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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

'É libertador': as pessoas que abandonam redes sociais

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Um número pequeno, mas crescente de pessoas está desistindo de Facebook, Twitter e Instagram.
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TOPO
Por BBC

Postado em 10 de novembro de 2022 às 17h00m

#         Post. N. =  0.548        #

Gayle Macdonald lembra que 'existem outras coisas na vida' além de postar conteúdo nas redes sociais — Foto: Iain MacDonald/Arquivo pessoal via BBC
Gayle Macdonald lembra que 'existem outras coisas na vida' além de postar conteúdo nas redes sociais — Foto: Iain MacDonald/Arquivo pessoal via BBC

Quando Gayle Macdonald chegou ao pico da Sierra Nevada, na Espanha, no início deste ano, ela não parou apenas para apreciar a paisagem.

Em vez disso, ela, que tem 45 anos de idade, fez o que muitas pessoas fariam: procurou o melhor lugar para tirar uma selfie e postar nas redes sociais. Ela admite até que chegou perigosamente perto do precipício para isso.

Foi depois daquele momento, quando foi repreendida pelo seu marido, que ela decidiu abandonar as redes sociais.

"Foi como se [alguém dissesse] 'isso tem que parar'", relembra Macdonald, cidadã britânica que mora perto de Granada, na Espanha.

"Tirar foto era a primeira coisa em que pensava quando saía do carro", ela conta. "Pensar todo o tempo em criar conteúdo e me preocupar com o que dizer estava ocupando espaço demais na minha cabeça e me deixando deprimida."

Uma semana depois, ela postou no Facebook e no Instagram que estava deixando as plataformas.

"Foi surpreendente ver que foi a minha postagem mais curtida no Instagram. Todos estavam comentando 'eu queria poder fazer o mesmo' e 'você é muito corajosa'."

Macdonald é coach pessoal, especializada em ajudar as pessoas a parar de beber. Ela percebeu que passava, em média, cerca de 11 horas por semana nas redes sociais.

E afirma que a ideia de abandonar os aplicativos era muito mais assustadora do que a ação real de sair.

"Depois que saí, não tive mais vontade de voltar", ela conta. "Foi bem libertador. Estou agora há mais de seis meses sem acessar as redes sociais e recuperei parte daquela sensação de paz e liberdade que experimentei quando parei de beber."

Número pequeno, mas crescente de pessoas está deixando Facebook, Twitter e Instagram — Foto: Alessandro Feitosa Jr/g1
Número pequeno, mas crescente de pessoas está deixando Facebook, Twitter e Instagram — Foto: Alessandro Feitosa Jr/g1

Muitos de nós passamos uma parte enorme do tempo nas redes sociais. Um estudo global em julho de 2022 estimou que uma pessoa passa, em média, duas horas e 29 minutos por dia nesses aplicativos e websites — cinco minutos a mais do que no ano passado.

Algumas pessoas podem achar que este é um mau hábito que deveria ser eliminado. Mas, para outras, é uma forma real de dependência que elas precisam de ajuda para superar.

A organização UK Addiction Treatment (UKAT), que mantém centros de tratamento de dependência em redes sociais, afirma que houve um aumento de 5% da quantidade de pessoas que buscam auxílio para o problema nos últimos três anos.

"Sem dúvida, a sociedade desenvolveu forte dependência das redes sociais e da internet, de forma geral, durante a pandemia", afirma Nuno Albuquerque, consultor da UKAT.

O aumento da conscientização sobre essas preocupações levou mais pessoas como Macdonald a abandonar as redes sociais ou pelo menos reduzir o tempo gasto nelas. E os provedores estão observando a tendência.

No início do ano, a empresa Meta, proprietária do Facebook, informou que seu número diário de usuários ativos diminuiu pela primeira vez na sua história.

E um relatório interno do Twitter que vazou em outubro afirmava que seus usuários mais ativos agora estão tuitando menos. O Twitter não desmentiu a autenticidade do vazamento.

Até o novo dono do Twitter, o bilionário Elon Musk, especulou no início do ano: "o Twitter está morrendo?"

E, recentemente, sua aquisição fez com que celebridades de Hollywood declarassem que irão sair do Twitter, por estarem insatisfeitas com as opiniões de Musk sobre a liberdade de expressão e seus planos para o serviço.

