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domingo, 2 de abril de 2023

Procuradoria da Suíça abre investigação sobre compra do Credit Suisse pelo UBS, diz jornal

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Informação é do jornal Financial Times; acordo foi fechado em março, por US$ 3,23 bilhões e coordenação do Banco Nacional da Suíça.
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Por g1

Postado em 02 de abril de 2023 às 10h50m

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Foto tirada em 19 de março de 2023 em Berna, na Suíça, mostra o presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Axel Lehmann (à esquerda), apertando a mão do presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher (à direita), logo após a entrevista coletiva na qual o UBS, maior banco suíço, anunciou a aquisição do segundo — Foto: Fabrice Cofrrini/AFP
Foto tirada em 19 de março de 2023 em Berna, na Suíça, mostra o presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Axel Lehmann (à esquerda), apertando a mão do presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher (à direita), logo após a entrevista coletiva na qual o UBS, maior banco suíço, anunciou a aquisição do segundo — Foto: Fabrice Cofrrini/AFP

A Procuradoria Federal da Suíça abriu uma investigação sobre a aquisição do Credit Suisse por seu maior rival, o UBS, em uma operação mediada pelo Estado. A informação é do jornal "Financial Times".

O grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse por US$ 3,23 bilhões, informou o Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) no dia 19 de março.

A reportagem mostra que o promotor de Berna, Stefan Blättler, está investigando possíveis violações da lei criminal suíça por funcionários do governo, reguladores e executivos dos dois bancos, que concordaram em uma fusão de emergência no mês passado, em meio aos temores de uma crise financeira generalizada na Europa.

O Ministério Público Federal quer cumprir proativamente sua missão e responsabilidade de contribuir para um centro financeiro suíço limpo e montou um monitoramento para tomar medidas imediatas em qualquer situação que se enquadre em seu campo de atividade, disse a autoridade ao Financial Times.

Ainda de acordo com a autoridade, havia numerosos aspectos dos eventos em torno do Credit Suisse que justificavam investigação, afirmou, que precisavam ser analisados para identificar quaisquer crimes que pudessem ser da competência do [promotor].

Desde o fechamento do acordo, houve protestos de partidos políticos e da sociedade civil contra a criação do conglomerado bancário.

O acordo

O Credit Suisse foi comprado pelo UBS, em uma tentativa de evitar que a crise de confiança no banco respingasse no sistema financeiro local e internacional.

Segundo o ministro de finanças suíço, a falência de um banco globalmente importante como o Credit Suisse teria "consequências irreparáveis" nos mercados.

"Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia da Suíça nessa situação excepcional", afirmou o BC suíço, segundo a Reuters.

A Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA, na sigla em inglês) afirmou que as atividades dos dois bancos poderão seguir normalmente, sem restrições ou interrupções. Além disso, o órgão também disse que coordenaria a operação com o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a Autoridade Britânica de Regulação Prudencial.

O Credit Suisse teve uma semana conturbada e viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15). O episódio faz parte de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro iniciada após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos.

A situação do Credit Suisse gerou temores ao mercado sobre uma situação generalizada de crise bancária internacional. Além do Credit Suisse, concorrentes europeus viram as ações despencarem naquele dia, também acima dos 10%.

O banco havia apresentado resultados ruins no trimestre passado e ver seu principal acionista, o Saudi National Bank – que tem participação de 10% na sociedade da empresa – , não o apoiar com um aumento de participação no capital. O investimento não aconteceu por questões regulatórias.

Na quinta-feira (16), o banco pediu um empréstimo de US$ 54 bilhões (o equivalente a R$ 285 bilhões) ao Banco Central da Suíça. O Banco Nacional da Suíça já havia informado que garantiria a liquidez do Credit Suisse se fosse necessário.

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