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segunda-feira, 29 de julho de 2024

'Boletim Focus': mercado financeiro eleva estimativa de inflação deste ano para 4,1%

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Pesquisa reúne impressões de mais de 100 instituições financeiras. Inflação de 4,1%, se confirmada, continua dentro da meta, mas acima do valor central definido pelo governo.
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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Postado em 29 de julho de 2024 às 09h55m

  Postagem  Nº     0.858  

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para este ano, que passou de 4,05% para 4,10%.

As projeções, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, constam do relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC).

Com isso, a expectativa dos analistas para a inflação de 2024 continua se distanciando da meta central de inflação, mas segue abaixo do teto definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

meta central de inflação é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.

Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,90% para 3,96% na última semana.

No próximo ano, a meta de inflação também é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Inflação do setor de serviços desacelera em 2024

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado subiu de 2,15% para 2,19%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.

Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro avançou de 1,93% para 1,94%.

Taxa de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano.

Atualmente, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, após sete reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.

Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 10,50% ao ano.

Com isso, o mercado segue prevendo que não haverá mais reduções da taxa Selic no restante deste ano.

Para o fim de 2025, o mercado financeiro manteve sua expectativa de 9,50%. Isso quer dizer que os economistas continuam estimando corte dos juros ano que vem.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 ficou estável em R$ 5,30. Para o fim de 2025, a estimativa continuou em R$ 5,25.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção permaneceu em US$ 82 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo cresceu de US$ 78 bilhões para US$ 78,5 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 69,6 bilhões de ingresso. Para 2025, a estimativa de ingresso recuou de US$ 72,1 bilhões para US$ 71,6 bilhões.
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domingo, 28 de julho de 2024

Olimpíadas de Paris: quanto ganha um medalhista — e como os jogos ajudam o bolso dos atletas

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A remuneração dos esportistas de alto nível tende a ser maior no período olímpico. Além do pagamento dos clubes e de programas como o Bolsa Atleta, a tendência é que os competidores melhorem seus contratos com patrocinadores e recebam mais convites para campanhas publicitárias.
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Por André Catto, g1

Postado em 28 de julho de 2024 às 10h00m

  Postagem  Nº     0.857  

Jogos Olímpicos Tóquio 2020 - Finais da natação no centro aquático de Tóquio. Na foto, uma medalha de ouro. — Foto: Jonne Roriz/COB
Jogos Olímpicos Tóquio 2020 - Finais da natação no centro aquático de Tóquio. Na foto, uma medalha de ouro. — Foto: Jonne Roriz/COB

A premiação em dinheiro para os atletas que conquistarem o pódio durante as Olimpíadas de Paris já foi definida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os valores mais altos vão, claro, para os medalhistas de ouro: os atletas que vencerem disputas individuais vão levar R$ 350 mil para casa.

Mas nem sempre o prêmio em dinheiro é a principal conquista do competidor: subir no pódio de uma Olimpíada também significa avançar alguns degraus em termos de reconhecimento e oportunidades — o que, consequentemente, pode se refletir na segurança financeira.

O surfista Italo Ferreira, por exemplo, considera os Jogos de Tóquio, em 2021, um "divisor de águas" na vida dele. O surfista levou o ouro justamente na edição que marcou a estreia do esporte como modalidade olímpica. "Isso fica na memória de todos", diz.

Além de falar sobre o que mudou após subir no topo do pódio, ele contou ao g1 que usou parte do dinheiro para tornar um antigo sonho realidade. (veja o relato mais abaixo)

Segundo o COB, o chamado Programa Medalha, que define o pagamento em dinheiro para os vencedores olímpicos, divide os esportistas ganhadores em três categorias:

  • 🚣‍♂️ Provas individuais (um atleta)
  • 🏊‍♀️ Provas em grupo (dois a seis atletas)
  • ⛹️ Provas coletivas (sete ou mais atletas)

Cada uma das categorias tem um valor específico de premiação. No caso das categorias "grupo" e "coletiva", há um valor total definido a ser pago, que será dividido entre os medalhistas de forma igualitária, independentemente de serem titulares ou reservas.

Outro ponto importante sobre os valores: os atletas que ganharem mais de uma medalha acumulam a premiação ou seja, eles recebem por cada prova premiada.

Veja abaixo:

Valores pagos por medalha nas Olimpíadas de Paris. — Foto: Juan Silva/Arte g1
Valores pagos por medalha nas Olimpíadas de Paris. — Foto: Juan Silva/Arte g1

"Os valores estão cerca de 40% mais altos com relação aos praticados no último ciclo olímpico" — que inclui os Jogos de Tóquio, em 2020 —, informou o COB em comunicado.