Mas, de volta ao mundo real, quais são as outras razões que estão levando as pessoas a abandonar as redes sociais?

'Cada vez menos privacidade'

A empresária Urvashi Agarwal saiu do Instagram em 2014, mas sua ausência durou apenas cerca de um ano.

Até que, em agosto de 2022, ela excluiu sua conta pessoal pela segunda vez e afirma categoricamente que, desta vez, não haverá retorno.

Urvashi Agarwal está decidida a abandonar o Instagram - desta vez, para sempre — Foto: Arquivo pessoal via BBC
Urvashi Agarwal está decidida a abandonar o Instagram - desta vez, para sempre — Foto: Arquivo pessoal via BBC

"Saí definitivamente", afirma a fundadora da marca britânica de chás JP's Originals, que mora em Londres.

"Cem por cento. Não é só uma grande perda de tempo, mas parece que simplesmente há cada vez menos privacidade no mundo. Tudo o que você faz é constantemente publicado."

Agarwal também não usa mais o Twitter, nem o Facebook. Ela acha libertador: "Adoro. Agora, leio 15 páginas de um livro todas as noites."

A psicoterapeuta de Londres Hilda Burke, autora do livro The Phone Addiction Workbook ("Livro de exercícios sobre a dependência do telefone", em tradução livre), afirma que existe atualmente maior consciência sobre a quantidade de tempo que as pessoas estão "desperdiçando" nas plataformas das redes sociais.

"Agora, isso pode ser quantificado facilmente, pois a maioria dos telefones mostra detalhadamente como você está passando seu tempo online", afirma ela.

"Ver a soma de tudo isso pode ser um alerta poderoso", explica Burke. "Muitos dos meus clientes expressaram correlação entre o uso intenso das redes sociais, má qualidade de sono e aumento da ansiedade."

Ela aconselha às pessoas que saírem das redes sociais que informem todos os seus amigos, para que eles não continuem tentando entrar em contato por meio das plataformas.

"Ofereça outras formas de contato. Talvez uma ligação telefônica à moda antiga possa atender melhor ao relacionamento na ausência de mensagens diretas", aconselha Burke.

Já a executiva de relações públicas Kashmir, que prefere não informar seu sobrenome, tem 27 anos de idade e mora em Rochester, no Reino Unido. Ela saiu do Instagram 10 meses atrás e, antes, também já havia abandonado o Snapchat.

"O principal fator foi minha saúde mental", afirma ela. "Existe muita pressão para acompanhar o que as outras pessoas estão fazendo, o que realmente não é representativo, nem a realidade daquela pessoa."

"Eu ficava rolando a tela à noite para depois ter uma noite de sono ruim e não me sentir revigorada quando acordava", conta Kashmir.

"Agora, não estou fazendo comparações na minha vida diária e realmente não sei o que as celebridades estão fazendo."

"Isso me permite estar mais firme e presente, comprometida com as decisões que tomo, em vez de ser influenciada", ela conta.

Kashmir acrescenta que não estar no Instagram, nem no Snapchat, não afetou seu trabalho em relações públicas e que ela ainda usa o LinkedIn sempre que está procurando um novo emprego.

Você costuma postar selfies em alguma rede social? Com que frequência? — Foto: Getty Images via BBC
Você costuma postar selfies em alguma rede social? Com que frequência? — Foto: Getty Images via BBC

Nuno Albuquerque, da UKAT, afirma que as redes sociais podem causar dependência por muitas razões. A principal delas é que as redes servem de forma de escape, especialmente para a geração mais jovem.

"É simplesmente uma forma de conectar-se sem conexão, um conforto disponível a todo momento para fazer companhia a muitas pessoas", explica ele.

"Mas a dependência alimenta o isolamento e, se alguém passar mais tempo vivendo online que no mundo real, naturalmente ela ficará isolada, o que pode gerar mais dependência."

Ele aprova o fato de que mais pessoas estão abandonando as redes sociais. "É provável que, em algum momento, começaremos a perceber os danos que elas podem causar aos nossos relacionamentos, à nossa saúde mental e à nossa experiência dos momentos da vida real."

De volta à Espanha, Gayle Macdonald afirma que está mais feliz sem as redes sociais.

