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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Dólar fecha em queda e volta a R$ 5,03, com juros dos EUA e guerra no Oriente Médio no radar; Ibovespa cai

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A moeda norte-americana teve um recuo de 0,45%, cotada a R$ 5,0302. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, caiu 0,74%, aos 113.155 pontos.
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Por g1

Postado em 20 de outubro de 2023 às 11h05m

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Dólar começa o dia em alta. — Foto: Burak The Weekender/Pexels
Dólar começa o dia em alta. — Foto: Burak The Weekender/Pexels

O dólar não conseguiu sustentar o sinal positivo do início da sessão e fechou em queda nesta sexta-feira (20). O movimento acompanhou um alívio nos rendimentos dos títulos públicos norte-americanos (Treasuries), após as fortes altas dos últimos dias.

A preocupação com o rumo das taxas de juros nos Estados Unidos, que já estão no maior patamar em duas décadas e podem subir mais, também continuou no radar, assim como a guerra entre Israel e Hamas, que já chegou ao 14° dia e provoca um aumento de tensões nos Oriente Médio.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também registrou recuo.

Veja abaixo o dia nos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar recuou 0,45%, cotado a R$ 5,0302. Veja mais cotações.

Na véspera, a moeda norte-americana fechou o dia praticamente estável, com leve baixa de 0,02%, vendida a R$ 5,0529. Com o resultado de hoje, passou a acumular:

  • queda de 1,15% na semana;
  • alta de 0,07% no mês;
  • recuo de 4,69% no ano.

O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,74%, aos 113.155 pontos.

A queda nas ações da Vale e da Petrobras, duas das companhias de maior peso no índice, ajudou a pressionar o Ibovespa para baixo nesta sessão.

No dia anterior, o índice fechou com baixa de 0,05%, aos 114.004 pontos, também depois de oscilar muito. Com o resultado de hoje, passou a acumular:

  • queda de 2,25% na semana;
  • recuo de 2,93% no mês;
  • ganho de 3,12% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Um discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no fim do dia de ontem continuou mexendo com os mercados neste pregão.

O dirigente disse que o BC dos Estados Unidos está "procedendo com cuidado" em relação a novos aumentos nas taxas de juros do país, mas destacou que a persistência da pressão inflacionária e o mercado de trabalho resiliente continuam no radar da instituição.

"A fala não trouxe muito fôlego aos investidores, uma vez que Powell destacou a necessidade de uma desaceleração no mercado de trabalho para a volta da inflação à meta – sinalizando que o momento ainda não é de alívio no cenário de juros", explica a chefe de economia da Rico, Rachel de Sá.

Investidores acreditam que, mesmo que o Fed não promova novos aumentos nas taxas nos próximos meses, os juros devem permanecer em patamar elevado por mais tempo que o que era esperado.

Com isso, o rendimento dos títulos públicos americanos — que são atrelados às taxas de juros do Fed — disparou nas últimas semanas, com o título de 10 anos (considerado um dos mais seguros do mundo) ultrapassando, ontem, a faixa dos 5% ao ano, prela primeira vez desde 2007.

Juros mais altos nos Estados Unidos preocupam todo o mundo, principalmente os países emergentes, porque, em momentos de incerteza, os investidores migram para os ativos que oferecem maior segurança, beneficiando o dólar e a renda fixa norte-americana em detrimento de outras moedas e mercados de risco.

Esse cenário de cautela é reforçado pela guerra entre Israel e Hamas. Segundo Rachel, o anúncio de alívio nas sanções norte-americanas contra o petróleo venezuelano não foi o suficiente para reverter preocupações sobre oferta da commodity no mundo.

"A percepção é que, após anos de baixo investimento no país latino-americano, a capacidade de produção fique aquém do esperado", pontua a economista.

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