--------===-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------===---------
Nono aumento seguido na taxa é medida para conter a inflação. Processo de elevação da Selic teve início em março do ano passado.--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Ana Paula Castro, g1 — Brasília
Postado em 17 de março de 2022 às 06h20m
Post. N. = 0.446
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (16), por unanimidade, elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano – alta de um ponto percentual.
É o nono aumento consecutivo na taxa. Com isso, a Selic alcançou o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Ou seja, o maior nível em quase cinco anos.
Antes desse ciclo de altas, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, a Selic tinha ficado estacionada no mínimo histórico de 2% ao ano. Veja a trajetória no gráfico abaixo:
De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve voltar a subir nos próximos meses. A previsão é de que o juro básico suba para 12,5% ao ano no começo de maio e para 12,75% ao ano em meados de junho, permanecendo neste patamar até o fim de 2022.
O aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação. A sequência de altas na Selic, portanto, é uma tentativa do Copom de conter o movimento de alta de preços registrado nos últimos meses.
Em comunicado, o comitê avaliou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia aumentou as incertezas em relação ao cenário econômico em todos os países.
“O choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas”, explicou em nota.
Um dos fatores que podem intensificar a alta de preços, de acordo com o Copom, são as políticas fiscais do governo.
“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal mantém elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, afirmou.
O comitê também reforçou que continuará a adotar as medidas necessárias para conter a inflação.
“O momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”, defendeu o Copom.
Segundo a nota, o comitê já prevê um “ajuste da mesma magnitude” na próxima reunião.
Um ano de juros em alta
Com a decisão desta quarta, o atual ciclo de alta dos juros completa um ano. O processo de elevação da taxa Selic teve início em março do ano passado.
Uma das consequências da alta dos juros é o aumento das taxas bancárias. No ano passado, a elevação do juro bancário foi o maior em seis anos.
Ao encarecer os empréstimos, a alta da Selic influencia negativamente no consumo da população e nos investimentos produtivos. Dessa maneira, impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário