avanço de 41,55% em 12 meses.
Carnes acumulam alta de 35,68% em 12 meses
No grupo "Alimentação e bebidas", o destaque de alta foi a alimentação no domicílio, que passou de 0,19% em abril para 0,50% em maio. O preço das carnes avançou 1,77%, acumulando aumento de 35,68% nos últimos 12 meses. Já o tomate teve alta de 7,24% no mês, após ter recuado 3,48% em abril.
No lado das quedas, o destaque foi o recuo nos preços das frutas (-6,45%).
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Brasília foi a única região a registrar deflação no IPCA-15 para maio — Foto: Economia/G1
"A alta reiterada do botijão de gás, a décima segunda consecutiva, e a pressão na alimentação em domicílio que somado a energia elétrica mais cara tiram o sono do consumidor. No entanto, o fato de [o resultado de maio] vir mais baixo que o esperado traz alívio momentâneo aos temores inflacionários", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que agora está em 3,50% ao ano.
A projeção do mercado se aproxima cada vez mais do teto da meta de inflação para o ano. Os economistas das instituições financeiras elevaram para 5,24% a estimativa de inflação em 2021, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Parte das estimativas, porém, já aponta para uma taxa ao redor de 6%, em meio a preocupações com a pressão da alta nos preços das matérias-primas e de preços administrados como energia elétrica.
O mercado manteve em 5,50% ao ano a previsão para a Selic no fim do ano, o que pressupõe que haverá novas altas nos próximos meses. Para o fim de 2022, os economistas mantiveram a expectativa para a taxa Selic em 6,50% ao ano.
Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,67%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Flávia Oliveira: ‘Projeção da inflação para 2021 sobe pela sétima semana seguida’
* Colaborou Daniel Silveira, do G1 Rio.
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