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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Fed interrompe ciclo de alta e mantém juros dos Estados Unidos na faixa de 5% a 5,25%

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Decisão vem após 10 aumentos seguidos. Taxa continua no maior nível em 16 anos.
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Por André Catto, g1

Postado em 14 de junho de 2023 às 18h00m

            Post. N. =  0.654           

Sede do Federal Reserv (Fed), Banco Central dos EUA. — Foto: REUTERS/Joshua RobertsSede do Federal Reserv (Fed), Banco Central dos EUA. — Foto: REUTERS/Joshua Roberts

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, interrompeu o ciclo de alta de juros do país nesta quarta-feira (14), mantendo o referencial em uma faixa de 5% a 5,25%. A decisão veio após 10 altas consecutivas — o que elevou a taxa ao maior nível desde 2007.

A decisão veio em linha com as estimativas do mercado e, segundo a autarquia já vinha sinalizando, reflete os níveis ainda altos da inflação norte-americana.

"Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada", disse o Fed em comunicado.

A autoridade monetária também afirmou que "manter o intervalo da meta estável nesta reunião permite ao Comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária".

Em coletiva de imprensa após a divulgação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que todas as autoridades do Fed projetam mais aumentos de juros ainda este ano.

Ele também observou que a próxima reunião, em julho, será "ao vivo", com uma possível nova alta na taxa.

Sistema bancário

Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Fed, voltou a fazer referência à turbulência que atingiu o sistema bancário norte-americano, diante da quebra dos bancos médios Silicon Valley Bank e Signature Bank e da crise enfrentada pelo First Republic Bank.

"O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação", afirmou.

Combate à inflação

O banco central norte-americano vinha aplicando altas sucessivas na taxa básica de juros para conter a alta inflação do país. Em termos simples, o arrocho monetário é uma forma de dificultar o acesso ao crédito, desaquecer a atividade econômica e, assim, incentivar a queda nos preços.

O objetivo do Fed é aplicar uma política monetária que reduza a inflação à casa dos 2% — marca que não é atingida desde fevereiro de 2021, quando chegou 1,7% no acumulado em 12 meses.

Desde então, foram sucessivas altas na inflação — atualmente na casa dos 4% — e, consequentemente, na taxa de juros, que vem em uma crescente desde março de 2022.

Jerome Powell apontou o setor de habitação como um dos desafios da inflação nos Estados Unidos. "A desinflação dos serviços desse setor será um pouco mais lenta do que esperamos", disse.

"A inflação [geral] moderou um pouco desde meados do ano passado", destacou Powell. "As pressões inflacionárias, no entanto, continuam altas."

Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell fala sobre as taxas de juros — Foto: Reuters
Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell fala sobre as taxas de juros — Foto: Reuters

Efeitos no Brasil

Alta taxa de juros nos Estados Unidos tende a se refletir em alta na cotação do dólar frente ao real, uma vez que há saída da moeda do Brasil, com o objetivo de buscar a melhor remuneração lá fora.

Os efeitos no país, contudo, também podem ser de longo prazo: juros altos nos EUA indicam uma desaceleração da economia mundial, já que os empréstimos e investimentos ficam mais caros.

Essa desaceleração tende a ter efeitos por aqui na forma de uma menor demanda pelos produtos e serviços brasileiros — que pode, no entanto, ajudar a reduzir a inflação doméstica.

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S&P eleva perspectiva do Brasil para positiva pela 1ª vez desde 2019; entenda

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Movimento reflete sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária.
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Por Isabela Bolzani, g1

Postado em 14 de junho de 2023 às 17h20m

            Post. N. =  0.653           

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva nesta quarta-feira (14). A classificação positiva para o país não acontecia desde 2019.

A empresa também reafirmou o rating de crédito soberano, que reflete a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros, em "BB-". Essa classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo a agência, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

O movimento reflete sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária, que podem acabar beneficiando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

De acordo com a S&P, apesar de o Brasil ainda registrar grandes déficit fiscais, o avanço da atividade e um caminho mais claro para a política fiscal podem resultar em um ônus da dívida do governo "menor do que o inicialmente esperado."

"Isso poderia dar suporte à flexibilização monetária e à posição externa líquida do Brasil", afirmou a empresa em comunicado.

"Tais evoluções reforçariam nossa visão sobre a resiliência da estrutura institucional do Brasil, com uma formulação de políticas estável e equilibrada entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo", acrescentou.

