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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Dow Jones bate recorde e fecha com 40 mil pontos pela 1ª vez

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A melhora do humor em Nova York veio mesmo após o tom conservador de Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve (Fed), em discurso divulgado à tarde.
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TOPO
Por Valor Online

Postado em 17 de maio de 2024 às 18h50m

             Post. N. =  0.820          

Corretores são vistos na bolsa de Nova York — Foto: Brendan McDermid/Reuters
Corretores são vistos na bolsa de Nova York — Foto: Brendan McDermid/Reuters

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta sexta-feira (17), mas com viés mais positivo em comparação à maior parte do pregão. Os índices acionários ganharam força na última hora de negócios, o que levou o Dow Jones a fechar acima de 40 mil pontos pela primeira vez na história.

O Dow Jones encerrou o dia em alta de 0,34%, a 40.003,59 pontos; o S&P 500 subiu 0,12%, a 5.303,27 pontos; e o Nasdaq anotou leve baixa de 0,07%, a 16.685,97 pontos. Na semana, os índices acumularam ganhos de 1,24%, 1,54% e 2,11%, respectivamente.

A melhora do humor em Nova York veio mesmo após o tom conservador de Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve (Fed), em discurso divulgado à tarde. Segundo ela, novas altas de juros não podem ser descartadas, já que há riscos no cenário que podem fazer o progresso de desinflação nos Estados Unidos estagnar ou se inverter.

Com exceção dos comentários de Bowman, o dia não trouxe direcionadores para os mercados, o que diminuiu a liquidez no mercado nova-iorquino. No setor corporativo, destacou-se a queda de 2% da Nvidia, às vésperas do balanço de primeiro trimestre da companhia, que será divulgado na próxima quinta-feira (22).

Sua concorrente Advanced Micro Devices (AMD), por outro lado, subiu 1,13%, após a Reuters informar que a Microsoft pretende utilizar um chip fabricado pela empresa para adicionar recursos de inteligência artificial ao serviço de computação em nuvem da big tech.

Fed mantém juros entre 5,25% e 5,5% ao ano; Bruno Carazza comenta

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Petrobras perde R$ 35 bilhões em valor de mercado até as 12h após demissão de Prates

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Mercado não gostou da notícia de que o presidente Lula demitiu Jean Paul Prates do comando da companhia e as ações despencam mais de 6%.
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Por g1

Postado em 15 de maio de 2024 às 13h00m

             Post. N. =  0.819          

Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1

A Petrobras já perdeu R$ 35,3 bilhões em valor de mercado até as 12h desta quarta-feira (15), após o anúncio de que Jean Paul Prates foi demitido da presidência da Petrobras.

O desligamento de Prates, feito pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula a Silva (PT) na noite de terça-feira (14), acontece pouco tempo depois das polêmicas sobre a distribuição de dividendos da companhia (entenda mais abaixo).

Esse montante equivale ao valor total das ações da Equatorial Energia, por exemplo, segundo levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.

As ações ordinárias da Petrobras, que são as que dão direito a voto nas decisões da companhia, despencavam 6,73% às 12h25. Já as ações preferenciais, que são preferência no recebimento de dividendos, caíam 5,77%.

O grande destaque deste pregão fica com a Petrobras, após a companhia informar que Jean Paul Prates foi demitido da presidência na noite desta terça-feira.

Segundo fontes confirmaram ao blog da Natuza Nery, o presidente Lula decidiu pela demissão de Prates já há algum tempo após uma sequência de desentendimentos com o governo, principalmente por conta da polêmica da distribuição de dividendos extras pela petroleira. Entenda o caso na matéria abaixo:

O agora ex-presidente da Petrobras não se entendia com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia muito tempo.

De acordo com o blog da Andréia Sadi, Prates citou "intrigas palacianas" após ser demitido. O argumento usado é o de que Jean Paul não estaria entregando resultados da Petrobras na velocidade em que o governo esperava. Ao blog, Jean disse que respeita a decisão, mas afirmou que não pode deixar de dizer que presidente foi levado a adotar a medida por uma intriga palaciana.

Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, comentou que o mercado foi pego de surpresa com a notícia, já que os conflitos de Prates com o governo pareciam ter ficado no passado.

Para o analista, a notícia é negativa, principalmente porque a possível substituta, Magda Chambriard, é uma executiva com um "viés ideológico mais próximo do desenvolvimentismo".

"Eu avalio como bastante negativa primeiro porque traz uma falta de credibilidade, insegurança. Eu acho que é desnecessário porque o Jean Paul Prates estava fazendo um trabalho bem razoável, era um cara bem ponderado que vem do setor, que conhece o setor, que conhece a empresa. É um cara que fazia uma gestão bem tranquila e tinha um diálogo com o mercado e também com representantes do governo", pontuou.

O chefe de análise de ações da Órama, Phil Soares, tem um ponto de vista diferente. Para ele, a indicação de Magda não é negativa, tendo em vista que ela é uma profissional com uma "parte técnica muito boa" e de uma "carreira bem sucedida", sendo a indicação "bastante adequada".

"A gente acredita que a notícia (da demissão) é ruim, mas não muito ruim. Então o papel deve cair, mas sem tanto pessimismo", afirmou Soares.

Em relatório a clientes, os analistas do BTG Pactual afirmaram que apesar de a notícia ter sido especulada no início deste ano, a mudança repentina foi considerada "surpreendente" e negativa. A estimativa é que os investidores comecem, mais uma vez, a "precificar riscos maiores de interferência política na empresa".

"Neste momento, podemos apenas especular sobre as razões que podem ter motivado a decisão de substituir Jean Paul Prates. Mas é possível que isso decorra de alguma insatisfação do acionista controlador sobre o ritmo de investimentos da empresa", disseram os analistas do BTG no documento.

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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Petrobras tem lucro de R$ 23,7 bilhões no 1° trimestre, queda de 38%

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Conselho da empresa aprovou nesta segunda-feira (13) o pagamento de R$ 13,45 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
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Por g1

Postado em 13 de maio de 2024 às 09h30m

             Post. N. =  0.818          

Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre, queda de 37,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, informou a companhia nesta segunda-feira (13).

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 60,04 bilhões entre janeiro e março, um recuo de 17,2% frente ao mesmo período de 2023.

Segundo a petroleira, a queda no lucro líquido foi influenciada, entre outros pontos, pela desvalorização cambial e pelo volume menor de vendas de óleo e derivados.

Quando ocorre a desvalorização cambial, há flutuação no demonstrativo financeiro pela variação do câmbio que reconhecemos por regra contábil. Contudo, isso não afeta o caixa da companhia, afirmou o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Sergio Leite. 

Dividendos

Com o resultado do primeiro trimestre, a empresa também informou que seu Conselho Administrativo aprovou o pagamento de R$ 13,45 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. O valor é equivalente a R$ 1,04161205 por ação ordinária e preferencial em circulação.

Segundo a petroleira, o pagamento é uma antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2024. Os recursos serão pagos em duas parcelas, divididas da seguinte forma:

  • a primeira, no valor de R$ 0,52080603 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de agosto de 2024, sob a forma de juros sobre capital próprio;
  • a segunda, no valor de R$ 0,52080602 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de setembro de 2024, sendo R$ 0,44736651 sob a forma de dividendos e R$ 0,07343951 sob a forma de juros sobre capital próprio.

Acionistas da Petrobras aprovam distribuição de 50% dos dividendos extraordinários

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Temporais no RS: entenda como o relevo de Porto Alegre e as 'marés de tempestade' travam escoamento

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447 municípios foram atingidos pelo desastre climático que causa chuvas intensas e alagamentos no Rio Grande do Sul. Tragédia causou 147 mortes e deixou 127 feridos até a manhã desta segunda-feira.
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Por Emily Santos, g1

Postado em 13 de maio de 2024 às 13h50m

             Post. N. =  0.817          

Depósito de cilindros de gás alagado em Porto Alegre neste domingo, 12 de maio — Foto: Adriano Machado/Reuters
Depósito de cilindros de gás alagado em Porto Alegre neste domingo, 12 de maio — Foto: Adriano Machado/Reuters

O relevo de Porto Alegre é um ponto-chave para entender o acúmulo de água que causa enchentes na região metropolitana da capital do Rio Grande do Sul. Em um cenário de chuvas intensas e constantes há cerca de duas semanas, o lago Guaíba bateu a máxima histórica de 5,33 metros, no último dia 4.

