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Queda de 9,9% no ano passado foi provocada por incertezas na economia e gastos moderados.--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por g1
Postado em 05 de janeiro de 2022 às 18h00m
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Comércio, consumo das famílias, varejo — Foto: Celso Tavares/G1
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 9,9% em 2021 e uma média de 71,6 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em 2010, informou nesta quarta-feira (5) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A redução percentual (-9,9%), no entanto, foi menor do que a observada em 2020, quando a Covid-19 chegou ao país (-15,9%).
Em dezembro, a queda foi de 0,8%, considerando o ajuste sazonal e alcançando 74,4 pontos — a maior desde maio de 2020 (81,7 pontos).
Para José Roberto Tadros, presidente da entidade, o indicador anual reforçou a moderação das famílias em consumir devido às incertezas econômicas.
Intenção de consumo das famílias cai para menor nível desde 2010, diz CNC
“O ano de 2020 apresentou grandes obstáculos para o consumo. Já 2021 foi marcado pela incerteza e consequências das medidas do ano anterior. Os consumidores enxergaram uma recuperação gradual e desaceleraram a cautela, mas ela permanece”, observou.
Na avaliação por faixa de renda, as famílias com orçamento acima de dez salários mínimos revelaram nível de insatisfação de 86,9 pontos no ano, com recuo de 5,0%.
Já para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador atingiu 68,4 pontos, demonstrando uma queda mais intensa, de 11,2%. De acordo com a CNC, esse perfil de retração também foi observado em 2020, mas com uma discrepância menor entre as categorias analisadas.
Pessimismo do consumidor
De acordo com a CNC, o pessimismo do consumidor em 2021 foi menor do que em 2020, com exceção de "Acesso ao Crédito", que teve queda de 7,0% em 2021, enquanto em 2020 a retração foi de apenas 0,1%.
Segundo Catarina Carneiro da Silva, economista responsável pela pesquisa, essa variação pode ser explicada pelo aumento da taxa Selic no ano passado por conta do avanço da inflação.
“A inflação é um dos fatores que dificultam a recuperação econômica, pois reduz o poder de compra. Além de levar a um aumento dos juros, o que encarece o crédito, que é um artifício utilizado pelos consumidores para aumentar a renda e manter o padrão de consumo", afirmou a pesquisadora.
A percepção em relação ao consumo futuro também se destacou negativamente, com 53,5% das famílias acreditando na redução, em comparação ao ano anterior. O componente "Perspectiva de Consumo" atingiu 69,9 pontos, seu menor patamar desde 2016.
Por outro lado, os principais destaques positivos em 2021 foram componentes relacionados ao mercado de trabalho: "Emprego Atual e Perspectiva Profissional", com 89,3 e 83,3 pontos, respectivamente. Mesmo registrando os melhores indicadores, os itens também contaram com retrações percentualmente (9,5% e 4,8%).
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