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País passa a ter uma inflação acumulada de 3,99% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 2,99%.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Raphael Martins, g1
Postado em 13 de agosto de 2023 às 07h00m
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Gasolina teve destaque de alta, com ganho de 4,75% no mês, além de
contribuição de 0,23 p.p. no IPCA. — Foto: Marcello Casal Jr/Agência
Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, subiu 0,12% em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação brasileira vinha desacelerando desde fevereiro. O indicador chegou a ter deflação de 0,08% em junho, mas neste mês voltou a acelerar puxado pelo grupo de Transportes (1,50%) e com destaque para a gasolina (4,75%). Em julho de 2022, o IPCA também teve deflação de 0,68%.
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,99% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 2,99%.
O resultado de julho veio acima da expectativa de mercado, que era de uma alta de 0,07% no mês. Mas analistas entendem que o resultado geral veio benigno, por conta de uma desaceleração na inflação de serviços. (saiba mais abaixo)
Em julho, cinco dos nove grupos do IPCA tiveram alta. Além de Transportes, houve alta em Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais. Já grupos importantes como Alimentação e bebidas e Habitação tiveram quedas.
- Alimentação e bebidas: -0,46%;
- Habitação: -1,01%;
- Artigos de residência: 0,04%;
- Vestuário: -0,24%;
- Transportes: 1,50%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,26%;
- Despesas pessoais: 0,38%;
- Educação: 0,13%;
- Comunicação: -0,00%.
Dentro do grupo Transportes, que acumulou alta de 1,50% no mês e impacto de 0,31 ponto percentual no índice geral, a gasolina foi o maior destaque de alta. O combustível teve ganho de 4,75% no mês, além de contribuição de 0,23 p.p. no IPCA.
Segundo André Almeida, excluindo a gasolina do índice geral, o IPCA teria fechado o mês de julho com nova deflação de 0,11%. O peso total do combustível no índice é de 4,79%, o maior de todos que pertencem à cesta do IPCA.
Nos resultados do mês passado, a gasolina havia recuado 1,14% por conta das reduções de preços promovida pela Petrobras para as refinarias. Em julho, os preços sofreram um ajuste relevante porque passaram a captar a reoneração de impostos federais, como o PIS e Cofins, no combustível.
O governo federal aumentou os impostos sobre gasolina e etanol desde o início de julho. O aumento foi de R$ 0,22 por litro no caso do etanol e de R$ 0,34 por litro da gasolina, segundo estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O etanol também teve alta em julho, porém mais modesta (1,57%). Dentro do subgrupo de combustíveis, que teve alta de 4,15%, o gás veicular também subiu 3,84%. Por fim, o óleo diesel teve queda: 1,37%.
Ainda em Transportes, o término do programa de descontos no carro zero trouxe alta no preço do automóvel novo, de 1,65%. Pedágios também tiveram reajustes em várias praças, o que gerou aumento acumulado de 2,44%. As passagens aéreas continuaram a subir, com aumento de 4,97%.
Alimentos e Habitação em queda
Juntos, os grupos de Alimentação e bebidas e Habitação tiveram peso negativo de 0,26 p.p. no IPCA.
Em Habitação, o principal destaque foi a redução dos preços de energia elétrica residencial, que incorporou o Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês. Das 16 praças medidas pelo IBGE, apenas Curitiba teve alta no mês, de 3,53%. Em todas as outras houve recuos superiores a 1,5%.
Já o grupo de Alimentação e bebidas segue recuando graças aos preços de Alimentação no domicílio, que teve queda de 0,72% em julho. O subgrupo já havia registrado deflação em junho, de 1,07%.
Apesar de uma deflação menor que no mês anterior, a Alimentação no domicílio vinha caindo desde abril, o que empurrou preços de alimentos para baixo.
Em julho, o IBGE destaca reduções do feijão-carioca (-9,24%), do óleo de soja (-4,77%), do frango em pedaços (-2,64%), das carnes (-2,14%) e do leite longa vida (-1,86%). Entre as altas, estão as frutas (1,91%), com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).
Já a Alimentação fora do domicílio teve alta de 0,21%, mas desacelerou em relação a junho (0,46%). Segundo o IBGE, houve altas menos intensas do lanche (0,49%) e da refeição (0,15%) contra 0,68% e 0,35% em junho, respectivamente.
Inflação de serviços desacelera
A inflação de serviços desacelerou no mês de julho, para uma alta de 0,25% no mês ante 0,62% em junho. Com isso, o acumulado em 12 meses caiu para 5,63%.
Vale destaque para itens relacionados ao turismo, visto que julho é um mês de férias escolares. Houve altas em Passagens aéreas (4,97%), aluguel de veículos (10,13%), pacote turístico (1,11%) e hospedagem (1,05%).
"Essa tendência de descompressão está evidenciada, isso aumenta de forma significativa a chance de ter núcleos de inflação perto dos 3%. Se serviços subjacentes permanecerem nesse patamar, começa a entrar no radar uma aceleração da queda de juros, talvez antes até o que a gente está pensando", prossegue Damico.
INPC tem queda de 0,09% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve queda de 0,09% em julho. Em junho, a queda foi de 0,10%.
Assim, o INPC acumula alta de 2,59% no ano e de 3,53% nos últimos 12 meses. Em julho de 2022, a taxa foi de -0,60%.