O Dow Jones Industrial Average perdeu 0,48%, a 27.452,66 unidades, enquanto o tecnológico Nasdaq perdeu 0,29%, fechando a a 11.085,25 unidades. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por France Presse 29/09/2020 19h39 Atualizado há 2 horas Postado em 29 de setembro de 2020 às 21h45m
.* Post. N. = 0.101 *.
Bandeira dos EUA em frente à Bolsa de Chicago — Foto: John Gress/Reuters
As bolsas dos EUA fecharam em baixa nesta terça-feira (29), cautelosa
antes do primeiro debate presidencial da campanha de 2020 nos Estados Unidos.
O principal índice Dow Jones Industrial Average perdeu 0,48%, a
27.452,66 unidades. Enquanto isso, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,29%,
fechando a a 11.085,25 unidades, e o S&P 500 das maiores empresas do
mercado de ações recuou 0,48%, a 3.335,38 unidades.
"Os investidores aguardam ansiosamente o primeiro debate entre o presidente Donald Trumpe
o candidato democrata (ex-vice-presidente) Joe Biden, que pode levar a
movimentos significativos do mercado", disse Fernanda Horner, da
Schaeffer.
Trump e Biden se enfrentam em primeiro debate presidencial nos EUA
"Os eventos políticos estão no centro das preocupações, com o primeiro
dos três debates presidenciais agendados para esta noite", observaram
analistas do Wells Fargo, em nota.
Os investidores também continuam esperando por novas medidas de
reativação de Washington, depois que os democratas da Câmara dos
Deputados apresentaram um programa de US$ 2,2 trilhões, US$ 1 trilhão a
menos que sua proposta anterior.
No entanto, ela continua muito superior ao que os republicanos esperavam, observou o analista da Schaeffer.
País encerrou o mês de agosto com 12,9 milhões de desempregados, quase 3 milhões a mais que o registrado no começo de maio. Informalidade voltou a ter alta após dois meses seguidos em queda. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro 23/09/2020 09h07 Atualizado há 4 horas Postado em 23 de setembro de 2020 às 13h10m
.* Post. N. = 0.100 *. Flexibilização do isolamento social fez com que mais pessoas voltassem a
procurar por trabalho, o que elevou os números do desemprego — Foto:
Jornal Nacional
O Brasil encerrou o mês de agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados, 2,9 milhões a mais que o registrado em maio, o que corresponde a uma alta de 27,6% no período. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já
a população ocupada no mercado de trabalho foi estimada em 82,1 milhões
de pessoas, acumulando redução de 2,7% em relação a maio, quando este contingente somava cerca de 84,4 milhões de pessoas.
País encerrou agosto com o maior número de desempregados desde que o
IBGE começou a analisar o desemprego na pandemia — Foto: Economia/G1
Com isso, a taxa de desocupação ficou em 13,6%, a maior no acumulado mensal desde então.
Entre as cinco regiões do país, as maiores taxas foram observadas no Nordeste (15,7%), no Norte (14,2%) e no Sudeste (14,0%). Já as regiões Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10,0%) tiveram taxa inferior à média nacional.
O IBGE destacou que a Região Sul foi a única a apresentar queda da população desempregadana passagem de julho para agosto.
Desemprego na pandemia sobe 27,6% desde maio e atinge 12,9 milhões, aponta IBGE
Os números do desemprego acumulados ao longo de agosto ficaram abaixo
do registrado no fechamento da quarta semana do mês, terminada no dia
29. Até aquela data, o país havia registrado recorde no número de desempregados durante a pandemia, com este contingente somando cerca de 13,7 milhões de pessoas, o que deixou a taxa em 14,3%.
Sudeste concentra o maior número de desempregados no país, seguido pelo Nordeste. — Foto: Economia/G1
O IBGE destacou que a taxa de desocupação entre as mulheres foi maior que a dos homens - 16,2% e 11,7%, respectivamente - o que foi observado em todas as Grandes Regiões.
Por cor ou raça, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda(15,4%) do que para brancos (11,5%).
Já por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas maiores(23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade). Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas (6,8%).
