Total de visualizações de página

101413

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

B3 muda formato de tarifação de títulos do Tesouro Direto a partir desta terça-feira; veja como vai funcionar

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


A taxa de custódia era cobrada semestralmente, em janeiro e em julho. Agora, só será cobrada em três casos específicos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Bruna Miato, g1

Postado em 31 de dezembro de 2024 às 08h35m

$.#  Postagem  Nº     0.944  #.$

 — Foto: Divulgação
— Foto: Divulgação

Os títulos públicos do Tesouro Direto passam a ter um novo modelo de cobrança da taxa de custódia pela B3, a bolsa de valores brasileira, a partir desta terça-feira (31).

Taxa de custódia é uma tarifa cobrada por instituições financeiras para guardar e administrar os ativos de seus clientes. No caso da B3, a taxa cobrada para fazer a administração dos títulos do Tesouro é de 0,20% ao ano sobre o valor dos títulos na carteira do cliente.

Antes, a taxa de custódia era cobrada semestralmente, em janeiro e em julho. Ela é calculado diariamente sobre o valor dos títulos e, nesses meses, o cliente paga a taxa proporcional ao período.

Agora, a partir de 31 de dezembro de 2024, a taxa de custódia só será cobrada em três casos específicos:

  • quando ocorrer uma venda antecipada do título (ou seja antes do prazo de vencimento);
  • quando chegar o prazo de vencimento do título;
  • quando o título realizar o pagamento de juros ao investidor, casos chamados de "eventos de custódia".

Marilia Fontes fala sobre qual o cenário dos investimentos em renda fixa para 2025

Na prática, a taxa continua sendo calculada diariamente, mas só será cobrada e paga quando o investidor tiver alguma forma de crédito — ou seja, receber algum dinheiro proveniente daquele investimento.

"Ainda que o investidor resgate o investimento antes da data programada para o vencimento, irá pagar o valor da taxa proporcional ao período investido", explica a B3.

A nova tarifação é válida para todos os títulos do Tesouro Direto negociados na B3, com exceção do Tesouro Renda+ (focado em prover uma renda extra para a aposentadoria) e do Tesouro Educa+ (focado em prover uma auxílio financeiro para estudantes na faculdade), que têm formatos de cobranças específicos.

----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Lula publica nos próximos dias decreto para corrigir salário mínimo, que deve subir para R$ 1.518

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


A moeda norte-americana teve alta de 0,38% e fechou aos R$ 6,1773. O principal índice da bolsa opera fechou em alta de 0,26%, aos 121.078 pontos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 30 de dezembro de 2024 às 11h15m

$.#  Postagem  Nº     0.943  #.$


G1 em 1 Minuto: Senado aprova projeto do governo que limita crescimento do salário mínimo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai publicar um decreto presidencial nos próximos dias para corrigir o salário mínimo.

Segundo interlocutores do governo, o valor deve subir dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025.

Se esse valor for confirmado, o aumento será de R$ 106, o equivalente a 7,5%. Haverá aumento real, acima da inflação.

A correção valerá a partir de janeiro, com pagamento em fevereiro. A publicação do decreto deve ocorrer até 31 de dezembro.

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020, 2021 e 2022, o salário mínimo foi corrigido somente pela inflação, sem aumento real. Em 2023, foi previsto um pequeno aumento acima da inflação.

Perda de R$ 10

O aumento do salário mínimo em 2025 já considera a nova fórmula que foi aprovada como parte do pacote de corte de gastos. Veja detalhes abaixo:

  • Com a nova fórmula, a correção do salário mínimo para 2025 vai considerar a inflação do INPC calculada em 12 meses até novembro (4,84%) e o crescimento do PIB de dois anos atrás (3,2%). Mas, para limitar o crescimento das despesas, passa a valer um teto de 2,5%, em vez dos 3,2% que seriam usados pela regra anterior. Logo, o reajuste ficará menor do que o previsto antes da aprovação do corte de gastos.
  • Em valores: pela nova regra, o salário mínimo deve subir para R$ 1.517. Mas fontes do governo afirmam que haverá um arredondamento para R$ 1.518.
  • Se fosse mantido o critério anterior, sem o teto de 2,5%, o salário mínimo subiria para R$ 1.528 (considerando o INPC de 4,84% e os 3,2% referentes à variação do PIB de dois anos antes).

Conclusão: a nova regra causará uma perda de R$ 10 por mês em relação ao que vinha sendo estimado pelo governo.

