Para agência de classificação de risco, a economia ainda está sentido os efeitos da pandemia da Covid-19.
Por Valor Online
31/08/2020 17h37 Atualizado há 31 minutos
Postado em 31 de agosto de 2020 às 18h15m
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A agência de classificação de risco Fitch Ratings
alertou para o risco de novos rebaixamentos de notas de empresas
brasileiras, uma vez que a economia ainda está sentindo os efeitos da
pandemia de covid-19, que não foi controlada. No momento, 25% dos
ratings em escala global e 21% das notas na escala nacional apresentam
perspectiva negativa ou estão em observação negativa.
A volta do otimismo entre empresas e consumidores, com alguns sinais de
recuperação da economia, ainda não se traduziu em investimentos e
demanda por produtos. A Fitch informou que setores importantes, como
varejo e automotivo ainda permanecem pressionados, após terem contraído
3,1% e 51% no primeiro semestre, respectivamente. Ela citou ainda a
queda de 10% do consumo de aço vista na primeira metade do ano.
A agência de classificação de riscos revisou para baixo a sua projeção
para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) em julho, de queda de 6%
para recuo de 7%. Ela estima ainda que a taxa de desemprego devem
alcançar 15,5% no período.
"A pandemia de coronavírus e seus efeitos colaterais continuarão
desafiando os emissores de dívida corporativa brasileiros, uma vez que o
contágio do vírus está descontrolado", diz, em relatório, o diretor da
Fitch, Renato Donatti. "A melhora da confiança desde maio não está
totalmente refletida na economia, que permanece fraca."
Diante deste cenário, a capacidade das empresas de lidar com riscos
para refinanciamento de dívida, gerar fluxo de caixa e reduzir a
alavancagem financeira em 2021 determinará os ratings das empresas,
principalmente em 2021.
Desde o início da pandemia, a Fitch rebaixou 21 ratings em escala
global e 29 na escala nacional de empresas brasileiras, fazendo com que a
relação entre rebaixamentos e elevações no acumulado do ano até agosto
atingisse 4,2 vezes, o maior nível desde 2017. Entre as empresas que
tiveram os ratings internacionais rebaixados estão Braskem, Gol e Azul. A
JBS, por sua vez, teve a nota elevada.