O preço do metal amarelo valorizou mais de 27% desde o início do ano. Analistas preveem que o ouro em breve romperá a barreira dos US$ 2.000.
Por France Presse
27/07/2020 10h38 Atualizado há 2 horas
Postado em 27 de julho de 2020 às 10h45m
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O preço do ouro quebrou um novo recorde nesta segunda-feira (27),
confirmando seu status de valor refúgio em tempos de pandemia e tensões
entre a China e os Estados Unidos, embora a queda do dólar também tenha
contribuído para seu aumento.
O ouro atingiu o máximo absoluto de US$ 1.944,71 a onça pouco depois
das 3h GMT (0h de Brasília), e estava sendo negociado a cerca de US$
1.934 às 8h30 GMT (5h30 de Brasília).
Seu recorde anterior remonta a setembro de 2011, de US$ 1.921 a onça.
O preço do metal amarelo valorizou mais de 27% desde o início do ano.
Analistas preveem que o ouro em breve romperá a barreira dos US$ 2.000.
Agora que a epidemia de coronavírus piora em muitos países, os
investidores estão escolhendo o ouro, o eterno porto seguro em tempos de
crise. As medidas de flexibilização monetária decididas pelo Federal
Reserve baixaram o dólar, o que aumentou ainda mais a atratividade do
ouro. Como o valor do ouro é expresso em dólares, uma queda na moeda dos
EUA torna o metal precioso mais barato para os compradores que usam
outras moedas.
"Aumentos acentuados são inevitáveis quando entramos em um período semelhante ao de depois da crise financeira global, quando os preços atingiram níveis recordes devido à quantidade de dinheiro injetada pelo Fed no sistema financeiro", disse Gavin Wendt, analista da MineLife.
Alguns especialistas chegam a prever um preço futuro do ouro a US$
3.000 a onça, o que convence vários investidores de que não é tarde
demais para continuar especulando com esse metal.
Ouro atinge valor mais alto desde 2013
Valor de refúgio de milhares de anos
As primeiras minas de ouro descobertas datam de 3.000 anos antes de
nossa era e foram exploradas pelos egípcios. E a distribuição
relativamente equilibrada de ouro em nível planetário fez com que muitas
civilizações antigas se interessassem por este metal.
A princípio, o ouro era especialmente apreciado por sua aparência
estética, mas mais tarde, a partir de 700 anos antes de Cristo,
tornou-se a base do sistema monetário, juntamente com a prata.
O metal amarelo, escasso, relativamente fácil de extrair, maleável -
torna-se líquido a 1.064 graus Celsius - e é inoxidável, possui inúmeras
qualidades, além de sua beleza, o que o torna muito prático e um metal
precioso por excelência.
O ouro permaneceu predominante no sistema monetário internacional até
1971 e a decisão do presidente dos EUA, Richard Nixon, de suspender a
conversibilidade do dólar em ouro, encerrando assim o sistema de Bretton
Woods herdado da Segunda Guerra Mundial.
Hoje, porém, como a oferta de ouro é constante no tempo, comparada ao
de outras matérias-primas, como o petróleo, o metal amarelo tem uma
imagem de estabilidade. Entre 2018 e 2019, a produção praticamente não
mudou, registrando um aumento de 1%, e apenas o aumento da reciclagem
permitiu que a oferta aumentasse em 3%.
Embora o ouro seja altamente valorizado pelos investidores, tem
detratores, como o bilionário Warren Buffett, que o critica por sua
improdutividade. No passado, o economista John Maynard Keynes zombara do
metal precioso como uma "relíquia bárbara".
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