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domingo, 31 de março de 2024

Juros, surpresa com EUA e intervenções: o que explica a saída de dinheiro estrangeiro da bolsa brasileira

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Investidores internacionais tiraram mais de R$ 20 bilhões de ações listadas na B3, a bolsa de valores brasileira.
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 31 de março de 2024 às 06h15m

             Post. N. =  0.797          


Bolsa perde mais de R$ 22 bilhões de capital em 2024

Os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 20 bilhões da bolsa brasileira neste primeiro trimestre, mostram os dados da B3. Trata-se de uma virada de humor dos estrangeiros com o país, logo depois de uma série de fechamentos em pontuação recorde no ano passado.

Analistas ouvidos pelo g1 atribuem a situação majoritariamente a fatores externos, mas com um bom “tempero” de problemas nacionais.

São três questões principais:

  • Sempre depois de um momento de alta, vêm os períodos de realizações de lucro de investidores e ajuste de posições;
  • Houve uma reavaliação da situação econômica e do patamar de juros nos Estados Unidos, que deslocou recursos para lá;
  • O quadro fiscal brasileiro e as intervenções do governo federal em empresas de peso no índice de ações trouxeram prejuízo extra ao país.

Para entender, é preciso voltar um pouco no tempo. No fim do ano, a economia global sinalizava para um momento de arrefecimento da inflação e possibilidade de corte de juros mais cedo em economias desenvolvidas.

Nos EUA, havia expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começasse a reduzir os juros americanos em março. A mensagem para investidores era a de que as Treasuries americanas, títulos de renda fixa mais seguros do mundo, logo passariam a pagar menos.

Na Europa, a inflação dava sinais de alívio, e o Banco Central Europeu (BCE) passou também a considerar o início dos cortes de juros.

No mercado financeiro, tudo se antecipa. E ambos os fatos beneficiam as bolsas porque, com juros menores, é preciso tomar mais risco para que os investidores garantam uma boa rentabilidade.

Assim, países emergentes voltam a ser considerados, pois suas empresas mais rentáveis podem garantir um bom dinheiro. E o alívio do cenário externo somou-se a bons indicadores brasileiros.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro veio acima do esperado, a inflação de serviços mostrava desaceleração e o país já estava em meio a um ciclo de corte da taxa básica de juros desde agosto.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, passou por uma arrancada no fim de 2023. De volta aos dados de investimentos estrangeiros, entraram quase R$ 40 bilhões nos últimos dois meses do ano.

Só no mês de dezembro, o Ibovespa acumulou ganhos de mais de 5% e bateu sucessivos recordes de pontuação. Terminou o ano com ganho de mais de 22%.

Na virada para 2024, quase todos esses fatores mudaram.

Bolsa de valores de SP nesta segunda-feira (2). — Foto: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsa de valores de SP nesta segunda-feira (2). — Foto: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A hora da virada

O caldo começou a entornar por obra do Fed, o banco central americano. Ao publicar a decisão de dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou que indicadores recentes sugeriam que a atividade econômica do país desacelerou em relação ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre.

Em outro trecho, o colegiado reafirmou que a inflação americana seguia elevada, mas reconheceu que os preços haviam diminuído no último ano, além de ganhos “moderados no emprego. O mercado financeiro entendeu que a hora de baixar juros estava próxima.

Em janeiro, o tom foi bem mais cauteloso. O Fed disse que não considerava apropriado reduzir o intervalo de juros até que se tenha maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%, a meta do país.

Além da inflação resistente acima dos 3% na janela de 12 meses, o PIB americano trouxe surpresas neste primeiro trimestre. Em dados desta quinta-feira (28), o indicador registrou alta anualizada de 3,4% no quarto trimestre de 2023, acima do que se esperava no início do ano passado.

O mercado de trabalho dos EUA segue forte. O desemprego chegou a subir para 3,9% em fevereiro, mas ainda está baixíssimo e com demonstrativo de alta de salários, o que gera mais pressão na inflação.