Naquele ciclo, que envolve também os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, o Comitê Olímpico do Brasil desembolsou R$ 5,2 milhões em premiações pelas medalhas conquistadas.

O avanço na remuneração também está conectado ao desempenho esportivo. Segundo o COB, melhores resultados nas principais competições do calendário olímpico — que incluem os Jogos Sul-americanos, Pan-americanos e as próprias Olimpíadas — significam aumento nos investimentos.

"Isso se reflete para atletas, confederações e o próprio COB", informou o Comitê.

As medalhas das Olimpíadas de Paris vistas de frente. — Foto: Divulgação/Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024
As medalhas das Olimpíadas de Paris vistas de frente. — Foto: Divulgação/Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024

Ganhos com patrocinadores e publicidade

A simples proximidade dos jogos também colabora com os rendimentos financeiros dos atletas. Esse costuma ser o período em que os competidores tendem a receber mais de seus patrocinadores, explica o especialista em marketing Idel Halfen.

Esse é um dos efeitos do ciclo olímpico, que tem início no ano após uma olimpíada e termina no final da edição seguinte. O ciclo seguinte aos jogos de Paris, por exemplo, começa em 2025 e se encerra em 2028, nos jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos.

"Existem muitos contratos escalonados. Os atletas ganham menos no primeiro ano e vão aumentando a remuneração", diz.

"Isso acontece porque não se sabe qual será o desempenho do atleta. Há também a questão da exposição [da marca]. Ela é muito menor no início do que no final do ciclo olímpico."

Nesses casos, cabe ao atleta avaliar as condições do contrato. Do lado das empresas, é comum que haja um interesse menor quando os jogos não estão em evidência. "Normalmente, o marketing das companhias também investe em outras ações não relacionadas ao esporte", destaca Halfen.

No caso de atletas olímpicos individuais, há contratos com cláusulas que podem definir bonificação para aqueles que ganharem medalhas de ouro, prata ou bronze — melhorando, assim, a remuneração.

A exposição durante as Olimpíadas também pode abrir mais espaço para ações pontuais, como convites para campanhas publicitárias.

"Além disso, logo após os jogos os atletas acabam sendo muito demandados para palestras e eventos. São presenças VIPs. Eles passam a ter uma história a contar", conclui Halfen.

De acordo com o COB, além dos patrocinadores pessoais, alguns competidores também são contratados por patrocinadores do próprio Comitê "para fazer parte do squad [esquadrão] deles", informou a organização ao g1.

Olimpíadas de Paris: quanto ganha um medalhista?

'Divisor de águas'

Em 2021, o surfista Italo Ferreira estreou em uma Olimpíada junto com a própria modalidade. Para o atleta, levar o ouro na primeira edição do surfe olímpico teve um sabor especial.

"Conquistei a primeira medalha de ouro da história. Então, isso fica marcado na memória de todos os brasileiros e dos fãs do surfe", diz.

Perguntado pelo g1 sobre como a vitória se refletiu na abertura de novas oportunidades, o surfista destacou a Olimpíada como a maior vitrine do esporte.

"Na minha vida, foi um divisor de águas. (...) Consequentemente, as marcas escolhem atletas com quem se identificam mais ou que têm mais chances de subir no pódio", diz.

"Ganhar uma medalha aumenta a procura por marcas que querem estar com você. E quando elas entendem a importância de não ser algo pontual, mas que acompanhe mais um ciclo de quatro anos, dá ainda mais motivação pra gente performar e continuar no topo."

Italo Ferreira levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, realizados em 2021 devido à pandemia. — Foto: Jonne Roriz/COB
Italo Ferreira levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, realizados em 2021 devido à pandemia. — Foto: Jonne Roriz/COB

No caso especificamente do surfe, o principal objetivo dos atletas é entrar para a Liga Mundial de Surfe (WSL) — onde estão as grandes marcas. Italo relata, no entanto, que o caminho não é fácil: antes, é preciso disputar campeonatos em diferentes países, a custos muito altos.

"Quando você consegue patrocinadores, dá um respiro para focar só na performance, enquanto a parte financeira e administrativa fica resolvida. E o surfe só depende de você. Então, também tem a pressão de performar e ganhar títulos para manter as marcas com você", relata.