Após o nível do Guaíba e as inundações por Porto Alegre diminuírem, a previsão é que as águas voltem a subir devido às chuvas que caíram no Vale do Taquari no fim de semana. De lá, do rio Taquari, as águas escorrem para o Guaíba, que deverá sofrer com os impactos dos últimos temporais e atingir novo nível recorde até terça-feira (14). Projeções da UFRGS esperam que o nível suba para 5,5 m.

Em todo o estado, 447 de 497 municípios foram atingidos pelo desastre climático. A tragédia causou 147 mortos e deixou 127 desaparecidos até a manhã desta segunda-feira (13).

Juntamente com o relevo da capital, também contribuíram para a gravidade do cenário da Grande Porto Alegre causado pelas chuvas extremas:

  1. a formação topográfica das regiões no entorno da região metropolitana;
  2. a bacia hidrográfica da área;
  3. o efeito das tempestades no Oceano Atlântico.

Abaixo, entenda o papel que cada um desses elementos teve na maior enchente da história no Rio Grande do Sul.

Características geográficas dificultam escoamento da água no RS; entenda

Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução
Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução

1 - Topografia e relevo

Porto Alegre está localizada em uma planície, ou seja, em um território plano. Esse tipo de relevo é comum em áreas que ficam a poucos metros do nível do mar, que é exatamente o que acontece ali, já que a cidade tem uma altitude média de 10 metros.

Gramado, por exemplo, fica 850 metros acima metros do nível do mar, e São José dos Ausentes, município mais alto do RS, está a quase 1,2 mil metros de altitude.

Segundo Rualdo Menegat, coordenador-geral do Atlas Ambiental de Porto Alegre e professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS, alguns pontos da cidade são ainda mais baixos e ficam no nível do Delta do Jacuí (entenda mais abaixo).

É o caso da zona norte do município, onde fica o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que alagou e ficará fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas.

Infográfico mostra geografia de Porto Alegre — Foto: Arte/g1
Infográfico mostra geografia de Porto Alegre — Foto: Arte/g1

Além de ter um território baixo, a capital do estado é circundada de um lado por 40 morros, e limitada de outro lado pela orla fluvial do lago Guaíba.

O lago Guaíba, na altura da capital, é local de confluência de cinco rios principais — Taquari-Antas, Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí — que descem de pontos mais altos do estado. As águas dos rios chegam ao lago Guaíba, vão para a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico
— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.

Em resumo, o lago que passa por Porto Alegre recebe a água dos rios e da chuva que cai na região central do estado antes de desaguar no oceano.

O especialista explica que os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem em alta velocidade por causa da altitude de seus cursos. Normalmente, isso ajuda o Guaíba a desaguar na lagoa e seguir fluxo para o mar.

No entanto, com as fortes chuvas e as cheias dos rios da região, o lago está recebendo mais água do que o normal. Isso fez com que ele ultrapassasse sua cota de inundação — que é de 3 metros — e atingisse um nível de 5,26 metros na segunda (6).

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3 - Nível do oceano

Assim como os rios do Delta do Jacuí, o Oceano Atlântico também está sendo afetado pelas fortes chuvas e tempestades de ventos que atingem o Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.

Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar 'crescer', subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar.
— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.

Como resultado, a água do lago Guaíba e dos rios que o alimentam continua empossada em Porto Alegre e nas cidades vizinhas de baixa altitude. Com as chuvas constantes e a velocidade do fluxo da água, o nível sobe em minutos e deixa cidades submersas em questão de horas.

