Total de visualizações de página

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Dólar opera em alta e vai a R$ 5,81, ainda com expectativa por corte de gastos; Ibovespa cai

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Na última sexta, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,09%, cotada a R$ 5,7372, mas ainda acumulou perdas de 2,26% na semana. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 1,43%, aos 127.830 pontos, no menor nível desde agosto.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1

Postado em 11 de novembro de 2024 às 09h50m

$.#  Postagem  Nº     0.919  #.$

Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels
Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (11), em mais um pregão em que o foco dos investidores são as contas públicas. O mercado aguarda, desde o fim das eleições municipais, o anúncio de um pacote de corte nos gastos que equilibre as contas do governo e possibilite o cumprimento do arcabouço fiscal.

A equipe econômica, porém, continua discutindo o pacote nesta semana. Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que valoriza o dólar em detrimento do real.

Enquanto aguarda o anúncio, o mercado repercute os resultados do setor público consolidado, divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta manhã. Em setembro, as contas apresentaram um déficit primário (quando os gastos ficam acima das receitas) de R$ 7,34 bilhões, mas a dívida pública recuou para 78,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, O BC também divulgou a nova edição do Boletim Focus — relatório que traz as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país. As expectativas para a inflação subiram pela sexta semana consecutiva e são de 4,62% para 2024, acima do teto da meta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Às 10h15, o dólar subia 1,32%, cotado a R$ 5,8128. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira (8), a moeda subiu 1,09%, cotada a R$ 5,7372. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7903.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 2,26% na semana;
  • recuo de 0,76% no mês;
  • ganho de 18,23% no ano.

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,37%, aos 127;355 pontos.

Na sexta, o índice encerrou em baixa de 1,43%, aos 127.830 pontos, no menor nível desde 7 de agosto.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,23% na semana;
  • perdas de 1,45% no mês;
  • recuo de 4,74% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

O governo passou toda a última semana reunido para discutir um plano para o controle das despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive sinalizou que tinha a previsão de anunciar as medidas ainda na semana passada.

No entanto, o pacote ainda não saiu e frustrou as expectativas do mercado financeiro. Segundo Haddad, o presidente Lula ainda quer apresentar as medidas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, porque o pacote contém medidas legislativas que precisam de apoio para aprovação.

O tema é importante para o mercado financeiro porque há uma percepção de que, sem os cortes, o governo não será capaz de honrar o arcabouço fiscal — que é o conjunto de regras que determina, entre outros pontos, quanto o país pode gastar.

Com o temor por um possível não cumprimento do arcabouço fiscal, o mercado passa a exigir um prêmio maior para emprestar dinheiro para o país (por meio dos títulos públicos). Isso faz com que a demanda por juros maiores cresça — justamente em um momento em que o BC já está elevando a Selic, taxa básica de juros.

Na última quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, e especialistas esperam novas altas pela frente, ainda mais com a inflação voltando a pressionar a economia.

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, puxado pelos preços da energia elétrica residencial e das carnes, principalmente.

Embora a mudança da bandeira tarifária de vermelha 2 para amarela em novembro possa trazer certo alívio para as contas de luz, o dólar caro pode continuar pressionando os preços dos alimentos e outros setores, que têm produtos e/ou matérias-primas importadas de outros países.

Neste sentido, o Boletim Focus prevê uma inflação acima do teto da meta do BC pelo terceiro ano consecutivo, a 4,62% em 2024. A meta ara este ano é de 3% e será considerada formalmente cumprida se estiver em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.

Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4,03% para 4,10% na última semana. A meta de inflação para o próximo ano também é de 3%, com o mesmo intervalo de limite inferior e superior.

-----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

domingo, 10 de novembro de 2024

Embraer faz acordo para fornecer avião C-390 para as Forças Armadas da Suécia

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


A aeronave fará o transporte tático do país. Além da Suécia, outros cinco países europeus já utilizam o cargueiro, como a Áustria, República Tcheca, Hungria, Holanda e Portugal.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1 Vale do Paraíba e Região

Postado em 10 de novembro de 2024 às 10h45m

$.#  Postagem  Nº     0.918  #.$

Embraer faz acordo para fornecer avião C-390 para as Forças Armadas da Suécia. — Foto: Divulgação/Embraer
Embraer faz acordo para fornecer avião C-390 para as Forças Armadas da Suécia. — Foto: Divulgação/Embraer

Embraer anunciou, na noite deste sábado (9), que o C-390 Millennium foi selecionado como avião de transporte militar pela Suécia. O número de aeronaves previstas no acordo e o valor do contrato ainda não foram divulgados.

Segundo a fabricante de aeronaves brasileira, que tem sede em São José dos Campos (SP), a Suécia, país-membro da OTAN, escolheu a aeronave multimissão C-390 da Embraer para modernizar sua frota de transporte tático militar.

