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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Ibovespa fecha em alta no penúltimo pregão de 2022 Nesta quarta-feira, principal índice da bolsa brasileira subiu 1,53%, a 110.237 pontos.

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Nesta quarta-feira, principal índice da bolsa brasileira subiu 1,53%, a 110.237 pontos.
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Por g1

Postado em 28 de dezembro de 2022 às 18h40m

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Ibovespa — Foto: Freepik
Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (28), penúltimo pregão de 2022, com o mercado ainda repercutindo a sinalização do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre o fim da desoneração de combustíveis — o que tende a ajudar a arrecadação federal em momento de preocupação com as conta públicas.

Também estão no radar dos investidores a formação da equipe ministerial do presidente eleito Lula e as notícias de reabertura da China após a flexibilização de restrições à Covid-19.

O Ibovespa subiu 1,53% nesta quarta, a 110.237 pontos. Veja mais cotações.

Na terça-feira (27), o Ibovespa recuou 0,15%, a 108.578 pontos. Com o resultado, acumula queda de 2% no mês. No ano, no entanto, tem alta de 5,17%.


O que está mexendo com os mercados?

No cenário doméstico, os investidores acompanham a formação da equipe ministerial do presidente eleito Lula. Entre os nomes de maior destaque, está o da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Na terça-feira, o futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que ela havia aceitado o convite para assumir o Ministério do Planejamento.

Na área econômica, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quarta mais dois nomes que vão compor a sua equipe ministerial a partir do próximo ano.

Ele anunciou Tatiana Rosito, servidora do Ministério das Relações Exteriores, para comandar a Secretaria de Assuntos Internacionais; e Fernanda Santiago, servidora da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), para chefiar a Assessoria Especial de Assuntos Jurídicos.

Ainda no cenário local, destaque para as discussões sobre a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis. Fernando Haddad pediu na terça-feira que o atual governo não prorrogue a desoneração — o que tende a ajudar a arrecadação federal em momento de preocupação com as conta públicas.

Os impostos federais foram zerados até o fim deste ano, pelo governo e pelo Congresso, em meio à escalada dos preços em junho de 2022 motivada, entre outros fatores, pela guerra da Ucrânia. Para que a desoneração continue no próximo ano, é necessária a edição de uma medida provisória.

De acordo com levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a volta de tributos federais sobre combustíveis deve elevar o preço da gasolina em R$ 0,69 por litro.

No Brasil, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para novembro apontaram nesta manhã a criação de 135.495 vagas formais de trabalho.

Para Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter, o número "confirma tendência de desaceleração do mercado de trabalho, com a política monetária bastante restritiva".

No cenário externo, o recuo dos rendimentos dos Treasuries (títulos do governo americano) de longo prazo também ajuda na redução das taxas longas e do dólar.

Os mercados globais mostram preocupação com os surtos de Covid-19 na China, que têm paralisado atividades no curto prazo, apesar dos planos de reabertura da economia chinesa.

Também nesta quarta, Hong Kong anunciou que vai acabar as suas rigorosas medidas de controle da Covid, seguindo os passos da China, que já atenuou suas regras nos últimos dias.

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domingo, 25 de dezembro de 2022

Preços dos alimentos disparam e renda dos brasileiros não acompanha; entenda por quê

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Levantamento feito pelo g1 mostra que, enquanto a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41% mais caros.
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Por Marta Cavallini, g1

Postado em 25 de dezembro de 2022 às 09h40m

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Preços de alimentos exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
Preços de alimentos exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Se antes da pandemia os brasileiros já sofriam para dar conta da feira e do supermercado, nos últimos três anos virou um verdadeiro malabarismo tentar não comprometer tanto o orçamento com a cesta de alimentos.

Mas a renda dos trabalhadores não tem acompanhado a escalada de preços. Mesmo quando os salários são reajustados pela inflação, a defasagem continua, porque os alimentos têm subido acima dela desde a pandemia. Assim, o poder de compra fica comprometido, ou seja, o que as pessoas ganham não acompanha a alta dos alimentos.

Levantamento feito pelo g1 mostra que, enquanto a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41,5% mais caros.

Veja o que mostram os dados:

  • Em outubro de 2019, o rendimento médio mensal do trabalho era de R$ 2.301
  • Em outubro de 2022, esse rendimento era de R$ 2.754 – uma alta de 19,68%
  • No intervalo entre esses meses, a inflação ficou em 22,45%
  • Já os alimentos subiram 41,5%
Cesta básica e rendimento

O resultado dessas altas desiguais é que a cesta básica vem comprometendo uma fatia maior da renda das famílias.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, em outubro de 2019, 43,8% do salário mínimo era comprometido com a compra da cesta básica. Neste ano, essa fatia cresceu para 58,78%.

