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terça-feira, 13 de outubro de 2020

FMI revisa estimativas do PIB em 2020 e vê tombo global menor; economia brasileira deve 'encolher' 5,8%

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Em junho, previsão era de que a economia brasileira tivesse contração recorde de 9,1% este ano. Estimativa para desemprego subiu.  
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Por Laura Naime e Patrícia Basilio, G1  
13/10/2020 09h30 Atualizado há 4 horas
Postado em 13 de outubro de 2020 às 13h35m

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou nesta terça-feira (13) suas estimativas para a economia mundial. Em se relatório 'World Economic Outlook', o fundo projetou um tombo de 4,4% para a economia global este ano - uma melhora em relação à estimativa de junho, que via uma queda de 4,9%.

Houve melhora também nas estimativas para o Brasil: o FMI agora vê uma queda de 5,8% no PIB brasileiro este ano. Em junho, a estimativa era de um tombo de 9,1%, o maior em 120 anos. A entidade, no entanto, já havia apontado esta previsão para a economia nacional em um relatório específico sobre o país.

Ao mesmo tempo, foram revisadas para baixo as previsões de crescimento em 2021: a estimativa é de uma expansão global de 5,2%, enquanto o Brasil deve crescer 2,8% - em junho, essas previsões era de 5,4% e 3,6%, respectivamente.

Estimativas para o PIB brasileiro em 2020 e 2021 — Foto: Economia G1Estimativas para o PIB brasileiro em 2020 e 2021 — Foto: Economia G1

Os Estados Unidos aparecem como destaque positivo nesta revisão: a estimativa de junho, de queda de 8%, foi substancialmente melhorada, para uma queda de 4,3%.

Emergentes e em desenvolvimento

O Fundo alerta que, mesmo com a retomada de atividades durante a pandemia, as perspectivas econômicas dos mercados emergentes e em desenvolvimento, com exceção da China (cuja economia deve crescer 1,9% este ano, na única expansão entre os países discriminados no relatório), continuam "precárias".

Segundo o documento, a contínua transmissão do coronavírus, a sobrecarga dos sistemas públicos de saúde e a dependência de financiamento externo, incluindo remessas, são fatores que refletem na atividade econômica de um país.

"Todas as regiões de mercados emergentes e de economias em desenvolvimento devem contrair este ano, incluindo notavelmente a Ásia, onde grandes economias, como Índia e Indonésia, continuam tentando controlar a pandemia", informou o relatório.

O FMI mostra uma situação especialmente alarmante na Índia, onde o PIB sofreu uma contração muito acima da esperada no segundo trimestre. Como consequência, a estimativa para o desempenho da economia do país este ano passou de uma queda de 4,5% para um tombo de 10,3%. Para o próximo ano, foi estimado um crescimento de 8,8%.

Com isso, a previsão para a Ásia emergente e em desenvolvimento passou de -0,8% para -1,7%.

Sobre o Brasil, a organização destacou a recuperação da atividade industrial em julho e agosto, em relação aos meses anteriores, mas ponderou que o setor de serviços ainda enfrenta dificuldades para se recuperar por conta do alto número de infectados.

Previsões para 2020 — Foto: Economia G1Previsões para 2020 — Foto: Economia G1

Desemprego deve crescer ainda mais

No Brasil, assim como em grande parte das economias emergentes, a taxa de desemprego deve crescer ainda mais até o final do ano — aumentando o nível de pobreza e a desigualdade social nos estados, prevê o FMI.

Por aqui, a estimativa é que o desemprego feche o ano em 13,4%, e suba ainda mais em 2021, para 14,1%.

"A pandemia vai reverter o progresso feito desde a década de 1990 na redução da pobreza global. Pessoas que dependem do trabalho assalariado diário e estão fora do mercado formal enfrentaram perdas repentinas de receita quando as restrições de mobilidade foram impostas", disse o fundo, no relatório. 

De acordo com a organização, a economia mundial só deve se restabelecer por completo quando os riscos da pandemia forem mitigados, haja visto que o isolamento social só deve acabar quando toda população for vacinada e se sentir segura.

"Essas descobertas sugerem que, enquanto os riscos para a saúde persistirem, a atividade econômica deve permanecer subjugada. Portanto, os formuladores de políticas devem evitar a retirada do apoio econômico rapidamente e manter os gastos com redes de segurança social", concluiu o relatório.

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