Flexibilização promove maior busca por emprego
O levantamento do IBGE mostrou que ao final de agosto, 27,2 milhões de brasileiros disseram que gostariam de trabalhar, mas que não buscou trabalho ao longo do mês. Destes, 17,5 milhões (64,4%) alegaram que deixaram de buscar uma colocação no mercado de trabalho devido à pandemiaou à falta de trabalho na localidade, mas gostaria de trabalhar.
Em maio, quando teve início da pesquisa, somava 70,2% o total de
pessoas que apontou o isolamento social promovido pela pandemia como o
principal motivo para não procurar por emprego. Isso indicaria que a
flexibilização do isolamento social, que avança por todo o país, faz
com que mais pessoas pressionem o mercado de trabalho em busca de uma
oportunidade de ocupação.
Além disso, a pesquisa mostrou que, em agosto, cerca
de 4,1 milhões de trabalhadores permaneciam afastados do local de
trabalho devido às medidas de isolamento social. Esse contingente teve
queda de 73,6% na comparação com maio, quando somavam mais de 15,7 milhões o número de trabalhadores afastados por este motivo.
"Um
reflexo do avanço no processo de retomada gradual das atividades foi o
segundo aumento consecutivo, tanto no âmbito nacional quanto em todas as
Grandes Regiões, do número de horas efetivamente trabalhadas para as
pessoas ocupadas", enfatizou o IBGE.De acordo com o levantamento, em agosto, 21,7% das pessoas ocupadas e
não afastadas do trabalho disseram ter trabalhado efetivamente menos
horas que as habituais. Apenas 3,9% das pessoas ocupadas e não afastadas
disseram ter trabalhado mais horas que o habitual.
Cai a cada mês o número de trabalhadores afastados do local de trabalho devido ao distanciamento social. — Foto: Economia/G1
Informalidade volta a ter alta
De acordo com a pesquisa, o país encerrou agosto com 27,9 milhões de pessoas trabalhando na informalidade.
Na comparação com maio, quando esse contingente era de 29,3 milhões,
houve queda de aproximadamente 5% no número de trabalhadores informais.
No entanto, na comparação com julho (27,4 milhões), esse contingente teve alta de cerca de 2% - foi a primeira alta mensal desde então, já que de junho para julho também houve queda, de 6%, desse contingente.
"Em
todas as crises que a gente atravessou até agora, o mercado formal teve
sempre uma baixa muito grande, que também é observada entre os
trabalhadores informais. Com a recuperação do mercado, é esperado que a
primeira reação se dê pela informalidade, com os trabalhadores informais
retomando as suas atividades", apontou o diretor-adjunto de pesquisas
do IBGE, Cimar Azeredo.
Número de trabalhadores informais voltou a subir em agosto — Foto: Economia/G1
São considerados como trabalhadores informais pelo IBGE aqueles empregados
no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem
carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem
CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
Com a alta na passagem de julho para agosto, a taxa de informalidade subiu de 33,6% para 33.9%, o que, no entanto, é considerado pelo IBGE como estabilidade estatística.
Pnad Covid X Pnad Contínua
O levantamento foi feito durante o mês de agosto por meio da Pnad Covid19, versão
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com
apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no
mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.
Indicador mostrou aceleração em relação ao índice de agosto, quando ficou em 0,23%. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++--------- Por Laura Naime, G1 — São Paulo 23/09/2020 09h00 Atualizado há 3 horas Postado em 23 de setembro de 2020 às 12h00
.* Post. N. = 0.099 *.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), ficou em 0,45%
em setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (23) o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – a maior para o mês desde
2012, quando ficou em 0,48%.
A alta foi pressionada pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 1,48% no período, impactados pelas altas das carnes, tomate, óleo de soja e arroz. Os transportes, com alta de 3,19%, também pesaram, puxados pela gasolina, que ficou 3,19% mais cara.
O indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país –
mostrou aceleração em relação ao índice de agosto, quando ficou em 0,23%.
No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 1,35% e, em 12 meses, atingiu 2,65%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado no trimestre, foi para 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019.
