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quarta-feira, 17 de março de 2021

Governo mantém estimativa para aumento do PIB em 3,2%, mas prevê inflação mais alta em 2021

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Expectativa de inflação subiu de 3,23% para 4,4%, acima do centro da meta prevista para este ano, que é de 3,75%. Informação foi divulgada por meio do Boletim Macrofiscal.
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

Postado em 17 de março de 2021 às 10h00m

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Ministério da Economia aumenta a projeção da inflação oficial do país, o IPCA, para este ano
Ministério da Economia aumenta a projeção da inflação oficial do país, o IPCA, para este ano

O Ministério da Economia manteve em 3,2% a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (17) pela Secretaria de Política Econômica da pasta, por meio do Boletim Macrofiscal.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia de Covid-19 e ao aumento no número de contaminados e de mortes provocadas pela doença, que também tem gerado reflexos negativos na economia.

"As incertezas são elevadas com os desafios de enfrentamento à pandemia, mas deve-se considerar os indicadores no primeiro bimestre que apontam continuidade da recuperação da atividade econômica", informou o Ministério da Economia.

De acordo com a área econômica, a manutenção de uma "política monetária em terreno acomodatício", ou seja, juros baixos, a expansão da vacinação, o controle dos gastos públicos públicos e a continuidade das reformas estruturais "possibilitarão a elevação da confiança e maior vigor da atividade ao longo de 2021".

Paulo Guedes disse que não há economia sem saúde
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Pandemia

Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, a manutenção da previsão de alta do PIB em 3,2% para este ano considerou fatores positivos e negativos para o nível de atividade.

Entre os fatores positivos, ele listou uma taxa de carregamento estatístico maior, por conta da alta do PIB no quatro trimestre de 2020, de um cenário internacional favorável devido a juros baixos e previsão de maiores exportações com a alta do dólar, além de poupança interna elevada.

Por outro lado, ele avaliou que a piora da pandemia tem efeitos ruins sobre a economia.

O recrudescimento da pandemia foi muito forte. Junto com as medidas para impedir a propagação do vírus, geram efeitos negativos [na atividade]. No balanço, achamos que o mais prudente é manter a projeção atual [de alta de 3,2% no PIB de 2021]. Se for necessário, faremos as mudanças devidas", afirmou.

Expectativa do mercado

A expectativa do mercado financeiro, apurada na semana passada, é de que o PIB tenha uma alta de 3,23% em 2021.

No fim de 2020, o BC estimou um alta de 3,8% para o nível de atividade neste ano, mas, em janeiro deste ano, avaliou que a pandemia pode gerar uma "reversão temporária da retomada econômica".

Em 2020, a economia brasileira registrou um tombo de 4,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior recuo anual da série iniciada em 1996.

Para o ano de 2022, a previsão oficial de alta do PIB do governo federal foi mantida em 2,5%.

Alta da inflação

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o Ministério da Economia elevou sua projeção de 3,23% para 4,4% em 2021.

Com o novo aumento, a expectativa de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%. Pelo sistema de metas, não haverá descumprimento se a inflação oscilar entre 2,25% e 5,25% em 2021.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

"O principal responsável pela elevação da projeção foi o preço dos alimentos. Todavia, as expectativas a partir de 2022 apontam convergência da inflação para o centro da meta", informou o Ministério da Economia.

A previsão da Secretaria de Política Econômica para a inflação está abaixo da estimativa do mercado financeiro - de uma alta de 4,6% em 2021.

Reformas

De acordo com o Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, o caminho para o "maior crescimento econômico" passa pela continuidade da agenda de reformas estruturais e políticas de consolidação fiscal, ou seja, o ajuste das contas públicas para conter a alta de gastos.

Segundo o governo, a agenda legislativa "avançou nos últimos dois anos e ainda progredirá mais".

"Dessa forma, a vacinação em massa vai garantir o retorno mais rápido do mercado de trabalho via redução das medidas restritivas de combate à pandemia; a consolidação fiscal vai manter um ambiente econômico propício ao investimento privado, à estabilidade da inflação e ao risco-país menor; e reformas pró-mercado vão dinamizar o crescimento de longo prazo da economia brasileira", acrescentou o Ministério da Economia.

Segundo o governo, "diversos projetos relevantes" estão sendo discutidos com o Senado Federal e com a Câmara dos Deputados neste ano.

A área econômica citou a reforma tributária e a reforma administrativa, que considera ser "muito relevantes no contexto atual e irão permitir a racionalização e simplificação do sistema tributário e a modernização da administração pública, respectivamente".

"No setor de infraestrutura, há várias ações em debate que deverão gerar resultados positivos no próximo ano: Modernização do setor elétrico; Debêntures de infraestrutura; Marco Legal das ferrovias", concluiu.

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