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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Bolsas da Europa fecham em queda, com temores sobre a pandemia

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O receio com a disseminação do vírus no bloco suplantou o otimismo com a aprovação da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford na região. 
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TOPO
Por Valor Online  
30/12/2020 15h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 30 de dezembro de 2020 às 18h00m

 .*  Post. N. = 0.175  *. 

Operadores trabalham na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha — Foto: Reuters
Operadores trabalham na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha — Foto: Reuters

As bolsas europeias fecharam em queda nesta quarta-feira (30), com os temores sobre o agravamento da pandemia de Covid-19 suplantando o otimismo com a aprovação da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, na região.

  • O Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,34%, a 400,25 pontos.
  • O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, recuou 0,71%, a 6.555,82 pontos.
  • O DAX, de Frankfurt, caiu 0,31%, a 13.718,78 pontos.
  • O CAC 40, de Paris, cedeu 0,22%, a 5.599,41 pontos.
  • O FTSE MIB fechou em queda de 0,12%, a 22.232,90 pontos.
  • O Ibex 35, de Madri, recuou 0,25%, a 8.154,40 pontos.

Além dos estímulos fiscais, o otimismo entre os investidores é alimentado também pela notícia de que o Reino Unido aprovou, hoje, o uso da vacina contra o novo coronavírus produzida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Esta é a terceira vacina desenvolvida no Ocidente a receber aprovação para uso em emergência neste mês, e ocorre à medida que os casos aumentam drasticamente nos EUA e na Europa.

"A vacina da AstraZeneca, em especial, é muito importante, muito mais do que qualquer outra vacina em nível global", disse Hani Redha, gerente de portfólio multimercados da PineBridge Investments. "Só o número de doses disponíveis e o fato de que a sua distribuição é mais fácil, especialmente em países em desenvolvimento, faz com que ela seja muito importante", explica.

Ao contrário da vacina desenvolvida pela Pfizer, que precisa ser armazenada a -70°C, a da AstraZeneca pode ser transportada em uma geladeira convencional, facilitando a distribuição. A vacina britânica também é mais barata do que a sua contraparte americana.

Os índices acionários, porém, fecharam em terreno negativo, com as notícias de que a Alemanha pretende estender o fechamento da sua economia e de que partes do Reino Unido elevaram o "lockdown" a nível quatro (o mais elevado) mais do que compensando o bom humor com a aprovação da vacina.

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Bovespa opera com instabilidade após alcançar os 120 mil pontos pela 1ª vez s

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Nesta terça-feira, o principal índice da bolsa de valores avançou 0,24%, a 119.409 pontos.  
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Por G1  
30/12/2020 09h51 Atualizado há 27 minuto
Postado em 30 de dezembro de 2020 às 12h00m

 .*  Post. N. = 0.174  *. 

Painel eletrônico na Bovespa, em São Paulo — Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Painel eletrônico na Bovespa, em São Paulo — Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O principal índice bolsa de valores brasileira, a B3, passou a cair nesta quarta-feira (30), após atingir mais cedo os 120 mil pontos pela primeira vez, com os investidores analisando o noticiário benigno sobre vacinas contra a Covid-19 na última sessão do ano.

Às 17h35, o Ibovespa recuava 0,03%, a 119.353 pontos. Na máxima até o momento, o índice chegou a 120.150 pontos. Veja mais cotações.

Na terça-feira (29), o fechou em alta de 0,24%, aos 119.409 pontos. No acumulado do mês, o índice é positivo, com alta de 9,75%. No ano, o saldo é de 3,35%.

Cenário global e local

Nesta quarta-feira, o Reino Unido informou que aprovou a vacina contra coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, farmacêutica que tem acordo com o governo brasileiro para o fornecimento de doses da vacina ao país, destaca a agência Reuters.

Reino Unido aprova vacina de Oxford para uso emergencial
Reino Unido aprova vacina de Oxford para uso emergencial

Em outra frente, uma filiada à farmacêutica estatal chinesa Sinopharm disse que sua vacina contra Covid-19 mostrou 79,34% de eficácia e que solicitou uma aprovação regulatória para o medicamento.

visão da Guide Investimentos, investidores já estão calibrando perspectivas com a entrada em 2021, avaliando os impactos econômicos de estímulos nas economias centrais e a velocidade e eficácia da vacinação ao redor do mundo.