Temporais no RS: três fatores explicam colapso em Porto Alegre

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Copom: por que o BC diminuiu o ritmo de cortes de juros e quais os recados sobre o futuro da Selic

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Comitê anunciou corte de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros nesta quarta-feira, para 10,50% ao ano.
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PoIsabela Bolzani, g1

Postado em 08 de maio de 2024 às 19h45

             Post. N. =  0.816          

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu oficialmente o ritmo deste ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic. A decisão anunciada nesta quarta-feira (8) foi de um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), para 10,50% ao ano.

Na última reunião do colegiado, em março, o comitê havia reduzido a Selic em 0,50 p.p. e indicado no comunicado a possibilidade de uma redução da “mesma magnitude no encontro deste mês. O padrão vinha desde agosto, quando o Banco Central (BC) começou a reduzir os juros do país.

Essa previsão sobre a política monetária é chamada pelo mercado financeiro de forward guidance. É uma maneira de dar previsibilidade da condução dos trabalhos e mais conforto aos investidores internos e externos.

Mas especialistas ouvidos pelo g1 dizem o descumprimento da projeção nesta reunião era previsto, e reflete uma série de fatores econômicos locais e internacionais que se desenrolaram ao longo do último mês.

Entram na conta a alteração das metas fiscais brasileiras para os próximos anos e a provável manutenção dos juros básicos norte-americanos em patamares elevados por mais tempo.

Para entender o que fez o BC mudar os rumos, você vai ver nesta reportagem:

  • Por que o BC descumpriu o forward guidance?
  • Quais as sinalizações do Copom para a taxa de juros à frente?

Copom reduz Selic para 10,50% ao ano, corte de 0,25 p.p.; veja a análise

O descumprimento de uma projeção por parte do BC não costuma ser muito bem-visto por investidores. E uma possível redução no ritmo de cortes já vinha sendo precificada pelo mercado há algumas semanas.

Houve um conjunto de indicações de que o ritmo seria reduzido, até porque o mundo mudou com o efeito de uma economia ainda forte nos Estados Unidos, com o Fed assumindo que o nível de inflação tinha mudado. Em cima disso, ainda tivemos a mudança da meta fiscal, explicou o economista-chefe da Ágora Investimentos, Dalton Gardiman.

Mudança da meta fiscal brasileira para 2025

O principal fator citado pelos especialistas foi a proposta de reduzir as metas para as contas públicas dos próximos anos, feita pelo Ministério da Fazenda.

A medida foi anunciada em 15 de abril, por meio do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025. De acordo com o documento, o governo repetiria o déficit zero no ano que vem e só conseguiria alcançar o superávit (arrecadar mais do que gasta) em 2026.

Trata-se também de uma mudança de projeção. Antes, a previsão era conseguir o superávit ainda em 2025 e resultados mais expressivos nos anos seguintes. Veja abaixo.

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, afirma que a alteração das metas aumentou o nível das incertezas sobre o quadro fiscal do país e piorou o balanço de riscos do Banco Central. Com a decisão, o governo dá a entender que há um menor compromisso fiscal e posterga a estabilização da dívida pública, além de diminuir a credibilidade do novo arcabouço.

A situação das contas públicas vem sendo monitorada pelo BC desde o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros. Já em setembro, por exemplo, na segunda redução da Selic, a instituição já havia salientado a importância da execução das metas fiscais para a ancoragem das expectativas de inflação e para a condução da política monetária.

Nessa reunião, não foi diferente. Em comunicado divulgado após a decisão desta quarta-feira, o colegiado afirmou que "acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária".

"O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária", informou o colegiado no documento.

Para o economista e sócio-fundador da Oriz Partners, Carlos Kawall, há um antagonismo entre Brasil e Brasília que precisa ser observado pelos investidores.

