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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

'Beira do precipício': China aumenta compras de soja do Brasil e produtores dos EUA pedem ajuda a Trump

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A China importou 10,39 milhões de toneladas de soja do Brasil em julho, o equivalente a 89% do total comprado no mês. Já as compras do produto dos Estados Unidos caíram 11,5% em relação ao mesmo mês em 2024.
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Por Redação g1

Postado em 20 de Agosto de 2.025 às 12h25m

$.#  Postagem  Nº     1.071  #.$

Colheita da soja no Brasil — Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN
Colheita da soja no Brasil — Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN

A Associação Americana de Soja enviou uma carta a Donald Trump dizendo que, após o tarifaço, a China trocou o grão norte-americano pelo brasileiro. No documento enviado na terça-feira (19), os produtores pedem que o presidente priorize o cultivo nas negociações com os chineses.

As compras de soja brasileira pela China realmente subiram, sendo 13,9% em julho, em comparação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (20) pela Administração Geral de Alfândega do país asiático.

Ao todo, a China importou 10,39 milhões de toneladas de soja do Brasil em julho, contra 9,12 milhões no mesmo mês de 2024. O volume representou 89% de todas as compras do país.

No mesmo período, as importações chinesas de soja dos Estados Unidos caíram 11,5%. Elas somaram 420,8 mil toneladas em julho, abaixo das 475,3 mil registradas no ano passado.

"Devido à retaliação tarifária em curso, nossos clientes de longa data na China recorreram e continuarão a recorrer aos nossos concorrentes na América do Sul para atender à sua demanda. Uma demanda que o Brasil pode atender devido ao aumento significativo da produção desde a guerra comercial anterior com a China", afirmam os produtores.

De acordo com o documento, a soja norte-americana atualmente enfrenta uma tarifa 20% maior do que a soja da América do Sul nas compras chinesas.

"Infelizmente para os nossos produtores de soja, a China firmou um contrato com o Brasil para atender às necessidades dos próximos meses, evitando a compra de soja dos Estados Unidos", completa.

A associação diz ainda que os agricultores norte-americanos "estão à beira de um precipício comercial e financeiro.

"Os produtores de soja dos EUA não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente, afirmou o presidente da associação, Caleb Ragland.

Os agricultores podem para que Trump coloque um fim nas tarifas retaliatórias da China e que feche um compromisso significativo de compra do produto.

"As importações elevadas foram impulsionadas pela forte oferta brasileira e pelas preocupações persistentes com o comércio entre os EUA e a China, que estimularam a formação de estoques", disse Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures a agência de notícia Reuters.

"Os riscos para o cenário estão nas negociações comerciais entre os EUA e a China e o impacto das políticas domésticas de controle da capacidade de suínos sobre a demanda", acrescentou.

Entre janeiro e julho, a China comprou 42,26 milhões de toneladas de soja do Brasil, queda de 3% em relação ao ano passado. Já as importações dos EUA subiram 31,2%, chegando a 16,57 milhões de toneladas.

Em julho, a China também importou 561 mil toneladas de soja da Argentina. De janeiro a julho, as compras somaram 672,6 mil toneladas, alta de 104,7% na comparação anual.

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Entenda o impacto do tarifaço de Donald Trump para o agro do Brasil
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Qual é a diferença entre fome e insegurança alimentar
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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Vanguarda, inclusão e usado até pelo Google: como Brasil defende Pix em investigação comercial dos EUA

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Governo brasileiro alega em carta que até mesmo empresas americanas como o Google se beneficiam de usar o Pix.
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Por Mariana Alvim, Daniel Gallas — São Paulo e Londres

Postado em 19 de Agosto de 2.025 às 10h30m

$.#  Postagem  Nº     1.070  #.$

Putin conversa com Lula por telefone e faz relato sobre encontro com Trump
Putin conversa com Lula por telefone e faz relato sobre encontro com Trump

O governo brasileiro apresentou nesta segunda-feira (18/08) resposta a uma investigação comercial aberta em julho pela gestão de Donald Trump na Casa Branca.

Por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as acusações dos EUA são "improcedentes".