Segundo Luís Stuhlberger, presidente da Verde Asset, parte do motivo para a economia dos Estados Unidos estar forte mesmo com o patamar elevado de juros é o forte aumento de gastos visto durante a pandemia.

"A política monetária e fiscal dos Estados Unidos na Covid, a distribuição de dinheiro, não tem paralelo na história", afirmou o executivo durante evento promovido recentemente pela Hedge Investiments.

"Sabia-se que já existia uma boa vcina em outubro e [os EUAcontinuaram distribuindo dinheiro e com uma política extremamente agressiva por mais um ano, para só depois acordarem que tinham ido longe demais", completou.

Ou seja: com atividade econômica forte e salários em alta, há dúvidas na cabeça do Fed se é possível baixar os juros sem botar em risco a inflação. Com isso, o mercado financeiro, que estimava uma queda dos juros no país em março, passou a apostar em maio e, hoje, já tem dúvidas sobre junho.

Para Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, a atualização desse conjunto de informações torna natural que os EUA tenham destaque. Com juros altos em aplicações seguras ao mesmo tempo em que a economia mostra sinais fortes, há uma preferência de alocação de recursos por lá.

Houve ganho até em termos do fluxo de investimento em bolsa, por hospedarem ali as principais empresas de tecnologia, que se beneficiam da Inteligência Artificial e que parecem ser o grande tema de investimentos do momento, afirma.

O ‘tempero’ de interferência

Dado o contexto, é preciso voltar ao Brasil. Com um competidor desse tamanho, faz sentido que a bolsa brasileira saia perdendo. Além do fluxo de dólares estar naturalmente direcionado para fora, houve ganho relevante no final de 2023, que seria embolsado no começo de 2024.

Entram em cena, então, as questões internas. Os debates sobre o cenário fiscal, por exemplo, continuam na mira dos investidores, que seguem atentos aos sinais do governo para saber quais os possíveis resultados do primeiro ano do arcabouço fiscal.

Segundo Stuhlberger, houve uma piora do fiscal nos últimos anos, com um aumento dos gastos públicos e uma perda de arrecadação por parte do governo — de acordo com o executivo, caso o Teto de Gastos ainda existisse, o país estaria R$ 300 bilhões acima do limite.

"Mas, dito isso, a arrecadação está melhor, o PIB do ano passado surpreendeu para cima [...] e o PIB deste ano também vai surpreender para cima", afirmou Stuhlberger em evento.

Além disso, a bolsa brasileira é bastante ligada a empresas produtoras de commodities, em momento que economias desenvolvidas calibram os juros para desacelerar a atividade com o mínimo de danos e a China passa por uma reavaliação completa de sua matriz econômica.

Já seriam tempos desafiadores, até que entraram no jogo as intervenções do governo federal em duas empresas determinantes para o bom desempenho do Ibovespa: a Vale e a Petrobras.

As duas companhias têm grande participação na carteira do Ibovespa. A Vale já sofria com uma queda dos preços de minérios no mercado internacional, que reduziriam sua lucratividade. Até que uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de emplacar aliados na sucessão da empresa fez a situação piorar.

Segundo o blog da Ana Flor, Lula vinha se movimentando para levar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ao comando da empresa. O gesto não foi bem recebido pelo mercado.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a dizer em entrevista que Lula nunca se disporia a fazer interferência direta em uma empresa de capital aberto.

Mas um conselheiro de administração da Vale, José Luciano Duarte Penido, renunciou ao cargo em março justamente por discordar” do processo de sucessão do atual presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo.

Em carta endereçada ao presidente do Conselho de Administração, Daniel Stieler, Penido fala que o processo tem sido manipulado e que sofria evidente e nefasta influência política.

Em meio aos imbróglios e especulações, a Vale perdeu quase 18% de seu valor de mercado em 2024.

