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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Copom mantém série de altas e sobe taxa de juros para 13,25% na 1ª reunião chefiada por Galípolo

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Comitê ainda sinalizou novas altas nos próximos meses, em razão do crescimento da inflação. Expectativa do mercado é de que a Selic supere 15% ao ano em meados de 2025, maior nível em quase 20 anos.
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Por Thiago Resende, TV Globo — Brasília

Postado em 29 de Janeiro de 2.025 às 19h45m

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Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

O Banco Central elevou nesta quarta-feira (30) em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia, aumentando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano.

A decisão foi unânime, ou seja, os 9 diretores votaram nesse sentido.

Copom mantém alta acelerada e taxa Selic vai a 13,25%

Com a decisão, se mantém a série de altas da taxa de juros na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chefiada pelo novo presidente do BC, Gabriel Galípolo – que foi indicado por Lula para a função.

A elevação da Selic para 13,25% ao ano já era esperada por grande parte do mercado financeiro, depois de uma indicação do próprio Banco Central — feita em dezembro do ano passado.

Como a inflação está crescendo no país, o Copom prevê na próxima reunião uma nova alta na Selic.

"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião", escreveu o Copom.

O processo de alta deve continuar nos próximos meses, ainda a depender do comportamento da inflação.

"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", completou o Copom no comunicado da reunião.

A reunião desta quarta do Copom também foi a primeira em que os diretores indicados pelo presidente Lula foram maioria no colegiado, ou seja, eles foram responsáveis diretamente pela decisão tomada.

  • Com a autonomia operacional do BC aprovada pelo Congresso Nacional, e válida desde 2021, os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo.
  • Até o fim do ano passado, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, assim como a maioria da diretoria, era composta por indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Taxa de juros real é a maior em mais de 15 anos; Em Ponto entrevista Bernardo Guimarães

Lula e o Partido dos Trabalhadores

Campos Neto e a diretoria anterior do BC, indicada por Bolsonaro, foram alvo de ataque constante não somente do presidente Lula, mas também da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, por subir a taxa básica de juros em um patamar considerado excessivo. A crítica era de que isso frearia demais a economia, com impacto nos empregos e na renda.

No fim do ano passado, Lula baixou o tom. Ele publicou um vídeo, ao lado de ministros e de Galípolo defendendo a estabilidade econômica no país e o combate à inflação. E também fez acenos ao mercado e prometeu que "jamais haverá interferência" na gestão do futuro chefe da autoridade monetária.

'Você vai ser o presidente com mais autonomia que o BC já teve', diz Lula para Galípolo

Mas a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, manteve o tom crítico. Após a última decisão do Copom, em dezembro, que elevou os juros para 12,25% ao ano, ela classificou a decisão como "irresponsável, insana e desastrosa".

"Não faz sentido nem seria eficaz para evitar alta da inflação, que não é de demanda. Nem para melhorar a situação fiscal, muito pelo contrário. Esse 1 ponto a mais vai custar cerca de R$ 50 bilhões na dívida pública. E não faz sentido para um país que precisa crescer e continuar gerando empregos", avaliou Hoffmann, por meio de rede social, naquele momento.

🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.

A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Inflação de 2024 de 4,83% ultrapassa teto da meta do BC

Nos últimos meses, efeitos climáticos, como secas, que impactaram, por alguns meses, os preços dos alimentos e, também, da energia elétrica — levando ao acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.

Outro fator que influenciou a inflação foi o dólar alto, relacionado com o cenário externo (atuação de Donald Trump no governo) e dúvidas do mercado financeiro sobre as contas públicas, ou seja, sobre a capacidade de o governo brasileiro de conter a alta do endividamento.

Além disso, o forte ritmo da atividade econômica, que tem surpreendido analistas nos últimos anos e levado o desemprego às mínimas históricas, também tem atuado para pressionar para cima a inflação — principalmente no setor de serviços.

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