Enquanto o Brasil tem fundamentos econômicos mais sólidos, vemos que o que vem de Brasília muitas vezes não ajuda. [...] E o fato é que, hoje, na minha visão, estamos sem uma autêntica âncora fiscal, afirmou o executivo em live promovida pela Warren Investimentos na última terça-feira (7).

Substituímos a âncora por uma regra excessivamente flexível, que traz uma inquietação do ponto de vista da trajetória da dívida pública. [...] Ainda há muita incerteza sobre a implementação e a real eficácia da regra fiscal e, portanto, da trajetória da dívida [em relação ao] PIB, complementou.

Perspectiva sobre juros dos EUA

Outro ponto importante para a decisão do Copom desta quarta-feira foram as sinalizações dadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). No fim do ano passado, uma onda de euforia se instalou nos mercados com a perspectiva de que o Fed também iniciasse uma redução dos juros a partir de março.

Conforme surgiram dados fortes da economia norte-americana, que indicaram um mercado de trabalho aquecido e uma persistência da inflação no país, o ânimo dos investidores foi minguando. De março, as projeções mudaram para maio e agora estão em setembro.

Juros mais altos nos EUA tornam os países emergentes menos atrativos e acabam gerando uma migração dos investimentos para dentro da maior economia do mundo, retirando dinheiro de outros mercados. No caso do Brasil, o desgosto com o Fed veio junto com a mudança da meta fiscal, agravando a situação para os juros domésticos.

Como os juros nos Estados Unidos influenciam a decisão do Copom

Na última quarta-feira (1º), o Fed decidiu, pela sexta vez consecutiva, manter os juros básicos do país inalterados na faixa entre 5,25% e 5,50%. No comunicado, mais uma vez manifestou preocupação com a falta de avanço no processo de desinflação dos EUA.

Apesar de o presidente do Fed, Jerome Powell, ter indicado que acha improvável que haja um novo aumento na taxa básica do país, a sinalização é que os preços continuam em patamares elevados demais – o que continua a empurrar para frente o início de cortes de juros por lá.

Quanto mais a situação se arrasta, mais afoito o BC do Brasil fica de reduzir demais os juros por aqui. Na prática, significa que os juros devem demorar mais tempo a cair ou ficar mais altos ao final do ciclo de cortes.

Antes mesmo do Copom desta quarta, o mercado já se manifestava: no boletim Focus (relatório que reúne as projeções de economistas), as estimativas para a taxa Selic já saíram de 9% para 9,63% em 2024.

Quais as sinalizações do Copom para a taxa de juros?

Além da decisão de descumprir o forward guidance e reduzir o ritmo de cortes da Selic, o Banco Central também deixou uma porta aberta para a possibilidade de novos cortes à frente.

De acordo com comunicado divulgado após a decisão, o comitê informou que, de forma unânime, "avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela".

O colegiado ainda ressaltou que a "política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas" e reforçou que a "extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta".

Segundo os especialistas ouvidos pelo g1, apesar de um tom mais cauteloso por parte do BC ser esperado pelo mercado, dado o cenário macroeconômico atual.

Ainda assim, o fato de não ter sido uma decisão unânime tende a pesar no mercado, que segue incerto sobre como deve ser a transição para a nova gestão do Banco Central. O mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente da instituição, se encerra no fim de 2024.

Para o sócio-fundador da Armor Capital Alfredo Menezes, o dissenso na decisão é uma das piores coisas que poderiam ter acontecido nesta reunião.

O dissenso diz que esse Banco Central novo, que vai entrar, é mais dovish [menos agressivo na condução da política monetária], que vamos ter uma inflação média mais alta e juros menores na economia, comentou durante live da Warren Investimentos.

Veja como foi a votação nesta reunião:

Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros do Comitê:

  • Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente);
  • Carolina de Assis Barros;
  • Diogo Abry Guillen;
  • Otávio Ribeiro Damaso;
  • e Renato Dias de Brito Gomes.

Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros:

  • Ailton de Aquino Santos;
  • Gabriel Muricca Galípolo;
  • Paulo Picchetti;
  • e Rodrigo Alves Teixeira.

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