Em 2019, o brasileiro precisava trabalhar, em média, 88 horas e 39 minutos para comprar os produtos da cesta básica. Agora, são totalizando 119 horas e 37 minutos.

Considerando o rendimento médio do trabalho, em valores nominais, a fatia comprometida pela cesta básica passou de 20,6% para 27,7%. Os dados consideram o valor da cesta básica apurado na capital paulista, o mais alto encontrado pelo Dieese.

Veja no gráfico abaixo:


Os vilões da alta dos alimentos

André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, aponta que a inflação dos alimentos tem sido praticamente o dobro da inflação média, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos acumulado em 12 meses até novembro deste ano o IPCA ficou em 5,90%, enquanto os alimentos subiram 11,84%.

O g1 não fez a comparação do rendimento médio com a inflação de novembro porque os dados do mercado de trabalho só serão divulgados pelo IBGE em janeiro próximo.

Os salários são orientados pelo IPCA geral ou INPC. Então quem ganha muito pouco e recebe um aumento orientado pelo IPCA médio vai ter perda da qualidade de vida porque não vai conseguir repor a cesta de consumo, composta por alimentos que acumulam o dobro da inflação, e isso vem piorando ao longo dos últimos anos, explica o economista.

Entre os motivos citados por Braz para a alta dos alimentos estão episódios climáticos que prejudicaram a agricultura, a crise hídrica que afetou o preço da energia elétrica e a guerra entre Rússia e Ucrânia que reduziu a oferta de milho, trigo e soja.

Braz cita ainda a alta do diesel, que é o combustível usado pelas máquinas no campo e para escoamento da produção agrícola, além da alta de derivados do petróleo como agrotóxicos, adubos e fertilizantes.Então a produção de alimentos é desafiada pelo custo dos insumos básicos para o plantio, pelo custo do frete e pela própria força de trabalho, afirma.

Para Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, a alta do dólar, a seca de 2021 e a escassez de insumos afetaram a produção de alimentos. E o encarecimento do preço dos barris de petróleo em 2021 e neste ano também tiveram grande influência sobre os preços.

Imaizumi aponta também que a desvalorização do real ante o dólar chegou a 31,5% entre janeiro de 2020 e 12 de dezembro deste ano. Tivemos também a maior seca do último século no ano passado, o encarecimento das commodities após as expectativas de vacinação e a guerra na Ucrânia que encareceu as commodities energéticas e agrícolas, diz.

O economista do FGV Ibre afirma que as hortaliças e legumes, o açúcar, os derivados do leite e do trigo acumulam uma inflação elevada. E os únicos itens que não têm subido tanto de preço são as carnes. Porém, elas pararam de subir recentemente e se estabilizaram em um nível de preços mais alto.

Alta dos juros desacelera a inflação

A tendência para 2023 é que haja uma desaceleração no ritmo de alta de preços, porque a inflação subiu no mundo inteiro, vários países estão vivendo uma inflação mais forte, como os Estados Unidos. Então a elevação da taxa de juros limita a demanda e o consumo e ajuda a conter o avanço da inflação, estima Braz.

O economista lembra que a alta dos juros também penaliza o desenvolvimento. Com taxas mais altas ninguém vai investir para pagar uma dívida maior, então ao desestimular o investimento há uma redução da demanda.

Segundo Braz, a queda na demanda e nos investimentos desfavorece o aumento de preços. E como esse cenário é global, isso pode ajudar a esfriar as tensões inflacionárias no Brasil e no mundo.

O desaquecimento da economia global prevista para os próximos meses em função do aumento de juros é que vai conter um pouco esse processo inflacionário. E a alimentação não está isenta disso, apesar de ser influenciada por outras questões, diz.

Informalidade afeta renda do trabalhador

Imaizumi afirma que o rendimento médio do real do trabalhador diminuiu porque a qualidade da recuperação das vagas durante a pandemia se deu por meio da informalidade, o que acabou precarizando o mercado de trabalho.

Outro fator que afeta o poder de compra, segundo Imaizumi, é que o reajuste do salário mínimo pelo INPC, que tem praticamente a mesma variação do IPCA (a diferença está no perfil de famílias pesquisadas), não permite que a inflação dos alimentos seja reposta.