A agência reforça, no entanto, que caso as políticas fiscal e monetária sejam implementadas de forma inadequada e resultem em um crescimento econômico limitado e uma deterioração fiscal maior do que o esperado, essa perspectiva pode ser novamente rebaixada para "estável" nos próximos dois anos.

"A deterioração na sinalização de política também pode afetar os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) e, assim, enfraquecer a posição externa líquida do Brasil", disse a S&P.

Já na ponta positiva, se o governo conseguir implementar políticas econômicas "pragmáticas" e que sejam capazes de conter as vulnerabilidades nas finanças públicas do país, indicando um crescimento maior do PIB, a companhia afirma que pode elevar o rating brasileiro novamente nos próximos dois anos.

"A chave para isso seria a aprovação de reformas adicionais — entre elas, a reforma tribuitária atualmente em debate", acrescentou.

(Esta matéria está em atualização)

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Dólar recua e fecha em R$ 4,86, com inflação dos EUA abaixo das expectativas

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A moeda norte-americana caiu 0,08%, cotada a R$ 4,8624, renovando o menor fechamento desde junho de 2022.
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Por g1

Postado em 14 de junho de 2023 às 09h15m

            Post. N. =  0.652           

Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik
Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik

O dólar fechou em queda nesta terça-feira (13), com inflação dos Estados Unidos abaixo das expectativas de mercado e com investidores aguardando a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve ser divulgada na quarta-feira (14).

Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,08%, cotada a R$ 4,8624. Na mínima do dia, após os resultados nos EUA, chegou a R$ 4,8480. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira (9), o dólar teve queda de 0,20%, cotada a R$ 4,8665, renovando o menor patamar em um ano. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular quedas de:

  • 4,15% no mês;
  • 7,87% no ano.

O mercado começou esta semana em modo de espera por dados de inflação nos Estados Unidos e pela decisão de juros do Fed, que deve ser divulgada nesta quarta-feira (14).

Apesar do sentimento mais otimista dos investidores sobre uma possível manutenção dos juros pelo BC norte-americano, as projeções ainda indicam que a autarquia deve subir a taxa básica de juros dos EUA mais uma vez em 0,25 ponto percentual.

Ainda pela manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio, que veio abaixo das expectativas de mercado. No mês, a alta foi de 0,1%. Em 12 meses, a inflação americana acumula alta de 4%.

"Este foi o menor aumento em 12 meses desde o período encerrado em março de 2021", diz o Departamento do Trabalho dos EUA

As estimativas eram de alta de 0,2% para o mês e 4,1% para o ano. Em abril, o índice teve alta de 0,4% e chegou a 4,9% na janela de 12 meses.

O núcleo da inflação subiu 0,4% em maio, mesmo resultado de abril. A alta acumulada para 12 meses do segmento que exclui alimentação e energia teve alta de 5,3%. Nesta divisão, os números estão em linha com a expectativa de mercado.

Ainda nas notícias internacionais, a Opep manteve estável sua previsão de crescimento da demanda global por petróleo em 2023 pelo quarto mês nesta terça-feira.

A demanda mundial de petróleo em 2023 aumentará em 2,35 milhões de barris por dia (bpd), ou 2,4%, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em seu relatório mensal. A previsão ficou praticamente inalterada em relação aos 2,33 milhões de bpd do mês passado.

O grupo adicionou, contudo, que a economia mundial enfrenta incerteza crescente e crescimento mais lento na segunda metade do ano, em meio à alta inflação contínua, às principais taxas de juros já elevadas e aos mercados de trabalho apertados.

"Além disso, ainda não está claro como e quando o conflito geopolítico na Europa Oriental pode ser resolvido", afirmou, referindo-se à Ucrânia.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a produção da indústria brasileira teve recuo em dez dos 15 locais pesquisados em abril, ante março.

Dias atrás, o IBGE mostrou que a indústria encolheu 0,6% em abril. Agora, o instituto mostra que as perdas mais intensas foram registradas em Amazonas (-14,2%) e Pernambuco (-5,5%). Já o Rio Grande do Sul (2,2%) apontou o avanço mais elevado.

Principal parque industrial do país, São Paulo teve queda de 0,2% da produção em abril, ante março. Os recuos foram mais intensos em Minas Gerais (-3%) e no Rio de Janeiro (-1,8%).

Frente a abril de 2022, a produção industrial caiu em 12 dos 18 locais pesquisados. Nessa comparação, a produção industrial nacional caiu 2,7%.

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