Reajuste do salário mínimo deve ficar mais baixo do que o previsto antes por causa do corte de gastos — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Reajuste do salário mínimo deve ficar mais baixo do que o previsto antes por causa do corte de gastos — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Despesa menor em 2025

Como o salário mínimo é a referência no Brasil para corrigir também aposentadorias e benefícios previdenciários, o governo deixará de pagar cerca R$ 4 bilhões em 2025 com a mudança de regra.

Isso porque, de acordo com cálculos do governo, cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria uma despesa de aproximadamente R$ 392 milhões.

A nova regra vai implicar em um crescimento menor do salário mínimo também nos anos seguintes.

  • Com isso, os aposentados, pensionistas e beneficiados por programas sociais, como o BPC, que não podem receber menos do que o mínimo, deixarão de receber R$ 110 bilhões até 2030.
  • Isso equivale a um terço da expectativa total de economia de dinheiro público no período: R$ 327,1 bilhões.
Referência para 59,3 milhões de pessoas

De acordo com uma nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada em dezembro do ano passado e atualizada em janeiro, o salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil.

Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo ou múltiplos desse valor, há também as aposentadorias e benefícios vinculados, como o BPC.

O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.

De acordo com o Dieese, o pacote fiscal proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso traz uma série de impactos significativos tanto para a economia quanto para a população, com efeitos já no curto prazo.

"Na economia, a restrição ao aumento real do salário mínimo pode afetar o consumo, já que a renda das famílias é um dos principais motores econômicos, como é possível observar no resultado do PIB do 3º semestre de 2024, por exemplo. Com menos dinheiro disponível, o consumo de bens e serviços tende a cair, com consequências negativas sobre o crescimento econômico", avalia o Dieese.
----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

Estatais têm rombo de R$ 6 bilhões até novembro; resultado de 2024 deve ser o pior em 15 anos

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Resultado indica que receitas foram menores que as despesas; rombo tem que ser coberto pelas próprias empresas ou pelo Tesouro. Governo diz que números incluem impacto contábil de investimentos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Mateus Rodrigues, Thiago Resende, g1 e TV Globo — Brasília

Postado em 30 de dezembro de 2024 às 08h50m

$.#  Postagem  Nº     0.942  #.$













As contas das empresas estatais chegaram ao fim de novembro com um déficit acumulado de R$ 6 bilhões em 2024, divulgou o Banco Central nesta segunda-feira (30).

Apenas no mês de novembro, o resultado contábil foi negativo em R$ 1,6 bilhão.

🔎 O termo "déficit" significa que o gasto somado dessas estatais foi maior que a receita que elas conseguiram gerar. Essa diferença pode ser coberta pelo caixa das próprias empresas ou pelo Tesouro Nacional (o caixa central do governo).

O resultado total do ano ainda não foi fechado, mas o rombo até novembro indica que esse será o pior resultado contábil das estatais na série histórica.

A comparação começa em 2009, há 15 anos, quando o cálculo mudou para desconsiderar grandes empresas federais como Petrobras e Eletrobras. Elas saíram do indicador porque têm regras diferenciadas e se assemelham a empresas privadas de capital aberto.

O governo deve comentar os dados ainda nesta segunda.

Em nota divulgada sobre o tema no fim de outubro, o Ministério da Gestão e Inovação ressalvou que:

  1. a estatística calculada pelo BC inclui, além das estatais federais, empresas públicas de estados e municípios;
  2. algumas estatais federais lucrativas, como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa não entram nesse cálculo;
  3. parte desse resultado negativo tem a ver com investimentos que foram capitalizados em anos anteriores – ou seja, com a execução de obras e serviços usando dinheiro poupado anteriormente –, e por isso não seria necessariamente um "prejuízo";
  4. o superávit (resultado positivo) em anos anteriores foi resultado, em grande parte, de aportes do Tesouro para investimento, ou seja, também veio do caixa central do governo.

"No ano em que há o recebimento desses recursos, o resultado primário tende a melhorar substancialmente. No entanto, como os projetos de investimentos são normalmente de longo prazo, eles se distribuem ao longo dos anos subsequentes, gerando déficits sucessivos até a conclusão do projeto em questão", afirmou o ministério na nota de outubro.

