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Agência calcula que esse tipo de despesa fechará o ano entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões, em torno de 7% do PIB, contra R$ 449 bilhões em 2021.--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Reuters
Postado em 16 de fevereiro de 2022 às 16h20m
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A alta da Selic deve elevar as despesas do governo brasileiro com juros ao maior patamar desde 2015 neste ano, apontou a agência de classificação de risco Moody´s, destacando que o movimento representa um risco ao esforço de consolidação fiscal do país.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (16), a Moody´s destacou como outros obstáculos as propostas em tramitação no Congresso para reduzir a tributação de combustíveis e incertezas macroeconômicas no ano eleitoral.
A Moody´s calcula que as despesas com juros fecharão o ano entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões, em torno de 7% do PIB, maior nível em sete anos. Em 2021, essas despesas ficaram em R$ 449 bilhões, o equivalente a 5,2% do PIB, segundo dados do Banco Central.
"A elevada participação no Brasil da dívida atrelada a taxas flutuantes contribui para a suscetibilidade da carga da dívida a aumentos de taxas", disse a Moody´s, destacando que essa parcela está hoje em 39% do total da dívida mobiliária interna, ante 29% em 2016.
Ao comentar as propostas para redução da tributação sobre combustíveis, a Moody´s afirmou que a aprovação de uma medida nesse sentido sem a devida compensação vai prejudicar o ímpeto recente de alta da arrecadação.
"Ao mesmo tempo, as crescentes incertezas em torno da política fiscal e das perspectivas macroeconômicas gerais do Brasil antes das eleições de outubro de 2022 estão prejudicando o ânimo dos investidores, afetando negativamente a confiança do mercado e levando a um aumento dos prêmios de risco", disse a Moody´s, ressaltando que as expectativas de inflação seguem elevadas e as projeções para o crescimento em 2022 e 2023 sofreram revisões expressivas para baixo.
A Moody's atribui ao Brasil classificação de nota de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira em "Ba2", dois níveis abaixo do "rating" mínimo para ser considerado grau de investimento – selo de bom pagador. A agência retirou o grau de investimento do Brasil em 2016.
As agências Fitch e S&P colocam o Brasil em "BB-", também considerado grau especulativo.
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