Queda foi de 7,8% na comparação dos meses de abril, maio e junho deste ano com o trimestre anterior. Por G1 16/08/2020 22h30 Atualizado há 11 minutos
Por G1
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Em meio à pandemia, PIB japonês registra pior queda em 40 anos
O PIB do Japão
caiu 7,8% na comparação do segundo trimestre deste ano (abril, maio e
junho) com o trimestre anterior (janeiro, fevereiro e março) devido ao
impacto da pandemia da Covid-19. É o pior resultado para o período, considerando os dados disponíveis na série histórica, desde 1980.
A contração de 7,8% no segundo trimestre, de acordo com dados
preliminares divulgados nesta segunda-feira pelo governo japonês, foi a
terceira seguida, após as registradas no primeiro trimestre (-0,6%) e
nos últimos três meses de 2019 (-1,9%), que levaram a terceira maior
economia do mundo à recessão.
Esta é a primeira recessão do Japão desde 2015, definida por uma contração da economia durante dois trimestres consecutivos.
A sigla PIB se refere a Produto Interno Bruto e é uma medida do valor
dos bens e serviços que o país produz num período de tempo (atividade
econômica).
O objetivo é medir a atividade econômica e o nível de riqueza de uma
região. Quanto mais se produz, mais se está consumindo, investindo e
vendendo.
Menos afetado que Europa e EUA
A economia do arquipélago, que já estava em dificuldades no último
trimestre de 2019 pelo aumento do IVA em outubro, foi impactada pela
pandemia nos primeiros três meses de 2020.
No segundo trimestre, as atividades sofreram com o estado de emergência
decretado no país em abril e maio, que provocou um revés para o
consumo, que teve contração de 8,6% no período, enquanto os
investimentos das empresas caíram 0,2% (bens imóveis) e 1,5% (outros
setores).
As exportações também caíram 18,5% e as importações 0,5%, enquanto os
investimentos públicos registraram contração no primeiro trimestre, mas
aumentaram 1,2% entre abril e junho.
O Japão, com balanço de quase 54.000 casos e cerca de mil mortes
provocadas pela COVID-19, foi menos afetado que a maioria dos países
europeus e os Estados Unidos.
O impacto do estado de emergência nipônico, que apelou à cooperação
voluntária dos cidadãos e empresas, também foi menor que em outros
países ricos.
A zona do euro registrou contração de 12,1% do PIB no segundo trimestre,
afetada sobretudo por quedas expressivas das economias da França,
Itália e Espanha, enquanto o PIB dos Estados Unidos desabou 32,9% no
segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, o
pior desempenho da economia americana desde o início dos registros em
1947.
Apesar do aumento de novos casos diários de infecção desde julho, o
governo japonês reluta em recorrer a um novo confinamento, por temer os
efeitos negativos na economia.
A queda do PIB no segundo trimestre é atribuída em particular ao estado
de emergência de abril e maio. Os dados mostram resultados melhores a
partir de junho, destacam analistas, que acreditam no início de uma
recuperação no período julho-setembro.
Para atenuar o impacto econômico da pandemia, o governo japonês
anunciou dois planos de recuperação de dimensão histórica, que incluem
100.000 ienes (US$ 939) para cada residente no país. O auxílio tinha
como objetivo estimular o consumo durante o verão.
Apesar das medidas, Naoya Oshikubo, economista do SuMi Trust, acredita
que a recuperação será "modesta" e apenas em 2022 o PIB deve recuperar o
nível anterior ao coronavírus.
A recuperação também pode ser prejudicada pela enfraquecida demanda por
exportações japonesas nos países duramente afetados pela pandemia.
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