O Brasil defendeu que suas políticas investigadas pelos EUA são "transparentes" e "em plena conformidade com as melhores práticas internacionais e com as obrigações do País na OMC [a Organização Mundial do Comércio]".

No mês passado, o governo Trump anunciou que o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), uma agência do governo federal, iniciaria uma investigação sobre o que chamou de práticas comerciais "desleais" do Brasil.

A investigação faz parte de um conjunto de medidas anunciadas por Trump contra o Brasil — que ele acusa de promover uma "caça às bruxas" política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além da investigação comercial, os EUA também adotaram tarifas mais altas contra o Brasil e sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A USTR apontou alguns alvos da investigação, como as tarifas concedidas pelo Brasil, supostos problemas na proteção à propriedade intelectual e o desmatamento no país sul-americano.

A resposta brasileira foi dada em uma carta de 91 páginas enviada na segunda-feira (18/08). Ela é endereçada ao embaixador do comércio dos EUA, Jamieson Greer, e assinada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.

No documento, o Brasil "rejeita veementemente as alegações feitas" pelos EUA de que e diz que "seus atos, políticas e práticas não são, de forma alguma, irracionais, discriminatórios ou onerosos para o comércio dos EUA".

O Brasil apresenta defesas de diversas acusações feitas pelos EUA: sobre restrições de liberdade de expressão em plataformas de redes sociais, acordos comerciais brasileiros que supostamente prejudicariam produtos americanos, falta de combate à corrupção e desrespeito à propriedade intelectual.

Um dos pontos principais do documento é a defesa que o governo brasileiro faz do sistema de pagamentos Pix, que estaria sendo investigado nos EUA por supostas práticas desleais ao favorecer "serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo".

A carta brasileira faz 58 referências ao Pix — defendendo o sistema brasileiro de pagamentos das acusações americanas.

A investigação sobre o Pix teve grande repercussão no Brasil, já que o sistema de pagamentos é muito popular. O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse em entrevista à BBC News Brasil que o Pix é "rápido e eficiente" e "melhor do que todo o sistema de pagamento" americano.

Confira abaixo alguns pontos que estão na resposta do governo brasileiro sobre o Pix.

Soberania e inclusão

Na resposta à investigação americana, o Brasil negou que haja qualquer discriminação contra fornecedores de serviços de pagamento digital dos EUA — afirmando que qualquer empresa nacional ou estrangeira precisa ter autorização do Banco Central para operar e deve se submeter às regulamentações brasileiras.

O Pix foi desenvolvido como parte de sua soberania brasileira enquanto autoridade monetária, acrescenta o documento, assinado pelo ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores.

Segundo o texto, o Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, é um projeto de acesso aberto que busca modernizar o mercado de pagamentos, diminuir os custos transacionais e impulsionar a competição e a inclusão financeira — alcançando "milhões de brasileiros antes excluídos do sistema bancário tradicional"

Governo brasileiro alega que Pix aumentou inclusão bancária — Foto: Getty Images via BBC
Governo brasileiro alega que Pix aumentou inclusão bancária — Foto: Getty Images via BBC 

O governo brasileiro apresentou alguns números sobre o Pix:

  • Em menos de um ano de seu lançamento, em novembro de 2020, o Pix foi usado por 104,4 milhões de pessoas, o que representa 62,4% da população adulta do Brasil.
  • Desses usuários, 45,6 milhões nunca haviam realizado uma transferência bancária.
  • Em quatro anos, o Pix foi usado por 165 milhões de usuários e teve 19,2 milhões de empresas cadastradas (dado de fevereiro de 2025), processando 63,5 bilhões de transações e movimentando R$ 26,4 trilhões em 2024 — a custos menores do que os métodos de pagamento tradicionais.
  • Em 6 de junho de 2025, o Pix atingiu o recorde diário de 276,7 milhões de transações.

Segundo o governo brasileiro, o Pix "desempenhou um papel fundamental na redução da dependência de pontos bancários físicos e no aumento do uso de canais digitais em áreas antes carentes".

"Na Região Norte do Brasil, 72,3% dos adultos já possuem um relacionamento bancário formal."

