Agregação de plataformas vai representar uma alternativa ao cartão de crédito e deve aumentar a concorrência entre as instituições financeiras e varejistas. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por g1 Postado em 31 de outubro de 2021 às 10h35m
..*.Post. N. =0.361 .*..
Entenda o que é Open Banking
Começa nesta sexta-feira (29) a 3ª etapa de implementação doopen banking, sistema de compartilhamento de dados financeiros supervisionado pelo Banco Central. A principal inovação que entra em vigor é a possibilidade de que usuários doPIX realizem pagamentos por meio de aplicativos que não sejam do banco, como os de varejistas ou de redes sociais.
Em um dos usos mais comuns, o usuário poderá autorizar que suas
informações fiquem salvas no site da empresa para que o pagamento seja
realizado em novas comprassem a necessidade de leitura de QR Code ou recadastramento de dados para finalizar a transação.
O usuário pode conferir as instituições que participam do Open Banking no site do Banco Central.
Da mesma forma, o consumidor que vincular o PIX aos chamados "serviços
de iniciação de transações de pagamento" ficam dispensados de abrir o
aplicativo do banco para pagar suas compras. Serve para e-commerce, plataformas de entrega de comida e de transporte, por exemplo.
Mas outro exemplo recente é o pagamento pelo aplicativo WhatsApp, que foi autorizado pelo BC a atuar como iniciador de pagamento e poderá ser vinculado ao PIX.
O
Banco Central diz que a inovação possibilita "o acesso a serviços
financeiros de forma mais fácil, célere e por meio de canais mais
convenientes para o cliente, preservando a segurança do processo".
Assim como em todas as outras funções do open banking, o
compartilhamento só acontece com a autorização prévia do cliente,
informando finalidade e o prazo de uso dos dados. É o que o BC chama de
"consentimento".
Esse mesmo mecanismo será ampliado para outros tipos de operação no ano
que vem, incluindo aí as TEDs e transferências (em fevereiro), o
pagamento de boletos (em junho) e pagamentos com débito em conta (em
setembro).
Open Banking: veja quais dados podem ser compartilhados e quem pode ver
Crédito
Além da integração com o PIX, na 3ª fase do open banking começa a se
instalar o encaminhamento de proposta de operação de crédito entre
instituições financeiras.
Isso significa que clientes
poderão, em ambientes eletrônicos, solicitar propostas de crédito —
como empréstimos e financiamentos — a várias instituições ao mesmo tempo, sejam elas bancos, financeiras, cooperativas, entre outras.
Funciona como se um correspondente bancário pudesse enviar proposta de
crédito para vários bancos de preferência. Segundo o Banco Central, com a
fase três implementada, ficará mais fácil comparar taxas, prazos e
outras condições de crédito.
A modalidade de encaminhamento de proposta de crédito tem data prevista de implementação em 30 de março de 2022.
Open Banking, o compartilhamento de dados bancários, começa a valer na sexta-feira
Ibovespa caiu 2,09%, a 103.501 pontos - menor patamar desde 12 de novembro de 2020. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por g1 29/10/2021 10h02 Atualizado em 2 minutos Postado em 29 de outubro de 2021 às 10h25m
..*.Post. N. =0.360 .*..
Imagem ilustrativa sobre a alta do dólar e o mercado de ações na Bolsa
de Valores de São Paulo (B3). — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO
CONTEÚDO
O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3,
fechou em queda pelo 3º dia seguido nesta sexta-feira (29), com os
investidores monitorando o debate sobre os riscos fiscais no país e
repercutindo balanços corporativos de empresas como Petrobrase Vale.
O Ibovespa recuou 2,09%, a 103.501 pontos - menor patamar desde 12 de novembro de 2020 (102.507 pontos).Veja mais cotações Com o resultado, a bolsa acumulou queda de 6,74% no mês.
Na semana, o tombo foi de 2,63%. No ano, a perda já é de 13,04%.
Mesmo com o maior aperto monetário promovido pelo Banco Central, a alta
adotada para a taxa Selic foi vista por parte dos mercados como
insuficiente diante dos persistentes riscos fiscais e inflacionários do
Brasil, principalmente diante de ameaças concretas ao teto de gastos em
meio à pressão do governo por um Auxílio Brasil de R$ 400 e a surpresas
para cima em indicadores recentes de inflação.