Além da Suécia, outros cinco países europeus já utilizam o cargueiro, como a Áustria, a República Tcheca, a Hungria, a Holanda e Portugal.

O modelo é operado pela Força Aérea Brasileira desde 2019, e mais recentemente pela Defesa Portuguesa.

"Desde sua entrada em serviço com a Força Aérea Brasileira, em 2019, e na Força Aérea Portuguesa, em 2023, a frota em operação acumulou mais de 15.000 horas de voo, disponibilidade operacional em 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria", afirmou a Embraer.

C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação
C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação

Como é o cargueiro

A aeronave C-390 é um projeto da FAB com a Embraer para produção de um avião de transporte militar tático que representa um avanço significativo em termos de tecnologia e inovação para a indústria aeronáutica brasileira.

A Embraer oferece também a versão do cargueiro com reabastecimento em voo, como é o caso dos modelos entregues à Força Aérea Brasileira. Nestes casos, as aeronaves são batizadas como KC-390.

C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação
C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação

A aeronave foi usada, por exemplo, no resgate de brasileiros que deixaram Ucrânia após o início da guerra com a Rússia em 2022.

O cargueiro começou a ser desenvolvido em 2009, na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Ele foi projetado para estabelecer novos padrões em sua categoria, com menor custo operacional e flexibilidade para executar uma ampla gama de missões: transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento aéreo, busca e resgate e combate a incêndios florestais, entre outras.

C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação
C-390 da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação

Com turbinas a jato, o C-390 pode alcançar a velocidade de 850 km/h. Uma aeronave poderá decolar de Brasília e chegar sem escalas a qualquer capital brasileira com 23 toneladas de carga, sua capacidade máxima.

O compartimento de carga tem 18,54 metros de comprimento, um pouco maior que uma quadra de vôlei. A largura é de 3,45 metros e a altura é de 2,95 metros. O espaço é suficiente para acomodar equipamentos de grandes dimensões, além de blindados, peças de artilharia, armamentos e até aeronaves semi-desmontadas.

Também poderão ser levados 80 soldados em uma configuração de transporte de tropa, 64 paraquedistas, 74 macas mais uma equipe médica ou ainda contêineres, carros blindados e outros equipamentos.

Cargueiro C-390, da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação
Cargueiro C-390, da Embraer — Foto: Embraer/Divulgação 

-----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

IPCA: preços sobem 0,56% em outubro, com conta de luz e carnes mais caras

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 4,76% em 12 meses e ultrapassa o teto da meta de inflação para 2024. A meta é de 3% e será considerada cumprida se ficar em um intervalo entre 1,5% e 4,5%. De janeiro a outubro, o IPCA já tem alta de 3,88%.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Bruna Miato, g1

Postado em 08 de novembro de 2024 às 11h00m

$.#  Postagem  Nº     0.917  #.$

Preços das carnes impulsionaram inflação em outubro — Foto: KamranAydinou/Freepik
Preços das carnes impulsionaram inflação em outubro — Foto: KamranAydinou/Freepik

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,56% em outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta foi, mais uma vez, impulsionada pela forte alta na energia elétrica residencial, que avançou 4,74%. Em outubro, os preços das carnes também pesaram na inflação, com uma alta de 5,81%.

Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 3,88% em 2024 até aqui, se aproximando do teto da meta de inflação para este ano. A meta é de 3,0% e será considerada formalmente cumprida se a inflação ficar dentro de um intervalo de 1,5% a 4,5%.

Já em 12 meses, o índice acumula alta de 4,76%, acima do limite da meta. Em outubro de 2023, o índice de preços registrou alta menos expressiva, de 0,24%.

Com a alta nos preços da conta de luz e das carnes, os grupos com maiores avanços no IPCA do mês foram Habitação, que subiu 1,49%, e Alimentação e bebidas, com alta de 1,06%. Além de registrarem as maiores altas, os dois grupos também tiveram a maior influência para a inflação em outubro, com impacto de 0,23 ponto percentual cada.

No mês anterior, em setembro, a inflação já havia registrado uma alta de 0,44%, também puxada pelo forte avanço do valor da conta de luz e da alimentação no país.

A inflação veio um pouco acima da média das expectativas de especialistas do mercado financeiro, que previam um avanço de 0,53% nos preços.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: 1,06%;
  • Habitação: 1,49%;
  • Artigos de residência: 0,43%;
  • Vestuário: 0,37%;
  • Transportes: -0,38%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,38%;
  • Despesas pessoais: 0,70%;
  • Educação: 0,04%;
  • Comunicação: 0,52%.