Isso faz com que o reajuste não seja feito de maneira correta, sendo que a alimentação tem um peso maior na cesta das famílias mais pobres. Esses índices de inflação acabam não retratando fielmente a cesta de consumo da maioria dos brasileiros, diz o economista.

A gente tem que lembrar que muitos brasileiros vivem na situação de pobreza, então tem essa questão da alta da alimentação dentro do IPCA bem maior que o próprio índice nesses últimos anos. Mas talvez em 2023 a gente tenha um alívio um pouco maior no aumento de preços dos alimentos, aponta.

Política fiscal também influencia

Braz aponta que a discussão do momento é como a política fiscal será absorvida pelo orçamento. Essa incerteza pode desvalorizar o real frente ao dólar, o que ajuda a potencializar a inflação de duas maneiras.

A primeira é que o país passa a exportar mais. Com o real desvalorizado, todo mundo quer comprar produtos do Brasil porque estão mais baratos – mas, ao mesmo tempo em que o aumento da exportação é bom para a balança comercial, acaba sendo um desafio para a inflação porque isso pode desabastecer o mercado interno, o que pode forçar a alta de preços.

O outro fator é a importação, que também eleva os preços: com o real desvalorizado, o país paga mais caro pelos produtos em dólar, o que gera mais inflação. O trigo é um exemplo, pois é um dos produtos mais importados e matéria-prima para uma série de itens da cesta dos brasileiros, como pão e macarrão.

Então são vários desafios. O país pode não seguir essa onda de desinflação global com tanta intensidade como em outros países justamente pela fragilidade fiscal e os efeitos negativos que isso pode trazer sobre o câmbio e o preço dos alimentos, conclui Braz.
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Ibovespa fecha em forte alta e termina semana com ganho de 6,65%

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Nesta sexta-feira, o principal índice da bolsa brasileira registrou alta de 2%, a 109.698 pontos.
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Por g1

Postado em 23 de dezembro de 2022 às 12h20m

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Ibovespa — Foto: Freepik
Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta sexta-feira (23), com a prévia da inflação brasileira em linha com o esperado pelo mercado e com dado ameno de inflação nos Estados Unidos.

O índice registrou alta de 2%, aos 109.698 pontos. A semana termina com alta de 6,65% — é o maior valor desde a semana de 21 de outubro (7,01%), segundo o TradeMap. Veja mais cotações.

No dia anterior, o Ibovespa avançou 0,11%, a 107.551 pontos. Com o resultado, o índice acumula queda de 2,48% no mês. No ano, no entanto, sobe 4,65%.


O que está mexendo com os mercados?

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,52% em dezembro.

O índice fechou o ano de 2022 com variação acumulada de 5,90%, menor taxa em 20 meses — a menor taxa até então havia sido em março de 2021 (5,52%). Em 2021, a prévia da inflação havia sido de 10,42%, a maior para um ano desde 2015.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro. Transportes e Alimentação e bebidas foram responsáveis pelo maior impacto no mês. Vestuário, por sua vez, apresentou a maior variação, fechando o ano com a maior alta acumulada (18,39%) entre os grupos.

Já na bolsa, os acionistas da resseguradora IRB Brasil aprovaram o grupamento de ações ordinárias na proporção de 30 para 1, sem alteração do capital social, disse a empresa em comunicado na noite de quinta-feira. O grupamento será efetivado em 25 de janeiro, com base na posição acionária do dia anterior.

"Como ato subsequente à efetivação do grupamento, as frações de ações eventualmente existentes serão identificadas, agrupadas em números inteiros e vendidas pela companhia em leilão a ser realizado na B3 em data a ser oportunamente divulgada", disse a empresa.

Ainda nesta sexta, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atendeu a pedidos de participantes de mercado e abriu a possibilidade de fundos de investimentos investirem em criptoativos. A medida é válida para os fundos de investimento financeiros (FIF, que inclui ações, cambiais, multimercados e renda fixa).

O regulador diz que o foco da solução esteve em permitir que os fundos possam operar esse novo segmento de mercado, sem, entretanto, fragilizar os controles relacionados à existência, integridade e titularidade dos ativos – uma clássica preocupação da regulamentação de fundos.

No exterior, o mercado também avaliou os resultados da inflação dos Estados Unidos, depois de resultados fortes do PIB e dos pedidos de auxílio-desemprego.

O Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA se desacelerou em novembro, a 5,5% em termos anuais, contra os 6,1% de outubro. O Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) quer reduzir o índice PCE para 2% anual.