Segundo tabelas do Ministério da Gestão e Inovação, os maiores déficits no somatório do ano devem ser de:

  • Emgepron, ligada a projetos navais: - R$ 2,49 bilhões
  • Correios: - R$ 2,19 bilhões
  • Serpro, que atua no processamento de dados do governo: - R$ 590,43 milhões
  • Infraero, que gerencia aeroportos federais: - R$ 541,75 milhões

🔎 As empresas estatais federais são aquelas que pertencem ao governo federal. São mais de 100 e atuam em diversos setores, como infraestrutura, telecomunicações e agropecuária.

Contas das estatais federais brasileiras devem fechar 2024 com o maior déficit em 15 anos

Especialistas apontam riscos fiscais

Especialistas ouvidos pelo g1 nas últimas semanas afirmam que, mesmo que sejam resultados de investimentos, os déficits podem complicar a situação fiscal do país, que já é difícil.

O economista da Inter.B Consultoria Cláudio Frischtak, por exemplo, destacou que o déficit nas contas das estatais é pago por todos os brasileiros.

"Basicamente, esse déficit alguém tem que pagar. E quem vai pagar somos nós, evidentemente, porque o governo não produz dinheiro. Isso fragiliza ainda mais o arcabouço fiscal do governo, resultando em juros mais elevados e câmbio mais estressado."

Gabriel Leal Barros, economista-chefe da Ryo Asset, também alertou para a necessidade de uma política mais rigorosa na gestão das contas estatais para evitar uma deterioração fiscal ainda maior.

"As projeções futuras reforçam a urgência de revisar gastos e adotar uma política de controle mais eficiente para assegurar a sustentabilidade financeira das estatais e, por consequência, da economia brasileira".

----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

domingo, 29 de dezembro de 2024

Produção da cadeia da soja e biodiesel mostra resiliência e equivale a 23% do PIB do agronegócio no Brasil, aponta USP

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Cepea-USP, em Piracicaba (SP), e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais apontam que setor recuperou preços com a demanda aquecida e deverá atingir R$ 598,4 bilhões.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1 Piracicaba e Região

Postado em 29 de dezembro de 2024 às 12h05m

$.#  Postagem  Nº     0.941  #.$

Colheita da soja, o carro-chefe das culturas de verão nos Campos Gerais — Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN
Colheita da soja, o carro-chefe das culturas de verão nos Campos Gerais — Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN

A cadeia da soja e do biodiesel desbancou a estimativa de queda, recuperou os preços com a demanda nos mercados doméstico e externo e poderá atingir R$ 598,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O desempenho equivale representando a 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio.

Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o setor apresentou de melhora na renda e superou o nível pré-pandemia. A marca também equivale 5,1% do PIB nacional em 2024.

Apesar da estimativa de queda de 11,48% na renda real, a retração foi amenizada graças à recuperação nos preços ao longo do período. A recuperação de preços foi impulsionada por uma demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo, aponta o Cepea.

O comportamento da cadeia é de resilência, segundo o Cepea, porque queda no PIB da cadeia da soja e do biodiesel, projetada em 6,00% em 2024, permanece, impactado pela quebra de safra, mas a indústria conseguiu amortecer esses reflexos negativos com desempenhos positivos.

Esse resultado é reflexo da quebra da safra da soja, que levou a um recuo de 13,53% no PIB do segmento primário em comparação a 2023. Por outro lado, o desempenho robusto da indústria de insumos, com aumento de 3,98%, e do segmento pós-porteira (+1,07%), com destaque para o biodiesel [com alta de 23,23%, contribuiu para mitigar os impactos negativos]. Segundo pesquisadores do Cepea e da Abiove, embora com PIB em queda, a cadeia da soja e do biodiesel ainda irá agregar o segundo maior volume de sua história, observou os pesquisadores do setor.
Mercado de trabalho

A estimativa para o terceiro trimestre aponta uma redução de 2,64% no número de trabalhadores da cadeia, totalizando 2,23 milhões de ocupados.

"Apesar disso, a cadeia manteve sua relevância no mercado de trabalho, empregando 9,41% dos trabalhadores do agronegócio e 2,17% da força de trabalho da economia brasileira. O segmento de agrosserviços apresentou uma queda de 5,24% na ocupação, enquanto os segmentos de insumos (+3,48%), primário (+1,67%) e a agroindústria (18,13%) mostraram crescimento, apontou.

Exportações

O valor das exportações da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 13,91 bilhões, uma queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2023.

