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Sinônimo de ingrediente barato no ocidente, mistura de carne de porco de presunto que está há mais de 80 anos no mercado se tornou iguaria na região da Ásia-Pacífico.--------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por BBC
Postado em 12 de dezembro de 2021 às 12h50m
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Spam se popularizou durante a Segunda Guerra, quando foi usado para
alimentar das tropas americanas a civis europeus — Foto: Getty Images
via BBC
Há mais de 80 anos no mercado, o Spam – um enlatado que mistura presunto e carne de porco – registrou em 2021 recorde de vendas pelo sétimo ano consecutivo.
O desempenho foi anunciado na quinta-feira (9) por Jim Snee, presidente da Hormel Foods, empresa americana dona da marca, em uma conferência para investidores durante a divulgação do resultado do grupo no trimestre encerrado em outubro.
Lançado em 1937, o enlatado é um clássico. Por ser barato e ter um prazo de validade bastante elástico, foi distribuído às toneladas durante a Segunda Guerra Mundial, usado para alimentar tanto as tropas americanas quanto civis europeus das nações aliadas aos EUA.
E continuou sendo amplamente consumido nos anos difíceis que se seguiram ao conflito, quando muitos países tentavam se reconstruir e não havia grande disponibilidade de alimentos.
Com o passar do tempo, o "apresuntado" virou sinônimo de ingrediente barato no Ocidente – mas acabou se tornando uma iguaria na região da Ásia-Pacífico, o que explica em parte o sucesso da marca nos últimos anos.
O Spam foi levado à Coreia do Sul pelo exército americano durante a Guerra da Coreia, nos anos 1950, como uma tentativa de fazer frente à escassez de alimentos durante o conflito. O enlatado foi de tal forma absorvido pela cultura sul-coreana, contudo, que virou ingrediente de um dos pratos favoritos do país: o "budae jjigae", ou "ensopado militar".
No Ano Novo Lunar, ele é vendido nos empórios e supermercados como artigo de luxo, em embalagens especiais, usado pelos coreanos para presentear.
O enlatado também tem um mercado grande no Estado americano do Havaí, onde é encontrado no cardápio de diversos restaurantes do arquipélago. É consumido no café da manhã com ovos e arroz, por exemplo, e em outras refeições misturado a arroz frito ou como uma espécie de sushi, o "Spam musubi".
Caixas de Spam à venda em Seul: enlatado é vendido como artigo de luxo em alguns países da Ásia — Foto: Ed Jones via BBC
Da carne aos e-mails
A popularidade ganhada pela marca depois da Segunda Guerra acabaria, anos mais tarde, transformado seu nome em sinônimo de mensagens indesejadas, de lixo eletrônico.
A história, de acordo com o etimologista Graeme Donald, remete a uma esquete do grupo britânico de humor Monty Python dos anos 1970, em que um casal vai a um restaurante em que todos os itens do menu têm como ingrediente o Spam. Apesar de a mulher deixar claro que não gosta do enlatado, a atendente repete com a voz estridente: "spam, spam, spam, spam...", um mantra repetido em coro por um grupo de vikings que também está na cena.
O uso da palavra como sinônimo de mensagem irritante e indesejada começou como uma piada entre os usuários da internet nos seus primórdios, mas rapidamente se tornou universal, como relatou à emissora de rádio americana NPR Finn Brunton, autor de Spam: A Shadow History of the Internet ("Spam: Uma História Secreta da Internet", em tradução livre).
O sucesso recente da marca, hoje presente em mais de 80 países, motivou a Hormel Foods a estudar uma expansão do catálogo de produtos da família Spam, que deve chegar às prateleiras em 2023, disse Snee na conferência com investidores.
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