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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Ibovespa fecha em alta após três quedas consecutivas

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Nesta quinta (27), indicador subiu 1,66%, a 114.641 pontos.
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Por g1

Postado em 27 de outubro de 2022 às 11h05m

#         Post. N. =  0.541        #

Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira. — Foto: Pixabay
Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira. — Foto: Pixabay

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta quinta-feira (27), após a manutenção da Selic e a divulgação de dados do PIB dos EUA.

O indicador subiu 1,66%, a 114.641 pontos. Veja mais cotações.

No dia anterior, o índice registrou queda de 1,62%, a 112.764 pontos. Com os resultados, o índice acumula queda de 5,97% na semana. No mês, a alta é de 2,48% e, no ano, de 7,58%.

'O BC está concordando que temos um cenário de risco inflacionário', diz economista sobre manutenção da taxa básica de juros'O BC está concordando que temos um cenário de risco inflacionário', diz economista sobre manutenção da taxa básica de juros

O que está mexendo com os mercados?

Na véspera, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. No comunicado emitido após a reunião, o Copom avalia que o "conjunto dos indicadores" nos últimos 45 dias sinalizou "ritmo mais moderado de crescimento" da atividade econômica brasileira; e apesar de quedas recentes em áreas específicas, "a inflação ao consumidor continua elevada".

Os juros também são ponto de atenção no exterior, com o aumento das perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa desacelerar o ritmo de altas em suas taxas, hoje entre 3,00% e 3,25% ao ano, depois que a instituição elevou os juros em 0,75 ponto percentual em sua última reunião.

Os EUA têm os ativos mais seguros do mundo. Com retornos mais expressivos, esses títulos se tornam o destino de muitos investidores, principalmente em cenários de incertezas econômicas e políticas em nível global.

Ainda nesta quinta-feira, o BCE anunciou mais cedo uma elevação de 0,75 ponto percentual na sua taxa de juros. Com a decisão, os juros na zona do euro passarão a operar entre 1,50% a 2,25% ao ano a partir de 2 de novembro deste ano.

A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado. De acordo com informações da instituição, a alta tem como objetivo frear a escalada de preços na região e trazer a inflação para o centro da meta, de 2%. Em contrapartida, os dirigentes reconhecem que isso ainda pode demorar.

Por aqui, a atenção dos investidores ainda está voltada para a reta final da corrida eleitoral presidencial, a três dias do segundo turno, e para o aumento das tensões políticas. Na janela semanal, o Ibovespa perdeu 7 mil pontos, dada a volatilidade pré-eleições e temporada de resultados, aqui e nos Estados Unidos.

"O período entre o primeiro e o segundo turno historicamente apresenta volatilidade acima da média. O mesmo estudo indica que, logo após a data da votação, essa volatilidade tende a normalizar", diz Antonio Sanches, analista da Rico Investimentos.

Nos indicadores econômicos, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 8,7% no terceiro trimestre deste ano. Esta é a menor taxa desde o trimestre fechado em junho de 2015 (8,4%).

A taxa representa queda de 0,6 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em junho (9,3%) e de 3,9 pontos percentuais frente ao terceiro trimestre de 2021 (12,6%).

A taxa de desocupação segue a trajetória de queda que vem sendo observada nos últimos trimestres. A retração dessa taxa é influenciada pela manutenção do crescimento da população ocupada, destaca Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad.

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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Análise: vender o almoço de amanhã para comer hoje

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Medidas para colocar dinheiro no bolso dos mais vulneráveis vão deixar milhões de endividados.
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Por Laura Naime, g1

Postado em 25 de outubro de 2022 às 08h30m

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Violência, saúde, religião, tudo isso influencia uma eleição. Mas o que pesa, mesmo, é a economia – como bem sabia há 30 anos a campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos, que cunhou a frase é a economia, estúpido.

E, por economia, entenda-se basicamente dinheiro: o que entra no bolso da população em forma de salários e benefícios, e o que sai na hora de pagar por produtos e serviços.

O governo sabe disso.

Em junho, uma lei limitou a tributação dos estados sobre os combustíveis para forçar a queda dos preços nas bombas. Em agosto, o Auxílio Brasil passou a R$ 600, o auxílio gás dobrou de valor, e taxistas e caminhoneiros foram contemplados com auxílios específicos. Em setembro, foi a vez do crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Este mês, a liberação para compra da casa própria com FGTS futuro.

São mais reais no bolso dos mais vulneráveis e de trabalhadores – e contas menos salgadas nos postos. Mas quando a economia do país (o tal do PIB) não cresce, vale para o dinheiro a máxima nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. O dinheiro de hoje é a dívida de amanhã.

