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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Dólar fecha em queda, a R$ 5,69, de olho em falas de Lula e dados dos EUA; Ibovespa cai

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Moeda norte-americana recuou 0,08%, cotada a R$ 5,6923. O principal índice de ações da bolsa de valores brasileira caiu 0,55%, aos 129.233 pontos.
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Por g1

Postado em 23 de outubro de 2024 às 10h05m

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Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels
Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels

O dólar fechou em leve queda nesta quarta-feira (23), com investidores repercutindo novos dados dos Estados Unidos e as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião presidencial da Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia.

Destaque para a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) durante a tarde. O relatório, que reúne informações sobre a economia nos distritos onde o BC dos EUA atua, apontou leve crescimento do nível de emprego no país.

Segundo o documento, a atividade econômica ficou quase estável de setembro até o início de outubro, enquanto empresas aumentaram as contratações. O cenário reforça a expectativa de uma redução menor dos juros do país em novembro, de 0,25 ponto percentual (p.p.).

Nesta quarta-feira, o mercado também seguiu reagindo aos novos dados de arrecadação de impostos federais e às projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em queda.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

O dólar recuou 0,08%, cotado em R$ 5,6923. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • recuo de 0,11% na semana;
  • avanço de 4,51% no mês;
  • ganho de 17,31% no ano.

Na véspera, a moeda norte-americana teve um avanço de 0,11%, a R$ 5,6968.

Ibovespa

O Ibovespa recuou 0,55%, aos 129.233 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,55% na semana;
  • perdas de 1,96% no mês;
  • recuo de 3,69% no ano.

No dia anterior, o índice teve uma queda de 0,31%, aos 129.951 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

Com uma agenda de indicadores esvaziada no ambiente doméstico, investidores ficaram de olho nas falas do presidente Lula na Cúpula do Brics — grupo de países de economias emergentes.

Em participação por videoconferência na reunião presidencial da Cúpula do Brics, Lula fez um discurso curto, no qual abordou temas frequentes nas suas últimas participações em fóruns internacionais, como:

  • apelos contra a mudança climática;
  • defesa da taxação dos "super-ricos" e do combate à fome;
  • crítica às guerras no Oriente Médio e no Leste da Europa;
  • pedidos por democratização do acesso às vacinas e à inteligência artificial;
  • defesa da criação de uma "moeda comum" para transações entre países do Brics – que, assim, não precisariam usar o dólar para fazer comércio uns com os outros.

Além disso, o mercado continuou a repercutir os novos dados fiscais, divulgados na véspera. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, o governo arrecadou R$ 203 bilhões em setembro, no maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

A arrecadação de setembro de 2024 foi 11,6% maior que a do mesmo período de 2023, em valores atualizados pela inflação. Além do recorde para o mês, o total arrecadado em nove meses também é o maio da série histórica. De janeiro a setembro, o governo arrecadou aproximadamente R$ 1,96 trilhão.

"Em nossa avaliação, além dos efeitos das medidas de aumento de receitas, o resultado reflete a atividade econômica mais forte e o mercado de trabalho aquecido", avaliaram os analistas da XP em relatório divulgado nesta manhã.

Na esteira dos resultados, investidores também avaliam a melhora da projeção para a economia brasileira anunciada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na terça-feira. Segundo relatório, a instituição aumentou suas previsões de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,1% para 3% neste ano.

A melhora da perspectiva foi atribuída ao fortalecimento do consumo privado e do investimento na primeira metade do ano, impulsionados por um mercado de trabalho aquecido, transferências do governo e um impacto menor do que o esperado das enchentes do Rio Grande do Sul (RS), em maio.

Cenário internacional

No exterior, destaque para o Livro Bege do Fed. O relatório apontou leve crescimento do nível de emprego nos Estados Unidos e apontou que a atividade econômica teve poucas alterações desde o início de setembro.

O cenário mantém as expectativas de que o Fed irá optar por uma redução menor dos juros em novembro, de 0,25 ponto percentual (p.p.).

Os dados do Fed sobre a saúde da economia também mostraram que as pressões inflacionárias continuaram a se moderar.

Economia e inflação continuam sendo questões fundamentais entre os eleitores antes da eleição presidencial nos EUA, em 5 de novembro, tema que segue no radar dos investidores.

Na Europa, atenções para o Banco Central Europeu (BCE) e para o debate sobre se a instituição precisa reduzir os juros o suficiente para estimular a economia da zona do euro, pondo fim a anos de restrição econômica.

Na véspera, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a inflação da região está desacelerando e pode atingir a meta de 2% mais rapidamente do que o projetado.

"Estou absolutamente confiante de que atingiremos essa meta de forma sustentável no decorrer de 2025", disse.

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