IPCA-15, setembro/2020 — Foto: Economia G1
Alimentos pesam no bolso
A pesquisa aponta que os alimentos e bebidas foram o grupo que mais
contribuiu para a aceleração do IPCA-15 em setembro. No período, as
carnes ficaram 3,42% mais caras, e tiveram o maior impacto dentro do
grupo.
Também ficaram mais caros o tomate (22,53%), o óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%). Os três últimos itens acumularam altas de 34,94%, 28,05% e 27,33% no ano, respectivamente.
Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE
Alimentação e bebidas: 1,48%
Habitação: 0,34%
Artigos de residência: 0,79%
Vestuário: -0,27%
Transportes: 0,83%
Saúde e cuidados pessoais: -0,69%
Despesas pessoais: 0,09%
Educação: -0,11%
Comunicação: 0,15%
Nos transportes, gasolina é a 'vilã', e passagens aéreas sobem
Os transportes tiveram a segunda maior variação em setembro, de 0,83%. A
"vilã" mais uma vez foi a gasolina, que subiu 3,19%, na terceira alta
consecutiva.
O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular registrou queda de 2,58%.
Ainda em transportes, as passagens aéreas apresentaram alta de 6,11%,
após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta no mês, a queda
acumulada no ano é de 55,18%.
Plano de saúde puxa recuo nos gastos com saúde
Os gastos com saúde e cuidados pessoais foram destaque de queda no mês, segundo o IBGE, recuando 0,69%.
O movimento foi puxado pelos planos de saúde, que ficaram em média 2,31% mais baratos,
em função da decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de
suspender reajuste dos contratos de planos de saúde até o fim de 2020.
Como o reajuste normalmente é retroativo a maio, os valores antecipados
naquele mês foram descontados no IPCA-15 de setembro.
Houve recuo também em produtos farmacêuticos (-0,07%) e higiene pessoal (-0,02%).
Itens de vestuário e educação têm nova queda
O IBGE apontou que os grupos itens de vestuário e educação registraram
nova queda em setembro. No primeiro, o recuo de 0,27% foi resultado de
quedas de 0,31% em roupas masculinas; 0,52% em roupas femininas, e 0,59%
em roupas infantis.
Já em educação, o recuo foi de 0,11%. Tiveram queda apenas os itens de papelaria (-0,35%) e cursos diversos (-0,81%).
Alta em todas as regiões
Todas as regiões pesquisadas tiveram alta de preços em setembro. O
maior resultado foi registrado em Goiânia (1,10%), devido às altas nos
preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%).
Já a menor variação foi registrada na região metropolitana de Salvador
(0,18%), onde a queda nos preços da gasolina (-2,66%) contribuiu com
-0,12 p.p. no resultado do mês.
Goiânia: 1,10%
Brasília: 0,08%
Fortaleza: 0,57%
Curitiba: 0,17%
Recife: 0,28%
São Paulo: 0,25%
Belo Horizonte: 0,37%
Porto Alegre: 0,30%
Belém: 0,15%
Rio de Janeiro: 0,20%
Salvador: 0,18%
Perspectivas e meta de inflação
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta
central do governo para o IPCA, de 4%, e também do piso do sistema de
metas, que é de 2,5% neste ano.
O menor menor patamar da inflação desde o início da série histórica do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já registrado foi
em 1998 (1,65%).
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta
seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de
escrever uma carta pública explicando as razões.
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros
da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado é que a Selic vá a 2,5% ao
ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alguma alta dos
juros no ano que vem. No ano que vem, a meta central de inflação é de
3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Já para o Produto Interno Bruto (PIB), a projeção dos analistas é de um tombo de 5,05% em 2020.
O avanço da pandemia, as incertezas políticas nos EUA e a leniência de instituições financeiras com casos de lavagem de dinheiro afastaram os investidores de ativos de risco. --------+++-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+++---------
Por Valor Online 21/09/2020 18h18 Atualizado há 5 minutos Postado em 21 de setembro de 2020 às 18h30m
.* Post. N. = 0.098 *.
