Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de julho de 2020

Moody's mostra preocupação com risco de mudança no teto de gastos

--------===-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------===---------


Segundo a agência, uma eventual elevação do teto de gastos sem medidas de compensação seria 'evento negativo' do ponto de vista do rating soberano. 
--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Reuters  
28/07/2020 20h58 Atualizado há 2 horas
Postado em 28 de julho de 2020 às 22h00m

 .*  Post. N. = 0.055  *. 
A agência de classificação de risco Moody's sinalizou preocupação com a possibilidade de flexibilização do teto de gastos no Brasil, alertando que uma eventual elevação do teto de gastos sem medidas de compensação seria "evento negativo" do ponto de vista do rating soberano.

"O teto de gastos é uma âncora chave para o perfil fiscal do Brasil. A introdução de mudanças ao teto de gastos levanta preocupações sobre a trajetória da dívida do Brasil e sobre as perspectivas de estabilização e redução gradual do nível de endividamento", disse Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody's para o rating soberano do Brasil em comentário enviado por e-mail.
Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York — Foto: REUTERS/Brendan McDermidLogo da Moody's na sede da empresa em Nova York — Foto: REUTERS/Brendan McDermid

Maziad acrescentou que leituras de inflação "significativamente" mais baixas aumentam o desafio de cumprimento do teto no próximo ano.

Isso porque o teto de gastos, criado na Emenda Constitucional nº 95 de 2016, determina que aumento de gastos federais do ano corrente seja limitado à inflação medida pelo IPCA acumulada em 12 meses até junho do ano anterior. A medida é válida até 2036.
O IPCA subiu 2,13% nos 12 meses até junho de 2020, conforme dados do IBGE.

A alta dos preços ao consumidor tem se mantido abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central, em boa parte pelos efeitos da crise causada pelo coronavírus. O mercado prevê inflação aquém da meta tanto para 2020 quanto para 2021.

Investidores têm acompanhado com atenção notícias sobre pressão de ministros do governo por mudanças no teto. E mesmo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou no fim de junho que não descartaria mudanças no teto de gastos, mas que o ideal seria que essa discussão ocorresse após a reforma administrativa. Na semana passada, porém, Maia afirmou que o "grande desafio" de 2021 será impedir mudanças na regra do teto.

As preocupações do lado fiscal têm influenciado os cálculos do mercado para o crescimento da economia e da dívida.

Em junho, a Moody's reduziu a estimativa para o desempenho do PIB brasileiro neste ano, passando a ver retração de 6,2%, ante projeção anterior de declínio de 5,2%. O Ministério da Economia projeta queda de 4,7%, enquanto o mercado espera recuo de 5,77%.
Previsão para o PIB melhora, mas ainda é de queda
Previsão para o PIB melhora, mas ainda é de queda

A Moody's atribui perspectiva "estável" ao rating de crédito soberano "Ba2" para o Brasil, abaixo da classificação de grau de investimento.
-----++-====------------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------

Investidores retiram US$ 31,2 bi de aplicações financeiras no Brasil no semestre, maior saída em 26 anos

--------===-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------===---------


Valores englobam aplicações em ações, fundos de investimento e títulos da dívida pública. BC informou que, em doze meses até junho, retirada soma US$ 47,9 bilhões.  
--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília  
28/07/2020 12h02 Atualizado há uma hora
Postado em 28 de julho de 2020 às 13h10m

 .*  Post. N. = 0.054  *. 
Os investidores retiraram US$ 31,252 bilhões de aplicações financeiras no Brasil nos seis primeiros meses deste ano, informou nesta terça-feira (28) o Banco Central. O valor inclui ações, fundos de investimentos e títulos da renda fixa.

Segundo ao BC, é a maior saída de recursos de aplicações financeiras da economia brasileira desde o início da sua série histórica, em 1995, ou seja, em 26 anos.

Essa retirada também representa reversão em relação ao registrado no mesmo período do ano passado – quando US$ 9,087 bilhões ingressaram na economia brasileira.

As retiradas aconteceram em meio à pandemia do novo coronavírus – que tem gerado saída de recursos de países emergentes para títulos de países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

"Essa saída se concentra fundamentalmente em março, com US$ 22,2 bilhões [de retirada], 2/3 do total [do semestre] em um mês único. Essa saída de março, especificamente, está muito relacionada às incertezas daquele momento mais agudo da crise, ou à véspera daquele momento", disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
  • Em doze meses até junho deste ano, a retirada de recursos de aplicações financeiras no Brasil somou US$ 47,9 bilhões, segundo o BC.
  • Somente no mês de junho, porém, o BC registrou ingresso de US$ 2,38 bilhões em aplicações financeiras no Brasil.

"A gente viu esse retorno em junho, mas não dá pra afirmar ainda que é permanente. Em julho [parcial até o dia 23], está meio zero a zero. Daí por diante, se as condições normalizarem, não só da economia brasileira, mas a mundial, a gente pode ver um cenário de recuperação ao menos gradual desses impactos", acrescentou Rocha, do BC.
-----++-====------------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------