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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Dólar emplaca 10ª queda seguida e fecha janeiro com o maior recuo mensal desde junho de 2023

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A moeda norte-americana teve queda de 0,25%, cotada a R$ 5,8372. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, teve um recuo de 0,61%, aos 126.135 pontos.
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Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 31 de Janeiro de 2.025 às 11h00m

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Notas de dólar. — Foto: Dado Ruvic/ Reuters
Notas de dólar. — Foto: Dado Ruvic/ Reuters

O dólar registrou a 10ª queda consecutiva no pregão desta sexta-feira (31) e encerrou o mês cotado a R$ 5,83, o menor valor desde novembro. A moeda norte-americana fechou janeiro com uma queda de 5,54%. o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,60%.

Investidores reagiram à divulgação de novos dados econômicos tanto no Brasil quanto no exterior. As últimas decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos também estavam no radar.

Por aqui, dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã, indicaram que a taxa de desocupação foi de 6,2% no quarto trimestre de 2024.

O número representa uma queda em relação à taxa de 6,4% do terceiro trimestre. Em 2024, a taxa de desocupação média anual foi de 6,6% — nesse caso, um recuo significativo em comparação aos 7,8% registrados em 2023. Segundo o IBGE, essa é a menor taxa de ocupação anual registrada em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Já no exterior, o dia foi marcado pela divulgação do PCE, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). O índice subiu 0,3% em dezembro e acumulou alta de 2,6% em 2024, em linha com as projeções do mercado financeiro.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

SAIBA MAIS:

Dólar acumula alta de quase 28% em 2024

Dólar

O dólar fechou em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,8372. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,8107. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 1,37% na semana;
  • recuo de 5,54% no mês e no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,24%, cotada a R$ 5,8518.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em queda de 0,61%, aos 126.135 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 3,01% na semana;
  • ganho de 4,86% no mês e no ano.

Na véspera, o índice fechou em alta de 2,82%, aos 126.913 pontos.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Nesta sexta-feira (31), o mercado brasileiro repercute os novos dados do mercado de trabalho divulgados pelo IBGE. A taxa de desocupação média de 2024 foi a menor da série histórica, com 6,6%, e encerrou o ano em 6,2%.

Embora a taxa de desemprego baixa seja positiva para a população, os sinais de um mercado de trabalho ainda aquecido são observados com cautela pelos investidores. Isso porque com mais pessoas ocupadas, há uma maior quantidade de dinheiro em circulação.

Esse quadro, por sua vez, pode aumentar o consumo das famílias e gerar mais inflação — o que pressionaria o Banco Central do Brasil (BC) a dar continuidade ao aperto monetário por aqui.

Não à toa, as últimas decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) continuavam na mira do mercado. Na última quarta-feira, o colegiado seguiu o planejado e decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano.

O comitê ainda sinalizou uma nova alta da taxa básica na próxima reunião, mas evitou trazer mais pistas sobre os encontros seguintes.

"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação", disse o Copom em comunicado divulgado após a decisão de quarta-feira.

Falas de Lula ainda repercutem

Diante desse cenário, as últimas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também continuam no foco do mercado. Em entrevista recente a jornalistas, o petista fez comentários sobre as contas públicas, os preços do diesel, a liderança de Galípolo no BC, Trump e as tarifas dos Estados Unidos.

Além disso, o presidente também saiu em defesa de Haddad, após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, chamá-lo de "fraco".

Lula afirmou que tem "muita responsabilidade" em relação ao cenário fiscal e que deseja o menor déficit possível, mas negou que planeja desenvolver uma nova medida fiscal — afirmação que vai na direção oposta às sinalizações da equipe econômica.

O petista também disse que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, "fez o que ele entendeu que deveria fazer" em relação aos juros do país e negou que tenha "autorizado" um aumento do preço do diesel. Sobre Trump, Lula afirmou que, se os americanos decidirem taxar o Brasil "haverá reciprocidade".

Inflação e juros nos EUA

Já nos EUA, o destaque da sessão ficou com a divulgação do índice de preços PC, indicador preferido do Fed para determinar os próximos passos dos juros norte-americanos.

Segundo informações do Departamento do Comércio do país, o indicador subiu 0,3% em dezembro, após uma alta não revisada de 0,1% em novembro. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado, mas reforça a perspectiva de que a inflação continua forte na maior economia do mundo.

Com isso, a última decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) também continuava sob os holofotes. Na última quarta-feira, o colegiado decidiu manter as taxas de juros norte-americanas inalteradas, entre 4,25% e 4,50% ao ano.

O comunicado, divulgado após a decisão, também veio em tom mais duro do que o mercado esperava.

Segundo o colegiado, a taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, enquanto as condições do mercado de trabalho "permanecem sólidas". Já a inflação "continua um tanto elevada", acrescentou o Fed, que retirou o trecho que destacava o progresso em direção à meta de 2% ao ano.

Para analistas da XP Investimentos, "isso reforça a postura cautelosa da autoridade monetária recentemente". Além disso, em coletiva de imprensa realizada após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que "não há pressa para reduzir os juros novamente".