Ana Flor sobre empréstimo consignado do Auxílio Brasil: 'Muita gente está fazendo esse consignado sem saber que vai ter que pagar'Ana Flor sobre empréstimo consignado do Auxílio Brasil: 'Muita gente está fazendo esse consignado sem saber que vai ter que pagar'

Aliás, dívidas: vai dever o governo, vai dever a população.

Só este ano, a estimativa é que o governo gaste mais de R$ 40 bilhões com o valor extra do Auxílio Brasil, o aumento do vale gás e as ajudas para taxistas e caminhoneiros. Com o corte do ICMS, as perdas para os cofres dos estados podem chegar a R$ 150 bilhões. Dinheiro que terá que ser cortado de outros gastos, ou virar dívida para os próximos anos.

No caso do governo, a bomba vai estourar nos cofres públicos – e pode virar problema para o reajuste de servidores, do salário-mínimo, de benefícios do INSS e nos serviços de infraestrutura, saúde, educação.

Mas algumas das medidas dos últimos meses terão impacto direto – e rápido – nas contas dos mais pobres.

Na última medida aprovada, o governo autorizou que trabalhadores usem dinheiro que ainda nem têm no FGTS para pagar prestações de casas populares do programa Casa Verde e Amarela.

Na prática, ela institui uma espécie de consignado do FGTS: em vez de ir para conta do trabalhador, o dinheiro depositado pelo empregador vai para pagar as prestações. Se perder o emprego, o mutuário pode ter que arcar com parcelas maiores, e corre o risco de perder também o imóvel.

A medida que gera preocupação, no entanto, é o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Isso porque o crédito, em geral, deveria ser usado para investimento ou para um momento de dificuldade – mas, para muitos brasileiros mais pobres, a hora de dificuldade é agora, é a fome de hoje.

Só na Caixa, cerca de 20 milhões de pedidos pelo consignado foram feitos até a semana passada. São 20 milhões de brasileiros que dependem do Auxílio Brasil e que terão descontados até 40% do valor do benefício ao longo de vários meses.

Na fila de uma agência do banco na semana passada, a reportagem do g1 encontrou interessados no dinheiro que sequer sabiam que os valores seriam descontados do benefício. É gente que está vendendo o almoço de amanhã para comer hoje – muitos, sem sequer saber disso.

É uma legião de pessoas vulneráveis que, depois do alívio momentâneo, podem ter meses ainda mais difíceis pela frente.

Ou, nas palavras duras de dona Joana Francisca: Fazer o quê, né? Tem jeito? Se eles descontarem esse dinheiro da gente, aí mesmo que ninguém sai da miséria. A gente pega o dinheiro agora e depois vê como faz para pagar, né?.
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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Metais estratégicos na transição climática: nova dependência após o petróleo?

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Veja metais que permitem que a indústria, a eletrônica, os transportes e os sistemas de energia abandonem o uso de hidrocarbonetos e parem de emitir gases de efeito estufa que aquecem o planeta.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 24 de outubro de 2022 às 11h15m

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A mina de cobre a céu aberto Chuquicamata, que pertence à produtora de cobre estatal do Chile, Codelco, em foto de abril de 2011. — Foto: Ivan Alvarado/Arquivo/Reuters
A mina de cobre a céu aberto Chuquicamata, que pertence à produtora de cobre estatal do Chile, Codelco, em foto de abril de 2011. — Foto: Ivan Alvarado/Arquivo/Reuters

Após um século de tensões geopolíticas sobre o acesso ao petróleo, os especialistas temem que a transição energética crie, especialmente na Europa, novas dependências de países produtores de metais cruciais para tecnologias de baixo carbono e eletrificação do planeta.

1 - Quais são os metais da transição climática?

O cobalto, níquel, manganês e lítio conduzem eletricidade em baterias de automóveis; metais de terras-raras (neodímio, praseodímio, disprósio, etc) são usados na fabricação de discos rígidos ou ímãs permanentes para turbinas eólicas; cobre e alumínio geralmente conduzem eletricidade; a platina é usada para o hidrogênio.

Todos esses metais permitem que a indústria, a eletrônica, os transportes e os sistemas de energia abandonem o uso de hidrocarbonetos e parem de emitir gases de efeito estufa que aquecem o planeta.

Essas matérias estarão no centro "dos esforços para descarbonizar e eletrificar a economia à medida que nos afastamos dos combustíveis fósseis", afirma um relatório da consultoria McKinsey, publicado no início de 2022.

Eles serão tão essenciais quanto o carvão foi para as máquinas a vapor no século XIX ou o petróleo no século XX.

2 - O que é preciso para alcançar a neutralidade de carbono até 2050?

Segundo a Organização Mundial da Energia, a demanda global desses metais poderia quadruplicar até 2040 se o mundo se comprometer com o Acordo do Clima de Paris.

Nesta transição energética, seria necessário produzir mais metais a partir de agora até 2050 do que a humanidade produziu em toda a sua história, estima Olivier Vidal, do Instituto de Ciências da Terra de Grenoble, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS).

Sobre a disponibilidade das matérias, há duas visões opostas: alguns especialistas antecipam a escassez, enquanto outros afirmam que a evolução tecnológica e a reciclagem permitirão sustentar o aumento da produção.

De acordo com um estudo da Universidade de Louvain, a Europa está exposta a uma "escassez crítica nos próximos 15 anos, especialmente de lítio, cobalto, níquel, cobre e metais de terras-raras".

O continente europeu, que importa quase todos esses materiais, só conseguiria atender entre 5% e 55% de suas necessidades até 2030, embora ainda tenha recursos inexplorados, como cobalto, gálio, germânio e lítio, diz a Aliança Europeia das Matérias-Primas (ERMA).

Embora seja necessário que "as licenças de mineração" sejam concedidas, enfatiza seu presidente, Bernd Schaefer.

Novos projetos de exploração de lítio estão sendo criados, incluindo um na França, anunciado nesta segunda-feira pelo grupo Imerys.

Os Estados Unidos acabam de abrir sua primeira mina de cobalto em décadas no estado de Idaho, e montadoras como a Tesla querem investir em operadoras de mineração.

3 - Quais são os países produtores?

O mercado de cobalto é dominado por um ator principal em cada extremidade da cadeia de valor: a República Democrática do Congo (RDC) cobre 70% da produção mundial e a China mais de 50% do refino.

A África do Sul representa 37% da produção mundial de manganês e a Guiné 22% da bauxita (usada para fabricar alumínio).

Quanto ao lítio, os principais produtores são Austrália, Chile e Argentina, embora a Bolívia tenha as maiores reservas inexploradas.

4 - Quais são os desafios geopolíticos em torno desses metais?

"O triângulo do petróleo e do gás - Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos - governa o mundo há 40 anos. Um monopólio que deixará pouco espaço para uma bipolarização do mundo entre Estados Unidos e China, grandes consumidores de metais da transição energética", considera Philippe Varin, autor de um relatório sobre o abastecimento da indústria francesa em matérias-primas minerais.

Na África e em outros lugares, a China e suas empresas assumiram "40% do controle das cadeias de valor dos metais necessários para fabricar baterias. Essa mudança no cenário geopolítico será um gerador de tensões", considera.

Esses materiais "podem ser objeto de um confronto entre a China e os Estados Unidos nos próximos anos", concorda Emmanuel Hache, do centro de pesquisas IFP Energies Nouvelles.

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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Dólar fecha em queda e fica abaixo de R$ 5,15, menor cotação em um mês

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Moeda norte-americana recuou 1,36% nesta sexta-feira. Com o resultado, acumula desvalorização de 3,31% na semana frente ao real.
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Por g1

Postado em 21 de outubro de 2022 às 11h10m

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Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (21), diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) possa desacelerar o ritmo de aumento da taxa de juros do país.

A moeda norte-americana recuou 1,36%, a R$ 5,1468. É a menor cotação desde 22 de setembro, quando fechou em R$ 5,1147. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda recuou 1,08%, cotada a R$ 5,2175. Com o resultado de hoje, acumulou queda de 3,31% na semana, de 4,58% no mês e de 7,68% no ano frente ao real.


O que está mexendo com os mercados?

Investidores encontraram algum conforto em reportagem do Wall Street Journal, que diz que o banco central dos EUA começará a debater planos de desacelerar seu ritmo de aperto monetário em dezembro, depois de um provável quarto aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual nos juros em seu encontro de novembro.

Corroborou para essa expectativa a fala da presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly. Ele disse nesta sexta que é hora de o BC norte-americano começar a falar em diminuir o ritmo das altas nos custos dos empréstimos.

Juros mais altos nos EUA tornam o mercado de renda fixa norte-americano mais rentável, o que, de modo geral, atrai recursos estrangeiros e beneficia o dólar globalmente.

Uma eventual desaceleração do ritmo de aperto é vista como prejudicial para a moeda norte-americana, especialmente em relação a pares de países emergentes, que oferecem retornos maiores.