Vanguarda tecnológica

A defesa brasileira aponta que vários governos pelo mundo estão conduzindo sistemas de pagamento semelhantes, como na União Europeia, Índia e Estados Unidos.

"O desenvolvimento do Pix, portanto, está na vanguarda de uma tendência global para a qual o próprio Federal Reserve [banco central] dos Estados Unidos está contribuindo ativamente", diz o texto assinado por Vieira.

O documento destaca ainda que as conquistas do Pix foram reconhecidas por empresas privadas americanas e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

E ressalta que os próprios EUA estão usando sistemas com funcionalidades semelhantes ao Pix. É o caso do FedNow, lançado em 2023, e que permite pagamentos instantâneos entre pessoas e instituições.

"O desenvolvimento do Pix, portanto, está na vanguarda de uma tendência global para a qual o próprio Federal Reserve dos EUA [o Banco Central americano] está contribuindo ativamente."

Usado até pelo Google

O Pix também teria facilitado pagamentos para empresas americanas como o Google no Brasil, segundo o governo.

Desde 2021, o Pix possui um sistema de iniciação de pagamentos — que permite que empresas que não são as instituições financeiras envolvidas no Pix deem início ao processo de pagamento via Pix, ao, por exemplo, direcionar automaticamente o usuário para o aplicativo de seu banco para autenticar a transação.

Segundo o governo brasileiro, o Google é o maior "iniciador" de Pix, tendo processado cerca de 1,5 milhões de transações Pix no último mês.

"(...) A empresa de tecnologia americana Google, por meio do Google Pay, tornou-se a maior iniciadora de pagamentos no sistema Pix, oferecendo transações por aproximação. A participação como iniciadora de pagamentos permanece aberta a todas as empresas qualificadas, independentemente da origem do capital", respondeu o Brasil.

Além disso, o pagamento do Pix através do QR Code também é "amplamente" usado por empresas americanas de tecnologia, como WhatsApp e Uber, acrescenta o documento.

Brasil citou o Google como empresa que se beneficia do Pix — Foto: Getty Images via BBC
Brasil citou o Google como empresa que se beneficia do Pix — Foto: Getty Images via BBC

O texto ressalta que "as políticas e medidas do Brasil não restringem as operações nem prejudicam a competitividade das empresas americanas que atuam em serviços de pagamento eletrônico".

"O Brasil não aplica tratamento diferenciado a provedores de pagamento estrangeiros, nem impõe barreiras de licenciamento ou operacionais especificamente a provedores americanos", afirma a resposta brasileira.

"Não há proibição para plataformas digitais — como WhatsApp, Facebook ou Instagram — oferecerem seus próprios serviços de pagamento digital."

"Essas plataformas também não são obrigadas a usar o Pix, embora quaisquer serviços de pagamento digitais proprietários ou alternativos que desejem oferecer devam receber a aprovação do Banco Central do Brasil. Esse procedimento de aprovação é consistente com a prática de bancos centrais em outras jurisdições."

O documento conclui que "as evidências apresentadas aqui deixam bem claro que o Pix não discrimina e não prejudica injustamente empresas dos EUA envolvidas em comércio digital ou serviços de pagamento eletrônico".

Governo Lula apresentou uma defesa de investigação iniciada pelos EUA contra o Brasil — Foto: Reuters via BBC
Governo Lula apresentou uma defesa de investigação iniciada pelos EUA contra o Brasil — Foto: Reuters via BBC

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domingo, 17 de agosto de 2025

Tarifaço de Trump: por que o dólar e a bolsa não reagiram tão mal aos efeitos negativos?

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Segundo os especialistas ouvidos pelo g1, embora o tarifaço possa gerar perdas para a economia brasileira, o pessimismo dos investidores diminuiu desde o anúncio inicial.
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Por Janize Colaço, g1 — São Paulo

Postado em 17 de Agosto de 2.025 às 07h35m

$.#  Postagem  Nº     1.069  #.$

A uma semana de tarifaço, dólar sobe e Ibovespa tem queda
A uma semana de tarifaço, dólar sobe e Ibovespa tem queda

Quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a primeira reação do mercado financeiro foi de pânico: o dólar disparou e o Ibovespa caiu.

