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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Dólar fecha em queda e fica abaixo de R$ 5,15, menor cotação em um mês

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Moeda norte-americana recuou 1,36% nesta sexta-feira. Com o resultado, acumula desvalorização de 3,31% na semana frente ao real.
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Por g1

Postado em 21 de outubro de 2022 às 11h10m

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Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (21), diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) possa desacelerar o ritmo de aumento da taxa de juros do país.

A moeda norte-americana recuou 1,36%, a R$ 5,1468. É a menor cotação desde 22 de setembro, quando fechou em R$ 5,1147. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda recuou 1,08%, cotada a R$ 5,2175. Com o resultado de hoje, acumulou queda de 3,31% na semana, de 4,58% no mês e de 7,68% no ano frente ao real.


O que está mexendo com os mercados?

Investidores encontraram algum conforto em reportagem do Wall Street Journal, que diz que o banco central dos EUA começará a debater planos de desacelerar seu ritmo de aperto monetário em dezembro, depois de um provável quarto aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual nos juros em seu encontro de novembro.

Corroborou para essa expectativa a fala da presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly. Ele disse nesta sexta que é hora de o BC norte-americano começar a falar em diminuir o ritmo das altas nos custos dos empréstimos.

Juros mais altos nos EUA tornam o mercado de renda fixa norte-americano mais rentável, o que, de modo geral, atrai recursos estrangeiros e beneficia o dólar globalmente.

Uma eventual desaceleração do ritmo de aperto é vista como prejudicial para a moeda norte-americana, especialmente em relação a pares de países emergentes, que oferecem retornos maiores.

No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível que torna o real muito atraente para estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado de retornos mais altos.

No cenário doméstico, o foco permanece no cenário político, a oito dias do segundo turno das eleições para a Presidência da República e para alguns governos estaduais.

Na noite da quarta-feira (19), o Datafolha divulgou mais uma pesquisa de intenção de votos. Segundo os dados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 49% da preferência dos eleitores, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro tem 45%. No caso dos votos válidos, Lula tem 52% e Bolsonaro, 48%.

De volta ao cenário internacional, outro ponto que merece destaque são as tensões políticas no Reino Unido. Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, disse, em entrevista à Reuters, que "o mercado continua atento à situação da Europa e à crise política no Reino Unido, após a renúncia da primeira-ministra Liz Truzz".

Na véspera, Truss anunciou que deixará o cargo de primeira-ministra do Reino Unido depois de apenas seis semanas no poder, derrubada por um programa econômico de corte de impostos que abalou os mercados e dividiu seu Partido Conservador.

Embora a saída de uma líder já sem credibilidade tenha sido recebida na quinta-feira como motivo de alívio para alguns investidores, o aumento da incerteza sobre quem será o próximo premiê de um dos maiores centros financeiros do mundo passou a pesar mais nitidamente sobre o humor global nesta sexta.

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