No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível que torna o real muito atraente para estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado de retornos mais altos.

No cenário doméstico, o foco permanece no cenário político, a oito dias do segundo turno das eleições para a Presidência da República e para alguns governos estaduais.

Na noite da quarta-feira (19), o Datafolha divulgou mais uma pesquisa de intenção de votos. Segundo os dados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 49% da preferência dos eleitores, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro tem 45%. No caso dos votos válidos, Lula tem 52% e Bolsonaro, 48%.

De volta ao cenário internacional, outro ponto que merece destaque são as tensões políticas no Reino Unido. Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, disse, em entrevista à Reuters, que "o mercado continua atento à situação da Europa e à crise política no Reino Unido, após a renúncia da primeira-ministra Liz Truzz".

Na véspera, Truss anunciou que deixará o cargo de primeira-ministra do Reino Unido depois de apenas seis semanas no poder, derrubada por um programa econômico de corte de impostos que abalou os mercados e dividiu seu Partido Conservador.

Embora a saída de uma líder já sem credibilidade tenha sido recebida na quinta-feira como motivo de alívio para alguns investidores, o aumento da incerteza sobre quem será o próximo premiê de um dos maiores centros financeiros do mundo passou a pesar mais nitidamente sobre o humor global nesta sexta.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Reservas internacionais do Brasil atingem patamar mais baixo desde abril de 2011

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Nível foi registrado após queda de quase US$ 12 bilhões entre 9 de setembro e 10 de outubro. Apesar das perdas, reservas ainda estão em situação confortável, avaliam economistas.
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Por André Catto, g1

Postado em 19 de outubro de 2022 às 09h05m

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Euros e dólares — Foto: Dado Ruvic/Reuters
Euros e dólares — Foto: Dado Ruvic/Reuters

As reservas internacionais do Brasil estão no patamar mais baixo em mais de 11 anos, segundo dados do Banco Central (BC). O colchão de dólares do país entrou, entre o fim de agosto e o início deste mês, na casa dos US$ 326 bilhões, o mesmo registrado em abril de 2011.

Reservas internacionais são valores que um país possui em moeda estrangeira. Funcionam como uma espécie de seguro para fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques externos, como crises cambiais — caracterizadas pela desvalorização acentuada da moeda local.

Essas reservas são distribuídas entre títulos (tipo de investimento feito a partir da compra de papéis de dívida de uma entidade emissora, que se compromete a devolver o valor com juros), depósitos em moedas, ouro, entre outros formatos. (Entenda melhor sobre as reservas mais abaixo.)

As reservas brasileiras tiveram, no último mês, as perdas mais acentuadas de 2022. Entre 9 de setembro e 10 de outubro, o recuo soma quase US$ 12 bilhões, 3,5% do valor total no período.

Para efeito de comparação, a queda ao longo dos 30 dias imediatamente anteriores foi de quase metade da cifra: US$ 6,2 bilhões, uma redução de 1,8%.

Por que caiu?

Para o economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo, as perdas recentes podem ter relação com a volatilidade da moeda brasileira e a atuação do Banco Central para controlar a desvalorização do real diante do dólar norte-americano.

O governo pode ter utilizado esses recursos para quitar obrigações de curto prazo. O Banco Central também voltou a vender dólar no mercado à vista, o que ajudou a diminuir essa volatilidade do câmbio, explica Galhardo.

O cenário é diferente quando voltamos mais 30 dias. Entre 8 de julho e 8 de agosto, o país registrou aumento de US$ 3,5 bilhões nas reservas cambiais.

Apesar da alta no meio do ano, as quedas recentes ajudaram a puxar o resultado de 2022 para o negativo. No ano, o montante passou de US$ 361,4 bilhões, em 3 de janeiro, para os atuais US$ 326,2 bilhões, em 10 de outubro, uma perda nominal de US$ 35,1 bilhões – ou 9,7% no período.

Se comparado com o maior nível nominal da história, registrado em 2019, a queda é ainda maior, de US$ 64,2 bilhões. O montante foi reduzido de US$ 390,5 bilhões, no dia 25 de junho daquele ano, para US$ 326,2 bilhões, em 10 de outubro de 2022, um recuo de 16%.

Confira, abaixo, a série histórica das reservas internacionais brasileiras.


Mas a queda preocupa?

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, não.

"A perspectiva é de redução [das reservas] pelo menos nos próximos meses. Mas, no meu ponto de vista, nada preocupante, porque o nosso nível de passivo externo líquido é muito positivo, explica.