Mas, desde que de fato entrou em vigor na última quarta-feira (6), a medida parece ter provocado pouco — ou nenhum — impacto no mercado financeiro. A moeda americana acumula uma desvalorização de 3,62% neste mês, enquanto a bolsa de valores subiu 1,98%.

Mais que isso: o dólar chegou a bater o menor valor em um ano e meio nesta semana. E a bolsa está a pouco mais de 3% de seu recorde de pontuação.

Segundo os especialistas ouvidos pelo g1, embora o tarifaço possa gerar perdas para a economia brasileira, o pessimismo dos investidores diminuiu desde o anúncio inicial.

  • Um dos principais motivos é que quase 700 produtos foram mantidos com a tarifa de 10%, ficando de fora do aumento. Entre eles estão suco de laranja, minério de ferro, fertilizantes e itens da aviação civil.

Leonel Mattos, analista sênior de Inteligência de Mercado da StoneX, explica que, para investidores que aguardavam um aumento generalizado de 50%, o tarifaço acabou sendo visto como menos pior do que o inicialmente previsto.

A preocupação com o impacto no Brasil diminuiu bastante após a divulgação da ordem executiva, que incluiu diversas exceções. Dos produtos exportados para os EUA, cerca de 36% foram atingidos pela tarifa de 50%, diz o analista.

Tarifaço “precificado” na bolsa

Outro ponto que abrandou os efeitos do tarifaço é de que não há um impacto sistêmico no Brasil, afetando apenas uma parte das exportações para os EUA.

Grande parte desse risco já havia sido antecipada pelo mercado e incorporada aos preços. Marco Noernberg, sócio da Manchester Investimentos, lembra que a bolsa de valores, por exemplo, já registrava quedas antes da efetivação das tarifas.

  • Em julho, o Ibovespa caiu 4,17%, registrando o pior desempenho mensal do ano até agora e a maior baixa desde dezembro de 2024.

Ainda assim, ele ressalta que o impacto negativo do tarifaço sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é estimado em cerca de 0,1% — ruim, mas insuficiente para desestabilizar o mercado.

[O tarifaço] não é positivo, mas também não é algo que vá desestabilizar as ações negociadas em bolsa. Grande parte desse risco já havia sido incorporada, e as empresas mais expostas sentiram os efeitos antes mesmo da aplicação das tarifas.

Ou seja, o mercado já havia refeito as posições de investimento antes de a medida entrar em vigor, o que contribuiu para a queda da bolsa de valores no mês passado.

Desvalorização mundial do dólar

Por outro lado, a recente queda do dólar — que nesta semana voltou a níveis próximos aos de junho de 2024 — tem pouca relação com o tarifaço sobre produtos brasileiros e está mais associada ao cenário político e econômico dos EUA.

  • Dados do Banco Central mostram que, entre 13 de julho e 13 de agosto, o real se valorizou 3,7% frente ao dólar — a maior alta entre as principais moedas globais, mesmo com o tarifaço em vigor.
  • Outras moedas também se valorizaram em relação ao dólar, como o rand sul-africano (+1,8%), o forint húngaro (+1,3%), o peso chileno (+1,2%), a libra esterlina (+0,5%), o peso mexicano (+0,8%), o zloty polonês (+0,1%) e o euro (+0,1%).

Leonel Mattos explica que a queda do dólar em relação a outras moedas reflete a perda de confiança dos investidores nos EUA, motivada, entre outros fatores, pelo temor de interferências políticas nas instituições econômicas.

A própria Casa Branca agrava o cenário ao anunciar medidas e recuar logo em seguida, o que gera insegurança jurídica e desconfiança no mercado. Com menos investimentos nos EUA e no dólar, os recursos acabam migrando para outros países e moedas, afirma.

Mapa do tarifaço — Foto: Arte/g1
Mapa do tarifaço — Foto: Arte/g1

Desaceleração econômica nos EUA

Além da instabilidade provocada pelas decisões de Trump, a economia norte-americana apresenta sinais de pressão estagflacionária — quando há, ao mesmo tempo, crescimento fraco, inflação alta e aumento do desemprego.