Na noite de quarta-feira, o Banco Central decidiu elevar a taxa básica
de juros da economia de 6,25% para 7,75% ao ano, o maior patamar em
quatro anos.
Na avaliação de economistas ouvidos pelo g1, o combate à inflação ficou mais difícil porque o BC não tem tido companhia nessa briga.
O que falta, dizem, é uma sinalização do comprometimento do governo
Jair Bolsonaro com a responsabilidade fiscal. Isso porque o controle das
contas públicas gera um efeito em cascata: melhora a credibilidade do
país, atraindo mais investidores estrangeiros; isso se reflete no
câmbio, o que ajuda a manter a inflação sob controle. Veja no vídeo abaixo:
Os impactos do novo aumento da taxa de juros e sua relação com o teto de gastos
Uma bateria de resultados corporativos também repercutiu na bolsa
paulista, que outra vez acompanhou Wall Street, onde a tônica foram os
resultados de empresas como Apple e Amazon pressionando negativamente
após seus respectivos balanços.
Ainda assim, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam no azul, tocando máximas
históricas no intradia, embalados pelo desempenho da Microsoft. O
S&P 500 subiu 0,19% e o Nasdaq avançou 0,33%. No mês, acumularam
ganhos de 6,91% e 7,27%, respectivamente.
Diesel foi destaque de alta entre os preços ao produtor. No ano, IGP-M acumula taxa de 16,74%, bem acima da inflação oficial do país medida pelo IPCA. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por Darlan Alvarenga, g1 28/10/2021 07h59 Atualizado há 5 horas Postado em 28 de outubro de 2021 às 13h00m
..*.Post. N. =0.359 .*..
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)ficou em 0,64% em outubro, após ter registrado deflação de 0,64% em setembro, informou nesta quinta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas.
Com o resultado, a "inflação do aluguel"passou a acumular alta de 16,74% no ano e de 21,73% em 12 meses, o que representa uma desaceleração frente a setembro, quando acumulou taxa de 24,86% em 12 meses.
O resultado de outubro ficou acima da mediana das estimativas de 24
consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de alta
de 0,33%.
Variação mensal do IGP-M — Foto: Economia G1
“A
queda menos intensa registrada no preço do minério de ferro (-21,74%
para -8,47%) e o aumento do preço do Diesel (zero para 6,61%), que neste
caso, ainda não levou em conta o reajuste anunciado no dia 25/10,
contribuíram para a aceleração da taxa do IGP-M”, afirmou André Braz,
Coordenador dos Índices de Preços.
O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel' por servir de parâmetro
para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis.
Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o
custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos
insumos da construção civil.
Veja no vídeo abaixo dicas de como negociar o aluguel:
Com índices de reajuste em alta, especialistas recomendam negociar aluguel
Composição do IGP-M em outubro
O Índice de Preços ao Produtor Amplo(IPA),
que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 0,53% em outubro,
após queda de 1,21% em setembro, com destaque para o grupo Bens
Intermediários que teve alta de 2,65% ante avanço de 1,66% no mês
anterior. O principal vilão foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes
para a produção, cujo percentual passou de 0,02% para 5,29%.
O Índice de Preços ao Consumidor(IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 1,05% em outubro, ante 1,19% em setembro. A principal
pressão partiu do grupo Habitação (2,00% para 1,04%), com destaque para
as altas nos preços da tarifa de eletricidade residencial (2,90%),
passagem aérea (22,84%) e tomate (22,93%).
OÍndice de Nacional de Custo da Construção(INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,80% em outubro, ante 0,56% em setembro.
Principais pressões de alta e de baixa no IGP-M de outubro — Foto: Divulgação/FGV
Os impactos do novo aumento da taxa de juros e sua relação com o teto de gastos
Ocupação cresce no país, mas renda do trabalho encolhe. Rendimento médio real cai 10,2% em 1 ano, a maior queda da série histórica, iniciada em 2012. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por Darlan Alvarenga e Laura Naime, g1 27/10/2021 09h00 Atualizado há 6 horas Postado em 27 de outubro de 2021 às 15h00m
..*.Post. N. =0.358 .*..
Desemprego fica em 13,2% em agosto, mas ainda atinge 13,7 milhões, aponta IBGE
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, mas a falta de trabalho ainda atinge 13,7 milhões de brasileiros, informou nesta quarta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a taxa mais baixa desde o trimestre encerrado em maio de 2020 (12,9%).
