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segunda-feira, 28 de março de 2022

IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,95% em março, a maior para o mês em 7 anos

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Resultado veio acima do esperado e foi puxado pela alta dos alimentos. Em 12 meses, índice acelerou para 10,79%. Preço da cenoura saltou mais de 120% em 12 meses.
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Por Darlan Alvarenga, g1

Postado em 28 de março de 2022 às 10h00m

Post. N. =  0.451

IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,95%; maior alta para o mês de março desde 2015
IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,95%; maior alta para o mês de março desde 2015

Puxado pela alta dos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,95% em março, após ter registrado taxa de 0,99% em janeiro, segundo divulgou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior variação para um mês de março desde 2015 (1,24%).

Em 12 meses, a inflação atingiu 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já são 7 meses seguidos com o índice acima de dois dígitos no acumulado em 1 ano.

IPCA-15, prévia da inflação oficial (variação mensal) — Foto: Economia g1
IPCA-15, prévia da inflação oficial (variação mensal) — Foto: Economia g1

O resultado veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,87% para o IPCA-15 de março.

O IPCA-E, que se constitui a prévia da inflação no acumulado no trimestre, ficou em 2,54% para o período de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021.

Na passagem de fevereiro para março, houve alta em todos os 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, com destaque para a alta dos alimentos e bebidas (1,95%), que respondeu por 0,40 ponto percentual do IPCA-15 do mês.

Veja a inflação de março para cada um dos grupos

  • Alimentação e bebidas: 1,95%
  • Habitação: 0,53%
  • Artigos de residência: 1,47%
  • Vestuário: 0,95%
  • Transportes: 0,68%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,30%
  • Despesas pessoais: 0,44%
  • Educação: 0,14%
  • Comunicação: 0,04%

Todas as regiões do país tiveram aumento de preços. A maior variação ocorreu em Curitiba (1,55%), puxada pela alta de 6,47% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Brasília (0,61%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-13,23%) e da energia elétrica (-2,34%).

Preços da cenoura tem salto de 45,65% no mês

As principais pressões de alta entre os alimentos vieram da cenoura (45,65%), do tomate (15,46%) e das frutas (6,34%). Houve ainda altas expressivas na batata-inglesa (11,81%), no ovo de galinha (6,53%) e no leite longa vida (3,41%).

"A alta dos alimentos foi puxada pelos aumentos dos preços de alimentos para consumo no domicílio (2,51%) devido a influência de fatores climáticos como estiagem no Sul e chuvas no Sudeste", destacou o IBGE.

No caso da cenoura, o salto em 12 meses passa de 120%.

Nos transportes, os preços da gasolina subiram 0,83% – subitem de maior peso no IPCA-15. Ocorreram altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%.

A alta nos preços dos combustíveis reflete em parte o reajuste de até 24,9% anunciado pela Petrobras e que entrou em vigor no dia 11 de março. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados pelo IBGE no período de 12 de fevereiro a 16 de março.

Ainda em Transportes, os automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%) também subiram. Por outro lado, houve queda nos preços das passagens aéreas (-7,55%), que recuaram pelo terceiro mês consecutivo.

Nos transportes públicos, houve alta de 1,04% no ônibus urbano (1,04%) decorre dos reajustes nas passagens e, Curitiba, Recife e Fortaleza.

Petrobras reajustou preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no dia 11 de marçoPetrobras reajustou preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no dia 11 de março

No grupo Habitação, os maiores impactos vieram do aumento da energia elétrica (0,37%) e do gás de botijão (1,29%).

No grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta de no mês foi puxada pelos itens de higiene pessoal (3,98%) e, em particular, dos perfumes (12,84%).

Meta para o ano e projeções

A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está atualmente em 6,59%.

No dia anterior, o Banco Central elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para este ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada pelo segundo ano seguido em 2022.

Em 2021, ao somar 10,06%, a maior inflação em seis anos, a meta já havia sido ultrapassada.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 11,75% ao ano. E a Selic deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do BC.

Nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a guerra na Ucrânia levará o mundo a um período "relativamente longo" com a inflação maior e o crescimento econômico mais baixo. Segundo ele, a inflação no Brasil deve atingir o pico no mês de abril.

Para 2023, os economistas estimam em 3,75% a taxa de inflação e Selic a 13%. Para o próximo ano, a meta foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

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