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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Saques da poupança superaram depósitos em R$ 50,5 bilhões no 1º semestre, diz BC

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Saída líquida de recursos é a maior para o período desde 1995. Movimento ocorre em meio à disparada da inflação e ao aumento dos juros no país.
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Por Jéssica Sant'Ana, g1 — Brasília

Postado em 07 de julho de 2022 às 16h00m

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O Banco Central informou nesta quinta-feira (7) que os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 50,5 bilhões no primeiro semestre de 2022.

Ao todo, segundo a instituição:

  • os saques somaram R$ 1,808 trilhão nos seis primeiros meses do ano;
  • e os depósitos totalizaram R$ 1,758 trilhão.

A saída líquida de recursos no primeiro semestre de 2022 representa a maior da série histórica, iniciada em 1995. Ela supera as registradas no mesmo período de 2016 e 2015, quando os saques superaram os depósitos, respectivamente, em R$ 42,6 bilhões e R$ 38,5 bilhões.

Os valores são nominais, ou seja, sem atualização pela inflação.

Maiores saídas líquidas de recursos da poupança no 1º semestre:
Em R$ bilhões (valores nominais e arredondados)

Valor

-50,5-50,5-42,6-42,6-38,5-38,5-16,5-16,5-14,5-14,5-12,3-12,31º sem de 20221º sem de 20161º sem de 20151º sem de 20211º sem de 20191º sem de 2017

Resultado mês a mês

Ainda segundo dados do Banco Central, o resultada da poupança foi negativo em cinco dos seis meses deste ano:

Captação líquida da poupança em 2022
Em R$ bilhões (valores nominais e arredondados)

Valor

-19,7-19,7-5,3-5,3-15,4-15,4-9,9-9,93,53,5-3,7-3,7janfevmarabrmaijun-25-20-15-10-505
Fonte: Banco Central

Devido à greve dos servidores, o Banco Central parou de divulgar os dados do resultado da poupança. O último dado fechado para um mês era de março. Com o fim da greve, anunciada nesta semana pela categoria, a instituição retomou as divulgações.

Possíveis motivos

A elevada saída de recursos da poupança em 2022 coincide com a alta da inflação. Em 12 meses encerrados em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 11,73%.

Já são nove meses seguidos com a inflação anual de dois dígitos no acumulado em 12 meses. Uma inflação elevada corrói o poder de compra dos brasileiros — e muitos podem tirar recursos acumulados para pagar contas e dívidas.

Outro fator que pode ajudar a explicar a saída de recursos da poupança é a alta da taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 13,25% ao ano, maior juro básico desde dezembro de 2016.

Com isso, a tradicional caderneta de poupança segue com o rendimento travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), perdendo para a inflação e para outras aplicações de renda fixa.

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