Segundo Mattos, esse cenário impõe desafios adicionais ao Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que já enfrenta riscos como as tarifas impostas por Trump e a desvalorização do dólar — fator que, por si só, encarece as importações e pressiona os preços para os consumidores americanos.

Isso coloca o Fed em uma encruzilhada: reduzir juros para conter o risco de desaceleração econômica ou elevá-los para controlar a inflação, afirma o analista sênior da StoneX.

Atualmente, a taxa de juros nos EUA está entre 4,25% e 4,5% ao ano. Segundo estimativas da ferramenta FedWatch, da CME, 84% dos investidores esperam um corte já em setembro.

Bolsa e câmbio de olho no Fed

Os movimentos da política de juros dos EUA também influenciam a economia brasileira. André Muller, estrategista e economista da AZ Quest, destaca que esse deve ser um dos fatores mais relevantes para a trajetória do real nos próximos meses.

Se aumentar a expectativa de cortes de juros pelo Fed, o dólar deve continuar se desvalorizando frente a várias moedas, incluindo o real, afirma.

Na bolsa de valores, o cenário é parecido. Segundo Noernberg, da Manchester Investimentos, quando os títulos soberanos dos EUA — considerados de baixo risco — oferecem rendimentos menores, os investidores tendem a buscar mercados com retornos mais altos.

E esses investidores acabam vindo para o Brasil, favorecendo o real e o Ibovespa. Um corte de juros pelo Fed pode impulsionar a bolsa e pressionar o dólar para baixo, completa.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Brasil tem déficit acima de US$ 28 bilhões com os EUA em 2024 em comércio e serviços, diz governo

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De acordo com os números apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento, a maior parte do déficit do Brasil com os EUA está no setor de serviços, que não é alvo do tarifaço.
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 13 de Agosto de 2.025 às 12h00m

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Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços — Foto: Reprodução/MDIC
Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços — Foto: Reprodução/MDIC

O Brasil registrou um déficit com os Estados Unidos superior a US$ 28 bilhões em todo ano de 2024 considerando produtos e serviços. Uma relação é deficitária quando um país mais importa do que vende para o outro.

A informação, que considera estatísticas norte-americanas, foi divulgada nesta quarta-feira (13) pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.

Ela participou de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara dos Deputados.

"O Brasil não é um problema comercial para os Estados Unidos. A relação comercial é ganha-ganha, interessa aos dois países, há complementariedade econômica. Isso gera emprego e investimentos para os dois lados, de modo que é importante valorizar a relação comercial", afirmou Tatiana.

De acordo com os números apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento, a maior parte do déficit do Brasil com os EUA está no setor de serviços, que não é alvo do tarifaço implementado pelo presidente Donald Trump.

Veja o déficit por setores de serviço em 2024:

  • Serviços de manutenção e reparo: -US$ 759 milhões
  • Transporte: -US$ 2,53 bilhões
  • Viagens (incluindo educação)-US$ 6,98 bilhões
  • Serviços de seguros: -US$ 394 milhões
  • Serviços financeiros-US$ 2,58 bilhões
  • Encargos de propriedade intelectual: -US$ 5,15 bilhões
  • Serviços de telecomunicações e informática: -US$ 2,84 bilhões
Socorro contra tarifaço terá R$ 30 bi em crédito
Socorro contra tarifaço terá R$ 30 bi em crédito

"Se o Brasil tem um déficit com os Estados Unidos, não deveria ser alvo das medidas adotadas, sobretudo porque esse parece ser um tema de preocupação relevante para os Estados Unidos", acrescentou a secretária de Comércio Exterior.

De acordo com ela, a alíquota média de importação do Brasil para produtos importados dos EUA é de 2,73%, considerando que há vários regimes especiais que permitem que importações ocorram com isenção.

"O que tem a ver com a complementariedade econômica que temos com os Estados Unidos. O Brasil importa muitos produtos com alíquota zero, petróleo e derivados. Dos 10 principais produtos, oito tem imposto de importação zero", acrescentou Tatiana Prazeres.

Ela afirmou que o objetivo do governo brasileiro é ampliar a lista de exceções à sobretaxa de 40% para produtos brasileiros anunciados no fim de julho pelo presidente do país, Donald Trump.

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