Empresas de capital aberto acumularam valorização nas bolsas, contrariando maré de crise causada pelo novo coronavírus.
Por G1*
10/09/2020 16h10 Atualizado há 4 dias
Postado em 14 de setembro de 2020 às 13h35m
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As 32 empresas mais rentáveis do mundo acumularam lucro ainda maior em 2020 mesmo com a economia abalada pela pandemia do novo coronavírus. Um levantamento da ONG Oxfam mostra que esse grupo teve resultado de U$S 109 bilhões a mais do a média obtida por essas companhias nos últimos quatro anos.
Relatório da organização divulgado nesta quinta-feira (10) mostra que
os efeitos da crise mergulhou a economia global em uma recessão
histórica, provocando a destruição de empregos e aumentando as
desigualdades sociais a longo prazo, mas diversas multinacionais
continuaram enriquecendo.
Separadas as 100 empresas "campeãs do mercado de ações", como define a ONG, as valorizações acrescentaram mais de US$ 3 trilhões ao seu valor de mercado desde o início da pandemia. A Oxfam elenca ainda que os 25 bilionários mais ricos do mundo registraram um aumento no patrimônio, entre março e maio, estimado em U$S 255 bilhões.
O exemplo maior é Jeff Bezos,
dono da Amazon, cuja fortuna é estimada em U$S 204 bilhões pela revista
Forbes. As ações da companhia na bolsa subiram cerca de 76% desde
janeiro. O ganho do empresário, diz a Oxfam, poderia distribuir um
“prêmio” de US$ 105 mil aos 876 mil assalariados da empresa no mundo.
"Enquanto isso, a crise econômica global provocada pela pandemia deixa meio bilhão de pessoas no limiar da pobreza. Quatrocentos milhões de empregos não existem mais e 430 milhões de pequenos negócios estão sob risco de falência", diz a ONG.
Oxfam: Fortuna dos mais ricos aumenta durante a pandemia
No Brasil
Em julho, a Oxfam havia relatado o aumento de patrimônio dos 42 bilionários brasileiros, que tiveram sua riqueza aumentada em US$ 34 bilhões (mais de R$ 180 bilhões) durante a pandemia.
Segundo o estudo da organização, entre 18 de março e 12 de julho, o
patrimônio dos 42 bilionários do Brasil passou de US$ 123,1 bilhões
(cerca de R$ 629 bilhões) para US$ 157,1 bilhões (cerca de R$ 839,4
bilhões). Os dados compilados pela Oxfam foram extraídos da lista dos mais ricos da Forbes.
O mesmo cenário se observa quando se analisa o desempenho das fortunas dos 73 bilionários da América Latina e do Caribe. Eles aumentaram as suas fortunas em US$ 48,2 bilhões entre março e julho deste ano.
Segundo a Oxfam, esse valor equivale a um terço do total de recursos
previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os
países da região.
* (com informações da agência RFI)