O sinal positivo também prevalecia nos futuros acionários norte-americanos e nos contratos do petróleo, enquanto o dólar recuava ante uma cesta de moedas, referendando o cenário de apetite a risco nesta sessão.

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1
Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1

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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Ações europeias ampliam máximas de fim de ano com impulso do Brexit

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Índice FTSEurofirst 300 subiu 0,75%, a 1.547 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,76%, a 402 pontos, subindo pela quinta sessão consecutiva. 
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TOPO
Por Reuters  
29/12/2020 15h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 29 de 2020 às 18h00m

 .*  Post. N. = 0.173  *. 

Quase um ano após a saída do Reino Unido da UE, o chamado Brexit, os dois lados fecharam um acordo — Foto: Getty Images via BBC
Quase um ano após a saída do Reino Unido da UE, o chamado Brexit, os dois lados fecharam um acordo — Foto: Getty Images via BBC

As ações europeias fecharam em uma máxima em dez meses nesta terça-feira (29), depois que um acordo comercial do Brexit, esperanças de um pacote de estímulo aprimorado nos Estados Unidos e a maratona da campanha de vacinação contra a Covid-19 no continente pintaram um cenário mais otimista para 2021.

O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,75%, a 1.547 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,76%, a 402 pontos, subindo pela quinta sessão consecutiva.

As ações britânicas tiveram desempenho superior ao de seus pares regionais depois da conclusão de um acordo comercial do Brexit na semana passada.

Reino Unido publica regras do Brexit
Reino Unido publica regras do Brexit

Embora o acordo, assinado na semana passada, esclareça as dúvidas sobre o comércio entre o Reino Unido e a UE no curto prazo, os dois lados ainda precisam acertar os detalhes do pacto-- um processo que deve levar anos.

A pandemia de coronavírus também permanece como uma fonte de incerteza, visto que as rupturas econômicas geradas pelo vírus persistirão nesse meio tempo até que haja uma vacinação generalizada.

As ações europeias caminhavam para terminar o ano em baixa, apesar da forte recuperação diante de mínimas em vários anos atingidas mais cedo no ano.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,55%, a 6.602,65 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,21%, a 13.761,38 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,42%, a 5.611,79 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,13%, a 22.259,35 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,24%, a 8.174,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,05%, a 4.931,62 pontos.

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Bovespa opera com instabilidade depois de bater recorde intradiário

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Na segunda-feira, o principal índice da bolsa de valores avançou 1,12%, a 119.123 pontos. Esse foi o maior patamar de fechamento desde 23 de janeiro.  
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Por G1  
29/12/2020 10h08 Atualizado há 2 horas
Postado em 29 de dezembro de 2020 às 12h05m

 .*  Post. N. = 0.172  *. 

Painel da B3 - Bovespa — Foto: Nelson Almeida/ AFP
Painel da B3 - Bovespa — Foto: Nelson Almeida/ AFP

A bolsa de valores brasileira, a B3, opera com instabilidade nesta terça-feira (29), depois de alcançar novo recorde intradiário no início do dia, em meio ao clima ainda favorável a ativos de risco no exterior, dada a perspectiva de mais estímulos nos Estados Unidos.

Às 14h40, o Ibovespa recuava 0,24%, a 118.842 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 119.861 pontos, maior patamar intradiário já alcançado pelo índice. Veja mais cotações.

Na segunda-feira, a bolsa fechou em alta de 1,12%, a 119.123 pontos, maior patamar de fechamento desde 23 de janeiro (119.527 pontos). No acumulado do mês, o índice é positivo, com alta de 9,39%. No ano, o saldo é de 3,01%.

 
Cenário global e local

No exterior, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na segunda-feira proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, para o pagamento de US$ 2 mil dólares de auxílio para pessoas afetadas pela pandemia de Covid-19, enviando a medida para um futuro incerto no Senado.

A equipe da XP Investimentos ressaltou, contudo, que o destino do pacote no Senado ainda é incerto por causa da oposição de muitos Senadores republicanos.

Por aqui, os mercados avaliam os dados da confiança do setor de serviços de dezembro, divulgados mais cedo pela Fundação Getulio Vargas (FGV) - que mostraram leve alta em dezembro - e os números do desemprego de outubro: a taxa ficou em 14,3% no trimestre até outubro, abaixo dos 14,6% até setembro, na primeira queda do ano.

A FGV informou mais cedo que o IGP-M, conhecido como inflação do aluguel, fechou 2020 em 23,14%, a maior taxa desde 2002.