Em um mês, a alta dos preços foi de apenas 0,1%, ante 0,4% em outubro. As medidas do Fed para desacelerar a economia e conter a inflação frearam o consumo, que cresceu apenas 0,1%, contra 0,9% em outubro.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi revisado para cima, a uma taxa anualizada de 3,2% no terceiro trimestre. Já o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou menos do que o esperado na semana passada, para 216 mil na semana encerrada em 17 de dezembro.

Esses dados destacaram a força da economia dos Estados Unidos e agravaram as preocupações com o contínuo aperto da política monetária pelo Federal Reserve (BC dos EUA).

Na China, as ações terminaram em baixa nesta sexta-feira, já que o aumento dos casos de Covid afeta a atividade econômica e piora o sentimento dos investidores.

O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com perda de 0,2%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,29%. O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,44%. Na semana, o CSI 300 caiu 3,2%, registrando o pior desempenho semanal desde novembro, enquanto o Hang Seng subiu 0,7%.

A China, que abandonou a política de Covid zero, está esperando um pico de infecções de Covid-19 dentro de uma semana, disse uma autoridade de saúde, com as autoridades prevendo uma pressão extra sobre o sistema de saúde do país, mesmo quando minimizam a gravidade da doença e continuam a relatar que não há novas mortes.

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Governo faz nova projeção e prevê superávit de R$ 34,1 bi em 2022

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Previsão anterior da pasta era de R$ 23,4 bilhões de superávit. Economia também detalhou nesta quinta-feira (22) o desbloqueio de recursos do Orçamento de 2022.
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Por Ana Paula Castro, TV Globo — Brasília

Postado em 23 de dezembro de 2022 às 08h30m

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O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (22) as contas do governo devem registrar um superávit primário de R$ 34,1 bilhões neste ano.

O saldo primário indica que o governo deve gastar menos do que a arrecadação do ano, sem contar as despesas com a dívida pública. Se confirmado, será interrompida uma trajetória de oito anos com as contas no vermelho.

No final de novembro, o governo previa fechar o ano com um superávit de R$ 23,4 bilhões. A melhora do resultado é explicada, principalmente, pelo bom desempenho da arrecadação.

De acordo com a Receita Federal, no acumulado de janeiro a novembro, a arrecadação federal somou R$ 2 trilhões.

Os números da Receita Federal mostram que essa foi a maior arrecadação, para o período, desde o início da série histórica, em 1995.

Cenário em 2023

Apesar do resultado positivo estimado para este ano, as contas devem voltar ao vermelho em 2023, ou seja, deve ser registrado um déficit primário.

O déficit primário é registrado quando as despesas do governo superam as receitas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Para honrar esse valor adicional, a União tem de emitir mais dívida. Quando acontece o contrário, o resultado é de superávit.

O projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso Nacional com a proposta de Orçamento para 2023 previa um déficit de R$ 63,7 bilhões. Na versão aprovada aprovada nesta quinta-feira (22) pelo Congresso, a previsão para o rombo das contas do governo em 2023 subiu para R$ 231,5 bilhões.

A proposta aprovada acrescentou o espaço previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para gastos correntes e investimentos.

Congresso aprova Orçamento de 2023Congresso aprova Orçamento de 2023

A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e promulgada pelo Congresso nesta quarta-feira (21). A proposta liberou R$ 145 bilhões em despesas dos ministérios no ano que vem, além de mais recursos para investimentos.

Congresso promulga PEC da Transição; Orçamento de 2023 já pode ser votado a partir desta quinta
Congresso promulga PEC da Transição; Orçamento de 2023 já pode ser votado a partir desta quinta

Desbloqueio de recursos

O Ministério da Economia também informou nesta quinta-feira (22) que houve um desbloqueio de R$ 7,56 bilhões do Orçamento de 2022.

A ação foi tomada depois que uma Medida Provisória, editada na última quinta-feira (15), permitiu a abertura de crédito extraordinário para pagamento de despesas previdenciárias (veja mais abaixo). A MP liberou R$ 7,56 bilhões para a previdência social via crédito extraordinário.

Como o crédito extraordinário fica fora do teto de gastos, o governo ganhou espaço para desbloquear parte dos recursos.

"Isso aqui [a edição da MP] permitiu que a gente pudesse, portanto, desbloquear recursos que estavam destinados à despesa previdenciária, uma vez que a MP é aberta, ela fica fora do teto de gastos, (...) então nós tivemos a possibilidade (...) de retornar 7,6 bilhões para despesas dos órgãos, desbloqueamos recentemente", explicou o secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau.