Um acúmulo de fatores negativos freou o apetite dos agentes financeiros
globais por ativos de risco nesta segunda-feira (21), impondo mais um
fechamento negativo às ações emNova York. Com a queda diária, o S&P 500ampliou suas perdas em setembro a 6,26%, caminhando para encerrar sua maior desvalorização para o mês desde 2011, quando teve queda de 7,18%.
O avanço contínuo da pandemia de Covid-19
em diversas regiões do mundo, além de incertezas políticas nos Estados
Unidos e reportagens que apontaram a leniência de grandes instituições
financeiras ao redor do mundo com casos de lavagem de dinheiro e outras
práticas ilícitas afastaram os investidores de ativos de risco hoje.
No fim do dia, no entanto, a recuperação nas ações da Apple (+3,03%) e
da Microsoft (+1,07%) ajudaram os índices a moderar as perdas.
Na
Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones terminou o dia em
queda de 1,84%, aos 27.147,70 pontos, enquanto o S&P 500 recuou
1,16%, aos 3.281,06 pontos. O índice eletrônico Nasdaq cedeu 0,13%,
fechando o pregão aos 10.778,80 pontos.
A queda colocou o S&P 500 próximo do território de correção — uma
baixa de 10% em relação a um pico recente. No dia 2 de setembro, o
índice fechou aos 3.580,84 pontos, registrando desvalorização de 8,37%
desde então.
A tensão dos investidores também ficou refletida no índice de
volatilidade do S&P 500, conhecido como o "termômetro do medo de
Wall Street", que chegou a disparar 20%, superando os 31 pontos nas
máximas intradiárias. Ao fim do dia, o VIX moderou os ganhos e encerrou a
sessão em alta de 7,55%, aos 27,78 pontos.
Em meio ao crescimento de casos de Covid-19 na Europa, os agentes financeiros temem que uma nova rodada de restrições à atividade possa pesar sobre a retomada econômica do continente.
Covid-19 na Europa: autoridades de Madri pedem ajuda do exército para combater o vírus
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse, hoje, que ele e autoridades
locais vão propor novas medidas para conter a disseminação do novo
coronavírus. Pubs na Inglaterra podem estar sujeitos a fechamentos
antecipados para combater infecções crescentes, enquanto alguns bares e
restaurantes em áreas afetadas podem ser fechados completamente, de
acordo com uma matéria do jornal "The Sun". Ao mesmo tempo, autoridades
locais de Madri ordenaram o bloqueio de algumas áreas da capital
espanhola.
“Permanece
uma enorme incerteza”, disse John Kaprich, diretor de investimentos da
Aware Asset Management, referindo-se ao aumento no número de casos
Covid-19 na Europa. “Os números não parecem tão otimistas quanto antes”,
afirmou.
Destaques
Da perspectiva de novos bloqueios abateu as ações de empresas aéreas
nesta segunda-feira. O fundo de índice (ETF) U.S. Global Jets, que reúne
companhias do segmento, fechou em queda de 6,39%. As ações da United
Airlines, American Airlines e da Delta Airlines caíram 8,60%, 7,43% e
9,20%, respectivamente.
Outro setor fortemente atingido no pregão de hoje foi o financeiro, que recuou 2,49% dentro do S&P 500.
A queda veio após o site de notícias americano BuzzFeed News e o
Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos terem divulgado
milhares de documentos que indicam que cerca de US$ 2 trilhões em
recursos ilícitos foram movidos através do sistema financeiro dos EUA ao
longo de duas décadas.
Os papéis do J.P. Morgan Chase recuaram 3,10%, do Bank of New York
Mellon perderam 4,04%, do Bank of America caíram 2,94%, do Wells Fargo
cederam 4,34% e do Citigroup fecharam em queda de 2,07%.
Outra preocupação dos agentes financeiros é o ambiente político
aquecido dos EUA, diante das eleições gerais de novembro, o que poderia
atrasar ainda mais a ajuda fiscal adicional por parte dos congressistas
em Washington.
“Com
um mercado de ações esticado, não é surpreendente ver uma retração”,
disse John Kaprich, diretor de investimentos da Aware Asset Management,
ao MarketWatch. “Passamos de grandes baixas ao normal, não em anos, mas
em meses”, afirmou.