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1
Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Bolsas da Europa têm melhor resultado em dez meses com estímulos fiscais nos EUA

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O presidente Donald Trump assinou no domingo (27) o projeto de lei que libera quase US$ 1 bilhão em estímulos fiscais e afasta os temores de uma nova paralisação do governo americano. 
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TOPO
Por Valor Online  
28/12/2020 14h36 Atualizado há 2 horas
Postado em 28 de dezembro de 2020 às 16h40m

 .*  Post. N. = 0.171  *. 

Donald Trump assinou projeto de lei que libera quase US$ 1 bilhão em estímulos fiscais — Foto: Cheriss May/Arquivo/Reuters
Donald Trump assinou projeto de lei que libera quase US$ 1 bilhão em estímulos fiscais — Foto: Cheriss May/Arquivo/Reuters

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira (28), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado, no domingo (27), o projeto de lei que libera quase US$ 1 bilhão em estímulos fiscais e afasta os temores de uma nova paralisação do governo americano.

  • O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,66%, a 398,58 pontos.
  • O DAX, índice de referência da bolsa de Frankfurt, avançou 1,49%, a 13.790,29 pontos.
  • O CAC 40, de Paris, subiu 1,20%, a 5.588,38 pontos.
  • Em Milão, o FTSE MIB fechou em alta de 0,72%, a 22.288,52 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, subiu 0,54%, a 8.155,60 pontos.
  • A bolsa de Londres não operou hoje, devido ao feriado do "Boxing Day", no Reino Unido.

O projeto assinado ontem por Trump libera US$ 900 bilhões em estímulos fiscais, evitando o corte de auxílios aos americanos mais pobres na virada do ano, mas reduz os estímulos de US$ 600 semanais para US$ 300.

Além dos estímulos fiscais, o projeto de lei libera US$ 1,4 trilhão em gastos para manter o governo em funcionamento até setembro do ano que vem, afastando os temores de uma paralisação do governo americano por falta de recursos.

Sob pressão, Trump assina plano de alívio econômico de US$ 900 bilhões
Sob pressão, Trump assina plano de alívio econômico de US$ 900 bilhões

"Podemos finalmente dar um grande suspiro de alívio e dizer que o caos sobre o pacote de estímulos acabou", disse Hussein Sayed, estrategista-chefe de mercados da FXTM, à Dow Jones Newswires. "Isso pode dar um último impulso aos ativos de risco nas últimas quatro sessões do ano", mas ele deve ser limitado, pois a notícia "provavelmente já estava amplamente precificada", completa.

As ações também receberam o impulso do otimismo com o início da campanha de imunização europeia no domingo. Autoridades do bloco esperam imunizar 450 milhões de pessoas, com a campanha dando prioridade a idosos em um primeiro momento.

Brexit

Além disso, os papéis também receberam algum impulso do acordo do Brexit, firmado na última quinta-feira (24). O acordo mantém o livre comércio de mercadorias entre a União Europeia e o Reino Unido sem tarifas, mas cria vários empecilhos burocráticos ao comércio.

O Reino Unido, em contrapartida, se comprometeu a manter os padrões europeus em questões ambientais e trabalhistas, assim como em questões como o subsídio a empresas.

O setor de serviços, porém, não recebeu as mesmas proteções do comércio de mercadorias, reduzindo o acesso do vasto setor financeiro londrino aos mercados europeus. O acordo deve entrar em vigor no dia 1º de janeiro.

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Bovespa opera em alta com cenário externo favorável

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Na quarta-feira, o principal índice da bolsa de valores subiu 1%, a 117.806 pontos.
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Por G1  
28/12/2020 10h05 Atualizado há 35 minutos
Postado em 28 de dezembro de 2020 às 11h40m

 .*  Post. N. = 0.170  *. 

A bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta segunda-feira (28), beneficiada pelo viés positivo para ativos de risco globalmente, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o pacote de ajuda fiscal.

Às 16h17, o Ibovespa subia 1,06%, a 119.061 pontos. Veja mais cotações.

Na quarta-feira, o Ibovespa avançou 1%, a 117.806 pontos. No acumulado do mês, o índice continua positivo, com alta de 8,19%. No ano, o saldo é de 1,88%.