Medida provisória

Com o crescimento de despesas obrigatórias que precisam ser acomodadas no orçamento (como as previdenciárias), o espaço para gastos não obrigatórios dentro do teto de gastos — regra fiscal que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior — ficou reduzido, com isso, o governo começou a realizar bloqueios de recursos do orçamento.

No entanto, este mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou legal que o governo abra crédito extraordinário para honrar despesas previdenciárias quando houver risco de interrupção do pagamento.

A partir desse entendimento, o governo editou a MP liberando crédito extraordinário de R$ 7,56 bilhões para a previdência social.

Após a edição da MP, sobrou um espaço de R$ 7,56 bilhões dentro do teto de gastos, então o governo conseguiu desbloquear parte dos recursos.

Segundo a Economia, outros R$ 4,41 bilhões foram remanejados de despesas discricionárias (não obrigatórias) para o pagamento de despesas obrigatórias.

Relatório extemporâneo

Nesta quinta-feira (22), o Ministério da Economia divulgou também o relatório extemporâneo de avaliação de receitas e despesas.

O documento costuma ser divulgado a cada dois meses e é através dele que o governo pode anunciar um novo bloqueio de recursos para cumprimento das regras fiscais (como o teto de gastos) ou o desbloqueio de recursos que estavam contingenciados.

O relatório divulgado nesta quinta (22) é chamado de extemporâneo justamente porque foi divulgado com um prazo menor, entre o intervalo de dois meses.

Na apresentação do documento, o secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, informou que, diante da nova avaliação, mais R$ 547,3 milhões do Orçamento de 2022 podem ser desbloqueados.

Chega no relatório agora, a gente atualiza as estimativas e aí chegamos a conclusão que temos mais uma redução de despesa obrigatória de 547 milhões, quando temos a redução da despesa obrigatória, posso desbloquear", explicou.

Culau disse ainda que a destinação desses recursos deve ser decidida pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) nos próximos dias.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Ibovespa fecha em alta após acordo para elevar teto de gastos por apenas um ano na PEC da Transição

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O índice subiu 2,03% e fechou aos 106.864 pontos.
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Por g1

Postado em 20 de dezembro de 2022 às 12h15m

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Ibovespa — Foto: Freepik
Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, encerrou a sessão desta terça-feira (20) em alta, na medida em que investidores mantinham a PEC da Transição no radar. A proposta prevê aumentar o teto de gastos para bancar os benefícios sociais que são as principais promessas de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao final da sessão, a Bolsa de Valores brasileira fechou com alta de 2,03%, a 106.864 pontos. Veja mais cotações.

No dia anterior, o Ibovespa subiu 1,83%, aos 104.740 pontos. Com o resultado desta terça-feira, o índice acumula queda de 5,0% no mês. No ano, no entanto, passou a acumular alta de 1,95%.


O que está mexendo com os mercados?

O principal destaque desta terça-feira (20) ficou com o acordo feito na Câmara dos Deputados para reduzir a o prazo para elevação do teto de gastos na PEC da Transição para um ano. As declarações foram feitas pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), após encontro de parlamentares com membros do governo eleito.

A expectativa é que o valor de R$ 145 bilhões para o pagamento do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) e o espaço fiscal em cima do excesso de arrecadação sejam mantidos.

Para aprovar as propostas, são necessários pelo menos 308 votos, em dois turnos. Se os deputados fizerem mudanças na proposta, a PEC precisa voltar para o Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou que a votação da PEC da Transição na Câmara deve acontecer ainda nesta terça (20).

No domingo (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que os recursos destinados ao pagamento de benefícios para garantir a renda mínima aos brasileiros estão fora da regra do teto de gastos.

O ministro fixou também entendimento de que pode ser garantido dinheiro para o Auxílio Brasil pela abertura de crédito extraordinário e que deve haver verba suficiente para que seja mantido o valor de, pelo menos, R$ 600.

Já no exterior, o destaque ficou com o ajuste inesperado do banco central do Japão em seu controle de rendimento de títulos, juntando-se a seus pares globais no esforço para conter a inflação e em um movimento que busca aliviar alguns dos custos do estímulo monetário prolongado.

Com a mudança, o BC japonês permitiu que o rendimento dos títulos de 10 anos se mova com uma banda de 0,50 ponto percentual (p.p.) tanto para cima quanto para baixo em relação à meta de 0%, contra faixa anterior de 0,25 p.p..

A decisão, segundo o presidente do BC do Japão, Haruhiko Kuroda, tem o objetivo de eliminar distorções na forma da curva de juros e garantir que os benefícios do programa de estímulo sejam direcionados aos mercados e empresas.

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