Apesar da queda nas vendas, o aumento nos preços elevou a receita
Por Valor Online
19/08/2020 13h17 Atualizado há uma hora
Postado em 19 de agosto de 2020 às 14h25m
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O mercado de computadores sentiu os efeitos da crise no segundo trimestre, especialmente na demanda das empresas.
Entre abril e junho as vendas de desktops e notebooks caíram 12,6% em
relação ao mesmo período do ano passado, somando 1,265 milhão de
unidades, informa o estudo IDC Brazil PCs Tracker da consultoria IDC.
Apesar da queda nas vendas, o aumento nos preços elevou a receita no segundo trimestre para R$ 5,3 bilhões, alta de em 18% em relação ao resultado de R$ 4,5 bilhões alcançado em 2019.
As vendas nos primeiros três meses do ano cresceram 16% na comparação
com o início de 2019, incluindo uma alta de mais de 18% na demanda por
notebooks, impulsionada pelo trabalho e pelas aulas em casa por conta da
pandemia.
No segundo trimestre houve uma redução de 205 mil máquinas vendidas em
relação ao período de janeiro a março deste ano e de 183 mil na
comparação com igual período do ano passado.
O maior
impacto foi sentido entre as empresas, que reduziram o ritmo de compras
diante do cenário incerto, exceto no setor educacional cujas vendas
aumentaram 11,2% em relação ao segundo trimestre de 2019.
Vendas no varejo crescem 8% em junho comparado com maio
Dólar e imposto
A alta do dólar, a redução de fluxo de caixa e o aumento das alíquotas
de IPI e ICMS entre março e abril colaboraram para a retração nas vendas
no mercado corporativo, segundo a IDC. No total, o setor comprou 359,5
mil máquinas no segundo trimestre, sendo 221,6 mil notebooks e 137,8 mil
desktops.
O varejo teve um desempenho mais favorável no período tanto nas vendas
online como em lojas físicas considerando que hipermercados, que
comercializam eletroeletrônicos, permaneceram abertos durante a
pandemia. O destaque novamente ficou por conta dos notebooks com 795,3
mil unidades vendidas, mais de 87% do total de 906,4 mil computadores
comercializados no varejo entre abril e junho.
Os consumidores também passaram a comprar máquinas mais caras. A
avaliação da IDC mostra um salto de 90% nas vendas de computadores com
maior poder de processamento, em relação ao segundo trimestre de 2019.
Entre abril e junho foram comercializados 92 mil notebooks e 20,4 mil
desktops desta categoria.
Neste segmento de máquinas de maior valor, com preços acima de US$ 800,
a Dell segue na liderança com 42,16% de participação de mercado no
segundo trimestre. A Lenovo, contudo, ficou em primeiro lugar na vendas
gerais no segundo trimestre.
Com a alta do dólar e o aumento na demanda, os preços de desktops e
notebooks subiram mais de 60% na comparação com o segundo trimestre do
ano passado. O preço médio de um notebook subiu 62,6%, de R$ 2.670 para
R$ 4.342, e o valor de um desktop aumentou ainda mais (67,8%) de R$
2.150 para R$ 3.607 na comparação anual. Os preços também subiram em
relação ao primeiro trimestre deste ano em 38,2% para notebooks e em
46,7% para desktops.
A previsão da IDC para as vendas do setor no terceiro trimestre é de
crescimento tímido de 1,2% na comparação com igual período do ano
passado. Para o quarto trimestre a expectativa é de alta de 3,5%. Neste
caso, a IDC aposta na recuperação econômica de pequenas e médias
empresas e na demanda contínua por notebooks. Para o ano de 2020, a
estimativa da IDC Brasil é de crescimento de 4,4% nas vendas do varejo e
de queda de 9,9% no corporativo.
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