IPCA fecha em 0,56% em outubro, acima da previsão do mercado

Energia elétrica e alimentação continuam pesando na inflação

Mais uma vez, a energia elétrica residencial foi uma grande vilã para a inflação, com uma alta de 4,74% e um impacto de 0,20 ponto percentual sobre o IPCA cheio — o maior impacto de um subitem em outubro.

A conta de luz também foi o principal contribuinte para a alta do grupo de Habitação, que avançou 1,49%. A alta foi causada pela mudança da bandeira tarifária, que foi para o patamar vermelho 2, gerando uma cobrança de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Além da energia, as carnes também tiveram um grande impacto no IPCA de outubro, de 0,14 ponto percentual, o segundo maior do mês. Em outubro, os preços das carnes avançaram, em média, 5,81%, depois de avançar 2,97% em setembro. No acumulado em apenas dois meses, as carnes já apresentam alta de 8,95%.

Segundo André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, o avanço expressivo das carnes é consequência de três principais fatores: mudanças climáticas, menor número de animais para abate e um aumento das exportações, que reduziram a oferta no mercado interno.

As carmes também foram o item com o maior peso no grupo de Alimentação e bebidas, que avançou 1,06%. A alimentação dentro do domicílio acelerou para uma alta de 1,22% em outubro, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 0,65%.

Olhando para cada corte, as maiores variações vieram:

  • do acém, com alta de 9,09%;
  • da costela, com alta de 7,40%;
  • do contrafilé, com alta de 6,07%
  • e do alcatra, com alta de 5,79%.

Outros subitens importantes na mesa do brasileiro também tiveram altas relevantes, com destaque para o tomate (9,28%) e o café moído (4,01%).

Serviços e monitorados

A inflação de serviços voltou a acelerar em outubro, passando de uma alta de 0,15% em setembro para alta de 0,35% em outubro.

No entanto, em 12 meses, a alta acumulada foi de 4,57% em outubro, contra 4,82% no mês anterior. Essa foi a primeira vez que a inflação de serviços ficou abaixo da inflação geral em 12 meses desde julho de 2022, no meio da pandemia e com medidas de isolamento social em vigor.

A principal contribuição para essa desaceleração veio do subitem de passagens aéreas que teve uma forte redução de 11,50%. Os pesquisadores do IBGE atribuem essa queda, principalmente, à semana de promoções para os clientes de cinemas, que pagaram menos pela entrada.

Outros itens, como transporte por aplicativo (1,52%) e tratamento de animais (-0,36%), também recuaram e contribuíram para a desaceleração.

Já os monitorados, itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, avançaram 0,71% em outubro, contra uma alta de 0,71% em setembro. A alta foi puxada pela energia elétrica residencial e gás de botijão.

Com a disparada da conta de luz, o acumulado em 12 meses dos monitorados teve uma forte aceleração de 5,48% em setembro para 6,27% em outubro.

INPC tem alta de 0,61% em outubro

Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,61% em setembro. Em agosto, teve queda de 0,48%.

Assim, o INPC acumula alta de 3,92% no ano e de 4,60% nos últimos 12 meses. Em outubro de 2023, a taxa foi de 0,12%.

-----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Dólar inverte sinal e cai abaixo dos R$ 5,70, após vitória de Donald Trump nos EUA; dólar turismo opera a R$ 6

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,63%, cotada a R$ 5,7464. Já o principal índice de ações da bolsa de valores, encerrou em alta de 0,11%, aos 130.661 pontos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1

Postado em o6 de novembro de 2024 às 09h50m

$.#  Postagem  Nº     0.916  #.$

Donald Trump, 47º presidente dos Estados Unidos. — Foto: Carlos Barria/Reuters
Donald Trump, 47º presidente dos Estados Unidos. — Foto: Carlos Barria/Reuters

O dólar inverteu o sinal e passou a cair nesta quarta-feira (6), abaixo dos R$ 5,70. O início das negociações teve forte alta, acompanhando uma valorização da moeda americana no mundo todo após a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, mas o movimento perdeu força ainda pela manhã.

A vitória de Trump provocou um aumento expressivo nos juros futuros americanos e, como consequência, o dólar também dispara frente a outras moedas no mundo todo. A política econômica protecionista defendida pelo presidente eleito pode prejudicar o controle da inflação americana e aumentar o endividamento do país.

Taxas de juros mais altas, por mais tempo, ajudam a valorizar a moeda americana. Com isso, o índice DXY — que mostra qual a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas de outros países (como euro, iene, libra esterlina e dólar canadense) — tinha alta de cerca 1,5% durante a tarde.

Por aqui, o dólar comercial chegou a bater os R$ 5,86 no começo da manhã, mas recuou no início da tarde, quando era negociado perto dos R$ 5,70. O dólar turismo, que é a moeda utilizada para quem vai viajar ou fazer compras internacionais em dólar, é vendido acima dos R$ 6.