"O volume exportado cresceu 1,36%, enquanto os preços médios de exportação recuaram 13,74%, pressionados pela maior oferta global de soja e condições climáticas favoráveis em grandes produtores como EUA e Rússia", aponta o relatório do Cepea.

China

A China se manteve como o principal destino, absorvendo 75,21% das exportações de soja, 22,97% das exportações de óleo e 46,24% do total exportado de biodiesel, glicerol e proteína de soja. A União Europeia e o Sudeste Asiático também se destacaram.

Clima atrapalha e derruba produtividade da soja — Foto: Reprodução/TV TEM
Clima atrapalha e derruba produtividade da soja — Foto: Reprodução/TV TEM

Afinal, o que é o PIB do Agronegócio?

A professora da Esalq e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Nicole Rennó Castro, explica, em publicação no site do Cepea, que para calcular o PIB do Agro, são usadas informações secundárias e oficiais do IBGE.

"O PIB do Agro é um conceito mais amplo e abrangente que o de agropecuária, que engloba também atividades econômicas de outros setores de atividade, indústria e serviços. Especificamente, o agronegócio é definido como um setor econômico com ligações com a agropecuária", explica.

O setor envolve a produção de insumos para a agropecuária, a própria agropecuária, as agroindústrias de processamento dessas matérias-primas e a distribuição e demais serviços necessários para que os produtos agropecuários e agroindustriais cheguem ao consumidor final.

"O setor agronegócio não é definido nas classificações de atividades econômicas oficiais adotadas pelos órgãos responsáveis pelas contas nacionais dos países (como o IBGE no Brasil), e, por isso, não há estatísticas oficiais sobre o PIB (ou outros agregados, como o emprego) desse setor", acrescenta a pesquisadora em artigo publicado no site do Cepea.

"É importante enfatizar que o Cepea apenas aplica aos dados nacionais um conceito que foi definido e é entendido, naturalmente com certas diferenças, internacionalmente", conclui.

----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Dólar sobe 2% na semana e fecha a R$ 6,19, com cenário fiscal e novos dados de inflação e emprego

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Nesta sexta, a moeda norte-americana subiu 0,26%, cotada a R$ 6,1932. O principal índice de ações da bolsa de valores fechou em queda de 0,67%, aos 120.269 pontos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 27 de dezembro de 2024 às 10h00m

$.#  Postagem  Nº     0.940  #.$

Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters
Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters

O dólar subiu nesta sexta-feira (27) e fechou a semana com alta acumulada de 2%, cotado a R$ 6,19. Além do persistente impacto dos cenários político e, sobretudo, fiscal, o mercado repercutiu hoje os novos dados de inflação e emprego no Brasil.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, registrou alta de 0,34% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções do mercado financeiro eram de uma alta superior, de 0,45%.

O IBGE também divulgou números do mercado de trabalho. O desemprego caiu a 6,1% no trimestre entre setembro e novembro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, atingindo o menor patamar da série histórica pelo segundo mês consecutivo. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.

No campo político, foco na legalidade das emendas indicadas pelas comissões parlamentares da Câmara dos Deputados. A Casa enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na madrugada desta sexta, uma série de informações sobre o tema, a pedido do ministro Flávio Dino.

Na última segunda-feira (23), Dino voltou a suspender o pagamento dessas emendas por entender que as indicações não estavam obedecendo os novos critérios de transparência definidos em decisões anteriores.

As emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União pagas pelo governo para deputados e senadores, que repassam o dinheiro para obras em seus estados. O STF vem restringindo, desde agosto, o pagamento das emendas exigindo maior transparência para o uso das verbas.

Diante do mesmo cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

'Temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui', diz Haddad

Dólar

O dólar subiu 0,26%, cotado a R$ 6,1932. Na máxima do dia, chegou aos R$ 6,2147. Veja mais cotações.

 Com o resultado, acumulou:

  • ganhos de 2% na semana;
  • alta de 3,21% no mês;
  • avanço de 27,63% no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,38%, cotado a R$ 6,1773.

Ibovespa

O Ibovespa caiu 0,67%, aos 120.269 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 1,50% na semana;
  • perda de 4,30% no mês;
  • recuo de 10,37% no ano.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,26%, aos 121.078 pontos.

 
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
 
O que está mexendo com os mercados?

Em um dia de menor movimento nos mercados pelo fim de ano, investidores repercutiram os mais recentes dados econômicos.