"É tão libertador sentar e tomar uma xícara de chá sem me preocupar com a imagem, a legenda e se deve ou não ser um story, reel ou postagem. Realmente, existem outras coisas na vida além disso."

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Dólar fecha em alta de mais de 4%, na maior alta diária desde março de 2020

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Moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 4,10%, cotada a R$ 5,3942, enquanto o Ibovespa caiu 3,35%, aos 109.775 pontos
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Por g1

Postado em 10 de novembro de 2022 às 14h25m

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Mercado financeiro está bem cauteloso em relação ao aumento do gasto público e pelo teto de gastos, diz economistaMercado financeiro está bem cauteloso em relação ao aumento do gasto público e pelo teto de gastos, diz economista

O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira (10), com os investidores reagindo às incertezas em relação ao controle das contas públicas no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Também pesou contra o real neste pregão a divulgação da inflação de outubro, que subiu acima das expectativas do mercado.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 4,10%, cotada a R$ 5,3942a maior cotação de fechamento desde 29 de setembro, quando encerrou a R$ 5,3950, e maior alta diária desde 16 de março de 2020, quando subiu 5,16%, durante o início da crise provocada pela Covid-19. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4129. Veja mais cotações.

Com o resultado, a moeda acumula alta de 6,63% na semana, e de 4,43% no mês. No entanto, no ano, o dólar ainda apresenta queda de 3,24% frente ao real.


O que está mexendo com os mercados?

No começo da manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que representa a inflação oficial do país. Em outubro, o indicador teve avanço de 0,59%, após três meses consecutivos de deflação.

O mercado já esperava uma alta na inflação brasileira, mas o avanço nos preços foi superior às expectativas de especialistas, que projetavam uma alta média de 0,50%.

A maior influência no índice geral veio do grupo "Alimentação e bebidas", com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral.

Na sequência das maiores influências estão os grupos de "Saúde e cuidados pessoais" (1,16% e 0,15 p.p.) e "Transportes" (0,58% e 0,12 p.p.). Já o grupo "Vestuário" teve a alta mais intensa, de 1,22%.

A nova alta dos preços no Brasil ocorre em um momento em que investidores estão cautelosos com os gastos do novo governo a partir de 2023.

"O mercado está preocupado com a dinâmica dos gastos públicos. Tem que ser uma dinâmica sustentável", afirmou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria, em entrevista a GloboNews.

Além disso, Alessandra Ribeiro pontua, também, que ainda não há definição sobre quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano, o que adiciona incertezas e volatilidade ao mercado.

Investidores esperam a nomeação de uma pessoa mais alinhada ao centro do que a esquerda para as pastas da economia.

Para cumprir com as principais promessas de campanha de Lula – com destaque para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e reajuste do salário mínimo –, o governo de transição planeja criar a PEC da Transição, que liberaria cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos.

Para o assessor de investimentos na Phi Investimentos Gabriel Cordeiro, o discurso adotado pelo presidente eleito vai na contramão dos desejos do mercado e impactou diretamente a desvalorização do real frente ao dólar nesta quinta-feira.

"Caso essas ideias que apoiam o furo do teto de gastos e criticam a estabilidade fiscal sejam colocadas em prática, esse cenário afetará negativamente qualquer investidor que tenha o 'risco Brasil' em seu patrimônio. Isso porque o país tende a se endividar com esse tipo de política, trazendo uma inflação maior, forçando o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas e desvalorizando os ativos brasileiros", disse o assessor.

Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won

Exterior

Já no cenário externo, o destaque do dia também fica por conta da inflação, desta vez nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro subiu 0,4%, segundo o Departamento do Trabalho do país. O resultado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado, de alta de 0,6%.

Uma inflação muito elevada na maior economia do mundo pesa contra a valorização do real frente ao dólar. Quando os preços disparam, a estratégia dos bancos centrais é elevar as taxas de juros.

Nos EUA, os juros já subiram até um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano, e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou que novas altas devem ocorrer nos próximos meses.

Juros mais altos impactam positivamente a rentabilidade dos títulos públicos de um país, que passam a entregar retornos maiores e mais atrativos.

Como os títulos americanos são considerados os mais seguros do mundo, se a rentabilidade deles sobe, há uma tendência global de migração dos investidores para esses investimentos, em detrimento dos ativos de risco. Nesse sentido, o dólar ganha força ante a moeda nacional.

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