Na Petrobras, o caso foi ainda mais direto. A empresa registrou seu segundo maior lucro histórico no ano passado, de R$ 124,6 bilhões. Na divulgação de seu balanço, em março, o mercado soube que a petroleira havia decidido pagar apenas o mínimo dos dividendos aos acionistas, sem os chamados dividendos extraordinários.

Em vez de ser distribuído, o lucro remanescente do exercício, que totalizava R$ 43,4 bilhões, foi integralmente destinado para a reserva de remuneração de capital, que, segundo a empresa, tem a finalidade assegurar recursos para remuneração de acionistas e recompras de ações.

Segurar o dinheiro em caixa foi um pedido do governo, que deseja que a empresa acelere investimentos em vez de ser uma pagadora de dividendos. Quem tem os papéis da empresa, claro, não gostou.

Em um dia, a Petrobras teve queda de 10% na bolsa, perdendo R$ 55 bilhões em valor de mercado. Como a empresa havia colhido uma valorização expressiva em 2023 e no início de 2024, o ganho das ações preferenciais neste ano está praticamente zerado.

Foram vetores que aceleraram, que reforçaram essa saída de fluxo estrangeiro. Foi a somatória de componentes mais gerais, de realocação de capital com a mudança de expectativas lá fora, e um componente específico daqui, com as interferências, afirma Daniel Cunha, da BGC Liquidez.

Cunha diz ainda que é cedo para falar em uma saída estrutural de dinheiro do país. Afinal, a tendência é que, uma hora ou outra, o Fed passe a cortar os juros americanos, trazendo de volta a atenção de investidores para emergentes.

E a avaliação passa também pelo patamar de juros brasileiros. Na última Ata do Copom, o BC informou nesta terça-feira (26) que diante das incertezas do cenário sobre a inflação nos próximos meses, julgou apropriado ter maior flexibilidade na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte da taxa Selic em junho deste ano.

A prévia da inflação de março, divulgada nesta semana pelo IBGE, mostra que a situação brasileira ainda não está pacificada.

Na ocasião, a economista para Brasil do BNP Paribas, Laiz Carvalho, comentou que os serviços subjacentes — indicador que todo o mercado está de olho por conta de seu peso para a decisão do BC —, vieram com número um pouco mais alto que as expectativas (de 0,36% para 0,40%), apesar da desaceleração em relação a meses anteriores.

Lentamente, mas está desacelerando. Isso corrobora nossa tese de que os serviços subjacentes devem voltar a um comportamento sazonal já no IPCA fechado de março e no IPCA-15 de abril, afirmou.

Sem juros em queda, o Ibovespa ainda pode ter mais a perder. Só com mais precisão de qual será a Selic no fim do ciclo de corte de juros é que se pode projetar o apetite do investidor para voltar à bolsa de valores ainda em 2024.

*Colaborou Isabela Bolzani

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sexta-feira, 29 de março de 2024

B3 prevê lançar contrato futuro de bitcoin em abril

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Segundo a bolsa de valores brasileira, o produto vai funcionar de maneira similar aos contratos futuros convencionais, permitindo aos investidores negociar a variação de preço da criptomoeda em um ambiente regulado e com liquidez diária.
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TOPO
Por Reuters

Postado em 29 de março de 2024 às 06h00m

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Bitcoin — Foto: Divulgação
Bitcoin — Foto: Divulgação

A B3 informou nesta quinta-feira (28) que espera disponibilizar o contrato futuro de bitcoin no mercado em 17 de abril, depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o lançamento do produto pela operadora da bolsa.

"A confirmação da data de lançamento está sujeita à aprovação, pela CVM, de um manual operacional da B3 com regras relacionadas ao contrato", afirmou a B3 em nota.

A empresa disse que o produto funcionará de maneira similar aos contratos futuros convencionais, permitindo aos investidores negociar a variação de preço da criptomoeda em um ambiente regulado e com liquidez diária.

A B3 já oferece 14 ETFs e BDRs de ETFs relacionados ao mercado de criptomoedas e visa ampliar sua atuação no setor com o lançamento do futuro de bitcoin.

