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Fernando Haddad, ministro da Fazenda, diz que a redução de impostos para carros mais populares vai durar 3 ou 4 meses.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Jornal Nacional
Postado em 26 de maio de 2023 às 21h50m
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Economistas divergem sobre os benefícios para a economia brasileira da redução de impostos de carros populares 0 km
A decisão do governo de reduzir impostos para estimular a venda de carros populares 0 km dividiu opiniões de economistas sobre os benefícios da medida.
Foi no governo de Fernando Collor de Mello que o Brasil experimentou, pela primeira vez, uma política de incentivo aos carros populares 0 km. Em 1990, mesmo com as vendas em baixa e uma grave crise econômica, as onze montadoras instaladas no país empregavam mais de 117 mil trabalhadores, e ainda geravam mais de 5 milhões de empregos indiretos.
De lá para cá, medidas de estímulo à produção e à venda de carros populares foram adotadas outras vezes, por diferentes governos. Mas nenhuma delas conseguiu impedir o encolhimento do setor.
Ao longo dos últimos 33 anos, o número de fábricas instaladas no Brasil quase dobrou. Mas o número de postos de trabalho caiu e a geração de empregos indiretos despencou - um reflexo da automação das linhas de montagem.
Ao longo dos últimos 33 anos, o número de fábricas instaladas no Brasil quase dobrou — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Na quinta-feira (25), o governo anunciou que vai reduzir impostos para estimular a venda de carros populares novos de até R$ 120 mil. A expectativa é que a medida gere uma redução de 1,5% a 10,96% no preço final do carro.
Nesta sexta-feira (26), em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o programa é temporário.
“Um projeto curto no tempo, este ano, para acomodar essa transição de falta de crédito e de pátios cheios. Não é um programa de longo prazo, é um programa tópico, de alguns meses esse ano. Eu tenho certeza que nós vamos retomar o financiamento com ciclo de queda da taxa de juros”, afirmou.
Perguntado se o valor do programa chegaria a R$ 8 bilhões, o ministro disse que não chegará a R$ 2 bilhões.
“É um programa que talvez não chegue a um quarto desse valor. Eu estou falando de um programa que vai durar três, quatro meses. Não estou falando de uma coisa estrutural, mas que pode segurar, sim, o fechamento de plantas nessa transição. Você segura a onda em um momento que está difícil para o setor”, disse.
A redução dos impostos para carros populares vai levar em conta três fatores:
- o preço do veículo (quanto mais barato menor a alíquota);
- a cadeia de produção (quanto mais peças e acessórios fabricados no Brasil, maior o desconto);
- e a emissão de poluentes. É esse ponto que os especialistas consideram positivo, já que a idade média da frota em circulação no país, hoje, é de 16,7 anos.
“Se for lançar um carro muito caro, que não emite poluente, não vai adiantar nada porque ninguém vai comprar esse carro. Um carro popular, um carro mais acessível, com preço baixo, é muito bom para essa renovação de frota, porque aquela pessoa que tem o carro antigo vai acabar trocando por esse carro novo”, afirma o engenheiro mecânico Renato Romio, professor do Instituto Mauá de Tecnologia.
Antônio Jorge Martins, coordenador dos cursos automotivos da FGV, avalia que a redução de impostos não é suficiente para alavancar o setor.
“O que se teve ao longo dos últimos três anos, especialmente no período pós-pandemia, foi um aumento de custos de partes de peças, componentes, semicondutores, desvalorização cambial, inflação, que geraram um aumento de custos para a montadora da ordem de 50% a 55%. Na minha percepção, não será uma medida de redução de impostos que poderá gerar redução de preços, que de uma forma geral irá reverter o quadro hoje existente”, diz Antônio Jorge Martins.
O professor do Instituto Mauá lembra: qualquer incentivo fiscal precisa trazer mais do que apenas benefícios para a economia.
“Incentivos, normalmente, fazem parte de uma política pública. Então, você dá um incentivo buscando algo em troca. Você incentiva determinada tecnologia porque aquela tecnologia é a melhor para o país. Então, você sempre faz esses incentivos de forma amarrada. São coisas que, normalmente, o fabricante não iria fazer de forma espontânea e, na realidade, acaba sendo uma troca. Você oferece algo, o governo oferece algo e o fabricante oferece algo em troca que normalmente ele não faria”, explica Renato Romio.
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