Apesar do marco, tendência é que os dois países alternem liderança ao longo das safras. Ultrapassar os norte-americanos era uma meta apenas para 2030. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1
Postado em 02 de julho de 2024 às 10h15m Post. N. = 0.845
É tempo de colher algodão no Sudoeste de SP — Foto: Reprodução/TV TEM
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador mundial de algodão com a safra 2023/2024.
O anúncio foi feito durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), realizada durante o 21° Anea Cotton Dinner, conferência promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Comandatuba, na Bahia.
No evento, as entidades do setor destacaram que o posto pode não se manter na próxima safra, mas que os dois países devem seguir se alternando no topo do ranking futuramente.
Miguel Faus, presidente da Anea, alertou que a posição brasileira depende da safra americana, que tende a ser maior do que a do ano passado.
Ultrapassar os Estados Unidos em volume de exportação era uma meta do setor com previsão para ser batida apenas em 2030, mas acabou sendo alcançada antes do encerramento do ano comercial de 2023/2024, disse a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Segundo a entidade, o Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) nesta safra e as exportações devem alcançar 2,6 milhões de toneladas. Cerca de 60% da produção já foi comercializada.
Os maiores produtores de algodão são a China e a Índia, seguidos pelos Estados Unidos, deixando o Brasil em quarto lugar no raking mundial, aponta a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Fao.
Brasil na liderança
Veja a seguir o faturamento em 2023 de outros produtos em que o Brasil é o principal exportador mundial:
Soja - R$ 67,25 bilhões;
Carne bovina - US$ 10,55 bilhões;
Açúcar - U$$ 18,27 milhões;
Carne de Frango - US$ 9,61 bilhões;
Café - US$ 8 bilhões;
Celulose - US$ 7,9 bilhões;
Suco de laranja - US$ 2,04 bilhões (safra 2022/2023)
No dia anterior, a moeda americana subiu 1,15%, cotada em R$ 5,6527. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, teve alta de 0,69%, aos 124.765 pontos. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 02/07/2024 09h10 Atualizado há 21 minutos Postado em 02 de julho de 2024 às 09h40m Post. N. = 0.844
Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels
O dólar voltou a operar em alta nesta terça-feira (2) e já encosta nos
R$ 5,68, com investidores ainda repercutindo as mais recentes críticas
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central do Brasil (BC), em especial as dirigidas à presidência da instituição.
Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA), Lula disse que há um "jogo de interesse especulativo" contra o real
e que o governo avalia medidas. O presidente diz que a reação de alta
da moeda americana após as críticas feitas por ele ao Banco Central e ao
seu presidente, Roberto Campos Neto, "não têm explicação".
Ainda ontem, Lula disse que o próximo presidente da instituição olhará
para o Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema
financeiro fala". Após esses comentários, o dólar encerrou o dia vendido
a R$ 5,6527, no maior patamar desde 10 de janeiro de 2022.
Mais tarde, durante a noite, Lula afirmou em discurso que que não tem
que prestar contas a "banqueiro" ou a "ricaço", mas sim ao povo pobre do
país.
Os olhos do mercado seguem voltados para as falas do presidente Lula em
relação ao Banco Central, o presidente da instituição e a condução da
política monetária no país.
Hoje, Lula disse que "não se pode inventar crises" e "jogar a culpa" da
disparada do dólar nas últimas semanas nas declarações que ele deu.
"É
um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma
especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse
país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou
voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está
acontecendo", argumentou Lula.
Ele voltou a falar, também, sobre o comando do BC, defendendo que a
instituição seja autônoma e que Campos Neto tem um viés político.
"A
gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com
autonomia, para que o presidente do Banco Central não fiquei vulnerável
às pressões políticas. (...) Quando você é autoritário você resolve
fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do
Estado. Ele não pode estar à serviço do sistema financeiro, ele não
pode estar à serviço do mercado".
Nesta segunda, Lula já havia dito que o próximo presidente do BC deve
olhar para o Brasil "do jeito que ele é e não do jeito que o sistema
financeiro fala".
"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do
[ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o
presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi
aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu
tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro
candidato, e ver se a gente consegue... ter um presidente do Banco
Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema
financeiro fala", acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o
mercado".
O mandato de Campos Neto acaba em 2024 e que, desde 2021, a legislação
brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem
interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a
presidência da instituição alguém com "compromisso com o crescimento do
país".
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão
mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República — um
novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada
presidente da República. Cabe ao presidente da república indicar nomes
para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.
Lula também disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação
baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de
manter a meta para a evolução dos preços em 3%. O presidente ainda
afirmou, ontem à noite, que não tem que prestar contas "a nenhum ricaço
desse país, a nenhum banqueiro".
"Tenho
que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa
que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles".
As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição desde a semana passada. Lula disse que "a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Campos Neto.
Ele não detalhou, na declaração, quem criou os ruídos citados. A
declaração foi dada durante palestra no Forum on Central Banking,
promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
"Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos
que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos
estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da
política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a
expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa
de juros]", disse.
"Então,
quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma
incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como
podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor
para eliminar esses ruídos", afirmou Campos Neto.
De acordo com ele, há uma "grande desconexão" entre os dados correntes
da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as
informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de
juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
"O
que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar
de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado",
explicou o presidente do BC.
Além do conflito entre governo e BC, o mercado segue atento ao cenário
fiscal do país, principalmente após o resultado consolidado do setor
público ter revelado um déficit superior às projeções do mercado, na
semana passada.
Já no exterior, as atenções se voltam para a atividade econômica dos Estados Unidos.
Segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano, os gastos
com construção caíram inesperadamente em maio, uma vez que as taxas de
hipoteca mais altas pesaram sobre a construção de residências
unifamiliares. O indicador teve queda de 0,1%, após alta de 0,3% em
abril.
Além disso, informações do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na
sigla em inglês), indicaram que o setor manufatureiro dos EUA se
contraiu pelo terceiro mês seguido em junho, de 48,7 para 48,5. Uma
leitura acima de 50 indica crescimento no setor manufatureiro.