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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Após sete meses, economistas voltam a estimar inflação acima de 3% em 2020

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Projeção de retração da economia neste ano permaneceu em 4,81% na semana passada. Números foram divulgados pelo Banco Central com base em pesquisa realizada na última semana.  
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília  
03/11/2020 08h46 Atualizado há 6 horas
Postado em 03 de novembro de 2020 às 14h50m

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Os analistas do mercado financeiro elevaram, pela décima segunda semana seguida, sua estimativa de inflação para este ano. Pela primeira vez desde março, a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, é maior que 3% em 2020.

A expectativa faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta terça-feira (3) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Segundo a pesquisa realizada pelo Banco Central, os analistas dos bancos subiram a estimativa de inflação deste ano de 2,99% para 3,02%. Desde 23 de março deste ano a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA não ficava acima de 3%.

Estimativas para a inflação de 2020 — Foto: Economia G1
Estimativas para a inflação de 2020 — Foto: Economia G1

A redução na estimativa de inflação, no decorrer de 2020, está relacionada à recessão na economia, fruto da pandemia do coronavírus. No início de junho, o mercado chegou a estimar que a inflação seria de 1,52% em 2020 – a metade da previsão atual, de pouco mais de 3%.

Nos últimos meses, porém, com a alta do dólar e com a retomada da economia, os preços voltaram a subir. Em setembro, a inflação oficial do país avançou 0,64%, a maior alta para esse período desde 2003. Na prévia de outubro, o IPCA avançou para 0,94%, a maior taxa para o mês em 25 anos.

Apesar da alta, a expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,10% para 3,11% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Crescimento da economia

Sobre o crescimento da economia brasileira, os economistas do mercado financeiro mantiveram sua previsão de tombo do Produto Interno Bruto (PIB) estável em 4,81% na semana passada.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

PREVISÕES DO MERCADO PARA O PIB DE 2020
(EM %)
04/01/201929/03/201905/06/201901/08/201920/11/201919/02/202013/03/202027/03/202009/04/202024/04/202008/05/202022/05/202005/06/202019/06/202003/07/202017/07/202031/07/202014/08/202028/08/202011/09/202025/09/202009/10/202023/10/20200-7,5-5-2,52,55
Fonte: BANCO CENTRAL

Na última semana, o mercado também baixou, de 3,42% para 3,34%, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto para 2021.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

Taxa básica de juros

Após a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano no fim de outubro, o mercado segue prevendo estabilidade na Selic neste patamar até o fim deste ano.

BC mantém juros mesmo com inflação em alta
BC mantém juros mesmo com inflação em alta

Para o fim de 2021, a expectativa do mercado ficou estável em 2,75% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.

Outras estimativas

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 5,40 para R$ 5,45. Para o fechamento de 2021, permaneceu em R$ 5,20 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 subiu de US$ 58 bilhões para US$ 58,70 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado permaneceu em US$ 55 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 50 bilhões. Para 2021, a estimativa permaneceu estável em US$ 65 bilhões.

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