Por fim, a leitura do mercado é que o BC dos Estados Unidos deve continuar atento aos movimentos políticos do novo presidente do país, Donald Trump — ainda que o comitê evite mencionar o tema nos comunicados divulgados ao público,

A chegada do republicano ao poder pode gerar uma maior pressão inflacionária, caso o presidente decida cumprir suas promessas de aumentar as tarifas de produtos importados. Isso aumentaria os preços para os consumidores americanos e pressionaria o Fed por uma política monetária mais firme, com juros altos para conter o avanço dos preços.

*Com informações da agência de notícias Reuters


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Abertura de empregos formais soma 1,69 milhão em 2024 e registra aceleração

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Números do Caged foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (30). Na comparação com 2023, houve aumento de 16,5% na criação de postos de trabalho com carteira assinada.
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 30 de Janeiro de 2.025 às 11h00m

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emprego vaga carteira de trabalho maceió alagoas — Foto: Jonathas Lins/Secom Maceió
emprego vaga carteira de trabalho maceió alagoas — Foto: Jonathas Lins/Secom Maceió

A economia brasileira gerou 1,69 milhão de empregos com carteira assinada em 2024, informou nesta quinta-feira (30) o Ministério do Trabalho.

Ao todo, segundo o governo federal, no ano passado foram registradas:

  • 25,57 milhões de contratações;
  • 23,87 milhões de demissões.

Brasil gerou 106,6 mil empregos formais em novembro, diz Ministério do Trabalho

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os números mostram um aumento de 16,5% em relação ao ano de 2023, quando foram gerados 1,45 milhão de postos de trabalho (dados ajustados).

Com isso, após dois anos de desaceleração, a criação de empregos formais voltou a ganhar velocidade em 2024.

Criação de Empregos Formais
Em milhões





Fonte: Ministério do Trabalho

🔎A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia.

Os números oficiais mostram que, somente em dezembro do ano passado, as demissões superaram as contratações em 535,54 mil vagas formais. Esse foi o mês de dezembro com mais demissões desde o início da série histórica, em 2020.

Normalmente, há demissões no último mês de cada ano por causa da sazonalidade do comércio. O governo também tem observado demissões no setor público, principalmente nas áreas de educação e saúde, com o encerramento de contratos temporários.

  • Ao final de 2024, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 47,21 milhões de empregos com carteira assinada.
  • O resultado representa alta na comparação com dezembro do ano anterior (45,51 milhões).
Papel do Banco Central

Extremamente crítico à política de alta de juros durante a presidência de Roberto Campos Neto no Banco Central, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, encerrada em 2024, o ministro do Trabalho baixou o tom nesta quinta e avaliou que o novo dirigente da instituição, Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "não tinha muito como sair disso".

Ele se referiu à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve um ritmo forte de alta dos juros nesta semana ao elevar a Selic para 13,25% ao ano. A decisão foi tomada por uma diretoria formada em sua maioria por diretores indicados pelo governo petista.

"A decisão de ontem [quarta] não tinha muito como sair disso. Não podemos entrar nessa esfera de continuidade, de uma certa armadilha deixada. Galípolo e sua diretoria vão ter que ter responsabilidade para não entrar na mesma rotina de aumento de juros que vai sacrificar o orçamento público", declarou o ministro Luiz Marinho, do Trabalho.
O ministro chegou a dizer que nunca tinha falado mal do Banco Central.

"Nunca falei mal. Avaliação do momento em que acontece. Continuarei falando o papel que os juros têm na economia. Ninguém, imagino eu, esperava coisa diferente por parte do Copom dada os circunstância no decorrer do ano passado", acrescentou.

Ele manifestou, porém, preocupação com o efeito dos juros altos na economia e no mercado de trabalho, e pediu ao BC que não eleve mais a taxa Selic. A instituição indicou nesta quarta um novo aumento de um ponto percentual em março.

"Não sei porque há um novo contrato de um novo aumento dos juros, que é um absurdo na minha opinião. É preciso que a direção do BC avalie a possibilidade de não executar essa possibilidade de um novo aumento dos juros no Brasil", completou.

Momento da economia

A melhora na abertura de vagas com carteira assinada, em 2024, em conjunto com a queda do desemprego (veja mais abaixo nessa reportagem), acontece em um momento de forte aquecimento da economia brasileira.

A previsão de economistas do mercado financeiro é de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registrado expansão de 3,5% em 2024, contra um crescimento de 3,2% (dado revisado) no ano anterior. O resultado oficial do PIB do ano passado será divulgado pelo IBGE em 7 de março.

A força da economia, entretanto, também é apontada por analistas como um dos fatores que têm pressionado a inflação, que ficou acima da meta no ano passado ao somar 4,83%.

O mercado de trabalho dinâmico, segundo o próprio Banco Central, responsável por conter a alta de preços, tem elevado a inflação do setor de serviços.

Por conta da economia em forte expansão, alta do dólar e aumento de gastos públicos por parte do governo federal, o BC tem elevado a taxa básica de juros da economia brasileira — justamente para conter as pressões inflacionárias.