Saiba qual a expectativa do mercado sobre a chegada da vacina

Saiba qual a expectativa do mercado sobre a chegada da vacina

Cenário global e local

Trump sancionou no domingo um pacote de ajuda pela pandemia e de gastos, restaurando o auxílio-desemprego a milhões de norte-americanos e evitando a paralisação do governo federal.

Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, o pacote deve dar suporte para que a economia dos EUA atravesse um período mais turbulento até que a vacinação atinja uma escala maior e permita uma recuperação mais estrutural do país.

Ele também destacou em comentários a clientes mais cedo que o processo de vacinação vem ganhando escala ao redor do mundo e trazendo expectativas de uma normalização econômica e social ainda no primeiro semestre de 2021.

Ainda no radar, o Reino Unido publicou no sábado o texto do acordo comercial com a União Europeia apenas cinco dias antes de sair de um dos maiores blocos comerciais do mundo, em sua mudança global mais importante desde a queda do império.

No curto-prazo, Kawa avaliou que os ativos brasileiros serão ajudados pelo fluxo global para ativos ciclos, que se beneficiam da recuperação mundial, como as commodities.

"Contudo, sem um processo de vacinação em massa, corremos o risco de 'ficarmos para trás' no processo de recuperação e pagarmos um preço elevado em momentos de menor liquidez global."

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1 Economia
Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: G1 Economia

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domingo, 27 de dezembro de 2020

As 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020

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Embora os efeitos do coronavírus sejam sentidos em todos os países da região, os níveis de deterioração das condições econômicas variam significativamente. Confira quem teve os piores resultados. 
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TOPO
Por BBC  
25/12/2020 11h23 Atualizado há 2 dias
Postado em 27 de dezembro de 2020 às 13h45m

 .*  Post. N. = 0.169  *. 

Venezuela completa sete anos consecutivos de contração econômica em 2020 — Foto: Getty Images/BBC
Venezuela completa sete anos consecutivos de contração econômica em 2020 — Foto: Getty Images/BBC

Este ano registrará a maior contração na economia mundial desde 1946, como resultado do impacto da pandemia do coronavírus.

Para a América Latina, a situação foi ainda pior.

A região sofreu a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) em mais de um século, segundo informou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) na semana passada.

"Nesse contexto, se compararmos diferentes indicadores de saúde, econômicos, sociais e de desigualdade, a América Latina e Caribe formam a região mais atingida no mundo emergente", disse a entidade em relatório.

Os países latino-americanos como um todo já apresentavam baixas taxas de crescimento econômico — em média, 0,3% entre 2014 e 2019, antes mesmo de a pandemia de covid-19 eclodir.

Neste sentido, "com a chegada da pandemia, os choques externos negativos e a necessidade de implementação de políticas de confinamento, distanciamento físico e fechamento das atividades produtivas se somaram a esse baixo crescimento econômico, que fez com que a emergência sanitária se materializasse na pior crise econômica, social e produtiva que a região viveu nos últimos 120 anos", explicou a Cepal.

Embora a redução da atividade econômica global tenha afetado toda a região e todos países registraram contração do PIB, nem todos foram afetados da mesma forma.

Confira abaixo quais são as 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020 e os fatores específicos que influenciaram esses resultados ruins.

1) Venezuela: -30%

A Venezuela lidera com ampla vantagem a lista das economias latino-americanas que mais caíram no final do ano, com -30%, segundo estimativas da Cepal.

Funcionário municipal espalha desinfetante em fachadas de lojas em Caracas, na Venezuela, em foto de 8 de agosto — Foto: AP Photo/Matias Delacroix
Funcionário municipal espalha desinfetante em fachadas de lojas em Caracas, na Venezuela, em foto de 8 de agosto — Foto: AP Photo/Matias Delacroix

Esse enorme revés, no entanto, não é apenas atribuível à pandemia do coronavírus. Está relacionado a outros problemas que levaram a economia venezuelana a registrar seu 7º ano consecutivo de contração econômica em 2020.

"Desde 2014, a dinâmica apresentada pelo PIB dos setores petrolífero e não petrolífero da economia venezuelana tem se caracterizado por uma contração prolongada e severa. Essa situação se agravou em 2020 devido aos efeitos da pandemia do coronavírus, uma grave escassez de combustível e o endurecimento das sanções impostas pelos Estados Unidos ao setor público venezuelano", disse a Cepal em documento sobre a economia venezuelana publicado em anexo a seu relatório.