Apesar da queda do desemprego, a informalidade cresceu e o rendimento real dos brasileiros teve uma queda histórica.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre
encerrado em julho, a taxa de desemprego estava em 13,7%, atingindo 14,1
milhões de pessoas.
Taxa de desemprego - agosto/21 — Foto: Economia g1
O desemprego recuou mais do que o esperado.
A previsão mediana de 25 consultorias e instituições financeiras
ouvidas pelo Valor Data era de uma taxa de desemprego de 13,5% no
trimestre terminado em agosto. O intervalo das estimativas era de 13,2% a
14%.
Evolução do número de desempregados - agosto/21 — Foto: Economia g1
Ocupação cresce, mas rendimento médio tem queda histórica
O número de pessoas ocupadas foi estimado em 90,2 milhões, o que representa um aumento de 4% em relação ao trimestre móvel anterior. Ou seja, um adicional de 3,4 milhões.
"O nível de ocupação subiu 2 pontos percentuais para 50,9%, o que
indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está
ocupada no país. Em um ano, o contingente de ocupados avançou em 8,5
milhões de pessoas", destacou o IBGE.
O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.489
no trimestre encerrado em agosto – o que corresponde a uma redução de
4,3% em 3 meses e de 10,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Esse resultado sinaliza uma corrosão da renda proveniente no trabalho
em um ambiente de inflação nas alturas.
Segundo o IBGE, "foram as maiores quedas percentuais da série histórica", iniciada em 2012, em ambas as comparações.
A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos
trabalhadores, recuou 0,7% na comparação anual, atingindo R$ 219,2
bilhões, o que corresponde a R$1,5 bilhão a menos no bolso da população
ocupada.
“A
queda no rendimento está mostrando que, embora haja um maior número de
pessoas ocupadas, nas diversas formas de inserção no mercado e em
diversas atividades, essa população ocupada está sendo remunerada com rendimentos menores. A ocupação cresce, mas com rendimento do trabalho em queda”, afirmou Adriana Beringuy.
Segundo o IBGE, frente ao mesmo trimestre de 2020, as maiores reduções
no rendimento médio ocorreram em ocupações na indústria (-13,8%, ou
menos R$ 396), no segmento de alojamento e alimentação (11,6%, ou menos
R$ 196), no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas
(-9,6%, ou menos R$ 207) e na construção (-9,2%, ou menos R$ 187).
Rendimento médio real por categoria de ocupação — Foto: Economia G1
Conta própria e trabalho doméstico atingem recordes
O aumento da ocupação no país tem sido puxado pelo principalmente pela
expansão do trabalho por conta própria e do emprego sem carteira
assinada.
O trabalho por conta própria atingiu novamente patamar recorde, somando 25,4 milhões de pessoas,
com aumento 4,3% (mais 1 milhão de pessoas) em 3 meses. Em relação ao
mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,9 milhões, alta
de 18,1%.
O número de trabalhadores domésticos (faxineiras, passadeiras, jardineiros, etc.)aumentou 9,9% no trimestre, somando 5,5 milhões pessoas.
Frente ao mesmo período do ano anterior, cresceu 21,2%, um adicional de
965 mil pessoas. As expansões trimestral e anual foram as maiores em
toda em toda a série histórica da ocupação dos trabalhadores domésticos.
O número de empregados sem carteira cresceu 10,1% na comparação com o
trimestre móvel anterior e 23,3% na comparação anual, somando 10,8
milhões.
Já o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 1,1 milhão (4,2%) em 3 meses e em 1,9 milhão (6,8%) em 1 ano, totalizando 31 milhões de pessoas.
Trabalho por conta própria - agosto/21 — Foto: Economia g1
Número de informais segue abaixo do patamar pré-pandemia
Com o avanço do trabalho por conta própria sem CNPJ e do emprego sem carteira assinada, a taxa de informalidade passou de 40% no trimestre encerrado em maio para 41,1%, no trimestre encerrado em agosto, totalizando 37 milhões de pessoas.
O trabalho informal inclui trabalhadores sem carteira assinada
(empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ
(empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores
familiares auxiliares.