"O real já era uma das moedas que mais acumulava perda dentre os emergentes nos últimos dias em função de questões domésticas, logo, o espaço para desvalorização foi bem menor do que outros casos, como o peso mexicano e o chileno", diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Também está no radar do mercado a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). O colegiado deve promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano, e isso ajuda a segurar um pouco o preço do dólar.

"Estamos em vias de um anúncio de política monetária que certamente irá no sentido de apertar ainda mais os juros no campo doméstico, mantendo o Brasil como uma praça atrativa mesmo em meio ao cenário de força do dólar, ganho dos treasuries e perspectiva de juros mais elevados nos Estados Unidos", diz Pizzani, da CM Capital.

Além disso, durante a manhã o ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirmou que as reuniões ministeriais sobre cortes de gastos já terminaram e que o próximo passo é conversar com o presidente Lula sobre as propostas.

Essa sinalização por parte do ministro trouxe de volta ao mercado a expectativa de que um anúncio sobre quais serão os cortes de gastos públicos pelo governo está próximo, o que favorece o real.

Por sua vez, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 14h35, o dólar caía 0,80%, cotado a R$ 5,7002. Na mínima do dia, chegou a 5,6972. Na máxima, a R$ 5,8619. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda caiu 0,63%, cotada a R$ 5,7464.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 2,10% na semana;
  • recuo de 0,60% no mês;
  • ganho de 18,42% no ano.

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,31%, aos 130.262 pontos.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,11%, aos 130.661 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • avanço de 1,87% na semana;
  • ganhos de 0,62% no mês;
  • recuo de 2,74% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

O dia é de alta generalizada no dólar pelo mundo, com investidores esperando por um fortalecimento da moeda norte-americana nos anos de governos de Donald Trump. Isso porque o republicano defende uma política protecionista com a economia dos EUA, diminuindo o comércio com a China e aumentando as tarifas de importações para outros países, como o Brasil.

"Trump tem batido muito mais forte contra a China e tem atuado para restringir, principalmente, exportações de tecnologia acessível para o país asiático. Ele também tem ameaçado punir países que comecem a operar na moeda chinesa", explicou ao g1 Welber Barral, consultor especializado em comércio internacional.

"Então, com Trump, podemos ter uma sanção indireta — ou seja, uma sanção contra a China e que possa afetar as exportações brasileiras."

Esse cenário poder mexer com a balança comercial brasileira, diminuindo o nível de exportações, o que reduziria a reserva de dólares e poderia pressionar ainda mais a inflação.

Mais que isso, o protecionismo econômico de Trump pode encarecer os preços dos produtos dentro dos EUA e gerar mais inflação no país. Como consequência, o mercado espera ver taxas de juros maiores na maior economia do mundo nos próximos anos. São elas que servem de referência para o rendimento das Treasuries, os títulos públicos americanos.

Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, as Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que encaminham seus recursos para os EUA e dão força para o dólar.

Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a desaceleração do dólar em relação ao real ocorre porque a vitória de Trump já era precificada pelo mercado — e o dólar, inclusive, disparou mais de 6% só na última semana com isso no radar dos investidores.

"O mercado sempre dá uma exagerada no curto prazo e depois vê que não é bem assim. Até porque o dólar já vinha se valorizando bastante, então será que faria sentido ele continuar performando tão forte assim depois das altas que já haviam sido observadas?", pontua Castro Alves.

Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decide hoje a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. A expectativa é de uma elevação de 0,50 ponto percentual, o que levaria a taxa Selic a 11,25% ao ano.

Esse patamar torna os títulos públicos brasileiros mais atrativos para os investidores, que passam a receber retornos maiores. Assim, há uma migração de investimentos para o Brasil, o que pesa a favor do real.

Por fim, a perspectiva de proximidade de um anúncio sobre o pacote de cortes de gastos voltou a animar o mercado.

O governo efetuou uma série de reuniões nos últimos dias com ministros para fechar os cortes de gastos necessários para manter o arcabouço fiscal — a regra das contas públicas — operante. A expectativa é de que o anúncio das medidas possa ocorrer ainda nesta semana.

Segundo o ministro Haddad, o próximo passo é conversar com o presidente Lula sobre as propostas. "A partir da devolutiva, Lula encaminha endereçamento ao Congresso", disse. Acrescentou que o presidente da República possivelmente conversará com a cúpula do Congresso Nacional sobre o assunto.

"No fundo, a gente está vendo um andamento do pacote que deve ser anunciado até o fim da semana reduzindo o risco fiscal, que acho que é o ponto principal para que o câmbio continue num patamar elevado. Esse é o 'calcanhar de Aquiles' do Brasil. Uma sinalização feita pelo ministro traz uma atenuação para o dólar", explica Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
-----++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------------------====-++----