Crise leva à falta de combustível na Venezuela
Crise leva à falta de combustível na Venezuela

A Torino Economics, divisão do Torino Capital LLC Investment Bank, com sede em Nova York, calcula que a queda do PIB venezuelano em 2020 foi menor do que a estimada pela Cepal: 24,7%.

Apesar de a Cepal esperar que em 2021 haja uma retomada nas economias latino-americanas, o que pode levar a um crescimento médio regional de 3,7%, a entidade estima que a Venezuela será o único país da região que não crescerá, embora deva registrar uma desaceleração no ritmo de queda de seu PIB, de 7%.

2) Peru: - 12,9%

Ao contrário da Venezuela, o Peru começou 2020 com um histórico de dar inveja: uma década ininterrupta de crescimento econômico.

Apesar disso, fechará este ano com uma contração em seu PIB de 12,9%, o que o torna "um dos mais atingidos (países) do mundo" por causa do coronavírus , segundo a Cepal.

"A queda do PIB dos parceiros comerciais impactou fortemente a demanda externa, e a demanda interna entrou em colapso devido à redução dos gastos das famílias e à interrupção dos projetos de investimento", afirma a Cepal em documento publicado sobre a economia peruana como um anexo ao seu relatório.

O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, em entrevista à agência de notícias Reuters em Lima no dia 19 de novembro de 2020 — Foto: Sebastian Castaneda/Reuters
O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, em entrevista à agência de notícias Reuters em Lima no dia 19 de novembro de 2020 — Foto: Sebastian Castaneda/Reuters

Segundo a organização, outro fator que influenciou a queda do PIB peruano foi o choque produzido pela "forte paralisação da produção" causada pelo confinamento estrito que durou vários meses.

A Torino Economics destaca que, em meio à pandemia, o Peru executou um dos maiores programas de estímulo fiscal de toda a América Latina, mas "sua eficácia foi limitada em decorrência das rígidas medidas de contenção implementadas e uma interrupção abrupta de investimentos e exportações, aliada à queda dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais. "

3) Panamá: -11%

Entre 2010 e 2019, o Panamá registrou um crescimento econômico médio constante de 6,2% ao ano.

Em 2020, porém, a Cepal o classificou como o terceiro país da América Latina com a maior contração do PIB: 11%.

"Essa queda se deve principalmente às medidas implementadas no país e no mundo para enfrentar a pandemia do covid-19", afirmou a Cepal.

Um membro do Centro de Operações de Emergência em Saúde (CODES) mostra um mapa do Panamá com os locais dos centros de atendimento em todo o país para pacientes com o coronavírus Covid-19, na Cidade do Panamá em 30 de março — Foto: Luis Acosta/AFP
Um membro do Centro de Operações de Emergência em Saúde (CODES) mostra um mapa do Panamá com os locais dos centros de atendimento em todo o país para pacientes com o coronavírus Covid-19, na Cidade do Panamá em 30 de março — Foto: Luis Acosta/AFP

A entidade destacou que entre janeiro e agosto de 2020, o valor das exportações do país caiu 23,7% em relação ao mesmo período de 2019, principalmente devido à queda nas exportações da Zona Franca de Cólon, que representam mais de 90% das exportações de mercadorias do Panamá.

As receitas relacionadas ao turismo e serviços financeiros também foram afetadas, assim como a construção, hotelaria e cassino, setores importantes da economia panamenha.

De acordo com a Cepal, a expectativa é de que em 2021 o Panamá cresça 5,5%, impulsionado pela retomada gradual da atividade econômica.

4) Argentina: -10,5%

A Argentina é, como a Venezuela, uma das economias da região que vinha registrando uma contração econômica antes da pandemia.

O país vai registrar em 2020 o 3º ano consecutivo de contração do PIB. A Cepal estimou essa queda em 10,5%, muito superior aos 2,1% sofridos em 2019.

Argentina mantém fronteiras do país fechadas a estrangeiros — Foto: Getty Images/Via BBC
Argentina mantém fronteiras do país fechadas a estrangeiros — Foto: Getty Images/Via BBC

"Esse desempenho se deve ao impacto da crise da pandemia do coronavírus (covid-19), que afetou negativamente o consumo privado, os investimentos e as exportações", afirmou a entidade.

"A atividade econômica contraiu 12,6% ano-a-ano no primeiro semestre de 2020, devido à queda do investimento (28,7% ano-a-ano), consumo privado (14,5%), exportações (8,7%) e o consumo público (5,5%), no quadro da pandemia de covid-19, que trouxe consigo um elevado grau de incerteza e a partir da qual se estabeleceram restrições à circulação, com impacto negativo em ambos oferta e demanda", disse a Cepal.

