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quinta-feira, 17 de março de 2022

Copom eleva Selic para 11,75% ao ano; juro básico da economia está no maior patamar desde 2017

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Nono aumento seguido na taxa é medida para conter a inflação. Processo de elevação da Selic teve início em março do ano passado.
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Por Ana Paula Castro, g1 — Brasília

Postado em 17 de março de 2022 às 06h20m

Post. N. =  0.446

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (16), por unanimidade, elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano – alta de um ponto percentual.

É o nono aumento consecutivo na taxa. Com isso, a Selic alcançou o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Ou seja, o maior nível em quase cinco anos.

Antes desse ciclo de altas, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, a Selic tinha ficado estacionada no mínimo histórico de 2% ao ano. Veja a trajetória no gráfico abaixo:

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano
131312,2512,2511,2511,2510,2510,259,259,258,258,257,57,5776,756,756,56,56,56,56,56,56,56,56,56,5665,55,5554,54,53,753,75332,252,25222222222,752,753,53,54,254,255,255,256,256,257,757,759,259,2510,7510,7511,7511,75jan/17abr/17jul/17out/17fev/18mai/18ago/18out/18fev/19mai/19jul/19out/19fev/20mai/20ago/20out/20jan/21mai/21ago/21out/21fev/2202,557,51012,515
Fonte: Banco Central

De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve voltar a subir nos próximos meses. A previsão é de que o juro básico suba para 12,5% ao ano no começo de maio e para 12,75% ao ano em meados de junho, permanecendo neste patamar até o fim de 2022.

O aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação. A sequência de altas na Selic, portanto, é uma tentativa do Copom de conter o movimento de alta de preços registrado nos últimos meses.

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Guerra e incerteza fiscal

Em comunicado, o comitê avaliou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia aumentou as incertezas em relação ao cenário econômico em todos os países.

O choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas, explicou em nota.

Um dos fatores que podem intensificar a alta de preços, de acordo com o Copom, são as políticas fiscais do governo.

Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal mantém elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação, afirmou.

O comitê também reforçou que continuará a adotar as medidas necessárias para conter a inflação.

O momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, defendeu o Copom.

Segundo a nota, o comitê já prevê um ajuste da mesma magnitude na próxima reunião.

Um ano de juros em alta

Com a decisão desta quarta, o atual ciclo de alta dos juros completa um ano. O processo de elevação da taxa Selic teve início em março do ano passado.

Uma das consequências da alta dos juros é o aumento das taxas bancárias. No ano passado, a elevação do juro bancário foi o maior em seis anos.

Ao encarecer os empréstimos, a alta da Selic influencia negativamente no consumo da população e nos investimentos produtivos. Dessa maneira, impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.

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