O resultado do IPCA-15 veio abaixo do esperado, mas mostrou que a prévia da inflação encerrou 2024 acima da meta do Banco Central do Brasil (BC). A meta é de 3%, mas é considerada formalmente cumprida se a inflação oficial fechar o ano entre o intervalo de 1,50% e 4,50%.

Em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,62%, o IPCA-15 de dezembro mostra uma desaceleração. O número também foi menor do que o resultado de dezembro de 2023, quando teve alta e 0,40%.

Em geral, a alta no mês foi puxada pelos grupos de Alimentação e Bebidas e Despesas Pessoais, principalmente, enquanto Habitação teve um alívio com a energia elétrica residencial.

Enquanto isso, os números da PNAD Contínua mostram que o o país atingiu a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da pesquisa.

A queda da taxa em novembro foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, terminado em agosto, quando era de 6,6%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,5% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).

Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Foi um recuo de 7% em relação ao trimestre anterior, e de 17,5% na comparação com 2023.

No Brasil, as preocupações com o quadro fiscal brasileiro e o noticiário político também continuaram na mira dos mercados. Nesta sexta, a Câmara enviou argumentos ao STF afirmando cumprir as regras atuais ao destinar emendas parlamentares. O ministro Flávio Dino, porém, ainda não se manifestou.

Mais cedo, o ministro deu um prazo de 10 dias para o governo federal explicar por que o Ministério da Saúde, estados e municípios ainda não estão adotando as regras adicionais de transparência para as emendas parlamentares na área de saúde.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, convocou os líderes da Casa para uma reunião por videoconferência para tratar da sucessão na mesa. A eleição deve acontecer em 3 de fevereiro.

Apesar de ser claro o incômodo dos líderes a respeito da decisão do ministro do Supremo, Flávio Dino, de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, Lira informou ao blog da Ana Flor que "não há possibilidade de a Câmara fazer nada neste momento para reverter" a decisão.

Outra notícia que também ficou na mira dos investidores foi a entrevista do ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, à "CNN Brasil". O ministro fez um balanço do governo em 2024 e indicou as principais expectativas para 2025.

Segundo Padilha, a expectativa é que o Orçamento seja votado entre fevereiro e março.

"Estava tudo pronto para ser votado, mas o relator usou como argumento o fato de que as medidas que consolidam o marco fiscal têm de fato um impacto sobre o detalhamento do Orçamento e a consultoria técnica da Comissão precisava receber medidas primeiro e ver a sanção dela para, com esse detalhamento, poder recalcular o que for necessário", disse o ministro em entrevista.

Já do lado econômico, investidores repercutem a notícia de que o presidente Lula deve publicar um decreto presidencial nos próximos dias para corrigir o valor do salário mínimo no próximo ano. O valor deve subir dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025.

Se confirmado o valor, o aumento será de R$ 106, o equivalente a uma alta de 7,5%. A correção vale a partir de janeiro, com pagamento em fevereiro do ano que vem.

Na semana passada, o Congresso concluiu a tramitação do pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal.

A ideia inicial era economizar R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030. Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, no entanto, as mudanças feitas pelo Congresso devem ter um impacto de R$ 2,1 bilhões, reduzindo a economia para R$ 69,8 bilhões.

Em café da manhã com jornalistas, na última sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as mudanças feitas pelos parlamentares não comprometem a conta final feita pelo governo.

"Fala-se em 'desidratação', mas havia expectativa de parte dos analistas que poderia haver 'hidratação' [aumento da potência dos cortes de gastos]. Os ajustes feitos na redação não afetam o resultado final. Mantém na mesma ordem de grandeza os valores encaminhados pelo Executivo", afirmou Haddad.

O mercado, mais uma vez, contesta os números. Para a XP Investimentos, o potencial de economia fiscal recuou de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões.

"Apesar da direção correta, vemos o pacote como insuficiente para garantir o atingimento das metas de resultado primário e, principalmente, a manutenção do limite de despesas do arcabouço fiscal nos próximos anos", diz um relatório da empresa.

O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público pelos próximos dois anos — ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2024 e 2025. O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público.

Mas os agentes financeiros já não esperam grande eficácia das medidas para controlar o endividamento público, e declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Fantástico reforçaram a percepção de que o governo não pretende avançar muito na contenção de despesas.

O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Mas isso não aconteceu.

Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.

Segundo o blog do Valdo Cruz, interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais às já anunciadas, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.

*Com informações da agência de notícias Reuters

----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----