Nesta quarta-feira (29), subiu a Selic pela quarta vez seguida, para 13,25% ao ano. E a previsão dos economistas é de que o juro continuará subindo nos próximos meses, atingindo 15% ao ano em junho de 2025. Se confirmado, será o patamar mais elevado desde meados de 2006, ou seja, em 19 anos.

Empregos por setor

Os números do Caged de 2024 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia.

Empregos por setor
Abertura de vagas em 2024
Fonte: Ministério do Trabalho - Caged

Regiões do país

Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões e estados do país no ano passado.

Empregos por região
Vagas criadas em 2024
Fonte: Ministério do Trabalho

Por estados, os que mais criaram vagas no ano passado foram: São Paulo (+459.371), Rio de Janeiro (+145.240), Minas Gerais (+139.503), Paraná (+128.012) e Santa Catarina (+106.392)

Salário médio de admissão

O governo também informou que o salário médio real de admissão foi de R$ 2.162,32 em dezembro do ano passado, o que representa queda em relação a novembro (R$ 2.163,22).

Na comparação com dezembro de 2023, também houve aumento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2,128,90.

Caged x Pnad

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, com isso incluem os trabalhadores informais da economia.

Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad) — que englobam os informais.

Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada no fim do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre móvel terminado em novembro. Foi a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Copom mantém série de altas e sobe taxa de juros para 13,25% na 1ª reunião chefiada por Galípolo

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Comitê ainda sinalizou novas altas nos próximos meses, em razão do crescimento da inflação. Expectativa do mercado é de que a Selic supere 15% ao ano em meados de 2025, maior nível em quase 20 anos.
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Por Thiago Resende, TV Globo — Brasília

Postado em 29 de Janeiro de 2.025 às 19h45m

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Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

O Banco Central elevou nesta quarta-feira (30) em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia, aumentando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano.

A decisão foi unânime, ou seja, os 9 diretores votaram nesse sentido.

Copom mantém alta acelerada e taxa Selic vai a 13,25%

Com a decisão, se mantém a série de altas da taxa de juros na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chefiada pelo novo presidente do BC, Gabriel Galípolo – que foi indicado por Lula para a função.

A elevação da Selic para 13,25% ao ano já era esperada por grande parte do mercado financeiro, depois de uma indicação do próprio Banco Central — feita em dezembro do ano passado.

Como a inflação está crescendo no país, o Copom prevê na próxima reunião uma nova alta na Selic.

"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião", escreveu o Copom.

O processo de alta deve continuar nos próximos meses, ainda a depender do comportamento da inflação.

"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", completou o Copom no comunicado da reunião.

A reunião desta quarta do Copom também foi a primeira em que os diretores indicados pelo presidente Lula foram maioria no colegiado, ou seja, eles foram responsáveis diretamente pela decisão tomada.

  • Com a autonomia operacional do BC aprovada pelo Congresso Nacional, e válida desde 2021, os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo.
  • Até o fim do ano passado, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, assim como a maioria da diretoria, era composta por indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Taxa de juros real é a maior em mais de 15 anos; Em Ponto entrevista Bernardo Guimarães

Lula e o Partido dos Trabalhadores

Campos Neto e a diretoria anterior do BC, indicada por Bolsonaro, foram alvo de ataque constante não somente do presidente Lula, mas também da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, por subir a taxa básica de juros em um patamar considerado excessivo. A crítica era de que isso frearia demais a economia, com impacto nos empregos e na renda.

No fim do ano passado, Lula baixou o tom. Ele publicou um vídeo, ao lado de ministros e de Galípolo defendendo a estabilidade econômica no país e o combate à inflação. E também fez acenos ao mercado e prometeu que "jamais haverá interferência" na gestão do futuro chefe da autoridade monetária.

'Você vai ser o presidente com mais autonomia que o BC já teve', diz Lula para Galípolo

Mas a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, manteve o tom crítico. Após a última decisão do Copom, em dezembro, que elevou os juros para 12,25% ao ano, ela classificou a decisão como "irresponsável, insana e desastrosa".

"Não faz sentido nem seria eficaz para evitar alta da inflação, que não é de demanda. Nem para melhorar a situação fiscal, muito pelo contrário. Esse 1 ponto a mais vai custar cerca de R$ 50 bilhões na dívida pública. E não faz sentido para um país que precisa crescer e continuar gerando empregos", avaliou Hoffmann, por meio de rede social, naquele momento.

🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.

A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Inflação de 2024 de 4,83% ultrapassa teto da meta do BC

Nos últimos meses, efeitos climáticos, como secas, que impactaram, por alguns meses, os preços dos alimentos e, também, da energia elétrica — levando ao acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.

Outro fator que influenciou a inflação foi o dólar alto, relacionado com o cenário externo (atuação de Donald Trump no governo) e dúvidas do mercado financeiro sobre as contas públicas, ou seja, sobre a capacidade de o governo brasileiro de conter a alta do endividamento.

Além disso, o forte ritmo da atividade econômica, que tem surpreendido analistas nos últimos anos e levado o desemprego às mínimas históricas, também tem atuado para pressionar para cima a inflação — principalmente no setor de serviços.

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