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No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,66%, cotada em R$ 5,6546. Com o resultado, fechou o mês com valorização de 1,18%. O principal índice de ações da bolsa, por sua vez, encerrou com um avanço de 1,20%, aos 127.652 pontos.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1
Postado em 01 de agosto de 2024 às 10h00m
Postagem - Nº 0.859
Dólar — Foto: Karolina Kaboompics/Pexels
O dólar opera em forte alta nesta quinta-feira (1°), com investidores repercutindo as decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Ontem, as duas instituições decidiram manter suas taxas de juros inalteradas. No Brasil, a taxa Selic permaneceu em 10,50% ao ano, mas com sinalizações de que o Copom está cauteloso com o cenário econômico.
Já nos Estados Unidos, o Fed manteve os juros em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá ser discutido na próxima reunião, caso os dados econômicos caminhem conforme o esperado.
"Hoje é um dia de dólar forte no mundo como um todo, por aversão a risco e uma apreensão pela inação do Fed ontem e o payroll [relatório de emprego dos EUA] de amanhã", diz Filippe Santa Fé, head de multimercados do ASA.
"Mas, localmente, a postura bem menos 'hawk' [menos rígida] que o esperado do Copom faz o real ter resultado bem pior que os pares nesse ambiente adverso", explica.
Às 16h10, o dólar subia 1,49%, cotado a R$ 5,7385. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7434. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,66%, cotada em R$ 5,6541.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,07% na semana;
- ganho de 1,18% no mês;
- alta de 16,52% no ano.
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,35%, aos 127.206 pontos.
Na véspera, o índice fechou em alta de 1,20%, aos 127.652 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
- alta de 0,12% na semana;
- ganhos de 3,02% no mês;
- perdas de 4,87% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os agentes do mercado financeiro analisam com cuidado os resultados das reuniões de política monetária do BC do Brasil e dos EUA.
No Brasil, o Copom optou por manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, numa decisão que já era amplamente esperada. O tom do comunicado foi mais duro, o que reforçou a perspectiva de que o colegiado pode voltar a subir os juros se julgar necessário.
"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz trecho do documento.
O mercado se dividiu sobre quanto esse endurecimento atendeu às expectativas, em meio a um cenário de aumento das expectativas de inflação. Em reportagem nesta segunda-feira, o g1 mostrou a reação de alguns analistas ao comunicado.
Para Adriana Dupita, economista de mercados emergentes da Bloomberg Economics, o tom geral do comunicado do Copom foi realmente mais duro do que o da reunião de junho – e em linha com a piora na perspectiva para a inflação.
“Mas ainda não foi dessa vez que o BC sinalizou que contempla dar a alta de juros que o mercado precifica”, diz.
A especialista afirma que, até a próxima reunião do Copom, em setembro, novas informações relevantes vão ser divulgadas e consideradas pelo Comitê. Entre elas, o Orçamento de 2025, a possível indicação de novos membros para a autoridade monetária e o possível início dos cortes de juros pelo Federal Reserve.
“Nesse sentido, o comunicado desta quarta deixa ainda alguma flexibilidade para o BC reagir aos novos dados.”
O economista Danilo Passos, da WHG, ressalta que o comunicado desta quarta mostra um Copom ainda um pouco indeciso sobre se realmente precisa ser mais hawkish (no sentido de elevação dos juros).
“O comunicado tem vários marcadores hawkish [tom mais duro]. Em diversos trechos, o BC fala em um acompanhamento diligente, em uma cautela na política monetária. Por outro lado, há sinalizações que o mercado esperava, mas não vieram”, diz.
Passos destaca, por exemplo, que o texto não mencionou uma “assimetria no balanço de riscos pela inflação”. "Esse poderia ser um marcador mais claro de que o cenário estaria, na visão do próprio BC, se deteriorando muito – e que o próximo passo poderia ser uma alta nos juros.”
Já no exterior, a decisão do Fed já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última decisão, em junho — chegando, agora, à oitava reunião consecutiva de juros inalterados.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá ser discutido na próxima reunião, caso os dados econômicos caminhem conforme o esperado.
“Uma redução em nossa taxa básica de juros pode estar na mesa já na próxima reunião, em setembro”, disse Powell. “As leituras de inflação do segundo trimestre aumentaram nossa confiança, e novos dados positivos fortaleceriam ainda mais essa confiança."
Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou que, nos últimos meses, houve algum progresso adicional em direção à sua meta de inflação, que é de 2%.
Apesar disso, voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha "maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável" para a meta. Segundo o colegiado, a inflação diminuiu no ano passado, "mas continua um pouco elevada".
O Fomc também destacou que está "preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de seus objetivos".
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que "os ganhos no emprego permaneceram moderados e a taxa de desemprego subiu, mas continua baixa". Disse ainda que "os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio".
O colegiado ponderou, no entanto, que a perspectiva econômica é incerta, e que segue "atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo".
Participantes do mercado acreditam que o corte deve acontecer já em setembro, tendo em vista o ambiente inflacionário mais controlado na maior economia do mundo.
O PCE — que é o índice de inflação preferido do Fed, pois considera, em seu cálculo, apenas uma cesta dos bens e serviços mais utilizados pela população em determinado período — desacelerou no último mês a 2,5% na taxa anual, em linha com as projeções.
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