"Esse lançamento atende uma demanda por um produto derivativo que permite a proteção da oscilação de preços do bitcoin ou a exposição direcional ao ativo, mantendo a segurança de operar no ambiente da bolsa do Brasil", disse o superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3, Felipe Gonçalves, em nota.

O contrato futuro de bitcoin utilizará o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price como referência e terá um valor equivalente a 0,1 bitcoin, ou 10% do valor da criptomoeda em reais, com vencimento mensal.

A liquidação será exclusivamente financeira, não envolvendo a compra e venda de criptomoedas, e os resultados financeiros serão baseados na variação de preço do bitcoin.

No lançamento, o contrato futuro de bitcoin contará em um primeiro momento com formadores de mercado para auxiliar na liquidez e formação de preços do produto.

Investidores de varejo precisarão depositar na corretora um valor mínimo de R$ 100 por contrato para negociar o futuro de bitcoin, que terá vencimento sempre na última sexta-feira do mês, segundo a B3.

Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira

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quinta-feira, 28 de março de 2024

Desemprego sobe a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, diz IBGE

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Taxa cresceu 0,3 ponto percentual em relação ao período anterior. Desemprego atinge 8,5 milhões de pessoas. O número veio dentro das projeções do mercado financeiro.
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 28 de março de 2024 às 11h00m

             Post. N. =  0.795          


Desemprego sobe a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve alta de 0,3 ponto percentual na desocupação, que era de 7,5%. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 8,6%. O número veio dentro das projeções do mercado financeiro para o trimestre.

Com os resultados, o número absoluto de desocupados cresceu 4,1% contra o trimestre anterior, atingindo 8,5 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 7,5%.

Entre dezembro e fevereiro, houve estabilidade na população ocupada em 100,2 milhões de pessoas. No ano, o aumento foi de 2,2%, com mais 2,1 milhões de pessoas ocupadas.

Com a ocupação estável, o IBGE destaca que a alta na taxa de desocupação se deveu especificamente ao aumento da procura por trabalho.

"Em início de ano, há um processo de dispensas de temporários e de redução de velocidade da atividade econômica. Isso dificulta a reabsorção dos trabalhadores no mercado de trabalho. Mas comparando com o panoramoa de um ano atrás, o cenário ainda é de expansão", afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,1%, um recuo de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 0,7 p.p.

Já o número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), ficou estável no trimestre, estimado em 108,8 milhões. A população fora da força totalizou 66,8 milhões, crescimento de 0,4%.

Veja os destaques da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 7,8%
  • População desocupada: 8,5 milhões de pessoas
  • População ocupada: 100,25 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
  • População desalentada: 3,7 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 37,99 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,3 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,8 milhões
  • Taxa de informalidade: 38,7%

Carteira assinada bate recorde

Na série comparável, houve recorde de trabalhadores com carteira de trabalho assinada, com 37,99 milhões. Segundo o IBGE, a formação de vagas formais foi justamente o que impediu um aumento mais relevante do desemprego no país.

Na quarta-feira (27), o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o país gerou criou 306,11 mil empregos formais em fevereiro deste ano, uma alta de 21,2% frente ao mesmo mês de 2023. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não incluem os informais e são coletados das empresas quee abarcam o setor privado.

Os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia. Assim, os resultados não são comparáveis, mas nesse caso apontam para direções parecidas ao apontar expansão das vagas formais.

O número de empregados sem carteira não teve variação significativa no trimestre, na casa dos 13,3 milhões. Por outro lado, o contingente de informais caiu de 39,4 milhões para 38,8 milhões.

Quem também contribui para o resultado pior de desemprego é o aumento do número de pessoas desalentadas, chegou a 3,7 milhões de pessoas. Trata-se de uma alta de 8,7% contra o trimestre anterior, primeira alta desse contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2021.

Rendimento em alta

O rendimento real habitual teve alta frente ao trimestre anterior, de 1,1%, e passou a R$ 3.110. No ano, o crescimento foi de 4,3%.

Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 307,3 bilhões, mais um recorde da série histórica do IBGE. O resultado teve variação inexpressiva frente ao trimestre anterior, e cresceu 6,7% na comparação anual.

"O crescimento do rendimento tem a ver com um processo de expansão, e se deve não apenas ao crescimento da população ocupada em si, mas a um crescimento via trabalho formal. Até mesmo onde o rendimento está caindo, o ramo em questão é de trabalhadores de contratos temporários e menor renda", diz Beringuy, do IBGE.

Carteira de Trabalho. — Foto: Reprodução/Internet
Carteira de Trabalho. — Foto: Reprodução/Internet

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quarta-feira, 27 de março de 2024

Ibovespa tem alta, com dados econômicos e noticiário corporativo; dólar fecha em leve queda

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A moeda norte-americana recuou 0,07%, cotado a R$ 4,9787. Já o principal índice acionário da B3 encerrou em queda de 0,05%, aos 126.863 pontos.
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Por g1

Postado em 27 de março de 2024 às 14h25m

             Post. N. =  0.794          

Cédulas de dólar — Foto: Pexels
Cédulas de dólar — Foto: Pexels

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (27), enquanto investidores avaliam novos dados de emprego e ficam de olho na dívida pública federal no Brasil.

Além disso, o mercado continuou a repercutir os últimos dados de inflação acima do esperado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), ambos divulgados ontem. Os balanços corporativos do dia também estavam sob os holofotes.

O dólar fechou em leve queda, depois de oscilar entre altas e baixas ao longo do dia.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

O dólar teve queda de 0,07%, cotado a R$ 4,9787. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,40% na semana;
  • ganho de 0,13% no mês;
  • avanço de 2,60% no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,19%, cotado a R$ 4,9939.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta de 0,65%, aos 127.691 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,52% na semana;
  • queda de 1,03% no mês;
  • recuo de 4,84% no ano.

Na véspera, o índice teve queda de 0,05%, aos 126.863 pontos.

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

O que está mexendo com os mercados?

Nesta quarta-feira (27), as atenções estão voltadas para novos dados econômicos brasileiros.

No principal, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o país criou 306,1 mil empregos formais em fevereiro deste ano. O número representa uma melhora em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 252,5 mil empregos com carteira assinada (valor ajustado), um aumento de 21,2%.

Fora os destaques do dia, o mercado também continua a repercutir a divulgação, na véspera, de dados importantes no Brasil, como a prévia da inflação de março, medida pelo IPCA-15, que veio acima do esperado pelos analistas.

O indicador subiu 0,36% no mês, contra a expectativa de 0,32%. A alta mais uma vez foi puxada pelos alimentos, com o grupo de Alimentação e Bebidas tendo registrado um avanço de 0,91% — impacto de 0,19 ponto percentual no índice geral.

Mesmo com a alta, o IPCA-15 ainda teve uma desaceleração de 0,42 p.p. na comparação com fevereiro, quando registrou avanço de 0,78%. Em março de 2023, o IPCA-15 foi de 0,69%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou 4,14%.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o resultado mostra que o IPCA-15 "não só veio acima (do esperado), como a abertura também continua ruim",

"Na média de três meses anualizada, os serviços subjacentes aceleraram para 5,8%; nos industriais, praticamente zerou e, nos alimentos, o indicador acelerou para 5,4%", explica o economista.

Essa perspectiva ajudou a explicar, também, outra divulgação importante de ontem: a ata do Copom. O Banco Central (BC) sinalizou que deve ser mais ponderado com os próximos cortes na taxa Selic, hoje em 10,75% ao ano, por conta das incertezas que rondam o cenário de inflação.

"Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária (de corte dos juros) pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir", disse a instituição.

O Copom promoveu seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual nos juros. Com isso, a taxa Selic caiu de 13,75% ao ano em junho do ano passado para os 10,75% ao ano na reunião da última semana.

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