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quarta-feira, 2 de março de 2022

Dólar fecha em queda de 1%, sob pressão da guerra na Ucrânia

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Nesta quarta-feira (2), após o carnaval, a moeda norte-americana recuou 0,99%, a R$ 5,1053.
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Por g1

Postado em 02 de março de 2022 às 15h05m

Post. N. =  0.437

Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, na sexta-feira  — Foto: REUTERS/Bruno Domingos
Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, na sexta-feira — Foto: REUTERS/Bruno Domingos

O dólar fechou em queda de 0,99% cotado a R$ 5,1053, nesta quarta-feira (2), depois de abrir em forte alta, na volta do mercado financeiro brasileiro após o carnaval e sob pressão da guerra na Ucrânia e dos impactos das duras sanções do Ocidente contra a Rússia.

Os investidores também monitoraram os desdobramentos da guerra na inflação e no crescimento global.

Um novo rali nas commodities, que compõem boa parte da pauta de exportação do Brasil, deu sustentação não apenas à taxa de câmbio, mas também ao mercado de ações.

As taxas de juros projetadas em contratos futuros da B3, contudo, saltaram, com investidores atentos a efeitos do atual momento sobre as perspectivas para a inflação e política monetária.

A perda de vigor do dólar aqui "casou" com o movimento visto no exterior. O índice da divisa norte-americana frente a uma cesta de rivais chegou ao fim da tarde quase estável, depois de saltar perto de 0,5% na máxima, quando alcançou picos desde junho de 2020.

Nos mercados internacionais, os preços dos contratos para maio do Brent, a referência global, terminaram o dia em alta de 7,58%, a US$ 112,93 o barril, na ICE, em Londres. Os preços dos contratos para abril do WTI, a referência americana, subiram 6,95%, a US$ 110,60 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

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Impactos econômicos da guerra e das sanções

À medida que a guerra no Leste Europeu completa uma semana, os investidores elevam as preocupações quanto ao impacto no crescimento econômico global, em meio aos planos do Federal Reserve (Fed) e de outros bancos centrais para combater a inflação crescente através do aumento das taxas de juros.

Além disso, a alta nos preços do petróleo também geram apreensão, com os investidores cada vez mais temerosos sobre o impacto da guerra na Ucrânia no fornecimento global de energia, uma vez que Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e grande fornecedor de gás para a Europa.

O preço do barril de petróleo superou a barreira dos US$ 100 nesta quarta-feira (2), atingindo máximas desde 2013. Já o preço do gás britânico era cotado muito próximo de seu máximo histórico de dezembro passado.

A moeda russa, por sua vez, segue derretendo, e caiu para uma baixa recorde em Moscou de 110 por dólar nesta quarta-feira, levando a Rússia a anunciar novas medidas restritivas para investidores na tentativa de limitar os impactos das sanções internacionais. O rublo já perdeu cerca de um terço de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano.

As sanções dos EUA e da União Europeia buscam impedir que os bancos russos tenham acesso aos mercados internacionais de capital. As medidas que visam estrangular a economia russa incluem o corte de 7 bancos russos da rede internacional de pagamentos Swift e o congelamento de ativos do Banco Central russo no Ocidente de forma a impedir que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira.

Diversas empresas internacionais anunciaram desde sexta-feira (25) que estão deixando ou suspendendo seus negócios na Rússia, num efeito dominó que deve continuar nos próximos dias e aumentar consideravelmente a pressão sobre o governo russo. Veja a lista.

Já a China disse não aderirá à adoção de sanções contra a Rússia liderada pelo Ocidente, acrescentando que acredita que o impacto dessas medidas sobre a segunda maior economia do mundo será limitado.

Por aqui, Banco Central divulgou o relatório Focus com as projeções atualizadas do mercado financeiro para a inflação, taxa de juros e PIB (Produto Interno Bruto).

Os economistas do mercado financeiro elevaram pela sétima semana seguida a estimativa de inflação para 2022, que passou de 5,56% para 5,60%.

O mercado financeiro também manteve a previsão de crescimento do PIB deste ano em 0,30% e a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 12,25% ao ano para o fim de 2022.

Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano.

Na sexta-feira, o IBGE divulga o resultado oficial do PIB de 2021.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, está nos Estados Unidos, onde participa de evento da XP, para investidores privados e institucionais, em Miami.

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