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Taxa, igual à de fevereiro de 2020, é a maior da série histórica, iniciada em dezembro de 2019. Juro bancário subiu 1,4 ponto percentual em novembro em relação a outubro.--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Jéssica Sant'Ana e Jamile Racanicci, g1 e TV Globo — Brasília
Postado em 29 de dezembro de 2021 às 10h25m
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O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (28) que a taxa média de juros bancários de empréstimos com recursos livres para pessoas físicas e empresas chegou a 34,1% ao ano em novembro. O valor é o maior registrado em 2021.
O percentual registrado em novembro também é 1,4 ponto percentual superior à taxa registrada em outubro, quando estava em 32,7% (valor revisado). Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a alta é de 7,7 p.p.
>>> Veja a série histórica dos juros bancários com recursos livres mês a mês no gráfico abaixo:
JUROS BANCÁRIOS MÉDIOS EM % AO ANO
(com recursos livres, ou seja, sem contar rural, habitacional e BNDES)
A taxa média de juros bancários com recursos livres não inclui os juros regulamentados, cobrados no crédito habitacional, rural e com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nos empréstimos com recursos livres, as taxas de juros e demais condições são livremente definidas pelos bancos, a partir de uma série de fatores, entre eles a inadimplência e a Selic - a taxa básica de juros da economia.
Neste ano, a Selic passou de 2% em janeiro para 9,25% ao ano em dezembro, o maior patamar em mais de quatro anos. O principal objetivo é tentar conter a inflação, que acumula alta de 9,26% no acumulado do ano até novembro e de 10,74% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE.
Famílias e empresas
Ainda de acordo com o Banco Central, a taxa média de juros com recursos livres para as famílias atingiu 45,2% ao ano, alta de 1,4 p.p em relação à taxa registrada em outubro.
Já a taxa cobrada nos empréstimos com recursos livres para as empresas foi menor, de 20,3% ao ano, ainda assim uma alta de 1,4 p.p em relação à taxa registrada no mês imediatamente anterior.
Volume de crédito
Ao todo, o volume total do crédito ofertado pelos bancos subiu 1,8% em novembro, na comparação com o mês anterior, e atingiu R$ 4,6 trilhões em novembro. O valor considera os empréstimos com recursos livres e os direcionados.
O crédito livre para pessoas jurídicas totalizou R$1,2 trilhão, alta de 2,4% no mês e de 16,7% na comparação interanual. Os destaques, segundo o BC, foram as altas dos volumes ofertados nas modalidades de capital de giro (dinheiro para o dia a dia da empresa) acima de um ano, antecipação de faturas de cartão de crédito e desconto de duplicatas.
Já o saldo do crédito livre a pessoas físicas alcançou R$1,5 trilhão em novembro, após elevações de 2,4% no mês e de 20,8% em doze meses. Os destaques foram os aumentos do volume para crédito pessoal e cartão de crédito.
No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas alcançou R$ 688,1 bilhões em novembro, queda de 0,4% no mês e aumento de 1% na comparação interanual – este último refletindo a expansão em outros créditos direcionados, decorrente dos programas de apoio à micro, pequenas e médias empresas, em contraponto à redução nas modalidades com recursos de BNDES.
O Banco Central informou, ainda, que as novas concessões totais de crédito somaram R$445 bilhões em novembro, queda mensal de 0,5%. O cálculo foi feito após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.
Inadimplência
A taxa média de inadimplência (dívidas em atraso) registrada pelos bancos nas operações de crédito ficou estável em novembro, em 2,3%.
Nos empréstimos com recursos livres, a inadimplência registrou relativa estabilidade ao subir apenas 0,1 p.p. na comparação mensal e atingir 3,1% no mês passado e, no caso do crédito direcionado, permaneceu estável em 1,2%.