Cerca de 10,3 milhões de brasileiros vivem em lares nessa situação. Percentual de domicílios com alimentação satisfatória atinge patamar mínimo em 15 anos.
Fome no Brasil volta a subir e atinge mais de 10 milhões de brasileiros, diz IBGE
Depois de recuar em mais da metade em uma década, a fome voltou a se alastrar pelo Brasil. Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões o contingente nesta situação. É o que apontam os dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).
O levantamento foi feito entre junho de 2017 e julho de 2018
e apontou piora na alimentação das famílias brasileiras. Entram na
conta somente os moradores em domicílios permanentes, ou seja, estão
excluídas do levantamento as pessoas em situação de rua, o que poderia
aumentar ainda mais o rastro da fome pelo país.
Além do aumento da população que passa fome no país, a pesquisa mostrou também que:
O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e regular
A fome é mais prevalente nas áreas rurais
Quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país
Metade das crianças com até 5 anos vive tem restrição no acesso à alimentação de qualidade
Mais da metade dos domicílios onde há fome são chefiados por mulheres
Quanto maior o número de moradores no domicílio, menor é o acesso à alimentação plena
Classificado pelo IBGE como segurança alimentar, o
acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade - em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais -
atingiu o menor patamar em 15 anos.
Fome no Brasil — Foto: Economia G1
"Ao
olhar para a série histórica, a gente observa que houve diminuição da
segurança alimentar e o consequente aumento dos índices de insegurança
alimentar entre a população brasileira", enfatizou o gerente da Pesquisa
de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, André Luiz Martins Costa.
De acordo com a pesquisa, 63,3% dos domicílios no Brasil tinham a
chamada segurança alimentar, abaixo dos 65,1% apurados em 2004, quando
tem início a série histórica do levantamento. O IBGE destacou que este
percentual cresceu, consecutivamente, nas duas pesquisas seguintes,
realizadas em 2009 e 2013, mas retrocedeu ao mínimo histórico em 2018.
A maior cobertura da segurança alimentar foi registrada em 2013, quando
chegou a 77,4% o total de domicílios em que a alimentação podia ser
considerada como plena e regular.
Na comparação com 2013, o número de domicílios com segurança alimentar
teve queda de 13,7%. Em contrapartida, aumentou em 71,5% o número de
domicílios com insegurança alimentar.
O IBGE classifica a insegurança alimentar em três níveis - leve, moderada e grave – da seguinte maneira:
Insegurança alimentar leve: há preocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro, além
de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias
que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.
Insegurança alimentar moderada: há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação.
Insegurança alimentar grave: há
redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja,
ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos
entre todos os moradores do domicílio. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.
Foi a insegurança alimentar moderada a que mais cresceu percentualmente
entre os domicílios brasileiros entre 2013 e 2018 - uma alta de 87,53%.
A insegurança alimentar leve teve alta de 71,5% no mesmo período,
enquanto a grave, que caracteriza a fome, aumentou em 48,8%.
me voltou a se alastrar entre os domicílios brasileiros a partir de 2013, segundo dados do IBGE — Foto: Economia/G1
Fome tem maior prevalência em áreas rurais
Embora o maior número das pessoas em situação de miséria alimentar viva
em áreas urbanas, é nas áreas rurais que a fome é mais prevalente.
De acordo com o IBGE, dos cerca de 10,3 milhões de famintos no país,
7,7 milhões viviam em perímetro urbano, enquanto 2,6 milhões, em regiões
rurais. Todavia, proporcionalmente, estes números representavam,
respectivamente, 23,3% do total da população que vivia em área urbana e
40,1% da população rural.
"As
pessoas que estão em meio urbano conseguem mais alternativas para a sua
alimentação, substituindo itens com maior facilidade que na área rural,
que tem menor variedade de alimentos disponíveis", apontou o gerente da
pesquisa, André Costa.
Quase metade dos famintos vive no Nordeste
Dos cerca de 10,3 milhões de brasileiros que passaram fome em 2018, 4,3
milhões viviam na Região Nordeste, o que corresponde a 41,5% do total
de famintos no país. Em seguida, aparece a Região Sudeste, com 2,5
milhões de habitantes com fome, e o Norte, com pouco mais de 2 milhões
de pessoas nesta situação.