O surfista diz que usou os recursos conquistados nas Olimpíadas de Tóquio para tirar um velho sonho do papel.

"Com a premiação, eu consegui construir o Instituto Italo Ferreira, lá em Baía Formosa [RN]", diz. "Queria mostrar para as crianças que é possível realizar os nossos sonhos. Para isso, precisava de um lugar para elas estudarem, praticarem esporte e terem a perspectiva de um futuro melhor."

O projeto de Italo, que saiu do papel há dois anos, atende a cerca de 120 crianças.

Italo Ferreira chora ao falar do ouro: 'Meu nome está escrito na história do surfe'

Outros tipos de rendimentos

▶️ Bolsa Atleta

Alguns esportistas de alto rendimento contam ainda com bolsas de incentivo, a níveis municipal, estadual ou federal.

O Bolsa Atleta, do governo federal, é o principal programa para esse fim. Criado em 2005, o incentivo é destinado a atletas de alto rendimento e com bons resultados em competições nacionais e internacionais. Os pagamentos são feitos pela Caixa Econômica Federal.

A ideia do programa é garantir que os esportistas tenham condições mínimas para se dedicarem ao treinamento e às competições, incluindo os jogos olímpicos e paralímpicos. Receber recursos do programa não impede que os atletas tenham outros patrocínios.

São seis categorias do Bolsa Atleta, indo dos níveis "Base" e "Estudantil" — destinados a esportistas mais jovens — ao "Pódio", com bolsas a medalhistas olímpicos e atletas bem colocados em rankings mundiais. Nessa última categoria, o benefício pode chegar a R$ 15 mil.

Veja as categorias abaixo:

  • 🧒🏿 Atleta de Base: R$ 370
  • 👩🏽‍🎓 Estudantil: R$ 370
  • 🔰 Nacional: R$ 925
  • 🌎 Internacional: R$ 1.850
  • 🤽 Olímpico/Paralímpico: R$ 3.100
  • 🥇 Pódio: R$ 5 mil a R$ 15 mil

Segundo o governo federal, das 21 medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Tóquio, 19 tiveram participação de atletas que recebem o apoio do programa: foram 8 bronzes, 5 pratas e 6 ouros relacionados ao Bolsa Atleta.

O surfista Italo Ferreira, por exemplo, é um dos medalhistas do programa, na categoria Pódio. São os casos também do canoísta Isaquias Queiroz e da ginasta Rebeca Andrade, premiados com o ouro naquela edição dos jogos — e que buscam repetir o feito em Paris.

▶️ Programa Olímpico da Marinha (Prolim)

De acordo com o COB, alguns atletas estão dentro do Programa Olímpico da Marinha (Prolim) e recebem soldo (a remuneração básica como militares). O Programa é supervisionado pelo Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais.

Ao g1, a Marinha do Brasil informou que o Prolim terá 59 atletas nas Olimpíadas de Paris — quase 20% do total de competidores brasileiros nos jogos. Dentre os 59 atletas, 43 integram atualmente o programa, enquanto os outros 16 fizeram parte pelo tempo limite de 8 anos.

Como militares da instituição, os atletas de alto rendimento recebem remuneração de acordo com a graduação, como previsto na Lei de Remuneração dos Militares.

O atleta com o ensino fundamental concluído pode ser incorporado como cabo, com soldo de até R$ 2.627. Já o que tem ensino médio completo pode ser admitido como terceiro-sargento (R$ 3.825), informou a Marinha.

Além da remuneração, os atletas recebem alimentação, uniforme, assistência médico-odontológica, psicológica, social e religiosa.

Atualmente, o Prolim tem um total de 235 esportistas militares de alto rendimento. Na história, 716 atletas de alto nível já participaram do programa.

"Nas últimas três Olimpíadas (2020, 2016 e 2012), das 57 medalhas conquistadas pelo Brasil, 26 foram ganhas por atletas das Forças Armadas brasileiras, sendo 14 delas graças ao desempenho dos atletas da Marinha", disse a instituição.

▶️ Confederações e clubes

Ao g1, o Comitê Olímpico do Brasil informou que, de forma geral, a maioria dos atletas recebe também um salário dos clubes que defendem.

Eles podem ainda ter remuneração de suas respectivas confederações esportivas — que são responsáveis, inclusive, pela convocação dos atletas às Olimpíadas e Paralimpíadas.

De acordo com o COB, cada confederação tem liberdade para criar seus programas de benefícios, o que significa que os valores podem variar a depender da modalidade esportiva.