Ele também destaca que, como o Brasil tem, atualmente, um nível de reservas muito próximo à dívida externa total, está em um patamar que pode ser considerado confortável.

"A gente tem muito mais recursos no nosso ativo do que no passivo. Então, ele é líquido, ou seja, está sobrando dinheiro para honrar todos os compromissos que o Brasil tem, diz.

André Galhardo também descarta um cenário preocupante, mas pondera: diversos estudos mostram que o patamar brasileiro é confortável. Ainda assim, essa diminuição tão rápida nos últimos dias liga um ponto de alerta. Por ter chegado a um nível que não era visto desde 2011, é um ponto de atenção, afirma.


Cenário global

Alex Agostini explica que o cenário global atual — de aumento nas taxas juros pelas grandes economias — tem gerado impactos diretos sobre as reservas brasileiras.

Isso porque as reservas são formadas a partir da entrada de moeda estrangeira no país. Nesse contexto, a alta taxa de juros de economias como a dos Estados Unidos e de países da Europa se torna um entrave: são muito mais atrativas para os investidores quando comparadas ao Brasil.

O motivo é que são economias consolidadas, com riscos muito menores do que a brasileira, que acaba atraindo menos investidores, mesmo que nosso país tenha a maior taxa de juros real do planeta.

Agostini destaca que há ainda a incerteza diante da política brasileira, em meio às eleições, o que gera cautela por parte do mercado.

Entenda as reservas internacionais

Galhardo resume as reservas como recursos em moeda estrangeira ou equivalente em títulos financeiros, que o Banco Central guarda para eventuais problemas nas contas externas.

O gestor desses recursos é o BC. Mas o governo também pode usar as reservas para, por exemplo, abater dívidas externas e para interferir no câmbio.

Alex Agostini explica que essa atuação pode interferir diretamente na inflação do país. Caso o real tenha muita desvalorização, isso tem impacto nos preços internacionais de commodities. Por sua vez, impacta a inflação. Então, o BC atua justamente dessa forma, para garantir a estabilidade da moeda estrangeira aqui no Brasil.

Para que servem as reservas internacionais?

O Brasil adota um regime de câmbio flutuante. Isso significa que o valor do dólar flutua livremente sobre o real, de acordo com a oferta e a demanda da moeda pelo mercado. Na prática, quanto mais dólar no país, menos valorizado ele vai estar frente ao real.

As reservas internacionais funcionam, nesse contexto, como um colchão de segurança. Ajudam a atenuar oscilações bruscas do real diante do dólar (com o BC comprando ou vendendo dólares), dando maior previsibilidade e segurança para os agentes do mercado.

Segundo o Banco Central, aalocação das reservas internacionais (ou seja, onde o dinheiro é investido) é feita de acordo com o tripé segurança, liquidez e rentabilidade, nessa ordem.

Se um país tem reservas em volume confortável, fica menos sujeito a ataque especulativo e tem menor volatilidade cambial.

De modo geral, se você tem reservas internacionais, tem segurança internacional. Quando você não tem, os empresários não vão pensar duas vezes antes de fazer um ataque especulativo [retirada volumosa de dinheiro ao mesmo tempo]. Isso esvazia as reservas rapidamente e cria um processo de desvalorização do câmbio", explica Galhardo.

Então, além de blindar o país e atenuar essas volatilidades, ter boas reservas estrangeiras também permite que o Banco Central atue no mercado vendendo dólar à vista e quite obrigações internacionais no curto prazo, finaliza. 
Qual a composição das reservas brasileiras?

Segundo o último relatório de Gestão das Reservas Internacionais do Banco Central, as reservas brasileiras encerraram 2021 distribuídas da seguinte forma, em moedas:

  • dólar norte-americano: 80,34%
  • euro: 5,04%
  • renminbi (China): 4,99%
  • libra esterlina (Reino Unido): 3,47%
  • ouro: 2,25%
  • iene (Japão): 1,93%
  • dólar canadense: 1,01%
  • dólar australiano: 0,97%
Divisão considerando os tipos de investimentos da reserva brasileira:

  • títulos governamentais: 89,26%
  • depósitos em bancos centrais e em organismos supranacionais: 3,61%
  • títulos de agências: 1,64%
  • ETFs de índices de ações: 1,13%
  • títulos de organismos supranacionais: 0,63%
  • depósitos em bancos comerciais: 0,47%
  • ETFs de Corporates Investment Grade: 0,44%
  • ouro: 2,25%
  • outras classes de ativos, como títulos de governos locais: 0,58%
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