Mapa da fome no Brasil: quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país — Foto: Guilherme Pinheiro/Editoria de Arte
No entanto, se considerada a proporção de domicílios com restrição
severa no acesso à alimentação adequada, a Região Norte é a que lidera o
ranking. Lá, 10,2% dos domicílios estavam em situação de fome no
período do levantamento. Essa proporção é cerca de cinco vezes maior que
a observada no Sul, onde 2,2% dos domicílios foram classificados com
insegurança alimentar grave.
O IBGE destacou que no Norte e Nordeste menos da metade dos domicílios
(43% e 49,7%, respectivamente) tiveram acesso pleno e regular à
alimentação adequada. No Sul, esse percentual chegou a 79,3%. Sudeste e
Centro-Oeste aparecem na sequência, com 68,8% e 64,8%, respectivamente,
dos domicílios com segurança alimentar.
Metade das crianças sob insegurança alimentar
Ao analisar a situação alimentar por faixa etária, o IBGE identificou
que metade das crianças com até 4 anos de idade vivia em domicílios com
algum tipo de insegurança alimentar – 34,2% delas em lares com
insegurança alimentar leve, 10,6% com insegurança alimentar moderada, e
outros 5,1% com insegurança grave, que caracteriza a fome.
Na faixa etária entre 5 e 17 anos, passou da metade (50,7%) o total
destes jovens vivendo sob algum tipo de insegurança alimentar. Na faixa
etária entre 18 e 49 anos, este percentual foi de 41,2%, enquanto no
grupo de 50 a 64 anos este percentual caiu para 34,6%.
A menor proporção de pessoas vivendo sob algum tipo de insegurança
alimentar estava na faixa etária acima de 65 anos – 21,3%. Ao todo,
cerca de 2,7% dos idosos com mais de 65 anos tiveram insegurança
alimentar grave no período da pesquisa, ou seja, passaram fome entre
2017 e 2018.
“À
medida que a idade da pessoa aumenta, aumentam também as chances dela
ter maior segurança alimentar”, apontou o pesquisador do IBGE, André
Costa.
O estudo mostrou ainda que, nos domicílios em condição de segurança
alimentar, predominam os homens como responsáveis pelo rendimento
doméstico. Conforme o levantamento, 61,4% dos domicílios com acesso
pleno e regular à alimentação de qualidade eram chefiados por homens. Já
as mulheres eram responsáveis por 38,6% dos domicílios nessa situação.
“Domicílios
cuja mulher é a pessoa de referência estão mais associados à
insegurança, assim como domicílios com muitos moradores”, observou o
gerente da pesquisa.
Entre os domicílios com insegurança alimentar grave, ou seja, em
situação de fome, 51,9% eram chefiados por mulheres, de acordo com o
levantamento.
Ao analisar a situação alimentar dos domicílios por cor ou raça,
constatou-se que apenas 36,9% dos lares com segurança alimentar eram
chefiados por pessoa autodeclarada preta ou parda. Este percentual
passava de 50% para os três níveis de insegurança alimentar - 50,7% para
insegurança leve, 56,6% para insegurança moderada e 58,1% para
insegurança grave.
Onde comem três, não comem sete
Ao analisar a situação alimentar considerando a composição do
domicílio, o IBGE identificou que quanto menor o número de moradores,
maior a segurança alimentar.
De acordo com o levantamento, 72,5% dos domicílios com acesso pleno e
regular à alimentação adequada de qualidade tinham até três moradores,
enquanto 26,3% tinham entre quatro e seis moradores. Apenas 1,1% deles
tinham mais de sete habitantes.
Quanto maior o número de moradores, menor a garantia de alimentação de
qualidade e em quantidade suficiente. — Foto: Economia/G1
Já entre os domicílios com insegurança alimentar grave - com restrição
severa de alimentos, que caracteriza a situação de fome – 61,2% tinham
até três moradores, 32,4% entre quatro e seis, e 6,4% tinha mais de
sete.