"Em um ano a população ocupada total expandiu em 8,5 milhões de
pessoas, sendo que desse contingente 6 milhões eram trabalhadores
informais”, destacou a pesquisadora do IBGE, acrescentando, entretanto,
que o número de trabalhadores informais ainda se encontra abaixo do
nível pré-pandemia e do máximo registrado no trimestre fechado em
outubro de 2019, quando chegou a 38,8 milhões.
Subutilização recua, mas subocupação atinge recorde
A
mão de obra ‘desperdiçada’ no país encolheu. O contingente de pessoas
subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de
horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, somou 31,1 milhões,
queda de 5,5% em relação ao trimestre anterior.
A taxa composta de subutilização para 27,4%, ante 30,6% há 1 ano.
Já os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas,
aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, atingiu o
número recorde de 7,7 milhões de pessoas, um aumento de 4,7% (mais 343
mil pessoas). Na comparação anual, o indicador subiu 29,2% (1,7 milhão).
Os desalentados – pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado – somaram 5,3 milhões, uma redução de 6,4% em relação ao trimestre encerrado em maio e de 8,7% em 1 ano.
6 das 10 atividades econômicas geram empregos
O crescimento da ocupação no trimestre até agosto avançou em 6 dos 10
agrupamentos de atividades econômicas, com destaque para o aumento de
1,2 milhão de trabalhadores no segmento de comércio, reparação de
veículos automotores e motocicletas (7,8%), de 578 mil na indústria
geral (5,3%) e de 620 mil pessoas na construção (10%).
Moradores de comunidades enfrentam desafios para conseguir emprego
Perspectivas
Apesar do mercado de trabalho continuar estar em trajetória de
recuperação, indicadores econômicos têm mostrado uma perda de fôlego da
economia nos últimos meses.
A piora das expectativas ocorre em meio ao aumento das incertezas
fiscais após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter propostona semana passada "furar" o teto de gastos(mecanismo
que limite o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano
anterior) para bancar o Auxílio Brasil em 2022, ano de eleição
presidencial.
O mercado financeiro também passou a projetar uma aceleração no ritmo
de alta da taxa básica de juros. A expectativa é que a Selic termine
2021 em 8,75%, podendo chegar a dois dígitos em 2022. Juros em alta
encarecem o investimento para as empresas e o consumo para as famílias,
dificultando o crescimento econômico e a geração de um número maior de
empregos.
"A desaceleração (acentuada) da atividade econômica esperada para o
decorrer de 2022 impedirá um recuo mais expressivo da taxa de
desemprego", avaliou em nota a equipe e analistas da XP, que projeta que
a taxa de desemprego encerrará 2021 a 12,6%, recuando para 12,2% no
final de 2022.
Decisão do governo de flexibilizar o teto de gastos gerou reação negativa e deve motivar aceleração do ritmo de alta dos juros. Analistas já vislumbram estagflação no próximo ano. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por Alexandro Martello, G1 — Brasília 27/10/2021 00h01 Atualizado há 29 minutos Postado em 26 de outubro de 2021 às 00h35m
..*.Post. N. =0.357 .*..
O Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central
deve acelerar o ritmo de alta dos juros nesta quarta-feira, segundo
estimativa do mercado financeiro. A decisão será anunciada após as 18h.
Risco fiscal se materializou, e BC deve aumentar ainda mais a taxa de juros, diz economista
A expectativa da maior parte economistas, coletada em pesquisa
realizada pelo BC na semana passada, é de que a taxa básica seja elevada
dos atuais 6,25%para 7,5% ao ano, ou seja, um aumento de 1,25 ponto percentual.
Confirmada essa alta, a taxa Selic atingirá o maior patamar em quatro anos — em outubro de 2017, antes de cair para 7,5%, estava em 8,25% ao ano (veja no gráfico abaixo).
Parte dos economistas, entretanto, já aposta em uma elevação ainda maior: de 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano.
Após a divulgação da prévia da inflação de outubro, que mostrou
aceleração, alguns bancos passaram a estimar um aumento até maior do que
1,5 ponto no encontro do Copom desta semana.
Com isso, o juro passará a ficar maior do que o registrado no início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019 (6,5% ao ano).
Porém, o mercado passou a prever uma elevação maior após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter admitido na semana passada "furar"o teto de gastos (mecanismo que limite o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior).
