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Por Sara Curcino, Marcela Cunha, Alexandro Martello, g1 — Brasília
Postado em 10 de dezembro de 2024 às 18h55m
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Sede do Banco Central em Brasília — Foto: Raphael Ribeiro/BCB
O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (10) três indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do Banco Central (BC).
Nilton David, Izabela Correa e Gilneu Vivan foram indicados pelo presidente em novembro. Eles foram sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pela manhã, e aprovados em plenário.
Com o aval dos parlamentares, os três assumem os novos cargos a partir de janeiro de 2025.
Nilton David foi aprovado no plenário por 50 votos a 3, com uma abstenção. Izabela Correa, por 48 votos a 3 e Gilneu Vivan por 53 a 3 (veja o perfil deles aqui).
Antes da votação, eles foram sabatinados pelos senadores e disseram ter compromisso com o controle da inflação no Brasil.
Os economistas foram aprovados para as seguintes diretorias:
- Nilton David foi indicado para assumir a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, cargo hoje ocupado por Gabriel Galípolo, futuro presidente da autoridade financeira
- Izabela Correa foi indicada para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta
- Gilneu Vivan, se aprovado pelo plenário, assumirá o cargo de diretor de Regulação
A diretoria do BC compõe o Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado responsável por fixar a taxa básica de juros da economia e é composta por 9 diretores, sendo um deles, o presidente.
- Galípolo, indicado por Lula, assumirá após o fim do mandato do atual presidente do banco, Roberto Campos Neto, indicado pelo governo anterior.
Com a aprovação dos três novos diretores, a diretoria do BC terá, ao todo, sete escolhidos por Lula. Os quatro hoje no órgão são: Paulo Picchetti, Rodrigo Alves, Galípolo e Ailton Santos.
Papel do BC
A principal atribuição dos diretores do Banco Central é o controle da inflação. No Brasil, vigora o sistema de metas, nas quais o BC tem de mirar. A taxa básica de juros da economia, a Selic, é o principal instrumento utilizado pela instituição.
A aprovação dos novos diretores na comissão acontece no mesmo dia que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para determinar a nova taxa básica do país.
Atualmente, a taxa Selic está em 11,25% ao ano, e a expectativa do mercado é de que a taxa avance para 12% ao ano no fim de 2024 e para 13,50% ao ano no fechamento de 2025.
Com a aprovação da autonomia do Banco Central em 2021, na gestão Bolsonaro, o presidente e diretores do Banco Central passaram a ter mandato fixo. Até o fim deste ano, a diretoria é composta, em sua maioria, ainda por nomes escolhidos por Bolsonaro.
Perfil dos futuros diretores
Banco central divulga ata da reunião da semana passada do Copom
- Gilneu Francisco Astolfi Vivan
Com quase 30 anos de atuação no Banco Central, Gilneu Francisco Astolfi Vivan atualmente chefia o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor).
No cenário internacional, representou o Brasil em grupos como o Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board, contribuindo para a análise de ameaças globais ao sistema financeiro.
- Izabela Moreira Correa
Servidora de carreira do Banco Central desde 2006, Izabela Moreira Correa possui um sólido histórico na administração pública. Atualmente, é Secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União (CGU).
Com doutorado em Governo pela London School of Economics and Political Science (LSE), Izabela foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford.
Também é mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduada em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro.
- Nilton José Schneider David
Com carreira no mercado financeiro, Nilton José Schneider David é chefe de Operações Tesouraria do Bradesco, cargo em que atua na gestão de ativos e passivos de uma das maiores instituições financeiras do país.
Engenheiro de Produção pela Universidade de São Paulo (USP), Nilton acumulou experiência em instituições no Brasil e no exterior, reforçando sua capacidade de diálogo com o setor privado.
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