A Torino Economics, por sua vez, relaciona a contração econômica na Argentina à "queda de setores como hotelaria e turismo, outras atividades de serviços comunitários, construção, transporte, além de comunicações e pesca, dada a paralisação das atividades desde março para prevenir a propagação do vírus."

Além disso, assinala que o impacto da pandemia exacerbou os desequilíbrios macroeconômicos estruturais que a Argentina sofre, especialmente nas áreas fiscal, monetária e cambial.

Apesar disso, a Cepal estimou que, em 2021, o país vai registrar um crescimento de 4,9%, graças à retomada gradual das atividades produtivas, em função da evolução da pandemia e da disponibilidade de vacinas.

5) México: -9%

A economia do México havia contraído 0,1% em 2019.

Neste ano, porém, sua queda será bem mais acentuada, 9%, a maior contração do PIB desde 1932, segundo a Cepal.

Entre os fatores que influenciaram essa contração, a entidade destaca uma queda nas receitas do petróleo de 42,9% entre janeiro e outubro.

A enfermeira Maria Irene Ramirez recebe a primeira vacina contra a Covid-19 no Hospital Geral, na Cidade do México — Foto: Edgard Garrido/Reuters
A enfermeira Maria Irene Ramirez recebe a primeira vacina contra a Covid-19 no Hospital Geral, na Cidade do México — Foto: Edgard Garrido/Reuters

No mesmo período, houve queda de 11,2% nas exportações não petrolíferas com destino aos Estados Unidos e de 12% nas destinadas ao resto do mundo.

A Cepal destacou também a queda de 18,3% nos fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED), o que atribui não só à pandemia, mas "também à incerteza gerada pelas recentes decisões de política pública", que afetaram diretamente projetos de produção de energia, aeroportos e bebidas.

Quanto às perspectivas de recuperação para 2021, a Cepal estimou que o PIB mexicano crescerá 3,8% devido a uma recuperação gradual da atividade econômica.

A Torino Economics, porém, é mais conservadora e espera um crescimento de 2%.

6) Equador: -9%

No caso do Equador, a Cepal considerou que o coronavírus agravou uma tendência negativa anterior.

"O impacto da crise atual em decorrência da pandemia aprofundou a complexa situação econômica que já surgia desde o terceiro trimestre de 2019", afirmou a entidade, em documento anexo a seu relatório sobre a região.

A Cepal estimou que o PIB equatoriano cairá 9% este ano.

E acrescentou que o efeito da pandemia resultou em "uma queda drástica em todos os componentes da demanda agregada".

O Equador foi gravemente afetado pelo vírus e sua economia sofrerá por causa disso — Foto: Reuters

Assim, por exemplo, apontou que no segundo trimestre deste ano houve queda no consumo das famílias (12%) e do governo (10,5%) em relação ao mesmo período de 2019.

Já as exportações de petróleo registraram, entre janeiro e setembro de 2020, um decréscimo de 44% na comparação com o ano anterior.

A Torino Economics, por sua vez, considera que esta "queda histórica" da economia equatoriana é resultado tanto da queda do investimento real como da redução do consumo, bem como das medidas de contenção.

Olhando para 2021, a Cepal estimou que o PIB equatoriano crescerá 1%, sujeito a uma "recuperação fundamental da demanda interna".

"Dependerá do impacto dos diversos programas implementados pelo governo para fazer frente à pandemia e seu controle, bem como sustentar a retomada da atividade econômica e amortecer as repercussões sociais", afirmou a Cepal.

A entidade, no entanto, destacou que são inúmeras as incertezas sobre esse panorama, principalmente relacionadas às condições externas como a evolução da pandemia e uma possível nova queda nos preços do petróleo.

E o Brasil?

Apesar de não estar entre as economias na América Latina que mais vão cair em 2020, o Brasil deve apresentar contração de 5,3% em seu PIB neste ano, de acordo com a Cepal.

Para 2021, a previsão é de crescimento de 3,2%.

"Em 2020, a pandemia da doença coronavírus (COVID-19) marcou negativamente a evolução da economia brasileira e um elevado número de vidas", disse a entidade.

Desemprego atinge 14,2% em novembro, diz IBGE

Desemprego atinge 14,2% em novembro, diz IBGE

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