Guedes tem dito que as mudanças no teto de gastos têm por objetivo
ampliar a proteção social, por meio do Auxílio Brasil, programa social
sucessor do Bolsa Família.
De acordo com relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario
Mesquita, as notícias sobre a alta dos gastos aumentaram as dúvidas
sobre o futuro do teto de gastos no Brasil.
"Sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do Banco Central de manter a inflação na meta se torna mais difícil", avaliou.
Na última semana, o mercado passou a prever juros mais altos também no futuro.
Para o fim de 2021, a expectativa dos analistas passou de 8,25% para
8,75% ao ano e, para o fechamento de 2022, os economistas do mercado
financeiro subiram a expectativa para a taxa Selic de 8,75% para 9,5% ao
ano.
Como a taxa Selic é definida
O principal instrumento do Banco Central para conter a propagação da
alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no
sistema de metas de inflação.
Normalmente, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic, e a reduz
quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas
predeterminadas.
Para 2021, a meta central de inflação é de 3,75%. Pelo sistema vigente
no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%.
Neste momento, o BC já está olhando para a meta de inflação de 2022
para definir os juros. No próximo ano, a meta central de inflação é de
3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
IPCA-15: Prévia da inflação em outubro tem maior alta para o mês desde 1995
O mercado financeiro estima que a inflação medida pelo IPCA somará 8,96% neste ano,
mais do que o dobro da meta central (7,5%) e acima do teto de 5,25% do
sistema de metas. Para 2022, a previsão de inflação do mercado está em
4,40%, acima da meta central mas ainda dentro do intervalo de
tolerância.
Estagflação
Com o aumento do chamado "risco fiscal" — as incertezas sobre as contas
públicas no futuro — e o reflexo disso na economia (alta do dólar, da
inflação e, consequentemente, das taxas de juros bancárias), analistas
vislumbram a possibilidade de estagflação na economia brasileira no
próximo ano.
Esse fenômeno se caracteriza por estagnação na economia, ou seja, sem
crescimento do nível de atividade, ou até mesmo retração, associada ao
aumento do desemprego e da inflação.
"Aumentou a possibilidade de ter estagflação ano que vem, mas não é
ainda uma certeza", avaliou Luis Otavio de Souza Leal, economista-chefe
do banco Alfa.
Segundo ele, a confirmação desse cenário vai depender do quanto o BC
terá de elevar os juros e do desempenho da economia no quatro trimestre
deste ano (que gera um efeito estatístico para 2022). Leal estimou uma
alta de 4,5% para a inflação no próximo ano.
Em relatório, o Itaú estimou que o Copom terá de elevar os juros para
até 11,25% ao ano nos primeiros meses de 2022, o que levará a atividade
econômica para um "recuo moderado" — um tombo de 0,5% para o PIB em
2022.
"Um real mais fraco [dólar a R$ 5,50 no fim de 2021 e 2022] aumentará
as pressões inflacionárias, mas o controle de danos do BCB deve limitar
um contágio maior, com a inflação recuando para 4,3% em 2022, de 9% em
2021", acrescentou, no documento.
Consequências da alta dos juros
De acordo com economistas, o aumento do juro básico da economia, tem vários reflexos na economia. Veja abaixo os principais:
A elevação da taxa de juros, o aumento do juro básico da economia, já está resultando em taxas bancárias mais elevadas e a tendência é de que novos aumentos também sejam repassados aos clientes. Em setembro, a taxa média dos bancos foi a maior desde abril de 2020. Além do juro básico, o aumento do IOF anunciado pelo governo também impacta o custo final dos empréstimos.
O aumento da taxa básica da economia gera uma despesa adicional com juros da dívida pública.
Gabriel Leal de Barros, da RPS Capital, calculou que o ciclo de alta da
Selic de 2% ao ano, em março de 2021, para 7,5% ao ano, se confirmada,
geraria uma despesa adicional de quase de R$ 180 bilhões com juros da
dívida (se mantida em 12 meses).
Aplicações financeiras em renda fixa,
como a caderneta de poupança, tendem a render um pouco mais. Com o juro
básico em 7,5% ao ano mais taxa referencial (TR), por exemplo, a
poupança passará a render 5,25% ao ano, contra 4,375% ao ano, mais TR
(com taxa Selic em 6,25% ao ano). Mesmo assim, o rendimento da poupança
segue perdendo da inflação.