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sábado, 27 de julho de 2024

Contas do governo registram rombo de R$ 38,8 bilhões em junho

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Déficit ocorre quando arrecadação de tributos e impostos fica abaixo do gasto do período. Resultado foi negativo mesmo com arrecadação recorde para o mês de junho.
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Por Lais Carregosa, g1 — Brasília

Postado em 27 de julho de 2024 às 07h00m

  Postagem  Nº     0.856  

As contas do governo registraram déficit de R$ 38,8 bilhões em junho, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (26).

O resultado de junho de 2024 é o quarto pior para o mês desde o início da série histórica do Tesouro, que começa em 1997. É também o pior primeiro semestre desde junho de 2020.

O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.

Segundo o Tesouro, a receita líquida em junho foi de R$ 160,5 bilhões, enquanto a despesa alcançou R$ 199,3 bilhões.

No acumulado em 12 meses, o déficit até junho é de R$ 260,7 bilhões – o equivalente a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado foi registrado apesar do recorde na arrecadação em junho. Na quinta-feira (25), o governo divulgou receitas de R$ 208,8 bilhões no mês – veja no vídeo:

Arrecadação do governo bate recorde em junho e alcança R$ 208,8 bilhõesArrecadação do governo bate recorde em junho e alcança R$ 208,8 bilhões

"No ano passado, nós adotamos um conjunto de medidas pelo lado da receita para atingir esse objetivo e, como vocês estão vendo, a despeito do descrédito que elas tiveram no ano passado, elas estão mostrando sim resultados consistentes. Mas, de fato, nós temos aqui desafios agora que precisam ser endereçados pelo lado da despesa", disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron. 
Alta do déficit

De acordo com o secretário, o resultado das contas públicas "deve convergir" ao longo do ano para um déficit dentro da meta fiscal – embora, na fotografia atual, o cenário seja mais grave.

Ceron afirma que parte da alta nas despesas tem relação com o adiantamento de alguns gastos do governo, que não será sentido no restante do ano.

"Quando você olha a perspectiva de 12 meses, o acumulado no ano, tem alguns fatores que geraram ali um resultado um pouco maior. Agora, a gente começa um processo de recuperação. E volto a dizer, considero crível, possível, ficar dentro do intervalo da banda do primário nesse exercício", afirmou. 
BPC e Previdência

A alta dos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e com a Previdência é um dos fatores que têm pressionado as contas do governo.

O BPC é um benefício, no valor de um salário mínimo, pago a idosos com mais de 65 anos ou a pessoas de qualquer idade com deficiência. Para receber o auxílio, a família do beneficiário deve ter renda de até R$ 353 por pessoa –ou seja, 25% do salário mínimo vigente, que hoje é de R$ 1.412.

Segundo dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), houve uma alta de 29% na concessão de novos benefícios no primeiro semestre de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023.

O relatório do Tesouro aponta um custo de R$ 54,2 bilhões de janeiro a junho --alta de 17% em relação ao mesmo período de 2023.

A Previdência, por sua vez, teve aumento de 8,7% no semestre, chegando a R$ 501,9 bilhões.

De acordo com Ceron, o aumento dos custos com os benefícios previdenciários pode ser explicado pela regularização da folha do INSS.

"O BPC, o diagnóstico [é que] está crescendo na casa de dois dígitos, um crescimento que chama a atenção. Não há uma motivação evidente do que poderia estar acontecendo para ter essa dinâmica", disse Ceron.

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Parcial do ano

O déficit acumulado no ano, no período de janeiro a junho, é de aproximadamente R$ 68,7 bilhões.

O valor está acima da previsão de R$ 61,4 bilhões de déficit no fechamento de 2024, divulgada pelo governo no início da semana.

Para fins de cumprimento da meta fiscal, são excluídos do montante R$ 28,8 bilhões em créditos extraordinários. Esse montante foi reservado para enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul, Poder Judiciário e o Conselho Nacional do Ministério Público.

O governo também anunciou o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões para o cumprimento da meta fiscal em 2024, restando R$ 28,8 bilhões de déficit no ano – no limite da meta fiscal.

A meta para 2024 é zerar o déficit fiscal. Isso significa que o governo pretende equilibrar receitas e despesas.

No entanto, há um intervalo de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo, em que a meta pode ser considerada formalmente cumprida.

Um déficit de 0,25% do PIB equivale a R$ 28,8 bilhões, portanto as projeções do governo estão no limite da meta.

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